Raphael Galante, business owner da Oikonomia Consultoria Automotiva, analisou impactos da possível redução das tarifas sobre veículos e peças importadas anunciada por Donald Trump. A consideração animou o mercado, mas enfrenta barreiras de execução e levanta dúvidas sobre geração de empregos.
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NotíciasTranscrição
00:00Sobre o aceno do presidente Donald Trump à indústria automotiva e as consequentes altas das ações do setor,
00:08eu converso agora com o Rafael Galante da O Economia Construtoria Automotiva.
00:14Rafael, é um prazer recebê-lo de volta aqui na nossa programação.
00:18E eu queria colocar aqui todo mundo na mesma página, dizendo o seguinte,
00:20que mais cedo, então, algo que marcou o mundo dos negócios e o noticiário internacional
00:25foi o Donald Trump ali, deixando entender que poderia aliviar os 25% de sobretaxação a veículos importados
00:35e a peças feitas fora dos Estados Unidos, que são essenciais para a indústria americana.
00:41Se não me falha a memória, só a Tesla das montadoras mais relevantes é que tem uma produção 100% em território americano,
00:49mas ainda depende de baterias que vêm aí da Ásia.
00:52Agora, a GM, Stellantis, Ford, falando das três grandes montadoras dos Estados Unidos,
00:58depois, em menor escala, a gente tem também a Volkswagen alemã, que tem uma penetração importante nos Estados Unidos.
01:04Toda essa turma aí produz bastante fora dos Estados Unidos e depende de peças que vêm de fora.
01:09Uma sobretaxação de 25%, conta rasa.
01:13O carro fica mais caro, a peça de manutenção fica mais cara,
01:16o produto final para o consumidor médio americano vai ficar mais caro.
01:20O Donald Trump falando, olha, eu aliviando os tais 25%, isso animou tanto o mercado,
01:26que até puxou parte dos índices da Bolsa de Valores, para a gente entender o tamanho do impacto.
01:31Agora, eu pergunto para você, Rafael, que é um especialista na área,
01:34o quão isso é, de fato, factível?
01:38Quanto que isso o Donald Trump realmente consegue colocar em prática?
01:44E, principalmente, essa pressão de sobretaxação realmente levaria as fábricas,
01:52levariam as fábricas de volta para os Estados Unidos?
01:56Boa noite mais uma vez, agora sim, eu te passo a palavra.
01:59Boa noite, boa noite para todo mundo.
02:01Na verdade, esse movimento que a gente teve agora, no dia de hoje,
02:05do aumento das ações do mercado acionário dos Estados Unidos,
02:08na verdade, foi mais como uma recomposição.
02:11Eu não diria que foi um aumento, mas sim uma recomposição.
02:13Elas tiveram bastante perda nas últimas semanas com aquela questão
02:17vai tarifar, não vai tarifar, vai tarifar.
02:21Por mais que se fale, grandes montadoras, principalmente as montadoras americanas,
02:25em destaque a Ford e a própria General Motors,
02:28que elas dependem muito do mercado americano,
02:32esse tarifaço de 25% que eles teriam nos produtos que eles fabricam no Canadá,
02:38no México, as peças que importam,
02:41iam basicamente derrubar a rentabilidade total das duas montadoras.
02:46Então, era uma coisa que não tinha como se sustentar no longo prazo.
02:52Não estou questionando a medida se é certa ou errada,
02:55mas o impacto que essas duas marcas tradicionais americanas,
02:58que é quase 100% americanas, que é a GM, a Ford,
03:01iam gerar grandes impactos na vida e na sociedade americana.
03:07Agora, Rafael, vamos um pouquinho além,
03:09quase que um exercício de futurologia,
03:12ou aqui num cenário imagético.
03:15Vamos supor que as montadoras se sintam pressionadas,
03:18quer dizer, elas já estão se sentindo,
03:20mas que elas se inclinem a atender a vontade do presidente Donald Trump
03:24de tirar as linhas de montagem.
03:26No caso da Volkswagen, estão muito na Europa,
03:30e GM e Ford, Estelantes,
03:32que estão mais majoritariamente no México e no Canadá.
03:35Que essas linhas de montagem realmente sejam transferidas
03:38para dentro do território americano.
