O diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, foi intimado nesta terça (15) para depor na Polícia Federal sobre o inquérito que apura um esquema de espionagem ilegal. A intimação coloca em polos opostos pessoas de confiança do presidente Lula. Nelson Kobayashi avalia.
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NotíciasTranscrição
00:00A Polícia Federal intimou o diretor-geral da ABIN, Luiz Fernando Corrêa, para depor no inquérito que apura um esquema de espionagem ilegal.
00:10Assunto também Brasília, repórter Janaína Camelo chegando. Qual o objetivo, Janaína, desse depoimento? Bom trabalho, bem-vinda.
00:20Muito boa noite pra você, Tiago. Boa noite a todos.
00:23O objetivo é tentar esclarecer aí essa espionagem ilegal que teria acontecido pelo governo brasileiro, pela ABIN especificamente, contra órgãos do Paraguai, autoridades do Paraguai.
00:37Isso teria acontecido em meio àquelas negociações tratativas que o Brasil e o Paraguai estavam fazendo com relação ao fornecimento de energia elétrica pela hidrelétrica de Itaipu.
00:47Então, esse caso, ele veio à toa no final do mês passado, criou uma crise diplomática imensa ali entre Brasil e Paraguai.
00:55Inclusive, o Paraguai suspeiteu imediatamente ali as negociações.
00:59Então, Tiago, o ex-diretor também da ABIN, além do atual diretor-geral Luiz Fernando Corrêa da ABIN, o ex-diretor que recentemente foi exonerado, que é o Alessandro Moretti, ele também foi intimado a depor, tá?
01:12Então, só lembrando que ele foi exonerado depois de algumas suspeitas aí de que a ABIN, nessa atual gestão do governo Lula, teria também atrapalhado as investigações com relação à ABIN paralela, né?
01:23A ABIN paralela ali que investiga também, onde a PF investiga, que assessores de Jair Bolsonaro na gestão de Bolsonaro teria ali também espionado ilegalmente autoridades, pessoas que eram desafetas, que são desafetas a Jair Bolsonaro.
01:36Então, os dois depoimentos foram marcados pra próxima quinta-feira, depois de amanhã, aqui na sede da Polícia Federal, aqui em Brasília, e os dois depoimentos vão fazer parte do inquérito da ABIN paralela, viu?
01:50Lembrando que esse inquérito do Tabarado já tá parado já faz um tempo, né? Porque ele deveria ter sido concluído no final do ano passado, deu uma travada aí nesse inquérito, só lembrando que também é mais uma investigação aí em cima do ex-presidente Jair Bolsonaro.
02:05Tchau, tchau.
02:35Pode ser para uma investigação criminal, como geralmente acontece, pode ser para remeter alguma informação para o Ministério Público para averiguar algum caso de improbidade administrativa que sai da esfera criminal, mas fato é que a polícia faz um apanhado de provas.
02:51A maioria delas nesse momento de depoimentos, mas também, em outro momento, de documentos, eventualmente de perícias, e a partir do que se acessa com essas investigações é que a autoridade policial vai decidir lá na frente.
03:04Se há um indiciamento criminal e a remessa disso com um relatório final para o Ministério Público que pode, no final, oferecer uma denúncia e isso se transformar numa ação penal, ou se há algum aspecto cível de improbidade na esfera da administração pública que possa também afetar essas pessoas que estão sendo averiguadas.