Após o sucesso de 'Ainda Estou Aqui', o cinema brasileiro destaca 'Vitória' como uma promessa para 2025. O cineasta Felipe Haurelhulk, em entrevista ao Real Time, destacou os principais pontos do longa e o potencial de bilheteria no Brasil.
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NotíciasTranscrição
00:00Agora a gente fala de cinema, né?
00:09E cinema de filha pra mãe.
00:11Depois do sucesso e do Oscar do filme Ainda Estou Aqui,
00:13a grande aposta do cinema brasileiro parece ser o filme Vitória,
00:17protagonizado por ninguém menos do que Fernanda Montenegro.
00:21Esse filme está alcançando, gente, resultados muito bons de bilheteria.
00:24E muito desse resultado, né?
00:26Tanto desse filme agora da Vitória quanto do Ainda Estou Aqui,
00:30eles vieram por conta de um grande trabalho de divulgação.
00:33A estratégia está se repetindo.
00:35A gente vai falar sobre isso aqui no Real Time com o cineasta e crítico de cinema Felipe Aureluque.
00:40Felipe, boa tarde pra você. Seja muito bem-vindo.
00:43Boa tarde, Marcelo. Boa tarde aos espectadores aí da CNBC.
00:47Uma alegria estar aqui novamente.
00:49Bom, parece que o Vitória está causando um burburinho também, né?
00:53Você acha que ele vai seguir a mesma trilha do Ainda Estou Aqui?
00:55Olha, pelo menos essa é a pretensão da produtora e dos distribuidores do filme, né?
01:01A Sony Pictures International, que é a responsável pela distribuição
01:05tanto aqui no Brasil quanto internacionalmente,
01:07já sinalizou que ela vai tentar emplacar o filme
01:10para os principais eventos de cinema ao longo do ano.
01:14E isso, é claro, começa a alimentar a esperança da gente,
01:17quem sabe, sonhar com pelo menos uma pré-lista do Oscar 2026.
01:22A gente sabe que está um pouco distante, Marcelo, ainda não dá para cravar nada,
01:26tem muita coisa ainda para acontecer, mas depois do sucesso nacional do filme,
01:31essa estratégia já está sendo desenhada para a gente ocupar esses espaços internacionais
01:35e quem sabe em março do ano que vem estar lá no Oscar mais uma vez.
01:39E o filme está indo realmente bem aqui, né?
01:41Com certeza.
01:42O Vitória, ele foi a maior estreia nacional do ano até agora, né?
01:47É um filme que não está, assim, tanto tempo em cartaz.
01:49Ainda estou aqui, ficou mais de 20 semanas em cartaz, teve um público absurdo,
01:54mas Vitória vem seguindo esses mesmos passos, né?
01:57Num pace talvez não tão vigoroso, até porque toda a vitrine que ainda estou aqui teve
02:02ajudou muito o filme, mas Vitória vem aí com números bastante expressivos,
02:07mais de 600 mil espectadores até o momento e ainda está em cartaz, Marcelo.
02:11Então, quem quiser procurar aí na programação de cinemas das suas respectivas cidades,
02:17pode ser assistido nos cinemas ao longo desse feriado.
02:20Se for trilhar o mesmo caminho que ainda estou aqui trilhou,
02:23o próximo passo são os festivais, principalmente na Europa, né?
02:27Exatamente, Marcelo.
02:28A gente tem um calendário que já é bastante consolidado em relação a esses grandes eventos de cinema.
02:33O primeiro grande evento é o Festival de Cannes,
02:36que vai acontecer em maio agora lá na França.
02:39Depois a gente tem o Festival de Veneza, que é na Itália.
02:42Aliás, acabamos de falar aqui no programa a respeito da Itália.
02:46E depois, mais para o finalzinho do segundo semestre,
02:49a gente tem uma série de eventos na América do Norte também,
02:51Tribeca, Nova York, Toronto.
02:54E se o filme for bem, for performando bem nesses eventos,
02:57ele só vai se gabaritando ainda mais para a temporada de prêmios e para o Oscar.
03:03Você tem percebido, Felipe, no Brasil, um fenômeno assim do cinema puramente comercial,
03:07no sentido de que tem gente investindo no cinema para colher dividendos nas bilheterias?
03:12Porque eu entrevistei algumas pessoas ligadas ao cinema recentemente
03:15que me falaram sobre isso, de produtoras que estão acreditando mesmo no cinema como algo lucrativo,
03:20não só um setor assim incentivado da economia.
03:24Não, com certeza.
03:25Eu acho que o Divisor de Águas para isso foi, inclusive, eu ainda estou aqui, Marcelo,
03:29porque foi um filme totalmente produzido com recursos próprios,
03:33ele não teve recursos incentivados, leis de incentivo, nada disso,
03:36e teve um retorno absurdo.
03:38São quase 6 milhões de espectadores só no Brasil em relação a esse filme.
03:43E aí é claro que isso atrasa as atenções dos investidores
03:46para o potencial que o cinema nacional tem.
03:50Principalmente quando você traz histórias locais,
03:52quando você traz talentos locais, não precisa falar muito.
03:56Fernanda Montenegro falando sobre uma realidade ali do Rio de Janeiro
03:59é sempre um combustível muito potente para a gente atrair esse público nacional para os cinemas.
04:06Não falta criatividade, Marcelo, não faltam histórias, não faltam talentos.
04:11O que talvez estava faltando é essa percepção aí de parte do mercado
04:16de que realmente o cinema nacional é um bom negócio e isso está começando a acontecer muito bom para a gente.