03:40Nós estamos falando da quarta revolução industrial,
03:43se não, daqui a pouco a gente está na quinta,
03:45com inteligência artificial,
03:47que já é um verbete da nossa era,
03:50com muito mais mecanização,
03:53muito mais automação dos sistemas.
03:55O elemento humano não vai ser cada vez menor?
03:58Uma montadora ou uma fábrica de ultimíssima geração
04:02construída em qualquer Estado americano,
04:05ele não vai ter menos funcionários?
04:07Essa geração de emprego que o Donald Trump está falando
04:10realmente poderia vir a acontecer?
04:14Não, porque o que acontece,
04:16quando a gente fala das fábricas voltarem a produzir nos Estados Unidos,
04:21não é uma coisa que acontece do dia para a noite,
04:24é um processo de médio e longo prazo.
04:26Eu vou dar um exemplo brasileiro,
04:28que de repente fica mais fácil para o nosso telespectador,
04:31ele ter a noção.
04:32A gente teve a questão de um ano e meio,
04:34dois anos atrás,
04:35tanto as empresas chinesas BID e a GWM,
04:39que começaram a operar no Brasil,
04:41e elas já estão em processo de construção fabril.
04:44E passado aqui já quase dois anos,
04:46desde que eles anunciaram que vão fazer a fábrica,
04:49que eles estão construindo, fazendo,
04:50a fábrica ainda não inaugurou.
04:53Então, qualquer processo de
04:55eu vou trazer as montadoras de volta
04:57para o mercado americano,
04:59é um processo de médio e longo prazo.
05:00Você não vai resolver isso do dia para a noite.
05:03Então, esse é um ponto central
05:06que ele não consegue acabar revertendo.
05:09Então, era meio utópico ele imaginar
05:11que esses 25% iam resolver.
05:13Quando você comentou sobre a questão da geração de emprego,
05:17uma indústria automotiva,
05:19ela gera realmente muito emprego,
05:21mas não os empregos que a gente estava acostumado
05:24de ver há 20, 30, 40, 50 anos atrás.
05:28Novamente, só para o nosso telespectador
05:29ter uma imagem ilustrativa,
05:31é diferente você imaginar aquelas greves
05:34ou aquelas fábricas que existem aqui no ABC Paulista
05:37com aquela quantidade infinita de funcionários.
05:41A maioria das fábricas de ponta, hoje,
05:44elas são quase 100% automatizadas
05:46com muito mais robô do que ser humano.
05:48As fábricas, em geral, de automóveis,
05:51elas têm muito mais a questão do P&D,
05:54que é pesquisa e desenvolvimento
05:55que acaba empregando muita gente.
05:57Lógico, nas linhas de montagem,
05:59existem bastante pessoas,
06:01mas não tanto como era no passado.
06:03Então, você acaba fazendo a criação
06:05de novos postos de emprego,
06:07mais em P&D do que, teoricamente, do metalúrgico.
06:11Agora, Rafael, claro que quando a gente fala
06:13de grandes indústrias americanas
06:15e as imagens que ilustram a nossa conversa
06:17mostram as linhas de montagem,
06:20a fachada da Ford e da GM,
06:22a gente pensa no carro final.
06:24Mas a indústria automobilística,
06:26as montadoras, elas têm uma outra gama,
06:29que eu entendo que também são...
06:31que é uma parte muito importante,
06:33que é de peças de reposição,
06:35que é da manutenção do veículo,
06:37do proprietário que está com o carro,
06:39não pensa em trocar,
06:41mas que ele é convidado pelas montadoras,
06:44por segurança óbvia,
06:46ele vai lá e faz uma manutenção preventiva
06:48ou ele troca uma peça que danifica no seu veículo.
06:51Essas peças, no tarifácio de Trump,
06:53também receberam ali um selo de 25% de sobretaxação.
06:58Isso também impacta um monte de gente,
07:01logista, varejista menos,
07:04mas aquele consumidor final que vai pagar a peça mais cara,
07:06mas também uma enorme cadeia de pessoas
07:09que não são as montadoras,
07:10mas também vivem da revenda dessas peças
07:12que ficaram mais caras.
07:14Na verdade, o impacto do desse aumento de peças é tudo.
07:17Além de eu ter a não disponibilidade da peça,
07:22como eu teria no passado,
07:23eu tenho um encarecimento do custos,
07:25e mais simples, até o encarecimento do teu seguro.
