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  • 15/04/2025
Com o câmbio flutuante em vigor, o peso argentino caiu, mas a bolsa e os títulos do país subiram. Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, analisou a medida de Javier Milei e seus efeitos no comércio, inflação e confiança internacional.

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Transcrição
00:00E o câmbio flutuante entrou em vigor na Argentina e o peso perdeu o valor.
00:05No entanto, os títulos internacionais do país e as ações das empresas tiveram ganhos.
00:11O peso argentino se desvalorizou em comparação com o dólar nesta segunda-feira,
00:16em um dia marcado pelo anúncio da liberação parcial dos controles cambiários,
00:20que vigoravam no país desde 2019.
00:23A medida, autorizada pelo presidente Javier Milley, coincidiu com a visita do secretário do Tesouro dos Estados Unidos,
00:31Scott Bassett, a Buenos Aires.
00:34Nesta segunda-feira, a cotação foi de 1.210 pesos por dólar,
00:39frente aos 1.097 pesos por dólar da semana passada, segundo cotação da estatal Banco Nacion.
00:47Com maior liberação para a compra de dólar, o governo do presidente Javier Milley
00:52conseguiu um apoio contundente do Fundo Monetário Internacional,
00:56que concordou em conceder um empréstimo de 20 bilhões de dólares,
01:01equivalente a cerca de 117 bilhões de reais na cotação atual.
01:06O primeiro aporte do FMI, de 12 milhões de dólares, está previsto para terça-feira.
01:12A partir desta segunda-feira, as pessoas físicas, que antes só podiam comprar até 200 dólares,
01:21o equivalente a 1.168 reais por mês, agora podem adquirir uma quantidade ilimitada de dólares
01:28por meio de operações bancárias, em um máximo de 100 dólares, ou 584 reais, em dinheiro vivo.
01:37Já as pessoas jurídicas precisam esperar até 2026 para enviar dividendos para o exterior.
01:45A eliminação do chamado CEPO, o Programa de Restrição de Acesso ao Dólar,
01:50ocorre após semanas de uma crise cambiária,
01:53que levou o Banco Central a vender mais de 2 bilhões de dólares,
01:57ou 11 bilhões e 600 milhões de reais, para sustentar a moeda argentina.
02:02O esquema anterior, de restrição, fez o câmbio quintuplicar e impulsionou o mercado paralelo.
02:09O novo mecanismo implica uma flutuação da moeda, segundo a oferta e a demanda,
02:15com um piso de mil pesos por dólar americano a um teto de 1.400 pesos.
02:21O Banco Central vai poder intervir para manter a cotação entre as duas bandas.
02:27O governo usou a fixação da cotação do dólar como âncora das expectativas de inflação.
02:35As novas medidas geram dúvidas sobre os seus efeitos nos preços.
02:39O controle da inflação é o principal capital político do presidente ultraliberal,
02:46que este ano vai passar pelo seu primeiro teste eleitoral nas legislativas de outubro.
02:52Seu rigoroso plano de austeridade, com ajustes drásticos nas aposentadorias, na educação e na saúde,
03:00levou a uma queda da inflação de 211% em 2023,
03:05quando o peso foi desvalorizado em 52% para 118% no ano passado.
03:12No entanto, a desaceleração do aumento do custo de vida foi interrompida em fevereiro,
03:18quando registrou 2,4%, subindo para 3,7% em março passado.
03:27Bom, e agora a gente vai fazer uma análise da primeira reação do mercado financeiro
03:31a essa adoção do câmbio flutuante na Argentina com o Marcos Labarte,
03:36ele que é sócio fundador da AGT Capital.
03:39Marcos, bom dia.
03:41A gente agradece mais uma vez a sua participação comigo e com a Mari aqui no Agora.
03:45Bom, Marcos, qual é a sua leitura sobre esse novo regime
03:48e quais são as condições macroeconômicas também para que esse regime funcione?
03:53Bom, bom dia a todos.
03:57Eu vejo como algo extremamente positivo.
