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Em Belém, 923 trabalhadores atuam como flanelinhas. A informação é de Marco Aurélio Augusto, vice-presidente do Sindicato dos Guardadores de Carros de Belém. Ele relata que muitos desses trabalhadores começam a jornada ainda na infância. “Eles começam a trabalhar com 7 anos, acompanhando os pais, que já são falecidos, e continuam na atividade para sustentar suas famílias”, afirma.

Reportagem: Jéssica Nascimento
Imagens: Thiago Gomes

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Transcrição
00:01Olha, eu não sou contra, mas que tem que ser regulamentada, que tem que ter uma fiscalização,
00:06que tem o poder público, tem que fazer algum tipo de atitude, porque não são todos.
00:13Eu conheço muitos que trabalham, são direitos, trabalham para a família, mas tem muitos que
00:19usam de vários jeitos, que é fora da lei, para estar tratando o mal crítico quando o
00:29dono do veículo vai estacionar, que não dá uma quantia que eles querem.
00:32Tem outros, como já teve caso, de estipular, e foi descoberto ali na Praça do Rio de Janeiro,
00:37estipulou uma certa quantia, o carro fica estacionado lá.
00:42Então, o poder público tem que agir nisso aí, eles têm que regulamentar, porque tem que
00:47ver o lado social e tem que ver o lado também do dono do carro que vai estacionar.
00:55Não, não, pelo contrário, ia ser ruim, porque muitas pessoas ficam sem trabalho, além
01:01de ficar sem trabalho, é muitas famílias que iam ficar sem sustento.
01:06Então, eu sou contra isso aí.
01:08Agora, que tem que regulamentar, tem, que tem que ter alguma coisa, tem que ser feita.
01:14Minha amiga, tem que ser feita.
01:15Porque vocês mesmos que sou repórter já vivenciaram vários, já fizeram várias reportagens
01:22sobre vários casos que aconteceram, sobre o problema até de furto de carro, de danificado
01:29de carro, de várias outras coisas, de usares até de violência.
01:35Se você quiser estacionar, eles desmarcarem o local, ali só encosta a pessoa que já
01:42vai dar uma quantia maior para eles.
01:45Então, isso tudo tem que ver, mas acabar não, porque emprega muitas pessoas.
01:51Em Belém, eu acho um pouco desorganizado em relação, porque quando a gente já estava
01:59escrito, que é o estacionamento, não há necessidade de uma canelinha ali.
02:06Geralmente é negativa, porque quando a gente não paga a taxa, eles secam o pneu, riscam
02:13o carro.
02:16Aí, geralmente acontece isso.
02:19Porque muitas vezes a gente deixa uma mochila, uma bolsa e acaba acontecendo os furtos, eles
02:27quebram os vidros para roubar, para ver o que tem dentro do carro, para poder roubar.
02:33Depende.
02:34Se, por exemplo, tiver um estacionamento tranquilo, eu não acho que há necessidade de pagar.
02:42Mas, se for, por exemplo, tiver uma organização envolvida, eu acho que eu sinto a necessidade.
02:52Em parte, sim, nessa questão, sim, porque tem muita gente necessitada que vive em função
02:59desse trabalho.
03:00Eu acho que deveria ter mais questão de organização, um órgão que cogitasse, se envolvesse para
03:08que eles melhorassem.
03:10Na verdade, eles dependem dessa fonte de renda.
03:13São guardadores que trabalham desde criança.
03:16Quando já tinha sete anos, começou a trabalhar com o pai, e o pai já é falecido, eles continuaram
03:22a dar continuidade para manter a família deles.
03:25Na verdade, os nossos guardadores de carro, todos eles vêm para a Assembleia Geral, todos
03:31cadastrados, e alguns chegam a falar e fazer reclamação para nós, que tem alguns moradores
03:38de rua, que além de tomar fada, correm atrás deles com faca.
03:42Inclusive, o nosso diretor-geral, o Rui Bess, foi vítima de um rapaz morador de rua, que
03:51furou ele com quatro facadas, que deu até no Jornal Liberal, que teve esse episódio que
03:56foi fazendo no finalzinho do ano passado.
