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Caso o Projeto de Lei da Anistia seja aprovado, o texto seguirá para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e depois será votado na Câmara dos Deputados. Em seguida, ainda precisará passar pelo Senado, pela sanção do presidente Lula (PT) e poderá ser analisado pelo STF. O projeto trata do perdão a envolvidos nos atos de 8 de Janeiro e é alvo de intensas articulações políticas.

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Transcrição
00:00Bom, eu quero trazer também aqui, antes de ouvir você, Alan Gani, um pouquinho de como vai ser essa sequência do que a gente está discutindo, que é o PL da Anistia.
00:05Vamos trazer a ilustração aqui no nosso telão, para as pessoas acompanharem e vocês entenderem.
00:10Pois bem, a gente viu a fala do Sostris Cavalcante, todo o movimento que ele fez para juntar a quantidade de assinaturas necessária para que essa urgência acontecesse.
00:18Então, agora, o presidente da Câmara, Hugo Mota, ele precisa decidir se pauta ou não a votação do pedido de urgência.
00:25Porque o que aconteceu, pessoal, é a reunião de assinaturas para que a urgência fosse protocolada.
00:32Agora, essa urgência precisa ser pautada pelo presidente da Câmara e aprovada lá.
00:38Pois bem, há então a votação da urgência.
00:40Para ser aprovado, o requerimento precisa ser acatado por, no mínimo, 257 deputados.
00:47Assim como, para reunir as assinaturas, houve a necessidade desse número, o mesmo se repete aqui nessa votação.
00:53Aí há o debate da Câmara. O presidente Hugo Mota vai indicar, então, um relator que apresentará um novo texto a partir das negociações da Casa.
01:02A partir do que os líderes decidirem, do que os partidos brigarem, da maneira como os governistas vão se manifestar também.
01:10Porque esse tema, ele está fazendo todo mundo ali tremer na base com a possibilidade de avançar, principalmente para o lado do governo.
01:16Porque essa era uma pauta da qual o governo não queria abrir mão de jeito nenhum, no sentido de tirar as condenações ou de anistiar as pessoas que participaram dos atos do 8 de janeiro.
01:27Mas, pelo movimento que está acontecendo, o diálogo também terá de acontecer.
01:32Aí há o debate no Senado. Se aprovado na Câmara, o projeto segue, então, para a Casa Alta e lá precisa ter pelo menos 41 votos.
01:40Foi aprovado no Senado também? Aí vai para a sanção do presidente da República, que tem um prazo de 15 dias para vetar ou não.
01:49Pode vetar trechos, pode vetar a lei por completo.
01:52Se isso acontecer, aí, nesse caso, ela voltaria para o Congresso Nacional.
01:56E, depois de tudo isso, ainda pode ser questionada no Supremo Tribunal Federal.
02:03Então, pode votar lá para o Supremo Tribunal Federal e o Supremo Tribunal Federal decretar ou determinar a inconstitucionalidade ou não daquilo que foi debatido e aprovado ali no Congresso Nacional.
02:14Então, há muitos passos pela frente.
02:17Por isso que há tanta discussão e muito diálogo, principalmente envolvendo os presidentes da Câmara e do Senado, para que toda essa votação ocorra.
02:25E, a partir desses passos, Alangani, como você avalia que será o posicionamento da oposição e, principalmente, dos governistas, para tentar incluir algo que possa também atender as próprias vontades?
02:40Olha, a oposição vai com tudo aí.
02:42Se não pautarem, eu acredito que farão um movimento de obstrução.
02:47É uma pauta, Evandro, que ganhou corpo na sociedade civil, principalmente após as manifestações aqui em São Paulo.
02:55Há colunistas, veículos de imprensa, que são claramente contra Jair Bolsonaro, mas apoiam uma redução de penas, uma dosimetria dessas penas para as pessoas que estavam envolvidas ali no dia 8 de janeiro.
03:13Na verdade, esse projeto de anistia, ele significa muito mais do que anistiar aquelas pessoas.
