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Magali Leite, CEO da Espaçolaser ,explica o trabalho de reestruturação financeira realizado na rede brasileira de depilação no pós-pandemia. Atualmente, a companhia fatura mais de R$ 1,5 bilhão. O CEO da Celcoin, Marcelo França, revela que empresa pode se tornar um unicórnio ainda em 2025.

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00:00:00Olá, boa noite! Está no ar o Show Business, o mais tradicional talk show de negócios da TV brasileira.
00:00:07E no programa de hoje vamos receber Magali Leite, CEO da Espaço Laser.
00:00:13Eu converso também com Marcelo França, fundador e CEO da Cellcoin.
00:00:20Eu sou o Bruno Meier e seja muito bem-vindo ao Show Business que começa em instantes.
00:00:30Ela comanda a Espaço Laser, rede brasileira de depilação, que fatura mais de um bilhão e meio de reais por ano.
00:00:48Além disso, ela lidera o Conselho de Administração do IBF, o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças.
00:00:55Nós vamos conversar neste bloco do Show Business com Magali Leite.
00:01:00Magali, obrigado pela presença em nosso estúdio.
00:01:04Magali, quando você assumiu o comando da empresa, as ações da Espaço Laser estavam com uma queda de mais de 90% desde o IPO em 2021.
00:01:17No entanto, em 2024, no ano passado, a companhia teve um lucro líquido de R$ 9,6 milhões, revertendo um prejuízo de mais de R$ 7 milhões, se comparar com o ano anterior.
00:01:37O que aconteceu nesse período?
00:01:40Bruno, prazer. Muito obrigada pelo convite. Estou muito feliz de estar aqui com você.
00:01:43A gente fez um trabalho muito estruturado de turnaround da companhia.
00:01:50Encaramos que ele já tenha terminado e agora a gente está numa tese mais de crescimento.
00:01:57A Espaço Laser completou 20 anos.
00:02:00É uma companhia nacional que se tornou uma multinacional listada no novo mercado
00:02:07e vem entregando um resultado expressivo, mas, obviamente, com fruto ali no pós-IPO de pandemia,
00:02:17de decisão de ter mantido sua estrutura, suas pessoas, seus benefícios, sem ter mexido nisso.
00:02:25E depois de ter passado por um processo de integralizar 358 CNPJs, que foram as aquisições que foram feitas no IPO,
00:02:33a companhia, obviamente, encarou muitos desafios complexos e a ação é um pouco de reflexo disso, né?
00:02:43Mas vocês avaliam como um erro ter entrado na Bolsa?
00:02:46Jamais.
00:02:47A companhia fez o que foi prometido para os investidores, a tese foi executada
00:02:54e a maioria das 74 empresas que abriram capital em 2021 tiveram um movimento parecido
00:03:00de decréscimo da valorização das suas ações,
00:03:05muito mais em função de cenário externo do que relacionado à performance dos negócios.
00:03:12Quantas lojas vocês têm hoje?
00:03:15872 lojas.
00:03:17872.
00:03:18E esse ano vocês têm previsão de aberturas?
00:03:21A gente tem aberto, em média, 40, 50 lojas todo ano.
00:03:27Você fala 40, 50, como se fosse pouco, né?
00:03:29Uma 40, 50 é loja, é muita loja, né?
00:03:32Quer dizer, tudo isso é franquia.
00:03:36Agora a gente só abre através dos nossos franqueados.
00:03:39Por que a franquia é importante para vocês?
00:03:42Esse modelo de franquias, né?
00:03:45A gente tem modelo de franquias em todos os cinco países da América Latina onde nós atuamos.
00:03:52Os nossos franqueados, eles têm uma concentração importante de lojas sob a responsabilidade deles.
00:04:00Porque a sua grande maioria já estão com a gente há muito tempo.
00:04:03E eles têm um jeito de conduzir seus negócios muito parecidos com as lojas próprias.
00:04:09Então a gente gosta muito de trabalhar com os franqueados que já estão há mais tempo com a gente.
00:04:14Temos franqueados novos também que vêm para a nossa base porque gostam da tese,
00:04:21porque gostam do setor e estão indo super bem também.
00:04:26Ô Magali, qual que é o segredo de uma unidade de sucesso?
00:04:31A gente acredita que as que dão mais resultado é que tem os proprietários muito perto do negócio.
00:04:38É o famoso barriga no balcão do varejo, né?
00:04:40Tem que ter a barriga ali do dono diariamente, não pode terceirizar a função, é isso?
00:04:50Tem alguns que já têm uma gestão bastante profissionalizada, inclusive investem...
00:04:54Tem gente que deve ter mais de uma loja.
00:04:57Ah, tem.
00:04:57Deve ter muitas.
00:04:58Tem alguns que têm várias lojas e sempre que a gente decide entrar em alguma região,
00:05:05tem alguns franqueados que já estão na fila de espera para ter mais uma loja.
00:05:10A nossa margem é muito relevante dentro das opções de varejo.
00:05:14Agora, Magali, com esse universo de centenas de lojas pelo país,
00:05:20você consegue detectar o fator que nenhum proprietário pode fazer porque pode dar errado?
00:05:29Porque a gente está falando, a minha pergunta foi de sucesso.
00:05:32Mas eu quero saber o que um proprietário da sua unidade não pode fazer de maneira alguma.
00:05:39abrir mão da qualidade, abrir mão do nível de resultado que a gente entrega para o nosso cliente.
00:05:45Isso é inadmissível.
00:05:47Eu queria saber dos clientes.
00:05:48Vocês têm um número fechado aí de quantos clientes vocês têm?
00:05:51Nós temos 5 milhões de clientes na base.
00:05:535 milhões. Isso é Brasil?
00:05:56É Brasil.
00:05:56Ou são todos...
00:05:57Isso é Brasil.
00:05:57É Brasil.
00:05:58Desses 5 milhões, esse universo de 5 milhões de clientes,
00:06:03quantos são do sexo feminino e quantos são do masculino?
00:06:07Aproximadamente 85% do sexo feminino e 15% do masculino.
00:06:1415% do masculino?
00:06:15Mas você, por favor, me ajuda a aumentar o masculino.
00:06:19Estamos fazendo uma série de ações para aumentar a nossa base.
00:06:23Pois é.
00:06:23Vem aumentando, já foi bem menor, já foi bem menor.
00:06:27E a gente vem tentando intensificar bastante isso.
00:06:30Mas vocês percebem, então, o interesse crescente de homens com autocuidado?
00:06:37E no caso, no seu caso, é o caso específico de depilação mesmo, né?
00:06:42Depilação a laser é o nosso produto core.
00:06:45A gente sente, sim, que os homens estão mais preocupados, principalmente com a exposição do corpo
00:06:54e que tem um lifestyle que demanda estar um pouco mais exposto nesse sentido.
00:07:03E a gente vem tendo também um aumento da base com relação ao público adolescente.
00:07:08Ah, público adolescente.
00:07:08Inclusive os meninos também.
00:07:10É mesmo?
00:07:11É.
00:07:12Eu queria destacar um pouco a sua formação, Magali, porque você era CFO, responsável pelo financeiro,
00:07:23virou CEO num negócio focado em serviços.
00:07:28No caso, volto a repetir, em depilação.
00:07:30Você que entende muito de finanças, como é que a atual economia brasileira impacta na sua área?
00:07:39Olha, a gente está no varejo, mas não deixa de ser estética, beleza, bem-estar.
00:07:46Então, esse tipo de produto tem um pouco mais de elasticidade.