04:21Ver o cinema como indústria mesmo, né?
04:23Sem dúvida.
04:24E que é uma indústria poderosíssima.
04:25Se a gente olhar para Hollywood, por exemplo, olha a influência que essa indústria tem,
04:30não só nos Estados Unidos como no mundo todo.
04:32E por que não replicar isso, claro, dentro das nossas potencialidades e possibilidades aqui para o Brasil, né?
04:39Agora, quando você olha para o cinema brasileiro no momento, o que mais você destaca?
04:43Tem algum projeto que te chama a atenção?
04:46Olha, um projeto que eu estou muito curioso para assistir, eu ainda não tive a oportunidade,
04:50é O Agente Secreto, que é um filme do Kleber Mendonça Filho, que vai estrear no Festival de Cannes.
04:56Ele, inclusive, entrou na mostra competitiva, Marcelo.
04:59É um filme que promete bastante também, ao lado de vitória, ele pode eventualmente também trilhar esse caminho
05:05dos festivais e chegar no Oscar do ano que vem.
05:08E é um filme aí com duas horas e quarenta de duração, de um cineasta que já é reconhecido
05:12por outros trabalhos que já passaram nesses grandes eventos, Bacurau, Aquários, O Som Ao Redor.
05:17Então, eu estou bem curioso para ver como é que vai ser a receptividade lá dos críticos,
05:23enfim, do público francês, para a continuidade desse projeto e, certamente, ele vai estrear
05:28aqui no Brasil ainda esse ano, provavelmente no segundo semestre.
05:31Agora, eu já fiquei curioso também.
05:33O cinema brasileiro, ele também lançou muitos nomes ou, assim, avançou o sucesso de muitos
05:39nomes, assim, da atuação.
05:41A gente via que, antes, o caminho mais óbvio era a televisão.
05:44E a gente vê, por exemplo, assim, no cinema, Celton Mello, Wagner Moura, enfim, uma série
05:49de outros atores aí, atrizes, né, que estão conseguindo catapultar os nomes pelo cinema.
05:55Quem mais que você citaria, por exemplo?
05:57Olha, Wagner Moura foi um nome que você citou aí que, inclusive, está no filme O Agente
06:01Secreto, né, e ele já tem uma carreira consolidada internacional, fez Narcos, né, série de uma
06:06grande plataforma de streaming.
06:08Eu vejo esse movimento como natural a partir do momento que você não, que você tira da
06:13TV aberta, né, que era a grande produtora de conteúdos audiovisuais e traz para essas
06:18plataformas e traz também para o cinema.
06:21Olha, um nome, só para não ser injusto aqui, eu vou citar o Chai Suede, por exemplo,
06:25que é um nome que nasceu na televisão, mas que vem se consolidando cada vez mais nesse
06:30circuito independente aí de cinema e é um talento imenso, mas eu não quero ser injusto
06:37aqui com nenhum outro nome, vou ficar só nele.
06:39Tá certo.
06:40A gente tem um projeto de lei do streaming, né, para regulamentar plataformas no Brasil,
06:44que está em discussão na Câmara dos Deputados.
06:46Entre outras coisas, esse projeto propõe uma alíquota de 6% de todo o faturamento das
06:51empresas ao Condecine.
06:54Qual seria o impacto disso para o setor cinematográfico brasileiro?
06:57Olha, seria fundamental que isso fosse aprovado, tá, Marcelo?
07:01Porque é uma regulamentação que já existe praticamente no mundo inteiro, na Europa as
07:06alíquotas são inclusive mais, maiores até do que, bem maiores até do que 6%.
07:11Só para dar um exemplo bem básico, né, a França, que é reconhecidamente um polo
07:15importantíssimo de produção e difusão do cinema internacional, ela tem uma alíquota
07:21que passa os 20%, tem uma série de mecanismos que protegem a indústria nacional.
07:26Isso é uma coisa comum, tá, pelo mundo inteiro, então, grandes economias implementam essa
07:32taxa.
07:32Então, seria fundamental que isso fosse aprovado.
07:36Inclusive, está em discussão, Marcelo, a gente revê esse percentual, né, de 6%, tem
07:40propostas maiores, menores, enfim, vamos ver qual é o número que a gente vai atingir,
07:46mas algo que gire aí em torno de 10%, 12% seria o ideal, sabe?
07:50Agora, eu imagino que o lobby dos streamers contra isso seja grande, né, porque, assim,
07:54a gente está falando de uma perda de receita substancial aí, né?
07:58Sim, existe um lobby contrário, mas eu tenho conhecimento por ter contato aí com alguns
08:04representantes de streamers que eles estão abertos ao diálogo, inclusive já formaram
08:09um grupo de trabalho para se reunir com o governo e com representantes da classe para
08:13discutir, então, qual que seria esse meio termo ideal.
08:16Vamos lembrar que a lei da TV paga, né, que entrou em vigor aí no início do século
08:2221 aqui no Brasil, também teve um pouco essa queda de braço, mas se chegou a um consenso,
08:27se chegaram a números interessantes e o equilíbrio foi muito bacana nessa primeira
08:33parte aí do século até o momento.
08:35Então, eu acredito que a gente vai chegar em algum entendimento, sim.
08:37Tá certo, Felipe Aureluc, crítico de cinema e cineasta, muito obrigado pela sua participação
08:41aqui no Real Time.
08:43Boa tarde para você e boa Páscoa.
08:44Obrigado, Marcelo.
08:46Boa tarde, boa Páscoa para você e para todos que estão nos acompanhando.
08:49Valeu.