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  • há 4 dias
O economista Luiz Alberto Machado analisou o impacto econômico da passagem de Lady Gaga pelo Brasil. Segundo estimativas, a cantora movimentou cerca de R$ 600 milhões em turismo, consumo e mídia. O fenômeno vai além da música e mostra o poder das grandes turnês na economia local.

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Transcrição
00:00E sobre os impactos deste evento, como é que um show desse porte mexe com a economia,
00:06eu converso agora com Luiz Alberto Machado, economista e autor do livro
00:11Economia mais Criatividade é igual Economia Criativa.
00:15Perfeito.
00:15O Machado aqui é um economista, entende muito de economia internacional
00:19e durante a sua passagem acadêmica estudou muito a relação entre a criatividade,
00:24o entretenimento e os impactos na economia.
00:26Machado, obrigado mais uma vez por participar aqui da nossa programação.
00:31Um show gratuito que está levando 1 milhão e 600 mil pessoas na praia de Copacabana.
00:37Isso vai circular essa imagem no mundo inteiro e depois aqui a própria mídia brasileira vai repercutir.
00:43É obviamente que tem uma colagem de marcas que querem associar o seu nome a esse grande evento,
00:50até porque as pessoas saem depois, na maioria das vezes, com uma impressão muito positiva do show
00:56e tudo mais, a gente tem gente que veio de outras cidades, outros estados,
01:01há pessoas que vieram de outros países aqui vizinhos para essa oportunidade
01:05e é uma chance de uma marca clivar o seu valor com essa experiência
01:11que na esmagadora, na maioria das pessoas, vai ser super positiva.
01:14Por outro lado, Machadão, tem um choque, tem uma análise de risco?
01:21E se eu vou investir num show de uma cantora ou de um cantor, de um artista polêmico?
01:27Pode acontecer algo que depois seja criticado, como aconteceu com Madonna,
01:32para os mais conservadores?
01:34Teve um gesto ali que as pessoas acharam que estava um pouco saliente, um pouco exagerada.
01:39As marcas também levam isso em consideração.
01:41Colocando na balança, ainda vale muito a pena?
01:43Vale. Eu acho que o principal, quem está mais apostando no sucesso da Lady Gaga
01:50é o prefeito do Rio de Janeiro.
01:52O Eduardo Paes, claro, transformou Maio, que é um mês relativamente morto
01:58na economia carioca, num mês sensacional.
02:02E ele já está falando dos próximos.
02:05Ele provavelmente está pensando no U2, na Beyoncé.
02:08E isso reflete um novo mundo.
02:10É um mundo, eu que já tenho cabelos bem brancos, eu sou de uma época que os shows
02:17eram feitos em ginásios ou em teatros.
02:20Hoje eles são feitos em estádios, ao ar livre, em autódromos ou na praia,
02:25e atraem milhões de pessoas.
02:27Então, é claro que é um evento que tem tudo para dar certo.
02:33Agora, o que você levanta é possível.
02:36Você tem, às vezes, o aparecimento de algumas coisas que não...
02:40Quando são boladas, elas não imaginam que elas vão ter uma repercussão negativa.
02:44Aconteceu com a Madonna.
02:46Na Olimpíada aconteceu...
02:48Na abertura da Olimpíada aconteceu com a reprodução da Ceia.
02:53Da Santa Ceia, exatamente.
02:54Da Santa Ceia, que teve uma repercussão negativa.
02:56Então, são fatores que podem, vamos dizer assim, nublar um pouco o efeito do evento.
03:05Mas, na grande maioria das vezes, o efeito é muito positivo.
03:08Agora, Machado, a gente está falando de marcas e tal que vão patrocinar e tudo mais.
03:13Agora, saindo da publicidade e pegando um pouco mais na propaganda, onde que eu quero chegar?
03:18Você citou o Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro.
03:20Ele, obviamente, está fazendo aí para que todos esses efeitos calibrem o seu capital político.
03:29Mas, também, tem muita crítica dizendo que a Prefeitura do Rio de Janeiro poderia investir esse dinheiro em colchões sociais na cidade,
03:37que são necessários, de fato, para sanear algum problema que são dos mais graves do Rio de Janeiro.
03:42E que a iniciativa privada poderia fazer um show desse e deixar isso tudo na mão da iniciativa privada
03:48e não só na Prefeitura, o que evitaria essas críticas em cima do prefeito do Eduardo Paes.
03:56Também é uma equação delicada.
03:58Também, porque não é que a iniciativa privada não participe desses eventos.
04:03Pode ser que, neste caso em particular, não tanto.
04:06Mas você tem aí os grandes festivais hoje que o Brasil tem realizado, o Rock in Rio, o Lollapalooza
04:12e até alguns menos conhecidos, como o Planeta Atlântida, o Universo Paralelo, um no Nordeste, um no Sul,
04:19que são, basicamente, eventos que têm uma participação muito grande da iniciativa privada e que também atraem.
04:25Se não esse número extraordinário que a Lady Gaga vai atrair, milhares e milhares de pessoas.
04:31Então, transformando isso tudo naquilo que o recém-falecido, o Mário Vargas Llosa, escreveu num livro muito interessante,
04:42até crítico, chamado Sociedade do Espetáculo, que é, basicamente, o que a gente tem visto nesses eventos dos dias de hoje.
04:50Agora, Machado, é possível que um evento dessa Magnetilda, que vai acontecer hoje no Rio de Janeiro,
04:55ele deixa um resíduo. Onde que eu quero chegar? Fazer uma comparação com algo que foi espetacular,
05:01mas não passava pela indústria do entretenimento.
