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Os Estados Unidos e o Irã iniciaram, neste sábado (12), uma nova rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano. As conversas, descritas como "construtivas" por ambas as partes, têm como objetivo evitar que o Irã desenvolva armas nucleares. Confira a análise do professor de relações internacionais da ESPM, Gunther Rudzit.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/56NDYFCwJmI

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Transcrição
00:00Irã e Estados Unidos iniciam negociações sobre programa nuclear em Uman.
00:05Donald Trump ameaçou realizar uma ação militar se não houver acordo.
00:10Recebemos no Jornal da Manhã Gunter Hutzit, professor de Relações Internacionais da ESPN.
00:16Professor, falei seu sobrenome correto? Por favor, me corrija.
00:21Bom dia, Elisângela. Bom dia a todos. Gunter Hutzit.
00:24Estou acostumada desde criança. Quem manda ter nome difícil assim?
00:27Verdade, professor. Mas é muito bonito seu sobrenome, inclusive.
00:32Então a gente começa aí perguntando para o senhor os impactos, os interesses, na verdade, dos Estados Unidos e no Irã,
00:39nessas novas negociações sobre o programa nuclear.
00:42Para quem está nos ouvindo no rádio, na TV e nas plataformas digitais, entender de fato do que se trata esse programa.
00:51Bom, Elisângela, o Irã é membro do TNP, Tratado de Não Proliferação Nuclear.
00:56Portanto, o Irã pode ter um programa nuclear para fins pacíficos.
01:00Como o Brasil tem energia nuclear, para geração de energia, medicamentos e outras finalidades.
01:06O Irã não pode ter um programa voltado para armas.
01:10E é isso que o Irã vem fazendo e vem fazendo escondido.
01:14Vem fazendo a tal ponto que a Agência Internacional de Energia Atômica já levou o caso para o Conselho de Segurança,
01:21que já aprovou cinco resoluções contra o Irã, portanto, com apoio da Rússia.
01:28Isso significa que efetivamente o Irã está fazendo algo que não deveria e poderia fazer devido a esse tratado.
01:36Então o Irã já vem enriquecendo o urânio próximo do que seria necessário para fazer uma bomba atômica.
01:43Mas ter somente o urânio não significa tudo.
01:46Tem que ter a capacidade de fazê-lo.
01:48E isso também é muito difícil.
01:51A parte mais fácil, entre aspas, é isso.
01:54Enriquecer o urânio.
01:55Conseguir fazer um artefato nuclear, um artefato nuclear,
01:59que consiga sobreviver a um lançamento de mísseis,
02:03como esse que está sendo lançado agora aí no vídeo,
02:06é muito mais difícil.
02:07Mas está no caminho para isso.
02:09E, portanto, o governo Trump vem pressionando desde o primeiro mandato a um novo acordo.
02:15Na verdade, Trump retirou os Estados Unidos de um acordo que já tinha sido feito e negociado
02:21durante o governo Obama com mais cinco outras grandes potências.
02:27Em parte, isso não ficou muito bem esclarecido.
02:29Tudo indica que o presidente Trump, à época, queria simplesmente desfazer algo que o Obama tinha feito
02:36e colocar o seu nome na história.
02:38Portanto, nesse momento, ele vem dizendo que o Irã não pode ter uma bomba atômica.
02:44E, nesse ponto, ele está correto.
02:46De acordo com o tratado, não pode ter.
02:49E isso é um ponto importante, porque o governo israelense vem pressionando
02:53que o Irã não pode ter nenhum programa nuclear.
02:56Então, aí causa uma diferença na postura entre esses dois governos e tudo depende de como
03:02sairá essa negociação.
03:04Mas tudo indica que o governo iraniano, na fraqueza em que o Irã está nesse momento,
03:09diante de tantas reveses sofridos diante de Israel, como a reportagem anterior mostrou,
03:16inclusive aí no Líbano, no Hezbollah, deve negociar o seu programa militar nuclear.
03:24E, professor, em relação também às tratativas dessas conversas que foram tidas como construtivas,
03:30nesse acordo, ele é importante, claro, para que o poder obélico do Irã não seja ampliado
03:37com essa arma nuclear, mas também os Estados Unidos de protagonizar uma possibilidade do acordo realmente,
03:46de se colocar à frente, olha, estamos resolvendo.
03:49E aí, ponto positivo para o Trump?
03:50Sem dúvida alguma, se esse acordo vier a ser estabelecido, vai ser um ponto muito positivo
03:59para o presidente Trump.
04:01A gente não pode esquecer também que, no seu primeiro governo, ele vinha dizendo que
04:06era muito além do programa nuclear, que deveria envolver a capacidade missilística
04:12e de ataques indiretos, que ele queria dizer, Hezbollah e Hamas, na região como um todo.
04:18É isso que ele criticava o acordo assinado anteriormente.
04:24Tendo em vista que os aliados do Irã, Hamas, Hezbollah e a capacidade missilística do Irã
04:34foram profundamente afetados ou destruídos pelas ações militares de Israel
04:42nesse último mais de um ano, quase um ano e meio de guerra,
04:46indica que o governo Trump vai se concentrar nesse programa nuclear.