03:22Significa corrigir erros que o próprio Supremo Tribunal Federal cometeu, arbitrariedades, excessos, após todo aquele evento do dia 8 de janeiro,
03:34como prisão preventiva exageradas, muito longas, falta de individualização das condutas, prendeu a rodo para depois fazer ali as investigações,
03:47questionamentos se essas pessoas deveriam ou não ser julgadas pelo Supremo Tribunal Federal.
03:52Então, a sociedade civil, pessoas muito importantes, têm questionado isso, por isso que o projeto da anistia ganhou corpo.
03:59Agora, evidentemente, que para o governo, Evandro, seria uma derrota, uma derrota em termos políticos.
04:07Inclusive, me parece que o presidente da Câmara dos Deputados estava mais do lado do governo.
04:12Prova disso é que nessa semana esvaziou as reuniões, esvaziou os trabalhos, tentou convencer a oposição, não deu certo.
04:20Ganhou corpo e isso tende a avançar.
04:23Agora, a saída que estão tentando buscar é justamente pelo Supremo Tribunal Federal, ou seja, o Supremo reduzir as penas para não ter que ter esse ônus no Congresso Nacional.
04:34Muito legal, Gani, porque é nesse ponto que eu queria falar aqui, inclusive, com o Felipe Monteiro.
04:38O PP, de alguma forma ou de qualquer forma, o debate vai acabar caindo no Supremo Tribunal Federal.
04:43Porque se for aprovado ali na Câmara e no Senado e tiver a sanção do presidente da República, mesmo que com alguns vetos,
04:49mas aí depois, como tudo aconteceu no Supremo Tribunal Federal, de alguma forma, esse debate acontecerá lá.
04:55Caso não haja aprovação do projeto, de alguma forma, essa movimentação e essa pressão que está acontecendo agora por parte da oposição
05:01e ainda com manifestações se estendendo pelas ruas, chamadas por Jair Bolsonaro e seus apoiadores,
05:07elas também fazem com que o Supremo Tribunal Federal e os ministros avaliem a possibilidade de mexer com a dosimetria de penas
05:14e levar a redução dessas penas de algumas pessoas, principalmente aquelas mais altas, de 14 a 17 anos.
05:21Como é que você vê o papel do STF nessa história toda, PP?
05:25Esse é o ponto principal. No Brasil, tudo termina num gagado institucional,
05:29que é o Supremo Tribunal Federal, que é o guardião da Constituição, segundo a nossa Constituição Federal.
05:34Então, eu entendo o seguinte, o Supremo Tribunal Federal só pode adentrar no mérito da anistia
05:39se tiver alguma inconstitucionalidade patente.
05:44E eu não enxergo nenhuma inconstitucionalidade quando o órgão responsável por aprovar e processar o projeto de anistia
05:53é o próprio Congresso Nacional.
05:55Então, na minha opinião, não existe a possibilidade do Supremo Tribunal adentrar nessa esfera.
06:01Agora, claro, existem algumas questões dúbias, porque a anistia, segundo a Constituição Federal
06:07e segundo a melhor doutrina de direito penal, se dá quando há trânsito de julgado de sentença criminal, sentença penal.
06:14E o projeto de anistia na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, que está sendo discutido,
06:20fala exatamente de pessoas que serão abarcadas pela anistia
06:26sem, ao menos, ter nenhum processo aberto contra o si.
06:30Se vê que há um marco temporal de 30 de outubro de 2022 até o momento que a lei foi aprovada.
06:36Então, dá margem para o STF adentrar nessa esfera.
06:39Mas eu entendo que a Câmara e o Senado Federal são soberanos para decidir sobre a questão da anistia.
06:48Então, se o Supremo Tribunal Federal adentrar nesse mérito, na minha opinião,
06:51vai reforçar a narrativa que ele é órgão político e não jurídico.
06:55Como você analisa a segrede?
06:56Bom, eu gostaria, se isso acontecer, e eu espero que não, porque é uma atribuição do Congresso,
07:03esse tipo de questões, a legislativa é uma atribuição do Congresso.
