Tsai Chi-yu, CEO e fundador da Stay, analisou os desdobramentos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, destacando a postura estratégica do governo chinês, os efeitos sobre o consumo global e o papel da Ásia no comércio internacional. Também falou sobre o crescimento da previdência privada no Brasil.
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00:00A gente volta a falar sobre guerra comercial.
00:02A semana que passou foi uma das mais turbulentas dos últimos tempos,
00:07com o acirramento da guerra comercial, principalmente entre as duas maiores potências do mundo.
00:12Estou falando de Estados Unidos e China, obviamente.
00:15E para a gente discutir mais a situação, eu converso agora com Tsai Shiu Yu,
00:20que é CEO e fundador da Stay.
00:23Boa noite, Tsai.
00:24O que nos trouxe aqui a essa conversa é o fato do Tsai ser um executivo,
00:29com passagem pelo Morgan Stanley, pelo Uber, pela 99,
00:35nascido na Ásia, nascido em Taiwan,
00:38conhece muito como pensa o asiático de origem nessa situação de pressão.
00:44Tsai, obrigado pela tua presença.
00:46Eu queria começar a nossa conversa, você nos ajudando a entender
00:49como é que pensa o chinês durante uma pressão como essa.
00:53falando do comerciante e do governo chinês.
00:56É uma tendência a ceder a uma pressão como tem sido feita por Donald Trump?
01:01Boa noite mais uma vez, obrigado pela participação.
01:03Boa noite, Favali.
01:04Obrigado por me receber.
01:06Quando a gente olha para o governo chinês e toda a estrutura da sociedade chinesa,
01:12a gente não pode olhar como se fosse uma foto.
01:15A gente precisa olhar a sociedade chinesa como se fosse um filme.
01:18E é um filme muito longo, a gente está falando de milhares de anos de história.
01:21O que a gente pode dizer é muito, de forma muito pragmática,
01:25o que esse governo ele consegue ou não consegue conceder.
01:28E quando a gente olha para o governo atual,
01:31o fato é que algumas concessões não serão feitas.
01:33Então a gente está falando sim de uma sociedade,
01:36de um povo que tem uma cultura muito resiliente.
01:39E esse governo em específico, ele é um governo que não pode fazer algumas concessões
01:43dado a conjuntura política interna ali do país.
01:46Diferente dos governos anteriores, como os governos de Teng Xiaoping,
01:50Jiang Zemin ou Hu Jintao, que antecederam o Xi Jinping.
01:54Mas o atual presidente, ele dificilmente vai fazer concessões nessa guerra tarifária, Favali.
01:59Tsai, não é exagero nenhum a gente falar que estamos assistindo uma guerra tarifária entre duas potências.
02:07É uma das maiores relações comerciais entre dois países da história contemporânea.
02:12E a relação entre Estados Unidos e China, ela é superavitária, por um lado, deficitária para outro.
02:19Os Estados Unidos, eles compram muito mais do que vendem para a China.
02:24Nesse quesito, então a China pode ser afetada com este bloqueio de transações?
02:30Obviamente.
02:31Minha pergunta é qual é a capacidade de resiliência da China diante desse, vamos supor, um rompimento entre os dois lados?
02:39Olhando como a China nos últimos anos, desde os anos 2000, aumentou a sua zona de influência no Sudeste Asiático.
02:46A relação que a China tem com a própria Taiwan, mas eu quero levar para a Vietnã, para o Camboja, para a Indonésia, para a Tailândia.
02:53Eu entendo que a China está muito bem armada ali no Sudeste Asiático.
02:57É um ponto de vantagem?
02:58Perfeito, Favali.
02:59Nesse caso, quando a gente olha a curto prazo, você vai ver que dificilmente qualquer mercado vai conseguir substituir o mercado de consumo americano.
03:07No final do dia, a gente está falando da maior economia do mundo, a economia americana, e é a maior economia consumidora do planeta.
03:14Então, quando a gente fala desse cenário, dificilmente qualquer país ou grupo de países vai conseguir substituir rapidamente o poder de consumo da economia americana.
03:26Mas sim, a China tem outras opções, não só no Sudeste Asiático, como ela tem também em outros países.
03:31Então, por exemplo, na África, na própria América Latina, você vai ver um redirecionamento do comércio chinês em direção a esses países,
03:41para substituir o mercado americano, mas mesmo assim é muito difícil você substituir um mercado tão grande quanto é os Estados Unidos.
03:48Então, a curto prazo, eu acho que esse vai ser o grande movimento que a China vai fazer, que é ir em direção ao Sudeste Asiático,
03:55mas a médio e longo prazo, a China precisa transicionar a sua economia de um mercado de exportação para um mercado de consumo,
04:03para a economia de consumo, porque não tem nenhum mercado maior para substituir o mercado americano do que o próprio mercado chinês interno.
04:11Sai, você como um oriental nascido ali no Sudeste Asiático, na ilha de Taiwan,
04:17consegue entender uma frase que eu, como ocidental, acho que é muito característica de quando a gente olha para o asiático.
04:23E é muito respeitosa a frase, ela não tem nada de jocoso, não tem nada de ofensivo.
04:28Que o chinês é tido como sábio porque escuta mais do que fala, né?