00:07:50A gente não sente o impacto de eventuais retrações econômicas na nossa atividade.
00:07:56Mas, claro, a gente também sabe fazer uma gestão muito bem estruturada
00:08:02de proteção da estrutura de capital da companhia, do negócio.
00:08:07E a gente sabe, obviamente, que a melhor medida de preservação do caixa do negócio
00:08:15é você ter o cliente bem atendido e o cliente que volta, o cliente que recomenda seu serviço.
00:08:20Então, a Espaço Laser é construída com base num sistema que a gente chama de INDIC.
00:08:25Todo mundo que está lá, feliz, fazendo seu tratamento e vendo que o resultado realmente é incrível,
00:08:34normalmente recomenda o nosso serviço para a sua base de relacionamento.
00:08:39Você falou que crises, em geral, não afeta tanto o negócio de vocês.
00:08:45Não afeta porque os serviços que vocês oferecem são mais caros?
00:08:50Quanto é a faixa, mais ou menos? Eu sei que deve ter uma variedade.
00:08:53Hoje, o nosso ticket médio está na faixa de R$ 1.400, R$ 1.500.
00:08:57R$ 1.400, R$ 1.500. Isso dá o quê? Direito a...
00:09:02Você fazer 10 sessões de uma parte do corpo.
00:09:0310 sessões. Tá. 10 sessões.
00:09:06Hoje, o que é muito importante para a população de maneira geral, nós atendemos uma gama que vai da classe A à classe E.
00:09:15O nosso produto, ele é premium, mas ele é muito inclusivo.
00:09:20O negócio foi desenvolvido com um racional de proporcionar para a população de maneira geral
00:09:26uma condição de política comercial que consiga trazer ou ser atrativa para qualquer classe social.
00:09:33Agora, voltando a falar de economia, falando de alta de dólar, porque o Brasil, a gente está vendo aí uma oscilação avassaladora.
00:09:46E não é de hoje, Magali, você acompanha o mercado financeiro, não é de hoje que esse dólar vai e oscila muito.
00:09:55Qual que é o impacto disso, por exemplo, na importação de máquinas?
00:10:01Porque vocês dependem muito, né?
00:10:03Sim, existe impacto.
00:10:04A grande diferença da espaço laser é que pelo tamanho...
00:10:08Nós somos o maior player mundial de depilação a laser.
00:10:11Não tem ninguém do tamanho da espaço laser no mundo.
00:10:13No mundo?
00:10:14No mundo, não existe.
00:10:16Então...
00:10:16Você consegue falar para a gente por que isso?
00:10:21Tem uma explicação?
00:10:22É cultural?
00:10:23Eu acho que a primeira explicação é o fato da espaço laser ter sido pioneira no mercado brasileiro
00:10:28e do produto ser tão bom.
00:10:30Ninguém fica 20 anos no mercado brasileiro sem entregar alguma coisa de altíssima qualidade.
00:10:37Até mesmo porque a gente tem lojas da espaço laser em todas as regiões, em todos os estados.
00:10:42Então, o nível de capilaridade da espaço laser, ele é justamente adequado para atrair qualquer tipo de cliente,
00:10:51qualquer nível de demanda.
00:10:53Você já declarou que você é uma pessoa improvável nessa sua posição de CEO. Por quê?
00:11:06Eu sou de uma geração que a gente não tinha referências femininas nesse tipo de posição.
00:11:11Então, eu cresci vendo homens, CEOs, homens, presidentes, e quando eu comecei a entender que eu tinha essa capacidade
00:11:22e quando eu comecei a construir minha carreira no sentido de chegar nessas posições, os homens me ajudaram bastante também.
00:11:30Eu tenho uma agenda forte de apoio ao desenvolvimento da carreira executiva de mulheres,
00:11:36mas eu acho que uma coisa não tem que excluir a outra, a gente tem que fazer isso junto.
00:11:40Mas essa agenda, quais as medidas aí que você tem, por exemplo, para incentivar cada vez mais a participação feminina em cargos como o seu, por exemplo?
00:11:53O trabalho, por exemplo, que a gente faz no IBF há muitos anos, eu já ocupei várias posições no IBF.
00:11:58A gente tem um núcleo feminino que foi ajudando a construir a carreira de muitas mulheres no mercado financeiro
00:12:05ou na carreira de executivos de empresas em finanças.
00:12:10Hoje o IBF tem um equilíbrio.
00:12:11Metade da diretoria e metade do conselho são mulheres, por exemplo.
00:12:15Ah, no conselho ali.
00:12:16Isso.
00:12:16Então, a gente sabe que medidas efetivas que ajudem a incentivar as pessoas de talento a crescerem sua carreira funcionam.
00:12:24Para as mulheres também.
00:12:26Então, a gente acredita que esse trabalho precisa ser bastante bem construído, mas sendo um desejo, um projeto de comunidade.
00:12:37Você falou, quando eu perguntei sobre essa frase que eu já ouvi de você, de você ser uma pessoa improvável na cadeira de CEO,
00:12:46você falou de não ter figuras femininas, de uma geração que não tinha figuras femininas.
00:12:53Mas você vem de uma família simples, da Zona Oeste do Rio de Janeiro, estudou em escola pública.
00:13:02Como é que você chegou nessa posição, Magali?
00:13:04Acho que tem características pessoais que ajudam muito.
00:13:10Construção de relacionamento, de uma rede de apoio que te ajude a completar o que falta no seu perfil.
00:13:19Estudei muito e estudei coisas diferentes também.
00:13:24Eu primeiro comecei a faculdade de economia.
00:13:27Achei que não era para mim.
00:13:29Foi para fazer letras porque eu adoro ler.
00:13:32Eu sou uma leitora voraz.
00:13:35E terminei a faculdade de letras e voltei para a economia.
00:13:38Depois eu fiz pós-graduação, fiz MBA, fiz cursos no exterior.
00:13:42E recentemente eu me formei em contabilidade.
00:13:45Porque eu também tenho uma atuação, uma carreira como conselheira.
00:13:49Você é uma estudiosa realmente, hein?
00:13:51Eu nunca parei.
00:13:52Nunca parou?
00:13:53Nunca parei.
00:13:53Eu acho que isso fez uma grande diferença na minha carreira.
00:13:56Você falou de características pessoais, né?
00:13:58Quais são essas características pessoais?
00:14:01Eu gosto de desenvolver pessoas.
00:14:03Gosto muito de liderança, mas uma liderança humanizada.
00:14:07Onde a gente construa o futuro da companhia em conjunto.
00:14:12Eu gosto muito do time perto.
00:14:14Gosto muito de gente, né?
00:14:16E gosto, sobretudo, de superar resultados.
00:14:20Entregar mais valor ainda para os acionistas.
00:14:22E trazendo as pessoas juntos, desenvolvendo a carreira e as pessoas no sentido de a gente
00:14:27entregar o melhor possível dentro da conjuntura dos negócios e do que a gente pode tecnicamente
00:14:34desenvolver.
00:14:35Agora, chegando na posição de presidente, na cadeira de CEO, qual foi o maior desafio
00:14:44quando você chegou lá?
00:14:46Porque você passou por outros cargos de liderança.
00:14:49CFO é uma grande liderança, uma liderança estratégica dentro de uma companhia.
00:14:54Mas quando você sentou na cadeira de CEO, qual foi o maior desafio?
00:14:59Eu acho que o maior desafio é o sentimento de responsabilidade com 6 mil famílias.
00:15:05Porque nós temos 6 mil colaboradores.
00:15:08Entre lojas próprias e franquias.