07:06Por isso chama poder legislativo.
07:09Ele legisla.
07:09Eu vi, agora há pouco, subi nas minhas redes, porque me chamou a atenção de uma forma coerente
07:15o ministro Gilmar Mendes indicando com todas as letras a quem quisesse ouvir
07:19que todo o processo de anistia é uma prerrogativa legislativa, porque é política.
07:26Não tem a ver nada com o jurídico.
07:27Então, tomara que se isso chegue, o ministro Gilmar Mendes lembre dessa sua fala muito coerente,
07:35muito interessante, para que não tenhamos uma interpretação diferente do mesmo ministro.
07:42José Maria Trindade, e qual vai ser também a relevância da primeira parte,
07:45que é a discussão envolvendo o Hugo Mota com o Colégio de Líderes,
07:49para entender de que maneira que esse projeto seguiria ou não?
07:53Como é que funciona essa negociação?
07:55Ele disse que não quer assumir sozinho essa responsabilidade.
08:00E acho ali que ele já piscou naqueles duelos dos faroestes,
08:05porque a pressão vai ser muito grande, ele sabe disso,
08:08já foi alertado pelos assessores sobre essa guerra que se travará.
08:12Isso aconteceu também contra o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira,
08:17e não é uma batalha fácil.
08:19Enfim, ele quer dividir essa responsabilidade com os líderes.
08:22E aí ele está tentando o meio de campo.
08:24Como é que seria?
08:26Um projeto para fazer uma anistia parcial, ou seja, redução de penas,
08:29que o PL não quer.
08:31O PL diz que não é redução de penas, mas anistia, né?
08:35Então, assim, é o primeiro impasse.
08:36Vencido isso, se houver um acordo,
08:38eu entendo que esse acordo passaria pelo Supremo,
08:41por mais absurdo que pareça.
08:43Porque eu não entendo ministros do Supremo negociando como se fosse um parlamentar, né?
08:49A lei, a Constituição, não se negocia, se interpreta, né?
08:54A hermenêutica é o ponto central da justiça, ou seja, analisar e avaliar de como a lei deve ser aplicada.
09:03Mas, de qualquer maneira, a democracia, sim, ela é uma roda, ela gira.
09:08Vai ao Supremo, depois volta ao Congresso Nacional.
09:10Ninguém dá a palavra final, não existe poder moderador no Brasil,
09:14como se fosse um reinado absolutista, né?
09:17Então, ela gira e pode voltar ao Congresso Nacional.
09:20Eu estou vendo uma tentativa muito forte de se fazer um entendimento.
09:26Quando há esse sinal, é uma luz verde dizendo
09:31o projeto tem que ser discutido, de alguma forma,
09:35porque a força muito grande está empurrando essa lei.
09:38Eu lembro aqui da lei ficha limpa, foi empurrada, é goela abaixo.
09:43Os deputados, por quê? A população queria.
09:45Então, essa anistia é uma reivindicação.
09:49Então, ela deve sair alguma coisa, eu não tenho a menor dúvida disso.
09:53Agora eu quero falar um pouco sobre o papel e o posicionamento do governo federal nessa história toda,
09:57e por isso eu vou chamar de novo a Aline Becht, que vai trazer as informações ao vivo.
10:01Porque depois do feriado, o presidente Lula também tem uma reunião com o presidente da Câmara, Hugo Mota,
10:06e esse tema vai ser um dos principais, né, Aline?
10:11Exatamente, Sine.
10:13Essa reunião deve acontecer nos próximos dias após esse feriado,
10:17e eles vão discutir, o presidente deve discutir juntamente com os líderes da Câmara,
10:22os líderes partidários, e também com o presidente Hugo Mota,
10:25sobre a tramitação desse projeto de lei da anistia.
10:27Eu destaco a vocês que o presidente é contrário à anistia ampla, né,
10:34ou seja, que favoreça figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro,
10:37e também generais envolvidos, segundo a Polícia Federal e também segundo a Procuradoria-Geral da República,
10:43na suposta tentativa de golpe de Estado.