03:58Na verdade, nós temos que compreender que a população fica a mecer dos vagabundos, que
04:03se passa como guardador de carro.
04:06É o que nós estávamos conversando.
04:08A gente sai, faz fiscalização.
04:12Aqueles que não são, nós tomamos uma fada, rasgamos, e já fizemos vários BO pedindo
04:19fiscalização.
04:20Inclusive, nós estamos fazendo um ofício pedindo para o prefeito pedir para a Guarda Municipal,
04:26Polícia Militar, fazer a fiscalização nesses pontos, para pegar e coibir a prática
04:32daqueles guardadores de rua, que na verdade não são cipassos, são moradores de rua,
04:37que estão ali para roubar e para intimidar os donos de carro.
04:42Eu acho que, na verdade, é uma coisa negativa para nós.
04:49Por quê?
04:51Hoje, os nossos guardadores de carro, eles estão atualizados pela Lei 140, porque foi o próprio
04:58prefeito Edmilson que assinou o decreto.
05:02E a Lei também, 142, a Lei Federal.
05:05Então, eu vou te fazer uma avaliação do que nós estamos pensando.
05:09Nós vimos no jornal, vimos na televisão, inclusive está rodando na rede social.
05:15São pessoas que vão ser prejudicadas, porque, na verdade, os guardadores de carro, eles
05:20não roubam, não mexem, não agridem ninguém.
05:22Os que fazem isso são os segmentos dos guardadores de rua.
05:26Como eu posso dizer para vocês o seguinte, nós já pedimos, já reunimos com o comando
05:34para pedir fiscalização, porque tem muitos que se passam como guardador, mas na verdade
05:39não é guardador, são ladrões, que querem estourar carro, querem roubar pneu e querem
05:46agredir o dono do automóvel.
05:50E a gente não faz parte do vandalismo e nem a gente compactua com essas cargas negativas,
05:58porque nós saímos todo sábado para fiscalização, nós temos uma equipe da diretoria que a gente
06:04vai em cada ponto de carro, fiscalização, o nosso guardador mesmo que está lá, quando
06:10a gente chega e o nosso guardador não está, nós tomamos um fardo, colocamos para correr,
06:13acionando a polícia, mas só nós, o sindicato, a gente não consegue manter a fiscalização.
06:20É por isso que nós estamos pedindo ajuda para a guarda municipal e justamente para a
06:24polícia militar, para coibir esses vândalos que se passam como um guardador de carro e manchando
06:29a categoria do sindicato, porque o sindicato é uma coisa séria. Nós fazemos doações
06:35para o nosso guardador de carro quando cai no leito do hospital ou numa cama, damos cesta
06:40básica, nós colaboramos com o remédio, nós não cobramos nenhum centavo deles, eles
06:46não pagam para a gente nada de dinheiro no sindicato e na verdade a gente faz ajudar.
06:53Hoje nós estamos vivendo um drama que todos eles estão ligando, preocupados, querendo
06:57saber o que vai acontecer com a família deles se eles ficarem desempregados. Já nós
07:02vivimos, é por isso que nós estamos lutando todo esse tempo por isso, para melhoras. Nós
07:09procuramos fazer o crachá no guardador, para quando chegar o cliente no carro, ele ser
07:16logo reconhecido através do crachá com a foto dele e se algo acontecer com o carro do
07:22cliente, tem como identificar o guardador de carro. Nós temos os dados dele aqui no nosso
07:27arquivo, tá? São todos cadastrados, através do nome você vê, a gente localiza, endereço,
07:34casa. No momento não, o sindicato até procurou conversar, porque existe uma zona azul, né?
07:45E a última vez que foi implantada a zona azul, em 2013, o sindicato trabalhou em prol dos
07:54guardadores de carro e quase todos eles foram contratados para trabalhar e exercer a função
08:00da zona azul. Hoje tem pessoas que têm 80, 90 anos, 70, 60, que dependem desse dinheiro,
08:09essa moedinha que chega. Tem senhoras que saíram da cena do Lemos comigo, vêm aqui,
08:15entre o mirando de Van de Kock e do Raul Maldicete, querendo saber o que ela vai fazer da vida
08:19dela, porque essa é a fonte de renda dela.

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