00:15:10Então, todo o processo decisório do negócio, a forma como a gente vai conduzir, colocar
00:15:18a empresa no futuro, diz respeito também às pessoas que trabalham lá com a gente e
00:15:22às famílias dessas pessoas.
00:15:24Então, acho que esse senso de responsabilidade, ele sempre pesou bastante para mim.
00:15:28E eu acho que é uma característica feminina também, né?
00:15:31Como eu destaquei já, eu acho que a gente já teve a oportunidade de falar em outros
00:15:36momentos, porque você era presidente do IBF, o Instituto Brasileiro de Executivos de
00:15:43Finanças de São Paulo, e hoje está na presidência do Conselho.
00:15:47De administração, isso.
00:15:49Eu queria que você falasse para a nossa audiência, qual que é as atribuições de um CFO?
00:15:56Um CFO hoje, principalmente, ele tem que saber fazer mecanismos de defesa para a estrutura
00:16:05de capital dos negócios.
00:16:07Eu acho que hoje é o principal papel.
00:16:10Mas o CFO vem mudando bastante ao longo do tempo, à medida que ele se tornou um parceiro
00:16:17do negócio.
00:16:17Então, o CFO hoje, ele não pode ser monotema, ele não pode ser ligado somente à estrutura
00:16:24de capital do negócio, ele tem que entender que, comercialmente, qual o melhor caminho
00:16:30da companhia ou dos seus produtos, em que medida esses produtos trazem o retorno para
00:16:37o negócio e como isso afeta o caixa da empresa.
00:16:41Então, para isso, você tem que entender muito do comercial.
00:16:43Agora, você que passou por essa função e virou CEO, a função muda muito.
00:16:49Virar a chave muda muito?
00:16:51Muda bastante, porque você passa a ser mais generalista.
00:16:55É claro que o fato de eu ter passado por muitas organizações de perfis diferentes, setores
00:17:02diferentes e ter atuado em outras cadeiras, eu já fui de operações, eu já liderei RH,
00:17:07área jurídica, eu já tinha essa experiência.
00:17:10Mas, quando a gente tem a responsabilidade do todo e precisa realmente focar no que é melhor
00:17:17para o negócio, do ponto de vista estratégico, muda bastante a forma de pensamento.
00:17:24Como é que você vê as mulheres nesses cargos de liderança?
00:17:30Você falou há pouco que você vem de uma geração que nos cargos de liderança não
00:17:35existiam mulheres.
00:17:36Você não tinha essa aspiração, porque não tinha.
00:17:40Como é que está hoje?
00:17:42Eu sou da geração do terninho, né?
00:17:44A gente, quando chegava em posição de liderança, usava terninho.
00:17:48Mudou muito e a gente vem observando uma leva, uma geração de mulheres chegando ao poder
00:17:57que tem uma relação muito diferente do que a gente tinha no começo de carreira.
00:18:02A gente depois também foi se transformando, mas hoje eu vejo uma relação muito mais humanizada
00:18:08e muito mais ressaltando as características femininas que te conduzem àquela posição.
00:18:14Antigamente a gente ficava mais dura, a gente ficava mais masculinizada na posição de liderança, né?
00:18:21E isso mudou?
00:18:22Mudou bastante.
00:18:23Agora, que conselho você daria?
00:18:26Porque eu imagino que você já deve ter escutado de mulheres quando vem abordar, mulheres jovens
00:18:34que queiram entrar no setor financeiro.
00:18:38Qual seria a sua dica?
00:18:40Eu acho que primeiro você tem que ter um background muito forte, técnico.
00:18:45Investir na educação continuada é super importante.
00:18:48relacionamento hoje é o que te faz permanecer nas posições, além do resultado que você entrega.
00:18:55Então a construção das relações, onde você vai conseguir construir as pontes,
00:19:01tirar o melhor das pessoas que precisam de alguma forma contribuir com a sua trajetória,
00:19:08é o segredo do sucesso, na minha opinião.
00:19:10Mas falando, ainda voltando sobre o tema mulher, você nessa sua trajetória, liderança,
00:19:20você em algum momento já foi desacreditada no cargo por ser mulher?
00:19:24Já passei por algumas situações bastante desafiadoras e onde, de certa forma, a gente vai criando
00:19:31mecanismos de defesa.
00:19:33Então no começo isso te deixa um pouco mais chateada, no começo você não sabe reagir,
00:19:37mas eu comecei a aprender a fazer isso com bastante elegância.
00:19:42Então eu respondo a altura e normalmente eu respondo com os resultados que eu entrego
00:19:47e com todo o respeito que eu tenho do mercado.
00:19:51Bom, são esses resultados que a gente viu que eu destaquei no início da nossa conversa,
00:19:57que você saiu de prejuízo para um ano de 2024 no lucro.
00:20:04Sim.
00:20:04Eu gostaria, vamos voltar a falar do setor, porque o Brasil é o quarto maior mercado,
00:20:12se a gente focar ali em beleza, em cuidados pessoais, isso é um mundo.
00:20:17A gente está atrás de Estados Unidos, a gente está atrás da China e do Japão.
00:20:23Se a gente pegar as transformações nos últimos anos desse mercado,
00:20:30o que você acha que mais mudou?
00:20:32Eu acho que mudou no sentido do poder aquisitivo.
00:20:38Houve uma popularização de alguns serviços, de algumas marcas,
00:20:45porque hoje o interesse pela beleza está em qualquer classe social.
00:20:50Então houve sim um aumento da concorrência em alguns aspectos,
00:20:56em algumas áreas do setor da beleza e do bem-estar.
00:21:02E eu acho que houve também, de certa forma, o entendimento do potencial desse negócio,
00:21:08de que qualquer marca pode ter produtos que se adequem a todas as classes sociais,
00:21:14a todos os públicos.
00:21:15Você sabe que eu já recebi, meses atrás, uma presidente de uma empresa de cuidados,
00:21:23é uma farmacêutica focada em beleza, né?
00:21:26E ela acreditou o papel das redes sociais, no interesse das pessoas,
00:21:33ela até falou do advento do Zoom, porque na pandemia todo mundo estava trancafiado em casa,
00:21:38fazia as reuniões pelo Zoom, né?
00:21:42E se via ali o tempo todo a sua imagem ali no seu computador.
00:21:46Você acredita que a rede social foi determinante para esse aumento nos cuidados pessoais?
00:21:53Pode ter sido determinante, mas assim, que foi muito importante, pelo menos isso foi.
00:21:58A gente vê hoje um interesse crescente, principalmente de adolescentes,
00:22:03por produtos de beleza, a gente percebe quando vai nas lojas de maquiagem, por exemplo,
00:22:09um público muito diferente do que a gente era acostumado a ver.
00:22:12Então, acho que sim, houve uma ampla informação que foi mais difundida
00:22:22em todas as classes através das redes sociais.
00:22:25Sim, a pandemia ajudou muito nisso.
00:22:28E eu acho que as marcas também entenderam que precisavam ter produtos
00:22:31para todas as gamas de clientes.
00:22:35Vocês têm uma celebridade, né?
00:22:38Como, não sei como é que você define, se é uma garota propaganda, se é sócia.
00:22:43Qual que é a participação da Xuxa na rede de vocês, na companhia?
00:22:48A Xuxa já está há muitos anos com a gente, ela tem uma participação minoritária,
00:22:53mas ela não faz parte do Conselho de Administração.
00:22:56Então, o Conselho de Administração tem alguns fundadores, mas a Xuxa não é um deles.
00:23:01Ela chegou depois, junto com a entrada do Semenzato.