10:46Mas conversando com interlocutores do Palácio do Planalto,
10:49eles reconhecem que o governo pode não conseguir travar esse projeto de lei por inteiro.
10:55Mas agora a busca, então, é para a limitação dos efeitos desse texto do projeto de lei da anistia.
11:03No Congresso Nacional, como nós dissemos agora há pouco,
11:07durante toda essa nossa discussão aqui, o ambiente é de forte mobilização.
11:11O projeto da anistia é impulsionado principalmente pelos deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro,
11:17e ganhou força nessas últimas semanas, após as manifestações também populares de apoio a esse projeto de lei.
11:24E aí o presidente da Câmara, o Gumoto, agora deve decidir se vai pautar principalmente o pedido de urgência,
11:31o requerimento de urgência desse projeto, para que ele possa ser analisado e votado ali no plenário da Casa.
11:37Mas o fato é de que agora o governo federal teme que essa anistia ampla beneficie essas figuras chaves,
11:44como ex-presidente e generais.
11:46Então, portanto, agora o governo trabalha nos bastidores para que, pelo menos,
11:51esse projeto fique restrito ali e alcance as medidas aos condenados por crimes de menor gravidade.
11:58Então, a gente não sabe se vai ter um acordo em relação a essas penas,
12:02a essa diminuição de penas no STF.
12:05A gente relembra aqui também o caso de uma fala da ministra das Relações Institucionais,
12:10Glaze Hoffman, ela acabou falando sobre essa possibilidade de discussão,
12:14de acordo em relação às penas, mas os ministros do STF acabaram não gostando muito dessa sinalização da ministra.
12:22Depois ela voltou atrás, teve de falar que é uma decisão ali em relação às penas,
12:27a penalidade estritamente ao Supremo Tribunal Federal.
12:30Então, agora, a gente segue aqui nessa expectativa da reunião do presidente Lula
12:35entre os líderes partidários e também o presidente da Câmara
12:38para saber se vai ter algum acordo em cima disso
12:41ou se esse projeto vai ser levado diretamente ali ao plenário da Casa
12:46e, enfim, vai ser concedida essa anistia ampla.
12:50Mas o fato é de que agora o governo trabalha para justamente que fique restrito
12:53aos condenados por penas menores
12:56e que não atinja figuras específicas como o ex-presidente Jair Bolsonaro
13:00e também generais do Exército.
13:03Eu volto com você.
13:04Obrigado pelas informações, Aline.
13:05Um ótimo trabalho para você em Brasília.
13:07Sabe, Pepe, que eu fico pensando no quão desagradável é toda essa história para o governo federal?
13:12Por quê?
13:13Ele está sendo coadjuvante em todas as situações.
13:15Sim.
13:16Ele não está conseguindo controlar a pauta de votação,
13:18ele não está conseguindo colocar como principais os projetos que são de ordem dele
13:24ou projetos econômicos, enfim, sociais e etc.
13:28E mais do que isso, vê agora a oposição ganhando tração e força
13:31num projeto que ele gostaria de banir da vida dele.
13:35Como é que você avalia a atuação
13:38e o que será essa reunião do presidente Lula com o Hugo Mota
13:41a partir dessas situações que eu acabei de mencionar?
13:46Sim, o governo não consegue articular a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.
13:51Porque, mais uma vez, ele está virando refém de um tema que não é dele, né?
13:55É, claramente, claramente, a relação institucional entre o Poder Executivo e o Legislativo está falha, né?
14:00Foi assim com o Padilha, continua sendo assim com a Grace Hoffman, que ocupou o lugar do Padilha.
14:06Então, você vê que, infelizmente, para o governo, ele não está conseguindo pautar as questões de votação no Congresso Nacional.
14:14E a questão da anistia é um problema para o governo, porque é uma questão que divide a população, não é?
