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Em entrevista ao Jornal da Manhã, o coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank, esclareceu que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos devidamente cozidos e debateu os impactos econômicos da doença, que já levou países a suspenderem temporariamente as importações de frango brasileiro.

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Transcrição
00:00Para mais países decidiram interromper a compra de frango do Brasil por causa do surgimento do caso de gripe aviário no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
00:10Para a gente falar melhor, entender melhor os impactos econômicos e comerciais no setor agrícola, a gente recebe agora o coordenador do Centro Inspiragro Global, Marcos Genck.
00:20Marcos, seja muito bem-vindo, muito obrigada pela sua participação no Jornal da Manhã de hoje.
00:24Muito obrigado, Paulo. É um prazer estar com vocês aí e falarmos desse assunto tão urgente aí.
00:31É um assunto urgente que está ganhando um destaque, talvez um alarme desnecessário.
00:36Eu quero que o senhor comente sobre isso com a gente.
00:39Relacionado principalmente ao consumo de frango, a população está se alarmando, está alarmante em relação a isso.
00:45Ah, vou comer frango, vou me infectar e aí a gente sabe que isso afeta a cadeia produtora aqui no Brasil também.
00:50Rio Grande do Sul que tem passado aí por grandes desastres nos últimos anos.
00:54Chuva, seca, assim como a gente tem comentado nesse fim de semana.
00:58Quero que o senhor fale sobre o atual cenário.
01:01É de grande alarme mesmo?
01:04Não, não é de grande alarme.
01:06Na verdade, nós somos o último grande país onde a gripe aviária chegou.
01:10Aliás, ela já tinha chegado desde 2013 em aves silvestres e migratórias, como aconteceu no mundo inteiro.
01:18Todos os continentes têm gripe aviária nesse momento, inclusive com epidemias bastante sérias.
01:25Por exemplo, nos Estados Unidos, no norte da Europa, já passou pela África, pela Ásia, né?
01:31E a gente tinha ficado de fora até porque nós estamos um pouco fora das rotas das aves migratórias.
01:36Então, em 2013 a gente teve alguns casos em animais silvestres, agora temos o primeiro caso em granjas, né?
01:43Então, a gente está se igualando ao resto do mundo e talvez a questão mais importante que se coloca aqui é deixar a população tranquila
01:50que não há a possibilidade da transmissão da gripe aviária a partir de consumo de frango, de ovos, etc.
01:58Essa possibilidade não existe.
02:01O que pode existir é um risco de contaminação de quem mexe com aves e está lá no meio do foco, etc.
02:11Pode haver algum risco, mas esse risco é mínimo, né?
02:15Até porque essa carne passa pelo cozimento, etc.
02:18Então, realmente não há essa questão.
02:21Não se coloca esse problema e é assim que aconteceu no mundo inteiro.
02:25A gente não vê em nenhum local do mundo uma epidemia atingindo as pessoas.
02:31Mas a influência é muito forte nas aves e realmente ela é muito letal.
02:37Então, o que a gente tem que fazer é realmente fazer o trabalho melhor do que outros países fizeram,
02:43inclusive melhor do que Estados Unidos, no sentido de controlar os focos,
02:47de eliminar as aves contaminadas e de também normalizar a relação com os países.
02:53Porque o Brasil hoje representa 35% da exportação mundial de frango, né?
03:0015% da produção, 35% da exportação.
03:03É de longe o maior exportador.
03:05E esse frango brasileiro vai fazer falta no mundo, né?
03:09Eu acredito que nesses primeiros dias os países preventivamente se fecham,
03:15mas eu acho que eles vão voltar a se abrir no formato de zoneamento.
03:19Ou seja, nós vamos implementar um raio de 10 quilômetros em torno de algum foco que aconteça,
03:26como aconteceu lá em Montenegro,
03:27e aí se eliminam todos os animais lá e elimina o problema dentro da zona
03:32e não permitir o fechamento do país como um todo,
03:37que vai ser um desastre global,
03:39porque o Brasil hoje é muito importante para o resto do mundo.
03:43Agora, Marcos, uma pergunta que eu acho que muita gente se faz é,
03:46depois que há o problema que essas barreiras sanitárias são criadas, né?
03:50Justamente ali no entorno de Montenegro,
03:53há a previsão de que algumas barreiras sejam colocadas,
03:56com a detetização dos pneus, dos caminhões que fazem o transporte, tudo.
04:01E por que isso não é uma prática já adotada,
04:03para que a gente possa realmente ver um controle mais efetivo
04:06em relação à inserção dessa doença nos mais diferentes locais
04:12onde são produzidas essas aves,
04:15no caso das aves de corte e também na produção de ovos de postura?