00:23:06O Semenzato já esteve aqui, inclusive.
00:23:08É, o Semenzato está no nosso Conselho.
00:23:10Está no Conselho de Administração.
00:23:12Está no nosso Conselho de Administração e ela entrou junto com ele.
00:23:16Mas ela não está no Conselho, mas qual que é?
00:23:19Ela ajuda mesmo nos negócios diários ali da rede?
00:23:22Ela faz o papel de acionista, ela conhece os números, sabe do resultado, usa o Espaço Laser,
00:23:29ela faz o Espaço Laser, ela frequenta nossas lojas e ela continua sendo também nossa cliente.
00:23:35Vocês estão em todas as regiões brasileiras?
00:23:38Em todas.
00:23:38Em todas?
00:23:39Norte, Nordeste, Centro-Oeste?
00:23:42Não tem Estado, não tem grande cidade que não tem Espaço Laser.
00:23:45Você costuma, gosta de andar por aí?
00:23:49Eu viajo bastante.
00:23:50Você viaja bastante?
00:23:51Adoro.
00:23:51É?
00:23:52Adoro.
00:23:53Tem muita diferença entre as lojas nas regiões?
00:23:56Se você pegar a região Sul e você pegar a região Norte, tem muita diferença?
00:24:01O nosso padrão de loja é muito parecido em todas as regiões.
00:24:06E a forma de atender, a forma de servir o cliente também.
00:24:09A gente tem uma preocupação de colocar o cliente no centro das nossas decisões
00:24:14e de pensar sempre nele antes da gente definir como a gente vai fazer qualquer mudança no processo da companhia.
00:24:22Esse exército que está com você, você está falando aí de mais de 800 unidades, a gente está falando de planos de mais 40, 50, isso só esse ano.
00:24:34Essa turma toda deve passar por um treinamento, né?
00:24:38Sim, nós somos bastante rígidos com relação a isso.
00:24:41Como é que é o treinamento?
00:24:42Uma especialista do laser, nós temos 2 mil especialistas do laser.
00:24:47Ela é a pessoa tecnicamente responsável e aprovada para fazer o tratamento da depilação a laser.
00:24:57Então, precisa ter uma formação específica, porque é regulada, é uma profissão regulada.
00:25:02É uma função onde a gente, como todas as outras, mas a gente tem uma preocupação muito grande com a formação dessas profissionais.
00:25:13Nós somos o único player no mundo que tem uma universidade do laser.
00:25:18Ela fica aqui em São Paulo.
00:25:20Qualquer profissional especialista do laser que é contratada, ela vem para São Paulo fazer um treinamento de 100 horas, uma capacitação.
00:25:30Vamos voltar aí sobre a sua trajetória financeira, né?
00:25:34E você, sobretudo, uma liderança não da companhia, mas a liderança de um instituto muito relevante.
00:25:43Como agir, Magali, na hora de uma crise financeira?
00:25:50Primeiro de tudo, tem que fazer uma proteção do caixa.
00:25:53Se você tem ali incidência de variação de câmbio que possa eventualmente trazer alguma turbulência nas contas, tem que pensar no formato de RED.
00:26:03Se você tem, por exemplo, receita recorrente ou não, você tem mecanismos ali para proteger a entrada do recurso.
00:26:12Obviamente que a empresa hoje, que não tem uma estrutura de custos e despesas muito bem arrumada,
00:26:20onde você atua valorizando a eficiência do negócio e onde você tem ali a calibragem certa dos custos e das despesas, vai sofrer um pouco mais.
00:26:34Então, esse é um trabalho que tem que ser constante.
00:26:37A gente tem que estar sempre olhando como fazer mais com menos ou como fazer melhor com menos.
00:26:43Essa é uma disciplina que é importante e não é só financeira, ela precisa tocar todos os executivos do negócio.
00:26:50E, obviamente, tem um bom relacionamento com o mercado financeiro, porque normalmente as entidades gostam de prestar para quem não precisa.
00:27:00Tem um bom relacionamento.
00:27:01Quer dizer, na verdade, boa parte das respostas que você deu, você focou na questão do relacionamento, inclusive da sua história de vida, sua história profissional.
00:27:14Quando eu perguntei ali, você veio da Zona Oeste do Rio de Janeiro, estudou em escolas públicas.
00:27:19Segunda coisa determinante na sua resposta foi relação, relacionamento, network.
00:27:28Quer dizer, isso para você realmente é determinante para uma ascensão profissional.
00:27:35Eu acho que é essencial hoje.
00:27:38Porque, na verdade, você pode ser muito bom tecnicamente, mas o que te mantém numa posição não é apenas entregar o resultado,
00:27:48você tem que construir uma rede que vai servir também de rede de apoio, mas você tem que servir ali a uma comunidade onde você vai fazer parte de um grupo
00:28:00que vai se desenvolver sob a sua liderança ou que vai te apoiar numa posição de destaque,
00:28:08mas que tem que acreditar no que está sendo construído, que tem que entender que faz parte de uma engrenagem.
00:28:14Magali, você que tem contato com os grandes CFOs do Brasil, qual que é a maior demanda e talvez a maior queixa hoje deles?
00:28:32Olha, a gente está acostumado com instabilidade de cenário no Brasil.
00:28:36Isso é normal.
00:28:37Eu acho que, com relação a ambiente setorial no Brasil, macroeconômico, a gente já entende mais ou menos como funciona a dinâmica,
00:28:49como são os mecanismos, se a taxa de juros está aqui ou está ali, como é que a gente vai se defender disso.
00:28:56O que tem pegado mais e o que tem sido mais discutido hoje, hoje foi um dia, por exemplo, reflexo disso.
00:29:04Então, a Bolsa tem uma oscilação absurda por causa de decisões que estão sendo tomadas no mercado externo,
00:29:10que muitas vezes podem até beneficiar o Brasil, mas num momento onde você não sabe em que medida isso vai te afetar,
00:29:18aí a gente fica num cenário um pouco mais complexo para administrar os negócios.
00:29:23Magali, o que é mais complexo?
00:29:26Controlar uma empresa, como você controla com centenas de unidades,
00:29:33você lidar com pessoas, você falou muito ao longo deste bloco de relacionamento, ou ser mãe?
00:29:44Cada um tem sua complexidade, tem seus desafios e oportunidades.
00:29:50Eu acho que quando a gente lidera uma empresa, mas você tem, como no nosso caso,
00:29:56uma estrutura de governança corporativa muito robusta, que ajude a definir qual é a estratégia, qual é o caminho,
00:30:04e incentive a gente no sentido de entregar o resultado que se espera, ajuda muito.
00:30:11Quando a gente é mãe, a coisa é mais intuitiva, não tem cartilha.
00:30:16E normalmente você só vai saber se deu certo quando eles estão mais velhos.
00:30:20É verdade.
00:30:21O meu benefício hoje é de ter tido dois filhos em momentos completamente diferentes de vida.
00:30:27Então eu tenho um filho de 30 e uma de 15.
00:30:29Você tem um filho de 30 anos?
00:30:31Tenho, tenho.
00:30:31Eu tive bastante cedo o meu filho, do primeiro casamento.
00:30:36E é incrível, porque a gente tem uma relação muito boa, embora ele não more no Brasil,
00:30:40ele tem estudado e trabalha fora, já é bem distante da criança que eu criei.
00:30:50Mas a gente vê que o exemplo que você dá para os filhos é o que fica de legado.
00:30:56Não é o que você fala, é o que eles veem você fazendo.
00:31:00Magali, quem são as suas referências na vida e no mundo dos negócios,
00:31:07as suas empreendedoras aí que você tem como referência?
