Esta semana, debatemos o apagão elétrico em Portugal continental e na Península Ibérica, com Ana Vasconcelos Martins, Ricardo Marvão e Rita Siza
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00:00Olá e sejam bem-vindos ao Bruxelas Meu Amor, o programa da Euronews que lhe traz todas as semanas, em português, as notícias e os debates que marcam a atualidade europeia.
00:22Eu sou a Mariana Correia e este é o Destaque da Semana.
00:25Desde a crise da Covid-19, que o mundo tenta preparar-se para situações inesperadas, mas o apagão desta semana, que deixou 60 milhões de pessoas em Portugal e Espanha às escuras, também deixou claro que a imprevisibilidade faz agora, mais do que nunca, parte do nosso dia-a-dia.
00:41Esta falha no fornecimento de energia teve impactos significativos em múltiplos setores, incluindo transportes, comunicações, serviços de emergência e empresas em geral.
00:51Neste programa vamos falar das consequências políticas, económicas e sociais para o país e ouvir a opinião de quem seguiu este incidente inédito com atenção.
01:01E ainda, nas primeiras horas do apagão, milhares de pessoas correram às lojas e aos supermercados para terem comida, água e produtos essenciais para vários dias sem luz.
01:11A REN, Rede Elétrica Nacional, conseguiu restabelecer gradualmente a eletricidade em algumas regiões do país e durante a noite na Grande Lisboa.
01:19A gestão da comunicação do Governo e das autoridades mereceu críticas da oposição a poucas semanas das eleições legislativas.
01:29Ora, eu hoje tenho como meus convidados, e que passo já a cumprimentar, Ana Vasconcelos, era deputada da Iniciativa Liberal no Parlamento Europeu.
01:35Seja bem-vinda.
01:36Ricardo Marvão, empresário e cofundador da BTI.
01:39E Rita Siza, jornalista e correspondente do Jornal Público em Bruxelas.
01:43Obrigada aos três.
01:44E obrigada a si que está desse lado.
01:46Ora, a confusão instalou-se com a corrida aos supermercados e às bombas de gasolina.
01:52Os prejuízos ascendem a mil milhões de euros, como nos conta a repórter da Euronews em Portugal, Joana Mourão Carvalho.
01:59Sabemos qual foi o problema, mas ainda não sabemos a causa.
02:03O primeiro-ministro português já pediu uma auditoria independente à Agência de Cooperação dos Reguladores de Energia Europeus
02:10sobre a origem do apagão de segunda-feira na Península Ibérica.
02:14Apesar de a empresa que gera a rede elétrica espanhola já ter descartado a possibilidade de ter tratado de um ciberataque,
02:22o presidente do governo espanhol diz que não se pode excluir qualquer hipótese antes de uma análise independente.
02:28Além das consequências óbvias e mais imediatas, as 10 horas de apagão podem ter provocado prejuízos
02:36na ordem de mil milhões de euros na economia portuguesa, segundo estimativas mais pessimistas.
02:42Joana Mourão Carvalho para a Euronews em Lisboa.
02:4510 milhões de euros é muito, Ana.
02:49O que é que nos diz este apagão sobre as infraestruturas energéticas europeias?
02:53Muito obrigada pelo convite para aqui estar.
02:55Essa é a pergunta fundamental a colocar.
02:59Portanto, isto foi o maior apagão das últimas duas décadas na Europa.
03:03Como disse bem, mais de 60 milhões de pessoas ficaram sem luz ao longo de quase um dia para repor toda a normalidade.
03:16E a questão que isto coloca, eu não sou especialista nas causas da falha
03:21que ainda está para ser apurada e levará o seu tempo e ainda bem que assim seja para uma situação destas sem precedente
03:30ser apurada nos maiores estados para prevenir situações semelhantes no futuro.
03:35E é aí que está a questão, que se coloca a questão a nível político.
03:39Que é tanto a nível de como é que se pode preparar estes sistemas para prevenir, por um lado,
03:44e depois poder mitigar efeitos quando uma situação destas ocorre.
03:47E, por outro lado, acima de tudo, a capacidade de resposta dos serviços,
03:52sobretudo a nível de emergência, para operar numa crise destas.
03:56Portanto, vimos vários serviços a falhar.
03:59O CIRESP é um dos casos mais destacados na resposta que não foi adequada.
04:06Mas, por exemplo, ficámos a saber que os serviços de comunicação não estavam nos planos de contingência.
