O #BEC foi atrás das histórias marcantes do cortejo de Ayrton Senna. Ídolo nacional, o piloto faleceu em 1º de maio de 1994.
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00:00O brasileiro Ayrton Senna, fantástico!
00:06Uma coisa apenas que fala hoje no mundo da Fórmula 1, do talento fantástico, da incrível
00:13capacidade de conduzir um automóvel que tem esse garoto.
00:17Sobram palavras para falar de Ayrton Senna.
00:21Herói, mito, ídolo e outros adjetivos que correspondem a esses três.
00:27E também as faltam.
00:30Caminhando no acervo de viaturas históricas do Corpo de Bombeiros de São Paulo, o hoje
00:36coronel aposentado Paulo de Freitas tem suas lembranças.
00:42Toda aquela imagem do dia.
00:46Muita emoção.
00:49O dia em questão, 4 de maio de 1994.
00:53Três após a morte de Senna.
00:55O corpo do tricampeão mundial voltava para casa e recebeu honrarias de chefe de Estado.
01:03Cadetes da aeronáutica perfilados em continência homenageavam Senna com honras de chefe de Estado.
01:09A missão era conduzir o ídolo até a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
01:16Onde Senna seria velado.
01:18Pelas ruas, mais de 3 milhões de pessoas formavam o circuito da penúltima volta de Senna.
01:24A determinação era a gente conduzir a 20 por hora, desde o aeroporto até a Assembleia.
01:32Quando nós entramos na Marginal, falamos, não, cai, vamos em 5 por hora.
01:36Falei, motorista, o coronel vai entender, o comandante vai entender.
01:40Porque era muita gente.
01:42Sabe?
01:43Então eu me coloquei no lugar dessas pessoas.
01:45Imagina, eu acordo de madrugada, venho para cá e a viatura passa a 20 por hora.
01:51E não era só nas calçadas, não.
01:55Os viadutos todos tomados de gente, todos.
01:59Pelo caminho, o relato que mais foi visto.
02:03Choro.
02:05Todo mundo estava chorando.
02:07Crianças, velhos, adultos, homens, mulheres, estava todo mundo chorando.
02:11Meu motorista chorava.
02:13Eu chorava, não deu para aguentar.
02:16Eu segurei até onde deu, aí não deu.
02:18Aí começou a chorar todo mundo lá.
02:21Eu acho que no mundo, no planeta Terra, não teve nada igual.
02:25No dia seguinte, 5 de maio, no trajeto para o cemitério do Morumbi, a última volta.
02:31Mais emoção e histórias.
02:35Tinha um rapaz com um piano na calçada, na Brasil.
02:41Um piano.
02:43E tocava a música do Ayrton Senna.
02:45Tan, tan, tan.
02:46Da Fórmula 1.
02:47Tan, tan, tan.
02:48Tan, tan, tan.
02:49Então, um pouco antes, 50 metros antes, 100 metros antes, a viatura chegar.
02:54E 100 depois, ele ficou tocando isso.
02:56Só tocando.
02:58Isso emocionou muito.
02:59Inúmeras homenagens, mas uma inesperada, improvável e não menos tocante.
03:07Aí ela, comandante, comandante, pousou uma pomba branca no highlight da nossa viatura.
03:16Falei, você está brincando?
03:17Uma pomba branca?
03:18Ela é toda branca?
03:20Toda branca.
03:21Branquinha, linda, mansinha.
03:23Eu falei, não deixa ela voar.
03:26Não faz barulho.
03:28Até avisei o motorista, só vai, cuidado, tem uma pomba em cima do highlight, branca.
03:31Ele falou, deixa comigo, né, para evitar uma...
03:35Essa pomba, ela foi da Assembleia até a esquina da Brasil com Rebouças.
03:43E ela, olha, essa pomba talvez fosse até o cemitério.
03:48Ela só voou porque num prédio de mais ou menos aí, sei lá, uns 12, 13 andares, fica na esquina ali, né?
03:56Fizeram uma queima de fogos linda, linda, linda.
03:59Esse carro do Corpo de Bombeiros faz parte de uma das histórias mais emocionantes do Brasil.
04:05Estar presente aqui causa um misto de sensações, de arrepios,
04:10que só um ícone como Ayrton Senna é capaz mesmo 31 anos depois.
04:15Emoções traduzidas em lembranças e em centenas de cartas que foram atiradas ao ídolo nessa viatura de bombeiros.
04:24Eu vou ler uma delas, são muitas cartas, muitas, muitas.
04:27Senna, nós nunca te esqueceremos, pois para nós, o Brasil inteiro, não te esqueceremos porque você não morreu. Valeu.
04:38Ah, esse espaço...
04:39Pelo menos emoção, ele vai estar sempre cheio.
04:51Essa viatura é especial.
04:54Ayrton Senna da Silva, 31 anos de saudade do ídolo, do piloto que tinha seu limite um pouco acima dos outros.
05:04Foi uma honra.
05:13Pude fazer alguma coisa por ele mesmo, estando morto.
05:21Fiquei feliz e triste ao mesmo tempo.
05:23Ayrton Senna da Silva, 37 anos de saudade do ídolo, do piloto que tinha seu limite um pouco acima dos outros.
05:34E aí...