00:31:11Eu acho que na vida os meus pais, que vieram de uma situação difícil de vida,
00:31:18que também, como eu, tiveram que batalhar pelo seu espaço e souberam me orientar.
00:31:24Embora eu não conhecessem o ambiente dos negócios,
00:31:28eu não conseguissem dimensionar onde eu podia ter chegado,
00:31:32sem eles eu não teria conseguido isso.
00:31:34Meu marido é uma referência, porque sem ele eu também não teria feito tudo o que eu fiz.
00:31:39Ele está ali me ajudando e ele também é executivo,
00:31:42e ele consegue abrir espaço para fazer um papel
00:31:45que muitas mulheres não têm ali ao seu lado, na construção de uma carreira.
00:31:51Então eu te diria que, do aspecto pessoal, são essas pessoas.
00:31:56Do ponto de vista de carreira, eu trabalhei com muita gente incrível
00:31:59e eu tenho muita gente incrível que me ajuda aí e que me serve de referência.
00:32:05Então, eu acho que na carreira de conselho, o Wilson Ferreira, para mim, foi incrível.
00:32:13O Wilson Ferreira?
00:32:14É, eu fui conselheira de administração de Furnas, ele era presidente do conselho,
00:32:19e hoje a gente continua se falando de vez em quando.
00:32:22Então, uma referência de executivo, de uma reputação super ilibada,
00:32:29que é um ícone mundial, inclusive, na área de energia.
00:32:33Eu já trabalhei na área de energia algumas vezes,
00:32:36então eu entendo bastante do setor.
00:32:39Então é uma das pessoas, assim, de referência profissional,
00:32:42que para mim é um privilégio ter trabalhado junto com ele
00:32:47e ser uma pessoa da minha relação.
00:32:49O que é um bom líder para você, Magali?
00:32:53Acho que um bom líder é aquele que consegue fazer uma leitura
00:32:58muito importante do ambiente, do cenário de negócios,
00:33:03consegue transferir isso para a realidade do seu negócio,
00:33:07consegue preparar a companhia para atuar em qualquer momento da economia,
00:33:12de intempéries, quando a vaca está magra, quando a vaca está gorda,
00:33:16ele consegue ter uma empresa que é resiliente,
00:33:20mas ele consegue, sobretudo, inspirar, servir de referência
00:33:24e trazer as pessoas junto com ele.
00:33:27E o Brasil tem grandes líderes?
00:33:30O Brasil tem líderes muito importantes, inclusive na cena mundial,
00:33:35porque sobreviver no país e conduzir um negócio nesse país
00:33:39não é nada assim.
00:33:40É difícil, Magali?
00:33:41É desafiador.
00:33:44É desafiador.
00:33:45Está aí talvez a grande definição de Magali Leite,
00:33:51a presidente da Espaço Laser.
00:33:54Magali, imenso prazer a sua presença aqui em nosso estúdio.
00:34:00Obrigado por ter compartilhado com a nossa audiência tantos insights bons
00:34:06em relação à carreira, em relação à sua atual posição,
00:34:11mas também à sua posição como líder financeira,
00:34:16de tantos líderes financeiros desse país.
00:34:18Obrigado.
00:34:19Obrigada a você, que você continue tendo sucesso,
00:34:23que vem desempenhando em tudo que você faz, super bem feito.
00:34:26Obrigado, Magali.
00:34:27E o Show Business faz uma breve pausa.
00:34:30A gente volta com outro bloco, com mais uma grande entrevista até já.
00:34:41Ele é formado em tecnologia pela PUC do Rio de Janeiro
00:34:45e tem doutorado em inteligência artificial
00:34:49muito antes de o mundo falar em chat GPT, deep seek,
00:34:54Com passagens no mercado financeiro,
00:34:57Marcelo França fundou em 2016 uma empresa
00:35:01que é considerada uma espécie de lego
00:35:04por trás dos serviços financeiros de bancos digitais e fintechs.
00:35:09Eu estou falando da Cellcoin.
00:35:12E a gente recebe neste bloco do Show Business
00:35:15o Marcelo França, CEO e fundador da Cellcoin.
00:35:20Marcelo, obrigado pela presença aqui em nosso estúdio.
00:35:24Eu vou começar com uma notícia boa para vocês.
00:35:28Porque a Cellcoin pode virar um unicórnio ainda este ano,
00:35:33ultrapassar aquela cobiçada marca de avaliação de 1 bilhão de dólares.
00:35:39Quem fala isso é a plataforma Distrito.
00:35:43O que falta para isso acontecer, Marcelo?
00:35:46Bom, primeiro, obrigado pelo convite, Bruno.
00:35:48Eu acho que falta continuar executando o que a gente vem fazendo desde 2016.
00:35:53Em 2016 a gente criou a Cellcoin com um sonho grande
00:35:55de democratizar o acesso a serviços financeiros.
00:35:59E de lá para cá a gente vem crescendo sem parar.
00:36:02Acho que a gente conseguiu achar uma demanda muito forte,
00:36:04com um momento muito bom do mercado
00:36:06e a expectativa de mais crescimento ao longo dos últimos anos.
00:36:10Tenho certeza que a gente está só no começo de uma grande jornada aqui.
00:36:13Mas é uma jornada que, se a gente reparar,
00:36:16eu recebo aqui CEOs de empresas centenárias, Marcelo.
00:36:22Que eu falo assim, não, essa empresa aqui tem 120 anos, 150 anos, 50 anos.
00:36:27Vocês são jovenzinhos aí.
00:36:30E daqui a pouco vai bater, muito provavelmente,
00:36:341 bilhão de dólares em valor de mercado.
00:36:38O que você acha que foi determinante para atingir essa ascensão que você tem falado?
00:36:44Acho que, primeiro, a gente tinha um sonho grande.
00:36:48A gente queria resolver um grande problema que o Brasil tinha.
00:36:50Em 2016, quando a gente criou a Cellcoin,
00:36:52a gente via 70 milhões de brasileiros indo para as lotéricas todos os meses
00:36:56e todos eles tinham um smartphone no bolso.
00:36:59Então veio a ideia de criar uma infraestrutura de pagamentos
00:37:02para que todos eles pudessem fazer todos aqueles serviços
00:37:07que eles faziam mensalmente nas lotéricas no celular.
00:37:10Acabou que a nossa infraestrutura de pagamentos foi adotada por todas as fintechs,
00:37:15bancos médios e outras empresas nascentes no período.
00:37:18Todo mundo queria se conectar à infraestrutura que a gente criou
00:37:22para realizar esse mesmo sonho.
00:37:24Acho que o nosso sonho era tão grande que ele precisou ser realizado a quatro mãos.
00:37:28E hoje a gente tem mais de 6 mil empresas conectadas à nossa infraestrutura
00:37:32consumindo pelo menos um serviço da Cellcoin ou mais.
00:37:35É importante chamar isso porque estão conectadas à plataforma de vocês
00:37:40mais de 600 bancos digitais, unicórnios, fintechs.
00:37:46Vocês têm realmente grandes clientes na base de vocês.
00:37:52BTG.
00:37:54Vocês têm até o Cruzeiro, o clube de futebol.
00:37:57O time de futebol, né?
00:37:58Também, também.
00:37:59Se a gente pensar em todos esses setores, mas principalmente setor financeiro,
00:38:06qual que é a demanda das empresas se a gente pensar em variados setores
00:38:11até o clube de futebol que eu acabei de falar?
00:38:15Então, eu acho que eu dividiria em dois grandes momentos.