04:00A gente viu que desde o início do mandato Milley,
04:03ele tentou diminuir todos os problemas que aconteceram na Argentina econômicos
04:10nos últimos décadas até.
04:13O que está sendo realizado agora é dito pelo Caputo,
04:17que é o ministro da Fazenda como a terceira fase do plano econômico da Argentina.
04:24A primeira foi austeridade fiscal, controle dos números e dos números de débitos da Argentina.
04:35O segundo, consequentemente, foi uma diminuição da inflação na Argentina,
04:40chegou a bater mais de 300% no ano e diminuiu na faixa de 50%.
04:45E agora, a terceira fase, com, obviamente, a ajuda do Fundo Monetário Internacional,
04:54é para a Argentina a possibilidade de diminuir as restrições
04:58que tinham sido impostas nessa parte cambial,
05:02que isso vai fazer com que o comércio na Argentina melhore,
05:06vai diminuir também, consequentemente, o risco da Argentina,
05:10e até também, não somente com o FMI, mas também com outros países que a Argentina é devedora,
05:18como a China, uma possível renegociação das dívidas.
05:21Então, eu vejo como algo extremamente positivo e uma consequência de medidas positivas
05:27que Milley vem realizando nesse quase dois anos de mandato.
05:31O problema da Argentina com o câmbio é um problema de longuíssima data,
05:38desde os anos 90, a gente acertou o nosso câmbio aqui,
05:43também numa relação com o dólar, mas eles não conseguiram se desfazer disso.
05:46Então, vem, desde os anos 90, várias tentativas,
05:49com o detalhe de que na Argentina circula o dólar,
05:52e esse é um calcanhar de Aquiles, a circulação interna de duas moedas,
05:56e já foram feitos vários mecanismos aí para tentar resgatar essa segurança,
06:00essa confiança na moeda nacional.
06:03O que você acha que tem de fundamentalmente diferente do ponto de vista cambial dessa vez?
06:07Quer dizer, por que essa aposta pode dar mais certo em relação a apostas anteriores?
06:14Eu não vejo que essa aposta vai ser a única, tá?
06:17Mas em qualquer economia que ocorre restrições como teve na Argentina,
06:23bom, o argentino não poderia comprar dólar,
06:27o que fez com que quem foi na Argentina sabe muito bem disso,
06:30criasse a moeda blue, que tinha uma diferença extremamente grande
06:36entre a moeda, a circulação do dólar na Argentina.
06:42Então, todo tipo de restrição foi extremamente negativo
06:46para a economia e para o comércio argentino.
06:49Lembrando que a Argentina é um grande exportador de carne,
06:51teve todo um problema de exportação de carne,
06:54de restrição na exportação de carne.
06:57Então, isso está sendo algo positivo,
07:00é um início de medidas que a Miley vem realizando,
07:05que no meu modo de entender está extremamente correto,
07:09e que vem gradualmente fazendo com que a Argentina volte ao comércio internacional.
07:16Então, não vai ser somente para o cidadão argentino.
07:19O cidadão argentino que vem fazendo a sua poupança debaixo do colchão,
07:24guardando dólares, ele vai começar a ter uma circulação maior,
07:28mas eu vejo que o mais positivo vai ser para o comércio argentino.
07:33Lembrando que quase toda exportação e importação é sempre realizado em pagamentos parcelados,
07:39e na Argentina, nos últimos anos, tudo tinha que ser à vista.
07:42Então, era extremamente negativo para o comércio internacional da Argentina.
07:47Então, eu vejo que, inicialmente, essas medidas que o governo Miley vem realizando,
07:54de alguma certa maneira, vem diminuindo o risco da Argentina,
07:58o que reflete hoje, com a Bolsa da Argentina subindo mais de 5%,
08:03e é normal, nos primeiros dias,
08:06de ter, claro, uma procura maior pela moeda,
08:09e assim, uma desvalorização do peso argentino.