05:03Quando o príncipe Harry casou com a Meghan Markle em Windsor, depois do casamento,
05:10não tinha mais reserva em hotel para os próximos dois anos.
05:15Aquela imagem que circulou o mundo criou ali uma expectativa, uma curiosidade de turistas do mundo inteiro
05:21que já se programavam para os próximos 24 meses, em algum momento, ir para o Windsor,
05:27porque eu queria conhecer aquela cidade onde teve o casamento real.
05:31Trazendo essa premissa para essa conversa que nós estamos tendo de Lady Gaga, no Rio de Janeiro,
05:35Praia de Copacabana, este evento, que, de novo, depois, amanhã, a imagem vai estar na capa dos jornais,
05:42dos sites, dos canais abertos e fechados, pode deixar um resíduo, uma curiosidade das pessoas.
05:48Talvez eu vá no próximo show, talvez eu vá para o Brasil, talvez eu vá entender como é que é a dinâmica
05:54de espetáculos no Brasil. Isso pode levar públicos a outras cidades, por exemplo?
05:59Pode. Aliás, uma das características do que eu chamo de economia criativa é exatamente não ter um efeito,
06:06um impacto unicamente local. Você pode, muitas vezes, espalhar isso daí ou pela região ou até mais amplamente.
06:13Eu dou um exemplo claro. Por exemplo, você tem um fato, uma festa popular,
06:19que é a Festa do Chope, a Oktoberfest, em Blumenau.
06:24Aumenta muito a frequência ao parque do Beto Carreiro naquela época.
06:28Não é que é encostado, mas é na mesma região.
06:31Então, esse impacto pode acontecer.
06:33E você vê, na reportagem anterior, você falou da eleição do Papa.
06:37O filme, o conclave, foi o filme mais visto nos últimos tempos.
06:42Justamente por causa de...
06:44E quantas pessoas não vão ao Vaticano para ver a Capela assistindo?
06:47Exatamente.
06:48E o filme, o conclave, voltou para o cinema.
06:52Sim.
06:53Que é, obviamente, para aproveitar a quentura de tudo isso.
06:56Vamos olhar o copo meio vazio, Machado, porque nós estamos falando aí de um evento
07:01que vai atrair 1 milhão e 600 mil pessoas e, não que eu queira ser aqui o porta-voz do caos,
07:08mas a gente consegue imaginar que amanhã parte das notícias serão a quantidade de celulares
07:13que foram roubados, os problemas ali e tal, o que acaba escancarando os nossos problemas
07:17de infraestrutura.
07:20Também serve como um sinal de alerta?
07:22Claro, vai ter um pouco dessa publicidade negativa?
07:25Até no melhor sentido da palavra, entre aspas, de as veias abertas que ficam ali no nosso
07:29problema de infraestrutura, nem todo mundo vai conseguir a hospedagem, o trânsito ali
07:33por causa do engarrafamento e do afunilamento de pessoas no mesmo local.
07:39Isso serve depois como um outro efeito secundário de um amarelo piscante ali de atenção para
07:46os problemas que nós temos que resolver?
07:48Serve e espero que sirva bem, porque nós temos agora pela frente, em julho e depois em
07:53dezembro, em novembro, dois eventos internacionais da área de economia.
07:59Que é uma reunião do BRICS ampliado no Rio de Janeiro e depois no final do ano lá em
08:05Belém.
08:06E em Belém a preocupação é muito grande, porque já se sabe que não vai haver hospedagem
08:11para todo mundo.
08:12Já está havendo um aumento incrível nos aluguéis de apartamentos, de casas, de delegações
08:20estrangeiras que estão já se precavendo para esse período.
08:23Então, é bom que sirva de exemplo para que outros...
08:28Claro, o Brasil não vai deixar de ser sede de grandes eventos, mas tem que se preparar
08:34para que não seja um fracasso.
08:36Machadão, para a gente encerrar, vou fazer um paralelo, já que o nosso canal tem esse
08:39DNA de negócios.
08:41O Parque do Ibirapuera, na capital paulista, ele foi privatizado.
08:44Passou por um processo e agora vai ter um festival de música, artistas internacionais,
08:48Norah Jones, algo que a gente não tinha com a mesma frequência na iniciativa privada.
08:53Lá atrás a gente tinha o Pão de Açúcar que fazia ali alguns eventos gratuitos, agora
08:57nós estamos falando de um evento com ingresso pago.
09:00Ainda assim, restringe o público, mas ainda assim é positivo para a cidade?
09:05Ah, eu acho, sem dúvida nenhuma.
09:07Eu sou daquelas pessoas que acham que quando você consegue atrair público para a cidade,
09:12você não atrai especialmente ou especificamente para o evento.
09:16Você mexe na cadeia produtiva, hotéis, transporte, outras atratividades da cidade.
09:25Então a cidade leva uma série de vantagens com essas pessoas que vêm principalmente para
09:31ver o show, mas que acabam também participando e assistindo a outros atrativos que a cidade tem.
09:38Queria encerrar a conversa.
09:39E o jornal agradecendo aqui, Luiz Alberto Machado, economista, autor do livro
09:44Economia mais Criatividade é igual economia criativa.
09:48Mais uma vez o Machadão sempre atendendo a gente aqui muito bem.
09:51Obrigado Machado, bom restinho de sábado, ótimo domingo.

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