04:21Olha, desde 2000 que nós estamos treinando para isso, né?
04:25Quer dizer, isso aqui não é um assunto novo,
04:27é um assunto antigo, até demorou para chegar,
04:29como eu disse, aqui no Brasil,
04:31mas a gente não sabe aonde que vai chegar, né?
04:34Então, na hora que chega, a ideia é você trabalhar com zoneamento,
04:38eventualmente com regionalização.
04:40O que quer dizer isso?
04:41Ou você fecha o raio de 10 quilômetros,
04:45ou então se fecha o estado ou uma região dentro lá do estado, né?
04:50O que não faz sentido é fechar o país como um todo.
04:53Se você tem um foco isolado em um município,
04:56por que fechar o país como um todo, né?
04:58Então, eu acho que a briga agora é um pouco fazer com que os países,
05:02principalmente China, Europa, Argentina,
05:05esses que já adotaram esse fechamento preventivo,
05:08que eles voltam ao normal e acham que vão voltar.
05:11Por quê?
05:12Porque existe uma contaminação global nesse assunto.
05:14Então, os países vão precisar de carne, né?
05:19Inclusive aqui no Brasil, a tendência é que o preço caia um pouco, né?
05:23Pelas menores exportações.
05:25Mas em outros países, com o fechamento do Brasil,
05:29vai ter aumento de preço de carne, né?
05:32E esses países já têm a gripe lá no próprio país, né?
05:39Então, quer dizer, eles fecham aqui o Brasil,
05:43mas ao mesmo tempo eles têm isso dentro de casa, né?
05:45Então, não faz muito sentido.
05:47O que faz sentido realmente é fazer o zoneamento,
05:50eliminar as aves contaminadas no local do foco, né?
05:55Agora, é muito difícil saber aonde que isso vai acontecer.
05:57O que tem que existir é um treinamento preventivo,
06:01que já acontece aqui no Brasil.
06:02A gente hoje está exportando para cerca de 160 países, né?
06:09Frango, nós somos realmente muito importantes no mundo todo.
06:12Então, já existe todo um treinamento que é feito pelos órgãos sanitários
06:18para lidar com esse problema.
06:20Até porque se a gente não fizer isso, a gente não consegue exportar.
06:23A gente tem que ter todos os protocolos
06:26para poder lidar com uma situação como essa.
06:29Nossos comentaristas também participam da entrevista.
06:32Primeiramente, Diogo da Luz. Diogo?
06:34Muito bom dia, Marcos.
06:35Como você muito bem disse,
06:37o problema é localizado no Rio Grande do Sul
06:39e todo mundo, exceto a América do Sul, já tinha gripe aviária.
06:43Portanto, qual é o sentido de fechar as compras do Brasil,
06:48mas mantendo o do Uruguai, por exemplo,
06:50que é vizinho do Rio Grande do Sul,
06:51e da Argentina, que tem estados de correntes e entre rios,
06:54que são vizinhos do Rio Grande do Sul também.
06:57Portanto, eles estariam com mais risco
06:59do que o Sudeste e o Norte do Brasil.
07:02Será que isso é por questões emocionais
07:04ou por trás dos importadores
07:07há algum interesse maior
07:08em tentar criar dificuldades
07:10para um dos três maiores produtores
07:13e o maior exportador de frango do mundo?
07:18Olha, que eu saiba,
07:18eles também já tiveram casos de gripe aviária,
07:21esses países,
07:23inclusive até antes mesmo que a gente.
07:25E ela entrou pelos Andes,
07:27porque é por onde passam as aves migratórias.
07:30Então, agora, o que sempre acontece nesses casos,
07:34e você pode ver que isso já aconteceu no caso da vaca louca,
07:38da febre aftosa lá atrás,
07:39da peste suína,
07:41é que os países usam isso comercialmente,
07:44ou pelo menos assim,
07:46tomam atitudes muitas vezes
07:47para controlar importações,
07:51esse tipo de coisa,
07:52até porque os protocolos não são os mesmos.
07:55Então, cada país age de um jeito,
07:58tem país que fecha o município,
08:00tem país que fecha o estado,
08:01que fecha a zona que foi atingida.
08:05Então, assim, é muito variável
08:07e essa variabilidade é muito ruim,
08:10porque gera uma situação
08:11que eventualmente você pode ter problemas de fronteira,
08:15esse tipo de coisa.
08:16Mas é o que a gente vive na área sanitária.
08:18As carnes, de maneira geral,
08:21elas têm esse problema,
08:22quer dizer,
08:23não há uma uniformização de tratamento e de protocolos.