00:38:19O primeiro momento, a gente viu a entrada de muitas fintechs,
00:38:23bancos médios que queriam criar suas contas.
00:38:26Todos eles precisavam oferecer os mesmos serviços que os bancos grandes tinham.
00:38:31Então, eles foram nossos principais clientes durante, vou chamar de primeira fase da Cellcoin.
00:38:36Agora, nessa segunda fase, a gente está atendendo grandes indústrias, varejistas, ERPs.
00:38:43Todos eles têm em comum, acho que quatro grandes eixos.
00:38:47Eles têm fornecedores que querem antecipar seus pagamentos.
00:38:52Eles têm clientes que, muitas vezes, querem comprar de uma forma financiada.
00:38:58Tem lojistas ou distribuidores que precisam de uma conta para receber pagamentos
00:39:01e também querem antecipar.
00:39:03E tem funcionários que, às vezes, também querem, através de um crédito consignado,
00:39:08antecipar seus salários.
00:39:10Então, tudo isso antes era feito pelos grandes bancos.
00:39:14E hoje, as empresas, grandes empresas, estão de olho numa fatia da receita envolvida nessas transações.
00:39:20E o que a Cellcoin faz é permitir que essas empresas ofereçam o que a gente chama de finanças embarcadas
00:39:26dentro do seu ecossistema.
00:39:27É isso que eu ia perguntar, porque eu abri o programa falando de uma espécie de Lego,
00:39:33que vocês, como um Lego, vocês estão por trás de muitas instituições financeiras,
00:39:38que você trouxe essa novidade.
00:39:39Eu já tive a oportunidade de entrevistar o Marcelo em outras oportunidades.
00:39:45Para mim, é uma novidade você falar, até que agora as varejistas estão com vocês também.
00:39:50Mas, assim, resumidamente, qual que é o negócio de vocês?
00:39:54A gente permite que um varejista, por exemplo, forneça uma conta para cada loja
00:40:01ou para cada ponto de venda, que receba todos os pagamentos dentro da sua conta
00:40:05e permite que o próprio varejista antecipe esses valores para o seu lojista.
00:40:11Então, dando um exemplo muito simples, é o que o Mercado Livre fez criando o Mercado Pago.
00:40:17A gente permite que qualquer outro marketplace, rede de varejo, rede de autônomos, por exemplo,
00:40:23possa criar uma mesma infraestrutura financeira que o Mercado Livre criou,
00:40:29dando origem ao Mercado Pago, que hoje, inclusive, vale maior que o Mercado Livre.
00:40:34Então, o que a gente faz é permitir que qualquer indústria, qualquer empresa,
00:40:39possa fazer isso de uma forma muito simples,
00:40:41sem se preocupar com a tecnologia que está por trás disso,
00:40:45com o ambiente regulatório, licenças.
00:40:47A gente entrega tudo isso num modelo as a service.
00:40:50Agora, você, eu lembro de uma outra oportunidade que a gente se falou
00:40:54e você comentou comigo que uma das missões da sua companhia
00:41:01era consolidar o mercado de crédito no Brasil.
00:41:06Como é que anda esse mercado de crédito no país?
00:41:09Porque quando a gente se falou, acho que faz mais de um ano,
00:41:11a taxa de juros era uma coisa,
00:41:13a gente está vivendo uma outra realidade bem diferente.
00:41:17Como é que anda o setor de crédito?
00:41:20Eu acho que o que a gente está vendo no setor de crédito é uma grande desconcentração.
00:41:24Acho que desde que a gente começou a ser alcone em 2016,
00:41:27a gente via praticamente todo o crédito sendo concedido por cinco grandes instituições financeiras.
00:41:33E de lá para cá, a gente viu muitas fintechs entrarem no mercado.
00:41:38E agora, esse movimento de desconcentração através das próprias indústrias, empresas,
00:41:45a gente tem visto a criação de mais de 400 FIDICs, que são fundos de crédito,
00:41:50com esse objetivo.
00:41:52Todo mundo quer participar dessa cadeia do crédito.
00:41:57Acho que no Brasil, grande volume de crédito,
00:42:02mais ou menos 80% ainda é concedido no sistema bancário
00:42:06e 20% no mercado de capitais.
00:42:08Nos Estados Unidos, a gente tem o contrário.
00:42:10Então, a gente tem visto o mercado de capitais crescer cada vez mais a sua fatia
00:42:14dentro desse bolo de crédito.
00:42:17E para isso, eles precisam de uma infraestrutura como a nossa.
00:42:20Deixa eu chamar a atenção um pouco na sua formação.
00:42:26Porque você é formado em tecnologia
00:42:28e você tem esse doutorado em inteligência artificial.
00:42:34Mas detalhe, quando que foi esse doutorado?
00:42:36Em que ano?
00:42:37Foi em 2011.
00:42:38Em 2011, quer dizer, você fez um doutorado muito antes da criação, por exemplo,
00:42:45de um chat GPT, da OpenAI.
00:42:49Como é que é?
00:42:50Em primeiro lugar, por que você, em 2011,
00:42:53entrou nesse doutorado de inteligência artificial, Marcelo?
00:42:57Eu fui convidado para ser ouvinte,
00:42:59e depois de um MBA, fui assistir algumas aulas e fiquei realmente, fui seduzido pela matéria,
00:43:08que era um negócio tão fascinante você ver matemática pura aprendendo,
00:43:14que eu acabei começando como ouvinte, fui ficando, fui ficando.
00:43:18Falaram que tinha que começar a fazer prova-trabalho e acabei indo até o fim, né?
00:43:23E foi muito legal, acho que fazer pesquisa operacional,
00:43:28aprender uma tecnologia, a inteligência artificial daquela época
00:43:32e poder ter acompanhado a evolução desde então é muito gratificante, né?
00:43:37Acho que a principal disrupção que a gente viu recentemente é
00:43:41o que a gente chama da inteligência artificial generativa, né?
00:43:45O DNA, que você consegue...
00:43:46É o falado, né?
00:43:48Aquela que imita o humano num atendimento, né?
00:43:51Como se fosse o chat GPT mesmo.
00:43:53E é o chat GPT, né?
00:43:54Você faz uma pergunta e ela responde questões básicas a questões mais complexas.
00:44:00É, exatamente.
00:44:01É, acho que antigamente, talvez o modelo mais clássico de uso
00:44:06era você prever uma inadimplência, prever o preço de um ativo,
00:44:10você tinha a variável...
00:44:12Já era eficiente?
00:44:13Já era muito eficiente, mas era muito...
00:44:16Você tinha o que a gente chama da saída, o objetivo pré-determinado.
00:44:21Você quer prever uma determinada variável.
00:44:24Agora você tem a inteligência artificial criando o conteúdo, né?
00:44:28Eu acho que essa talvez seja, além, é claro, de várias novas formas de aprendizado,
00:44:35capacidade de processamento muito maior do que naquela época.
00:44:38Então, isso permitiu essa criação, principalmente, da inteligência artificial generativa, né?
00:44:45Eu acho que essa é a grande diferença daquela época.
00:44:47E tudo que eu aprendi ficou obsoleto.
00:44:49Ficou obsoleto?
00:44:50Porque, não, porque as novidades...
00:44:52Nos últimos tempos, as novidades vêm praticamente todo dia, né?
00:44:56Você vê um Alibaba falando, aí você vê a Microsoft colocando,
00:45:01aí vem Elon Musk dizendo que criou pela XAI a inteligência assustadoramente mais inteligente
00:45:09do que a DeepSeq, a OpenAI.