08:12Ô, Marcos, assim que retiradas as restrições, como você mesmo comentou,
08:15o dólar ali no país disparou.
08:18Você acha que foi só um momento ali de euforia inicial e que depois isso vai se estabilizar ou não?
08:24De fato, ainda existe um tempo aí para que essa euforia continue e vá melhorando toda essa situação aí da Argentina.
08:33Perfeito.
08:34Eu acho que, ao longo do tempo, isso vai estar se ajustando.
08:39Se a gente lembrar, quando teve a pandemia no mundo,
08:42a gente ia no supermercado e a gente era restrito a comprar produtos.
08:45Quando diminuiu a restrição, a gente quis comprar uma quantidade maior,
08:48acreditando que poderia voltar.
08:50Acredito que é o mesmo pensamento do argentino,
08:55que viu por muito tempo ser restrito a compra
09:00e ter que acabar mandando os recursos para o Uruguai ou para outros países,
09:05faz com que o argentino procure, nesses primeiros dias,
09:10uma maior quantidade de moeda,
09:12não sabendo o dia de amanhã,
09:14lembrando do passado tenebroso que foi da economia argentina.
09:18E isso, ao longo do tempo,
09:21claro, com a credibilidade que o governo Milley deve apresentar,
09:27isso vai começar a ser ajustado.
09:29Esses 20 bilhões que o FMI vai estar emprestando para a Argentina,
09:35sendo que dos 20, 15 bilhões já vai ser esse ano
09:40e o restante nos próximos anos,
09:42ele vem como um colchão muito importante de credibilidade para a Argentina,
09:47dizendo que caso tenha essa flutuação entre peso e dólar,
09:54que vai ficar entre mil pesos a mil e quatrocentos,
09:57tendo um ajuste mensal de 1%,
10:00caso isso venha a acontecer,
10:02ele tem base monetária,
10:05ele tem dólares para estar injetando na economia,
10:08para estar fazendo esse ajuste.
10:10Então, assim, tudo que está sendo realizado na Argentina,
10:15que foi extremamente impopular,
10:17a gente viu todas as passeatas que teve em Buenos Aires,
10:24claro que em algum momento vai acabar repercutindo positivamente.
10:28Eu acho que isso é um início de uma caminhada longa,
10:33sabendo que a Argentina vem passando por problemas econômicos grandes,
10:40não é de hoje,
10:41talvez somente o primeiro mandato de Milley não vai resolver.
10:45Agora, como eu estava dizendo antes também,
10:47esse efeito das duas moedas é uma coisa que eu como economista
10:50acho super interessante,
10:51embora muito prejudicial para a economia argentina.
10:54O Milley, nesse primeiro corte que você comentou,
10:56que foi bem popular,
10:58ele na verdade gerou uma grande recessão,
10:59com muito desemprego,
11:00uma perda grande, um aumento da pobreza,
11:02uma perda grande de renda de uma massa da população,
11:05massa essa que agora tem pouco acesso ao dólar, inclusive,
11:08que acaba ficando mais restrita ao peso.
11:10E essa desigualdade da moeda,
11:12conforme o dólar vai aumentando,
11:13tende a, inclusive, aumentar e aprofundar
11:15essas questões de desigualdade e de pobreza.
11:18Como que você vê a possibilidade disso ser resolvido
11:21e como a economia argentina pode crescer,
11:23apesar dessa depressão e fortalecimento da desigualdade?
11:27Realmente, quando a gente não tem o poder da sua própria moeda,
11:34você acaba ficando à mercê da moeda que você está utilizando,
11:40que no caso é a norte-americana.
11:41Então, concordo com você,
11:43realmente isso é negativo para qualquer economia,
11:48a não ser a proprietária da sua própria moeda,
11:51mas a Argentina escolheu assim há alguns anos.
11:55Milley acredita que isso possa ter uma repercussão
11:59num futuro próximo.