14:20Eu sempre defendi aqui, na minha opinião, a pauta anistia é uma pauta que poderia ser bem-vinda na sociedade,
14:26porque as famílias estão cansadas de brigar, os amigos estão cansados de brigar entre si.
14:31Então, eu vejo a anistia como um possível instrumento para pacificar a população e a sociedade.
14:37No entanto, a partir do momento que o governo se coloca completamente contrário à anistia, não é?
14:42Não quer nem discutir a anistia, não quer nem debater a anistia, ele ajuda, na verdade, a fomentar a polarização.
14:47E ele está vendo que, para o governo, não dá para você parar esse projeto de ser discutido e de ser votado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
14:58Aí ele começa a ter atitudes, na minha opinião, completamente contraditórias.
15:02Como, por exemplo, não, eu vou discutir a anistia só para o 8 de janeiro, não é?
15:06Ou seja, o que ele quer com isso?
15:08Quer falar que a questão é política e quer deixar só o Bolsonaro e a cúpula do governo Bolsonaro de fora, da anistia,
15:15mostrando claramente que tem uma postura muito mais casuística do que democrática.
15:21Então, querendo ou não, essa atitude do governo federal acaba mostrando a contradição do governo, não é?
15:28E aí começa a discutir com o Poder Judiciário, com o STF, quais formas poderiam atenuar a pena das pessoas que foram coordenadas no 8 de janeiro
15:37de modo a frear o projeto da anistia.
15:41Então, você vê que realmente o governo está batendo a cabeça e, do jeito que está, vai receber a maior derrota da história.
15:47Mas eu acho, sinceramente, que o Lula é muito pragmático
15:50e eu tendo a achar que é bem possível que ele avoque para si esse projeto da anistia de alguma forma.
15:58José Maria Trindade, como é que você analisa o posicionamento do governo nesse momento, hein?
16:01A visão é essa mesmo, de que o grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro já é vitorioso, né?
16:08Havia ali uma desconfiança de que os próprios liberais poderiam dizer
16:15olha, o ex-presidente nos empurrou para a cadeia porque ele não liderou o golpe, não houve nenhum golpe,
16:22mas também não foi lá avisar, olha, gente, não vai ter nada, o Lula vai tomar posse e vocês vão para casa.
16:29Ninguém fez isso. E aí deixaram lá na porta dos quartéis essas pessoas, famílias, várias famílias,
16:36pessoas que não sabiam exatamente o que estava acontecendo lá em cima no debate de cúpula, né?
16:41Eles permaneceram lá e foram presos. Então, tinha essa versão.
16:45Não é a versão real, mas existia essa versão.
16:48E aí houve uma reunião, me lembro muito bem, do senador Flávio Bolsonaro,
16:54que me disse, que me falou sobre exatamente esse projeto.
16:58E aí o grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro, forte, os filhos, o ex-presidente, o PL ali,
17:04abraçaram esta medida que é uma medida justa, que é uma medida real.
17:09E aí ela pegou força. E aí o ex-presidente Jair Bolsonaro e os filhos ganharam, vamos dizer,
17:17o comando desta possibilidade de anistia. E isto é irreversível.
17:23Existem vários pontos ali de defesa do governo. Isso aí o grupo do ex-presidente já tomou.
17:28Se houver anistia, é vitória do grupo do ex-presidente, que teve a ideia e que defendeu bravamente no Congresso.
17:35Se houver uma reprovação no Congresso, o grupo do ex-presidente tentou e tentou bravamente e lutou pela anistia.
17:42Fala, Gani.
17:44Olha só, isso é um sintoma, Evandro, de um governo fraco.
17:47É um governo sem projeto de país, que tem dificuldade de articular com o Congresso Nacional.
17:53E aí é claro que o Congresso se torna bastante empoderado.
17:59Um sintoma disso também são as emendas parlamentares.
18:02Aliás, não é a primeira vez que o governo recorre ao Supremo Tribunal Federal para tentar mediar a situação para ser uma espécie de poder moderador.
18:14Porque nessa situação está vendo que está perdendo e está perdendo de goleada.