08:27Mas uma coisa,
08:28o Brasil está na frente desses países todos.
08:30Como a gente já exporta há muito tempo,
08:33e para você ter uma ideia,
08:35olha, por exemplo,
08:35a gente tem aqui o share,
08:37o Brasil era 50% da exportação mundial em 2000.
08:42Atualmente,
08:43os Estados Unidos eram 50% da exportação do mundo em 2000,
08:49hoje são 22%.
08:50O Brasil, em 2000, era 18%,
08:53hoje é 36%.
08:55Então, a gente tem crescido mais
08:57do que o maior concorrente,
08:59que é os Estados Unidos,
09:00tanto em aves como na carne bovina,
09:03e para isso a gente tem que seguir protocolos
09:06de vários países que não são uniformes.
09:09Então, eu diria assim,
09:10o Brasil já está se preparando para isso,
09:14vai sofrer medidas diversas
09:16em função dos protocolos,
09:18mas o mais importante é controlar os focos,
09:21é não deixar com que a doença se espalhe,
09:24e aí sim também controlar a questão de custos,
09:28de preços,
09:29principalmente se a doença ficar mais grave,
09:31porque isso pode afetar a inflação.
09:33Vou incluir na nossa conversa também o Acácio Miranda.
09:36Marcos, bom dia.
09:39Você disse no final a questão dos preços e da inflação,
09:43e você disse também que não há nenhum prejuízo
09:46aos seres humanos ao consumirem esta carne.
09:51Já que nós temos um empecilho à exportação nesse momento,
09:56muito provavelmente existe a possibilidade
10:01de nós mantermos o consumo interno,
10:03ou isso pode ocasionar algum prejuízo para o consumo interno,
10:07e principalmente a situação atual,
10:10influencia de alguma forma no preço do frango internamente
10:15ou não exercerá influência alguma?
10:19Bom, em primeiro lugar,
10:20eu acho que não há risco de cair consumo,
10:22as pessoas precisam, obviamente, estar bem informadas,
10:25mas como não há risco de contaminação a partir de consumo,
10:29eu não vejo esse consumo caindo.
10:31Na verdade, o consumo de carne de frango aqui no Brasil é altíssimo.
10:35Nós estamos falando de 45 quilos por habitante ano,
10:40na carne bovina é em torno de 25,
10:42na carne suína é em torno de 20 quilos.
10:46Então, é mais que o dobro do que bovino e do que suíno.
10:53Então, é uma carne muito preferida pelos brasileiros,
10:56muito consumida,
10:57eu não acredito que vá haver queda de consumo.
11:01Aliás, ao contrário,
11:02eu acho que esses preços que podem cair em função das restrições
11:07vão levar as pessoas a consumirem mais.
11:10Agora, o que a gente vê aí como impacto na exportação
11:14nesses países que se fecharam para o Brasil,
11:18porque a gente, mais de 100 países,
11:20eu acredito que não vão se fechar,
11:22mas nesses que se fecharam
11:24é o impacto que atinge aí 15% até 20% da exportação,
11:29mas a gente tem que lembrar que essa exportação também
11:31são partes de frango, muitas vezes,
11:33que a gente não consome aqui dentro.
11:35Por exemplo, a maior exportação para a China
11:37são pés de frango,
11:39que os chineses adoram consumir
11:41e que no Brasil praticamente não tem consumo.
11:44Então, a gente normalmente exporta aquilo
11:46que eles não conseguem produzir o suficiente,
11:49porque tem país que prefere peito,
11:51tem país que prefere pé,
11:52tem país que prefere coxa.
11:54Então, existe aí uma coisa
11:57que é uma complementariedade dos portfólios
12:00e que não necessariamente vai se refletir
12:03em preços mais baixos aqui dentro.
12:05Mas eu não vejo realmente
12:06um processo de inflação do frango acontecendo
12:10e acho que o problema com os países,
12:14os países que se fecharam para o Brasil como um todo,
12:17e isso deve se resolver nesse período
12:19lá de dois meses
12:20que foi anunciado pelo Ministério da Agricultura.
12:23Sobre a gripe aviária,
12:25nós conversamos com o Marcos Jank,
12:27coordenador do Centro Inspiragro Global.
12:30Marcos, muito obrigada pela participação
12:32e pelos esclarecimentos aqui no Jornal da Manhã de hoje.
12:36Muito obrigado,
12:36sempre à disposição, Paula e amigos.
12:38Obrigado.
12:39Obrigado.
12:40Obrigado.
12:41Obrigado.
12:42Obrigado.

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