07:29Por quê?
07:29Se as peças estão mais caras,
07:31o meu prêmio do meu seguro do meu carro,
07:33ele vai ficar mais alto.
07:34Então, qualquer tarifa de 25%
07:37ou qualquer percentual que seja,
07:39quem sempre paga a conta no final é sempre o consumidor.
07:41Ou ele vai pagar na veia,
07:43ou ele vai pagar em doses homeopáticas,
07:46seja na hora que eu for fazer a revisão do meu carro,
07:48seja no prêmio do meu seguro,
07:50porque a seguradora vai falar
07:51que essas peças não são fabricadas localmente
07:54ou ela aumentou demais o preço,
07:56logo o seguro ficou mais caro.
07:58Então, a gente estava esperando
08:00toda essa medida mais ou menos assentar,
08:03porque vamos dizer que os últimos 30, 45 dias
08:07foram de turbulências,
08:08e parece que ele está entrando numa razonabilidade.
08:12Então, era impraticável essa sobretaxa de 25%,
08:16principalmente vindo do Canadá e do México,
08:20que são de montadoras americanas
08:23que produzem para o público interno
08:25e acabam exportando também tudo ali na América do Norte.
08:29Agora, Rafael, vamos olhar uma situação um pouco mais orbital.
08:34A gente está falando aí dos impactos dos Estados Unidos,
08:37maior potência, indiscutível,
08:39mas, por exemplo, você citou as montadoras chinesas,
08:42que têm muito baixa penetração, quase nada,
08:46nos Estados Unidos, até por medidas protecionistas,
08:48e nem estou falando do Trump.
08:50O Biden já tinha subido a 100%
08:52a tarifação sobre o carro elétrico na China.
08:55Então, as montadoras chinesas,
08:57elas olham para os Estados Unidos
08:59e entendem que aquilo não é um mercado prioritário.
09:02Com essa questão que afeta o mercado
09:05das grandes montadoras americanas,
09:07o quanto pode sobrar de lucro ou de vantagem,
09:11eu acho que é uma palavra melhor,
09:12para essas montadoras chinesas aí,
09:14que agora já são boa parte do inconsciente coletivo,
09:17por exemplo, do consumidor brasileiro?
09:21O ponto interessante da indústria automotiva chinesa
09:25é que eles são os maiores produtores de carros do mundo.
09:30Então, eles têm a capacidade,
09:32eles têm escala e eles têm agilidade.
09:35Eu acho que a chave principal da indústria automotiva chinesa
09:40é a agilidade.
09:40Então, basta ver que aqui, usando o paralelo,
09:44no Brasil, você tem a GWM, a BID,
09:48que num espaço de quase um ano e meio, dois,
09:53eles já estão com quase 8% do mercado
09:56e eles vieram e eles estão vindo agressivamente.
10:00A gente conversa com os diretores dessas duas montadoras,
10:05a gente imagina que as montadoras chinesas até 2030,
10:11elas vão participar entre 15% a 18% do mercado nacional.
10:15E elas têm isso, elas têm agilidade,
10:17elas têm a produção e elas estão indo atrás de novos mercados.
10:22O mercado brasileiro é um atrativo,
10:24bem ou mal, é um mercado que gira por volta de sempre
10:272 milhões e meio a 3 milhões de carros.
10:30Então, é uma maneira de eu escoar todo o excedente da minha produção.
10:34E as fábricas chinesas estão realmente indo atrás de novos mercados,
10:39não só do brasileiro, mas do brasileiro,
10:42alguns países da África, o resto do Cone Sul,
10:47também eles estão entrando.
10:49Por quê?
10:49Porque eu consigo produzir,
10:51eu consigo fazer carros bons, com custo interessante
10:54e eu preciso desolvar toda a minha produção.
10:57Lembrando mais uma vez que eles são os maiores fabricantes de veículos do mundo.
11:00Queria agradecer a conversa que eu tive bastante,
11:04ilucidativa e esclarecedor aqui com o Rafael Galante,
11:08da O Economia Consultoria Automotiva.
11:11Rafael, sempre muito bem-vindo.
11:12Até uma próxima oportunidade.
11:13Tchau, tchau.
11:14Tchau, tchau.
11:15Tchau, tchau.