18:19E aí apela ao Supremo Tribunal Federal para tentar reverter.
18:23Vamos lembrar que no caso das emendas, foi exatamente assim.
18:26Da falta de transparência das emendas, o governo não conseguiu articular com o Congresso Nacional uma saída para ali.
18:35Bateu na porta do Supremo Tribunal Federal, acionando o ministro Flávio Dino.
18:39Aí o Flávio Dino, o ministro supremo, acabou sendo uma espécie de articulador ali na questão das emendas.
18:48Diga-se de passagem, agiu até corretamente, dando mais transparência às emendas parlamentares.
18:53Mas evidencia, Evandro, a falta de poder do Executivo, de enfrentamento com o Congresso Nacional.
19:02E aqui o enfrentamento, no melhor sentido da palavra, novamente buscam ali uma solução via Supremo Tribunal Federal.
19:10Porque eles entendem que se a anistia avançar, será uma vitória de Jair Bolsonaro e uma derrota do PT.
19:18Ô Segreira, você entende que a vitória já estaria acontecendo? O simples fato de reunir assinaturas, inclusive de partidos, que hoje caminham com o governo em ministérios, já significa que a oposição logrou o êxito?
19:29Eu não sei. O êxito vai estar somente na ratificação da lei.
19:37De qualquer maneira, perante a militância da direita, perante aqueles que defendem que isso não foi um golpe, que tem exageradas as sentências,
19:47claro, também é uma conquista.
19:49Porque dizendo, ó, eu não deixei para que essas pessoas estivessem ou se sentissem abandonadas.
19:54Não consegui pelo que for. E aí dá um monte de exemplos se isso vier a acontecer.
20:02Mas me chama a atenção que o Supremo Tribunal Federal é o guardião da Constituição.
20:08Não deveria ter nenhuma ingerência num outro poder.
20:11E quando você tinha 264 assinaturas, duas foram retiradas.
20:16Dos 92 diputados do PL, dois não assinaram, coincidentemente, pessoas muito próximas a ministros do STF.
20:25A secretária, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, indicando que era para ser discutido.
20:32E de repente mudou o discurso porque teve alguma conversa com pessoas do STF.
20:39Pô, por que o STF está ligando para alguém, deputados, ministros indicando, não gosto disso, isso não deveria ser pautado?
20:48Não é uma função do STF.
20:50E quando você aí agrega o presidente atual indicando, derrotamos o bolsonarismo.
20:56Peraí, já está começando a ter um cheiro estranho isso.
20:59É mais político que jurídico.
21:01E aí vai o presidente da Câmara dos Deputados, o Gomote, indicando que não, que tem que ser discutido isso.
21:07Vai num jantar em que participam membros do Supremo Tribunal Federal e volta com um discurso totalmente diferente.
21:14Então, tudo isso chama atenção e me parece que esse tipo de atitude está dando mais força a um projeto
21:20que provavelmente não deveria ter tanta força, mas que parece uma luta desigual.
21:26Uma parte do Legislativo com a contrariedade do Executivo e a contrariedade do Supremo Tribunal Federal.
21:33E aí isso já configura uma fortaleza no tratamento do projeto.
21:38Eu estava conversando com vocês aqui sobre os partidos que assinaram esse requerimento de urgência.
21:42Muitos deles ou integram o governo e alguns sequer caminham diretamente com a oposição.
21:47Por isso, jamais apoiariam uma proposta como essa.
21:50É o que aconteceu com o Cidadania, que ameaçou por nir os parlamentares filiados ao seu partido,
21:55que apoiam o projeto de anistia.
21:57Ao todo, três deputados do partido assinaram o pedido de urgência na tramitação do texto ali na Câmara.
22:03E o Cidadania falou que qualquer tipo de atitude ou movimento relacionado ao PL da anistia
22:09poderia trazer punições severas e não deixou claro se haveria expulsão do partido.
22:14Mas o que o Cidadania coloca?
22:15Que qualquer debate em torno do PL da anistia vai contra tudo aquilo que acredita o partido.