04:32A gente viu hoje mais um retrocesso do Donald Trump colocando produtos importantes numa lista de exceção
04:39desse super tarifácio contra a China.
04:42Smartphones, notebooks, semicondutores, chips de alta capacidade.
04:47O chinês está mantendo, então, essa tradição de esperar para ver como o seu oponente está reagindo?
04:55Faz parte da arte da guerra, da negociação do oriental?
04:59Com certeza, sim. Eu não tenho dúvidas.
05:01Quando a gente fala dos Estados Unidos, ele vai tomar diversas ações para testar o mercado.
05:07Então, esse tem sido um pouco o padrão do governo atual, o governo Trump.
05:12Ele toma diversas ações ao longo de um curto espaço de tempo.
05:16E aí, dependendo do que cola, do que funciona, ele persiste ou ele volta atrás.
05:22E essa exceção que foi criada para os produtos como smartphones, laptops, chips,
05:29ele representa um pouco desse teste que foi feito e agora está sendo feito alguns pequenos ajustes.
05:33E acho que vale ressaltar, Favalli, que, por exemplo, o smartphone vai entrar nessa lista de exceção
05:40porque uma sobretaxação de um produto que impacta diretamente a percepção de inflação
05:47e de custo para o mercado americano, para o consumidor americano,
05:51ele tem um impacto muito negativo para a percepção do governo.
05:53Então, mais de 90% hoje dos iPhones são produzidos e importados da China.
05:58Então, imagina você aquele iPhone que você pagava o americano 2, 3 mil dólares,
06:02de repente passa a pagar 6, 7 mil dólares.
06:05Então, o americano vai sentir muito no bolso.
06:08Então, para esses produtos, o governo americano tende a ser mais flexível
06:13e aí a China provavelmente vai responder de acordo com essas novas orientações do governo americano.
06:19Sai, deixa eu virar uma página aqui, literalmente.
06:22Vamos falar da Stay, que você é o CEO, fundador.
06:25É uma empresa que está ligada a fundos voltados a...
06:31Me faltou a palavra, me ajuda.
06:33Previdência privada.
06:34É um mercado importante aqui.
06:37Você achou no Brasil um mercado importante para a previdência privada?
06:41Perdão, me faltou a palavra.
06:42Ainda bem que você estava aqui para me ajudar.
06:44Previdência não está no nosso dia a dia, mas é mais difícil lembrar.
06:47Então, assim, quando a gente fala de previdência privada no Brasil, Favale,
06:52a gente está falando de um mercado que hoje no Brasil já representa mais de alguns trilhões de reais.
06:58E aí, quando você olha um pouco de como o Brasil envelhece ao longo dos próximos anos,
07:03o último censo do IBGE no ano passado mostra que o Brasil envelhece muito mais rápido do que se imaginava
07:08e a fertilidade no Brasil, ela cai.
07:12Então, é muito difícil imaginar que ao longo do tempo a gente, todo mundo vai conseguir contar com a previdência pública.
07:16Então, nesse contexto, o mercado de previdência, que já é um mercado de alguns trilhões de reais no Brasil,
07:22ele precisa continuar crescendo.
07:24A gente estava falando um pouco do mercado americano, né, Favale.
07:27O mercado americano é um mercado conhecido por ter a previdência privada já mais amadurecida,
07:32um mercado mais maduro.
07:34Hoje, em percentual do PIB, o mercado americano de previdência é de 130% do PIB americano.
07:42No Brasil, isso é 14%.
07:44Então, é um mercado ainda que vai precisar crescer muito.
07:46E é o melhor produto hoje para as empresas conseguirem dar um benefício para o funcionário
07:51com incentivo tributário ao governo.
07:53Então, assim, é um mercado que com certeza precisa crescer muito no Brasil.
07:56Quer dizer, então, a State tem uma ligação, não é para o consumidor final.
08:00É uma solução para empresas para colocarem os seus funcionários,
08:04seus colaboradores dentro desse universo da previdência privada.
08:07Perfeito. Então, quando a gente fala hoje, né, a gente estava discutindo até agora, né,
08:11todas essas questões das tarifas e como isso mexe com a economia mundial,
08:15o mercado acionário americano, brasileiro.
08:18O que a gente enxerga, né?
08:20As pessoas precisam poupar e hoje não tem nenhuma forma mais segura de poupar do que via previdência, né,
08:25porque é um mercado hiper regulado pelo governo e aí não tem nada melhor do que a empresa te oferecer um produto como esse.
08:30Então, você recebe via a sua empresa, mas no final do dia é a empresa que precisa contratar uma solução de previdência corporativa,
08:37pode ser a State, pode ser qualquer outro produto,
08:39mas a tendência é que no futuro as empresas tendem a dar cada vez mais previdência privada
08:43para resguardar ali a saúde financeira dos seus funcionários a longo prazo.
08:47Queria agradecer a conversa aqui que eu tive com o Tsai Shiyu, CEO, fundador da State.
08:53Obrigado pelos esclarecimentos.
08:55Espero que tenha sido a primeira de muitas conversas
08:57e que a gente possa, no futuro, falar que está tudo muito estável
09:01e que está todo mundo com muito dinheiro para investir na sua previdência privada.
09:05Obrigado, Tsai. Até a próxima.
09:06Obrigado, Favali. Um prazer falar com você.
09:08Tudo meu.