00:45:11Tem novidade todo dia, né?
00:45:13É verdade.
00:45:14Acho que tem novidade todo dia.
00:45:15A gente costuma falar que a velocidade das inovações é meio exponencial, né?
00:45:22Acho que a cada tempo...
00:45:23Um intervalo cada vez menor vão surgindo novidades, né?
00:45:28E a inteligência artificial, que era um negócio específico de previsão de determinados modelos,
00:45:34agora ela está presente no dia a dia das empresas, né?
00:45:37Otimizando várias funções, desde a programação, suporte aos clientes, vendas e, enfim...
00:45:45Acho que a gente tem usado bastante na Cellcoin para poder trazer um ganho de eficiência
00:45:50e tentar levar isso para os clientes.
00:45:52Você toma decisões baseado na inteligência artificial?
00:45:57A gente toma baseado nos dados e a inteligência artificial ajuda a gerar insights, né?
00:46:02Então, a gente tem usado bastante também na tomada de decisões.
00:46:05A gente está diante de um sujeito que fundou uma empresa, ou seja, você tem alma aí de empreendedor,
00:46:15mas que durante muitos anos você esteve na iniciativa, né?
00:46:19Você era empregado, funcionário de variadas instituições financeiras.
00:46:25O que fez você sair de um lado do balcão e virar dono de uma empresa,
00:46:32você, na época, fundadora de uma startup que hoje está quase aí virando um unicórnio, Marcelo?
00:46:40Então, eu sempre busquei, desde a época de faculdade, me aproximar de projetos inovadores,
00:46:48onde eu podia aprender muito.
00:46:52Enfim, foi muito gratificante ter participado da construção da primeira corretora online,
00:46:58que foi a InvestShop.com, do Lehman Bank, que foi também o primeiro banco brasileiro
00:47:03voltado para correspondentes bancários.
00:47:07Então, eu acho que eu era um funcionário com espírito empreendedor já.
00:47:12E a decisão de fundar a Cellcoin veio com esse acúmulo, talvez, da experiência e o momento de mercado.
00:47:19A gente se viu preparado ali para criar um negócio que poderia resolver um problema muito grande no Brasil.
00:47:26E a gente queria, eu, né, queria participar de uma forma mais ativa da transformação do segmento financeiro.
00:47:34Marcelo, nos últimos três anos, vocês realizaram cinco aquisições.
00:47:39A última foi uma startup de Porto Alegre, focada em gestão de cobranças e carteiras.
00:47:48Onde vocês querem chegar?
00:47:49A gente quer consolidar a nossa posição de principal infraestrutura de serviços financeiros da América Latina.
00:47:57A gente, muitas vezes, se compara a uma AWS, que fornece serviços de computação na nuvem para todo mundo.
00:48:04A gente quer ser essa grande referência e qualquer empresa, banco, fintech,
00:48:09que precise de pagamentos, serviços de banking e crédito,
00:48:13possa se conectar facilmente na nossa infraestrutura.
00:48:16E, para isso, a gente precisa de todas as peças desse ecossistema.
00:48:20E essa foi a principal razão de a gente ter feito esses cinco M&As.
00:48:26A gente comprou o líder de infraestrutura de Open Banking no Brasil, por exemplo.
00:48:31Essa última aquisição, focada também em cobrança, atendendo um time incrível, produto incrível.
00:48:38Dez pessoas em Porto Alegre atendendo quase cem clientes.
00:48:41Os principais varejistas, processadores de cartão.
00:48:46Então, a gente tem esse mindset de achar grandes talentos, grandes produtos e adicionar ao nosso ecossistema.
00:48:53E vem mais por aí?
00:48:54Vem mais, com certeza.
00:48:55E esse ano?
00:48:56Acredito que sim.
00:48:58Você falou, você fez uma comparação com a AWS.
00:49:01A AWS, inclusive, a gente já recebeu aqui no Show Business o Kleber Moraes, presidente, CEO da AWS no Brasil, da Amazon Web Services.
00:49:11Qual que é a diferença entre a AWS e vocês?
00:49:15A AWS fornece serviços de infraestrutura de computação.
00:49:19Se você quiser, quer fazer um site, você quer criar uma empresa, você consegue fazer isso tudo na AWS, ao invés de comprar um computador, um servidor, como era antigamente.
00:49:32Então, você tem uma série de serviços prontos lá e qualquer empresa pode se conectar para funcionar.
00:49:40No nosso caso, a gente faz a mesma coisa, mas com foco em serviços financeiros.
00:49:46Qualquer empresa que queira fazer ou receber pagamentos, queira fornecer, por exemplo, uma estrutura de contas para os seus clientes ou lojistas,
00:49:56qualquer empresa que queira dar crédito, a gente consegue fornecer dentro da nossa nuvem.
00:50:02Por isso que a gente se compara muito a uma AWS financeira.
00:50:06Um dos braços de negócios de vocês tem a ver diretamente com o Open Finance.
00:50:15Em primeiro lugar, o Open Finance, em que momento ele está no Brasil?
00:50:20Porque a gente tem falado já há algum tempo do Open Finance, né?
00:50:23Tem gente que inclusive fala de... faz quase uma comparação com o PIX.
00:50:28Não sei se é uma comparação justa, porque o PIX é um sucesso nacional e internacional, né?
00:50:34Não pode mexer no PIX realmente porque todo mundo usa e faz transações via PIX.
00:50:41Em que momento está o Open Finance?
00:50:44Então, eu acho que o PIX e o Open Finance foram as duas grandes inovações do Banco Central com o objetivo de estimular a competição, né?
00:50:52Então, acho que o PIX dispensa apresentações, né?
00:50:56Todos nós temos e usamos muito.
00:50:59E o Open Finance, ele...
00:51:01Primeiro, vale falar da mudança do conceito.
00:51:03O que é o conceito do Open Finance?
00:51:05Ele diz que o dado, o seu dado que está lá no banco, ele é seu e não do banco.
00:51:10Então, você tem o direito de compartilhar esse dado com qualquer outra empresa, qualquer outra instituição financeira, né?
00:51:17E para que você faria isso?
00:51:18Para ter um produto financeiro melhor, para ter um crédito com uma taxa menor.
00:51:24Muitas instituições também estão criando novas ferramentas dentro dos seus aplicativos.
00:51:30Hoje, dentro do site de um banco, você consegue ver o seu saldo em outros bancos.
00:51:34Então, se você der o consentimento, obviamente.
00:51:37Então, você permite que outras instituições, empresas, criem novas experiências para você que não haviam antes, né?
00:51:45Então, você... Eu acho que o Open Finance está numa fase anterior ao PIX.
00:51:50Ele não é tão simples quanto o PIX, mas a gente tem visto um crescimento muito grande,
00:51:56tanto na parte de dados, como na parte de pagamentos também, através do Open Finance.
00:52:00A gente tem visto empresas, inclusive, colocando o...
00:52:06Vou chamar assim, do Open Finance dentro de uma Google Wallet para permitir pagamentos
00:52:10diretamente através da carteira sem o uso de um cartão, por exemplo.
00:52:16Você citou, e foi feliz em citar, o Banco Central.
00:52:22Qual que é o papel do Banco Central para toda a inovação que tem ocorrido no sistema financeiro brasileiro?
00:52:30Acho que o Banco Central tem sido fundamental ao longo dos últimos anos ou décadas, né?
00:52:36Eu acho que quando o Banco Central se propôs a criar o que eles chamam de agenda BC+,
00:52:43ele tinha como principal objetivo estimular a competição para que os spreads fossem reduzidos,
00:52:51para que os consumidores finais tivessem acesso a serviços financeiros melhores e com condições, preços melhores, né?