22:27Contra tudo aquilo que sempre pregou o partido.
22:29Ou seja, se a pessoa está apoiando isso, ela não deveria estar lá.
22:33E agora a gente vai precisar entender se esses parlamentares, eles poderiam,
22:37ou esses integrantes do partido, poderiam ser retirados, expulsos do partido por conta dessa decisão.
22:42Como é que você avalia essa manifestação do Cidadania, Zé?
22:45Cidadania sempre foi um partido democrático.
22:49Foi o primeiro partido ali da esquerda, né?
22:51Vem do partidão, que fez uma revisão, uma revisão óbvia, né?
22:55E deveria entender que é um debate popular, é um debate total.
23:00O que o partido pode fazer?
23:02Um parlamentar, quando ele desobedece uma decisão partidária,
23:07ele pode ser expulso, mas eu acredito que o Cidadania não faça isso.
23:11Mas pode tornar o deputado como uma espécie de zumbi na Câmara.
23:14Ele fica sem relatoria, sem participar de comissão e fica preso no partido.
23:19Não pode nem trocar de partido.
23:21Porque se ele trocar, ele perde o mandato.
23:23Isso já aconteceu em outras ocasiões, como por exemplo a votação da reforma da Previdência
23:29e outras medidas mais no impeachment da ex-presidente Dilma,
23:35em que houve decisões partidárias nesse sentido.
23:38Para você ter uma ideia de como este é um tema forte.
23:41Os partidos vão ter que se reunir e decidir.
23:44Peraí, o que nós queremos em termos partidários?
23:46Isso demonstra uma força da tese.
23:48O código que o senhor colocou aqui, com toda a certeza, é ruim para o partido político,
23:56ainda mais do Cidadania, que se colocou contra a lei da linchia,
24:00ver deputados votando favoráveis ao requerimento de urgência.
24:05A gente viu até a reforma da Previdência, a Tabata Amaral, por exemplo,
24:08que é uma política que todo mundo conhece.
24:10Ela votou contra o PDT, que colocou contra a reforma da Previdência.
24:14Ela colocou a favor da reforma da Previdência.
24:16E aí teve uma briga muito grande com o partido político.
24:19Conseguiu sair do partido político.
24:20Ela conseguiu sair do partido político sem perder o mandato,
24:23porque ela demonstrou que durante a executiva do partido que discutiu a reforma da Previdência,
24:29não se discutiu a questão da forma como foi colocada.
24:32Então ela se colocou como vítima e conseguiu manter o seu cargo de deputada federal.
24:42Em outra legenda.
24:43Mas, sim, tudo tem que ter o devido processo legal, tem que abrir sindicância no partido,
24:48tem que abrir processo no partido.
24:50E isso é demorado, de um dia para o outro.
24:53E como disse o Zé, Maria Trindade, o partido tem instrumento também para deixar o deputado
24:59que foi infiel ao partido sem verba, sem comissão, sem relatoria.
25:05E isso é um problema para o deputado também.
25:07Arremate, secretário.
25:08É, mas se fosse um partido, sei lá, um PT, que tem um monte de representatividade na Câmara,
25:15aí tudo bem, mas Cidadania é um partido que deveria trabalhar para tentar crescer
25:20e não tentar tirar aqueles que hoje estão representados no partido.
25:23Me parece.
25:2420 segundos para o Segani.
25:25Cidadania que é holofote, não quer problema com o Supremo Tribunal Federal
25:30e talvez um carguinho no governo.
25:32Opa!
25:32Boa!
25:33O PP discorda.
25:36Não, não quis carguinho no governo, Cidadania, né?
25:38Cidadania é da base do governo, mas não quis carguinho no governo.
25:41Mais espaços.
25:42Ah, mais espaços.
25:43Isso aí é a conversa, né?
25:44E às vezes, segredo, sendo bem direto aqui,
25:46para o rol de pessoas que votam no Cidadania,
25:50é mais interessante ser contra o projeto de lei da Anistia do que ser a favor.
25:53Sim.

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