04:52As cláusulas que vão ser negociadas, e aí havia muita crítica em relação ao acordo anterior,
05:00mas era o que dava para ser negociado à época,
05:03que era um determinado por 10 anos o tratado.
05:07Depois de 10 anos, se teria que negociar outro acordo.
05:10Então, vamos ter que esperar o que vai efetivamente sair dessas negociações
05:17e quais as cláusulas que vão ser aceitas por Teherã.
05:21Novamente, Teherã está enfraquecido, profundamente está,
05:26mas achar que vai sucumbir diante da ameaça americana é um pouco longe.
05:32Muito bom dia, professor.
05:36Eu tenho duas questões aqui.
05:38Uma, em havendo esse acordo, imagino que o Irã está cobrando algo
05:42para ceder e não mexer mais com armas nucleares, nem com projetos nucleares.
05:48Quanto isso pode custar ao Ocidente, ou especificamente aos Estados Unidos?
05:52E, consequência desse acordo, pode ser também o Irã parar de apoiar o Hezbollah e também o Hamas?
05:59Bom, como a reportagem mostrou, o próprio Hezbollah, na sua fraqueza,
06:06e diante da fraqueza iraniana, vem negociando aí com o governo libanense,
06:11a deposição das armas, pelo menos a cúpula negociando isso,
06:16já é um enfraquecimento, já é um recuo do governo iraniano.
06:20O que efetivamente eles vão, e você tem toda a razão,
06:25o Irã não vai ceder, a troco de nada vai ceder seu programa nuclear.
06:32Então, o que vai ser exigido?
06:34Pelo menos, por enquanto, eu ainda não sei,
06:37e não vi nenhuma rede internacional,
06:41o que vem sendo negociado.
06:43Efetivamente, o que foi negociado ontem em uma negociação indireta,
06:49os dois lados não sentaram frente a frente,
06:52o governo de Oman é que fez a intermediação entre as duas delegações,
06:58é que ficou estabelecido que nessas próximas semanas vão sentar
07:03para continuar negociando as condições básicas para essa negociação.
07:09Ou seja, a gente está ainda na antessala da negociação.
07:13Como ela vai ser feita?
07:15Efetivamente, o que o Irã vai querer em troca,
07:18a gente vai ter que esperar um pouquinho,
07:20mas não vai ser também um pouco.
07:22Eu não acredito que ele vai entregar de mão o seu programa militar.
07:27Professor Gunther, bom dia.
07:29Não raro um governo, quando perde popularidade,
07:33uma guerra faz alavancar essa popularidade novamente.
07:35Vimos isso na história com a Thatcher, a Guerra das Malvinas,
07:38bucho pai, bucho filho, com a guerra do Iraque.
07:42Tendo em vistas atrapalhadas do governo Trump,
07:44que fez com que a sua popularidade caísse um pouco.
07:46E levando-se em consideração que essas negociações com o Irã não avançasse,
07:51uma guerra, nesse momento, seria providencial para o governo Trump?
07:56Sem dúvida alguma, um inimigo externo é sempre um...
08:01Desde que se ganhe a guerra, não podemos esquecer isso,
08:04porque do lado da Tati, do outro lado, teve o governo argentino,
08:07que foi o que causou a guerra das Falcãs Malvinas em 82,
08:12perdeu a guerra e teve que ceder o governo,
08:15a ditadura militar argentina.
08:18Então, desde que se ganhe a guerra, com certeza,
08:20isso é um impulso muito grande.
08:22O aumento da presença militar americana, principalmente os famosos B-2,
08:31aqueles bombardeiros gigantescos que estão na base de Diego Garcia no Oceano Índico,
08:37fora a presença de um porta-aviões também no Oceano Índico,
08:41você ter um aumento também de outros caças na região,
08:44tudo indica que eram pressões para o governo iraniano aceitar negociar.
08:51Para um ataque efetivo contra o Irã,
08:55mesmo com suas defesas antiaéreas já bastante degradadas devido aos ataques israelenses,
09:02seria necessário uma estrutura militar muito maior.
09:06E, portanto, nesse momento, ter tudo isso,
09:11o governo Trump também poderia ter um revés dentro da sua própria base,
09:18porque ele foi eleito dizendo que iria acabar com as guerras,
09:23que iria acabar com as mortandades desnecessárias.
09:26Então, uma guerra, um ataque contra o Irã, nesse momento,
09:30que levaria o preço do petróleo a um patamar bem mais alto.
09:34Consequentemente, nos Estados Unidos,
09:36o preço do combustível nas bombas de gasolina no mesmo dia sobem.
09:43É uma aposta bem alta para o governo Trump.
09:45Então, espero que ele esteja melhor assessorado nesses termos
09:50do que em relação às tarifas.
09:53Muito bem, nós recebemos aqui no Jornal da Manhã,
09:55Gunter Hutzit, professor de Relações Internacionais da ESPN.
10:00Professor, muito obrigada pelas suas informações.
10:03Um ótimo dia para você.
10:05Eu que agradeço o convite.
10:06Bom domingo a todos.

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