04:12E numa sociedade como a atual, isso é uma falha muito grave.
04:15Portanto, temos que identificar as falhas que há a mitigar
04:20e para podermos preparar as pessoas e, sobretudo, a capacidade de resposta dos nossos serviços públicos
04:27numa situação destas.
04:28E por falar em mitigação, Ricardo, como empresário e empreendedor,
04:32está sempre habituada a ter um plano B.
04:34O que é que fazem as empresas, em geral, para prevenir situações como estas?
04:38Desde já, obrigado pelo convite.
04:40Eu acho que, desta vez, não foi possível prevenir muita coisa.
04:44Eu lembro-me da minha equipa, que estava em Lisboa,
04:46e, nesse dia, foi impossível trabalhar, porque, passado umas horas,
04:49toda a gente ficou sem bateria, toda a gente ficou sem telecomunicações
04:51e, portanto, não deu para trabalhar.
04:54Acho que muita gente usou a rádio para perceber o que é que estava a acontecer e pouco mais.
04:58O que eu fiz do meu lado foi trabalhar aqui de Bruxelas,
05:01tentar perceber ao máximo o que é que estava a acontecer, avançar com o trabalho
05:04e, pronto, não dá muito mais para fazer sem energia.
05:08Rita, há vários anos que os governos portugueses,
05:10desde Passos Coelho, António Costa, até Luís Montenegro,
05:14defendem uma ligação diferente à rede europeia via Pirineus.
05:19A França não se mostra muito interessada nisso.
05:23Que políticas públicas é que podem ser seguidas através de Lisboa ou de Bruxelas
05:27para resolver a situação da energia na Península Ibérica
05:30e a dependência que temos de Espanha,
05:33para que sejamos menos vulneráveis a falhas como estas?
05:36Bem, cumprimento também os outros dois convidados e a Mariana
05:42e quem está a assistir em casa.
05:46Tenho dificuldade em responder a essa pergunta
05:48porque eu acho que as políticas públicas, neste caso,
05:51passam só por garantir que o sistema de distribuição
05:57está adaptado às necessidades e à geração.
06:04Parece-me evidente nesta altura que, apesar de não sabermos quais são as causas,
06:10percebemos que o sistema de distribuição não está adaptado
06:13à produção energética que é dominante na Península Ibérica
06:19e que se tornou dominante precisamente pelo facto da Península Ibérica
06:23ser uma ilha energética face ao resto da União Europeia
06:28e acho que, do ponto de vista de Bruxelas,
06:32que convém também assinalar, não tem nenhuma competência
06:34sobre a política energética dos Estados-membros,
06:38mas que, do ponto de vista de Bruxelas,
06:41é, digamos, a política correta em termos de diversificação
06:46e de redução da dependência dos combustíveis fósseis
06:52para um sistema sustentável,
06:55ou seja, baseado nas energias renováveis.
06:58De facto, esse sistema embate
07:00no resto do sistema muito mais capilar
07:04do centro e do norte da Europa nos Pirineus,
07:07precisamente porque a França não tem permitido essas interconexões
07:13e é um facto que os sucessivos governos
07:16batem nesta tecla, enfim, já tentaram,
07:20a última tentativa de vencer o bloqueio francês
07:25foi inventar um novo corredor, o chamado Bar Mar,
07:29tanto que com uma ligação entre Barcelona e Marseilla,
07:35mas que não será tanto para a eletrificação,
07:38não servirá tanto para a eletrificação,
07:40mas, sobretudo, para o transporte de hidrogênio verde.
07:43Embora possa ser utilizado também para a eletrificação,
07:47mas é difícil ver que mais é que eles podem fazer
07:50em termos, ou digo, as autoridades públicas,
07:53a não ser que os cadernos de encargos,
07:56uma vez que estas infraestruturas críticas
07:59já não estão nas mãos dos Estados,
08:03enfim, embora os Estados sejam grandes acionistas,
08:06mas seja que os cadernos de encargos
08:08obriguem os operadores de rede a terem sistemas de redundância,
08:14sistemas de reativação e reenergização da rede
08:18em casos de apagão comum, aqueles que verificamos.
08:22Enfim, uma série de...
08:25Especificidades.
08:28Prerrogativas até técnicas que evitem situações,
08:32quer dizer, evitar ao máximo, um bocado como o Ricardo dizia,
08:35há situações que não são evitáveis,
08:38mas que possam reduzir e mitigar os riscos quando eles acontecem.