00:53:00E a gente vê isso ocorrendo, né?
00:53:02Eu acho que há 10 anos atrás era comum você pagar 50 reais para ter uma conta.
00:53:07Hoje isso é completamente impensável, né?
00:53:11E isso tudo graças à agenda que o Banco Central vem tocando.
00:53:15Acho que em 2013 teve a criação da regulação de instituição de pagamento,
00:53:20permitiu que grandes fintechs nascessem.
00:53:23Teve a criação do Pix, do Open Banking, outras formas de licença.
00:53:27No mundo do crédito a gente também vai ver muita evolução pela frente,
00:53:31tem toda a regulação da duplicata escritural.
00:53:35Enfim, tem muita coisa vindo ainda boa pela frente que vai ajudar ainda mais a essa desconcentração.
00:53:41E no final do dia, o grande beneficiado é o consumidor final,
00:53:45que tem serviços financeiros melhores, mais opções, com preços muito melhores.
00:53:51Você acha que o Brasil é um país inovador?
00:53:54No segmento financeiro, com certeza.
00:53:57Eu acho que o Brasil tem uma liderança, um protagonismo.
00:54:02A gente vê, a gente recebe muitas consultas de empresas de outros países,
00:54:06querendo entender com mais detalhes como...
00:54:09Vocês, as operações estão no Brasil, vocês estão em outros países também?
00:54:15Hoje a gente está no Brasil e já tem alguns clientes no Chile também,
00:54:19fornecendo justamente soluções de Open Finance.
00:54:24E a gente tem observado como os outros países da América Latina,
00:54:27principalmente, vão se posicionar em relação a Pix, Open Finance e outras tecnologias financeiras.
00:54:33Porque está todo mundo olhando para cá agora.
00:54:37Eu acho que o Brasil, graças ao Banco Central, virou uma grande inspiração para outros países que querem fazer o mesmo.
00:54:44Você falou muito em sonho grande, né?
00:54:47Desde a primeira frase lá, você falou em sonho grande.
00:54:51Você repetiu ao longo desse bloco sonho grande.
00:54:55Quer dizer, você é um grande sonhador.
00:54:57Sempre foi assim, Marcelo?
00:54:58Sempre foi, sempre foi.
00:55:00Acho que é aquele ditado, sonhar pequeno, sonhar grande, dá o mesmo trabalho.
00:55:05Então, vamos sonhar grande e tentar fazer realmente grandes projetos e grandes transformações.
00:55:10A gente acredita que a melhor forma de transformar o país é criando startups, projetos que impactem toda a população.
00:55:20Mas como é que está esse...
00:55:21Você falou de startup, você fundou uma startup extremamente bem sucedida.
00:55:27Como é que está esse cenário, esse ambiente de startups?
00:55:31Acho que ele tem ciclos.
00:55:33A gente viveu, acho que até dois anos atrás, talvez um ciclo de muita abundância de capital.
00:55:41Foi em 2021 ali, né?
00:55:43Eu acho que sim, exatamente.
00:55:44Até 2021.
00:55:46E agora o capital está um pouco mais seletivo, o que é natural.
00:55:50Enfim, são ciclos de mais capital, menos capital.
00:55:53Mas acho que para bons projetos sempre tem capital.
00:55:57E a gente tem visto grandes projetos nascerem.
00:56:02Naturalmente, quando o capital está mais restritivo, às vezes a qualidade das startups nascentes também é maior.
00:56:08E, enfim, eu acho que vai vir muita coisa boa ainda pela frente.
00:56:13Agora, você trouxe uma novidade aqui no Show Business, que é a entrada de vocês no varejo.
00:56:21Como é que anda o varejo brasileiro?
00:56:24Vocês que têm como clientes grandes varejistas.
00:56:28Eu acho que o varejo sempre foi um desafio, né?
00:56:31Por causa das margens apertadas.
00:56:33Muitas vezes o varejista vai bem durante alguns ciclos e aí sofre impactos com grandes oscilações econômicas.
00:56:45Mas eu acho que o varejo está num momento sempre desafiador.
00:56:50Mas a gente acredita muito nessa agenda de embarcar mais serviços financeiros dentro do varejo.
00:56:57Eu acho que o varejo antigamente tinha um modelo de cada loja com uma maquininha e esse dinheiro ia para o banco.
00:57:06Agora a gente tem visto varejistas, tanto online como físicos, participando muito mais desse fluxo financeiro
00:57:16entre o cliente e o lojista, entre ele mesmo os fornecedores.
00:57:23Ele tem condições de se apropriar de uma receita bem maior do seu ecossistema.
00:57:29Seja antecipando notas com fornecedores, seja financiando clientes.
00:57:33Antigamente, para o varejista criar um mecanismo de private label, tinha que abrir uma financeira, emitir plástico.
00:57:41Era um negócio super complexo.
00:57:43Agora você tem uma infraestrutura do que a gente chama de buy now, pay later, as a service também,
00:57:49que facilita muito o varejista participar e dar esse crédito para o seu cliente.
00:57:54Então a gente acredita que pode ajudar muito o varejo.
00:57:59E aí, franquias, varejistas, marketplaces, a gente pode ajudar muito o varejo com essa infraestrutura que a gente tem.
00:58:06A gente falou em sonho grande na pergunta há pouco.
00:58:13E eu vou fazer uma pergunta que eu sempre faço para todos os convidados aqui do Show Business sobre referências.
00:58:21Quais são as suas referências no mundo dos negócios, até mesmo na vida, Marcelo?
00:58:27Olha, eu acompanho muito esse mundo de tecnologia.
00:58:32Eu acho que lá fora eu tenho o Bill Gates, que é um exemplo de solidez, constância.
00:58:40E agora o próprio Nadella, que sucedeu, tem feito um trabalho incrível.
00:58:46Eu acho que talvez no mundo mais antigo tem o Walt Disney, que sofreu muitos fracassos antes de ter algum sucesso.
00:58:53Olha, o Walt Disney é bom, viu?
00:58:55Muitos, Bill Gates, por exemplo, já saiu várias vezes aqui no Show Business.
00:58:59Agora, o Walt Disney nunca saiu.
00:59:01Muito legal.
00:59:02Por que o Walt Disney?
00:59:03Eu acho que apanhou tanto antes de fazer sucesso que a gente acaba se inspirando um pouco também.
00:59:12E acho que até hoje a cultura da execução, da perfeição, ficou.
00:59:18Acho que quando a gente vai nos parques, a gente vê bem isso, uma execução quase perfeita.
00:59:24Então, é uma inspiração para a gente também.
00:59:27Muito bem.
00:59:27Nós conversamos neste bloco com Marcelo França, CEO e fundador da Cellcoin.
00:59:35Obrigado pela presença mais uma vez aqui em nosso estúdio.
00:59:37Obrigado pelo convite, Bruno.
00:59:39E o Show Business vai ficando por aqui.
00:59:41E antes de encerrar, eu tenho um convite para você.
00:59:43Se você quiser ter conteúdos exclusivos aqui da Jovem Pan, faça a sua assinatura.
00:59:49Entre lá em www.jovempan.com.br e assine.
00:59:53Muito obrigado pela sua audiência, pela sua confiança.
00:59:56A gente volta na semana que vem.
00:59:58Até lá.
00:59:59Tchau.
00:59:59A opinião dos nossos comentaristas não reflete necessariamente a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
01:00:24Realização Jovem Pan News
01:00:26A gente volta na semana que vem.

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