12:01Eu volto a salientar,
12:03a gente vem vendo a Argentina
12:05enfrentando problemas econômicos há décadas,
12:09nada foi solucionado,
12:12o último governo de Cristina
12:14foi extremamente negativo
12:17para a economia restringindo a exportação de carne,
12:21por exemplo,
12:22pela hiperinflação que a Argentina
12:23vinha acontecendo e que ainda acontece.
12:28E a gente sabe que qualquer medida econômica
12:32não é somente uma única só,
12:36e sim várias que, ao longo do tempo,
12:38Milley vai ter que estar realizando.
12:40Então, eu vejo que é um início,
12:44é um início de caminhada
12:46que a Argentina ainda vai sofrer muito,
12:4960% do argentino vive na linha de pobreza,
12:53então isso é extremamente negativo
12:55para um país que,
12:56no início do século passado,
12:58era a Europa dos trópicos,
13:01mas que a gente sabe que,
13:03ao longo das últimas décadas,
13:05sofreu demais com problemas econômicos
13:09e com, principalmente,
13:12um aumento do déficit da Argentina
13:15que Milley está tentando enfrentar
13:17aí nesses últimos quase dois anos.
13:19Marcos, aproveitando que você já está dando
13:21essa entrevista para a gente,
13:22a gente vai abusar mais um pouquinho,
13:24ainda falando em relação a reações
13:26do mercado financeiro,
13:27mas agora sobre guerra comercial.
13:30A gente viu sinais positivos,
13:31tanto das commodities,
13:32quanto também a reação das big techs,
13:34que foram um bom prenúncio do que ocorreu.
13:37Você acha que dá para se manter ainda
13:39confiante nessa semana?
13:43Bom, numa semana curta,
13:44como a gente está tendo,
13:46eu acredito que o risco diminuiu no mundo,
13:52mas ele não cessou,
13:53com absoluta certeza, não.
13:55Hoje, a China,
13:57ela esteve fazendo restrições
13:59à importação de aviões norte-americanos,
14:02então foi uma retaliação.
14:05No final de semana,
14:06a gente viu o Trump voltando atrás
14:08sobre a parte de eletroeletrônicos,
14:10como celulares.
14:12Acredito que muito
14:13por empresários norte-americanos,
14:15que obviamente vieram repassando para eles
14:19o que essas medidas poderiam trazer
14:22de negativo para a economia americana.
14:24A gente sabe que o norte-americano
14:25é muito acostumado a consumir produtos
14:29de toda a parte do mundo,
14:30e isso também vai trazer uma impopularidade,
14:34pode trazer uma impopularidade para Trump.
14:38Como eu digo,
14:39o que está acontecendo atualmente
14:41é um grande reality show
14:43que todo dia sai uma cena nova,
14:46todo dia sai alguma notícia nova.
14:48Mas eu vejo que o Trump,
14:50ele bate e assopra com uma velocidade muito grande,
14:53ele quer trazer para a mesa de negociação
14:55alguns países,
14:57os pequenos vão negociar,
14:59a China como um grande mercado
15:01não quer sentar na mesa
15:05e ser inferior aos Estados Unidos
15:08e vem retaliando.
15:09Então, isso vai continuar
15:11e bancos já estão repassando
15:15que na fase final do ano
15:17a gente possa ter uma recessão no mundo
15:19e isso pode ser extremamente mais negativo
15:24sobre o que vem acontecendo
15:27com a parte das tarifas.
15:29É isso, né, Marcos?
15:30O que resta para todos nós
15:32é de fato esperar,
15:33porque a gente não tem outra coisa
15:35ao nosso alcance
15:36que a gente possa fazer nesse momento.
15:38Muito obrigada, viu,
15:39mais uma vez por participar comigo
15:40e com a Mari ao vivo aqui da Agora
15:41e uma ótima semana para você, viu?
15:45Obrigado, Mari.
15:45Obrigado, Paula.
15:47Um forte abraço a todos.
15:48Obrigado.
15:49Obrigado.
15:50Obrigado.
15:51Obrigado.
15:52Obrigado.

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