08:42Mas, neste caso, eu até diria que, em termos de segurança,
08:45se olharmos para toda a segurança possível, é impossível.
08:48Isto não...
08:50Monetariamente é caríssimo...
08:52Exato.
08:53Ter todas as seguranças possíveis.
08:55Portanto, há sempre algum risco.
08:56Exato.
08:57Não a energia fica caríssima.
08:58Claro.
08:58E a questão política, como a Ana dizia,
09:01acho que é um bocado perceber qual é o nível de tolerância ao risco
09:04que as sociedades estão dispostas a...
09:07E para isso é preciso informação, não é?
09:08Acho que isso foi o ponto...
09:09A Ana está a concordar.
09:11Queria ouvir a sua opinião.
09:12E aqui toca num ponto fundamental,
09:13que é, muitas vezes, quando temos estas discussões
09:16e, sobretudo, quando elas são politizadas,
09:18parece que há soluções perfeitas e não há.
09:21Há sempre riscos que há que equacionar
09:23e já agora isto aplica-se a todas as políticas,
09:26sobretudo no que toca ao ambiente,
09:28à transição energética,
09:29às escolhas a fazer,
09:30à custos e benefícios a equilibrar.
09:32E, portanto, surgiu logo uma discussão sobre renováveis
09:36e que nunca deviam ter sido, basicamente,
09:40desligadas as centrais de carvão,
09:42isso, quer dizer, teria outros custos e nem resolveria o problema.
09:45Também se colocou em causa a dependência de Espanha
09:48ou a interligação à Espanha.
09:50Quando o fato de não estarmos ligados à Espanha
09:53não preveniria necessariamente uma situação destas
09:55e, muito provavelmente, retardaria a capacidade de resposta.
10:00Como vimos, também para a Espanha foi importante ter o contributo
10:03de países vizinhos para conseguir restaurar a eletricidade no seu país.
10:09Portanto, não há soluções perfeitas.
10:11Há, sim, que escolher aquelas que trazem mais benefícios
10:16ou um equilíbrio de custo-benefício aceitável
10:20e mitigar ao máximo os efeitos.
10:22E, acima de tudo, capacitar as populações com a informação
10:25e os serviços de emergência e de apoio e de serviços públicos
10:30para estarem bem preparados para qualquer situação de emergência que surja.
10:34Que, aliás, no mundo atual, com uma guerra às portas da Europa,
10:38eu não quero ser alarmista nem catastrofista, muito pelo contrário.
10:41Mas uma catástrofe natural pode acontecer.
10:44E vamos falar disso já a seguir.
10:47Antes vamos ouvir aqui mais algumas opiniões.
10:50Hospitais, transportes, serviços públicos e empresas em geral,
10:54tudo foi afetado pelo apagão na segunda-feira.
10:56Nos aeroportos, sem luz e com sistema informático em baixo,
11:00muitos voos foram cancelados.
11:02Em Lisboa, o cenário era este.
11:05O problema se deu em função das bagagens.
11:08Que eu fui para a esteira esperar a minha mala e nada.
11:13Enfim, daí eu fiquei esperando por horas aqui,
11:16até umas quatro da tarde, mais ou menos.
11:20Consegui um hotel de uma forma bem acidental.
11:23Não havia televisão, não havia internet, não havia nada.
11:28Perguntávamos a toda a gente nos cafés,
11:30já sabem alguma coisa, alguma novidade, ninguém sabia nada.
11:34Nem sequer sei, se pediam ter feito alguma coisa.
11:36Foi um apagão total mesmo.
11:38Nós fomos dos Açores, então, quando saímos dos Açores estava tudo normal.
11:42Chegámos, foi como entrar numa outra dimensão em que não sabíamos nada,
11:45ninguém nos disse nada, não havia informações, não havia rede.
11:49E depois não sabíamos onde deveríamos ir.
11:51Perguntávamos, estava tudo confuso, sem luz,
11:53perguntávamos qual era o próximo passo, ninguém nos dizia nada.
11:56Nem do aeroporto, nem a própria polícia.
11:58Portanto, foi um pouco assustadora a confusão e a incógnita de onde é que a gente ia a seguir.
12:02A situação nos aeroportos trouxe muitos constrangimentos à vida das pessoas,
12:07mas a prioridade, neste caso, são sempre os hospitais.
12:10Rita, nós ouvimos a Ministra da Saúde dizer que o SNS foi muito eficiente e eficaz
12:15e que os geradores tinham capacidade para se aguentar durante 48 horas.
12:19Se fossem 56, 72, que mecanismos europeus é que existem de resposta rápida
12:26para auxiliar os países numa situação como esta?
12:31Não sei. A resposta honesta é não sei.
12:34Eu acho que não há nenhum mecanismo europeu em termos de restabelecimento da energia.
12:40Enfim, o que nós temos visto, por exemplo, em questões...
12:43Está a ver ajudar os hospitais, não é?
12:44Exato. Há questões de gera...
12:46Enfim, a proteção civil europeia pode ser acionada pelos países.
12:50Confesso que não sei dizer quanto tempo demoraria uma ativação desse...
12:57O que seria necessário para uma ativação desse mecanismo.
13:02Sei que em termos, por exemplo, de catástrofes que aconteceram recentemente,
13:06entre terremotos, cheias, etc., que existe na proteção civil europeia
13:10e a capacidade para destacar geradores e outro tipo de equipamentos que podem auxiliar.
13:19Mas, portanto, se o sistema estivesse capacitado para as tais 72 horas,
13:24presumo que nem sequer fosse preciso recorrer a esse mecanismo europeu.
13:28Mas confesso que não sei...
13:31Do ponto de vista de acionar um sistema mais longínquo, digamos assim,
13:39nem sei quanto tempo demoraria e qual seria, digamos, a capacidade de ligação desses equipamentos.
13:47Ricardo, as empresas de tecnologia podiam ser boas parceiras do Estado numa altura como estas?
13:52Eu acho que qualquer crise traz uma ótima oportunidade.
13:56E como empreendedor, e tenho muitos amigos empreendedores,
14:00nós vemos este tipo de situações como uma oportunidade para inovar,
14:03para trazer nova tecnologia, novos processos.
14:07Está aqui uma ótima oportunidade para trabalhar com o Siresp,
14:09para trabalhar com o governo em processos, para trabalhar com os hospitais,
14:13para trabalhar com inúmeras empresas que precisavam de estar a trabalhar
14:17ou, pelo menos, ter um mecanismo de emergência de como reagir nesta situação.
14:22Mas, mesmo assim, eu acho que também não chegámos, olhando para o ponto anterior,
14:27também não chegámos aí porque eu acho que, rapidamente, à volta da hora do almoço,
14:30já tínhamos a informação, pelo menos dos espanhóis,
14:32que demoraria seis a dez horas a restabelecer a energia.
14:36E, portanto, toda a gente que estava fora de Portugal e que tinha essa informação,
14:40mais ou menos estava mais tranquila e acabou por passar alguma informação a Portugal.
14:43Pelo menos eu fiz isso com a minha equipa em Portugal.
14:47Agora, há aqui uma oportunidade também para pensarmos alguns destes sistemas,
14:54seja o SNS, seja o Siresp ou outros.
14:56O Siresp voltou a falhar, não é?
14:58Voltou a falhar.
14:59São sistemas que têm muitos anos e que têm problemas de legacy grandes
15:04e que, por vezes, é preciso algum tipo de coragem para iniciar um novo sistema,
15:09um sistema que funcione mesmo.
15:10e que, por vezes, devido a todas as complicações do passado
15:15e interligações entre outros sistemas, acaba por não se tomar uma decisão.
15:20Mas, se calhar, há aqui uma oportunidade para começar a fazer dois sistemas em paralelo
15:25até haver uma transição para o novo.
15:27Mas eu diria que é uma ótima oportunidade para começar essa fase.
15:32Ana, este fenómeno foi inédito na Europa pela dimensão que teve.
15:35Mas não é a primeira vez que Portugal fica às escuras.
15:37Hoje tivemos o célebre episódio da Segonha, que deixou o sul do país até Lisboa
15:42completamente às escuras.
15:44Aprendamos alguma coisa com isso?
15:47Acho que, sobretudo, houve uma consciencialização do quão mais eletrificada é a nossa sociedade
15:51e do quão passámos a ser mais dependentes do que algumas gerações mais antigas
15:57cresceram a ser, não é?
15:59E, portanto, é uma nova realidade e ficámos todos a perceber que estamos muito mal preparados
16:04para lidar com uma eventualidade destas, tanto a nível individual com a informação que
16:09temos.
16:09E todos nós já tivemos briefings ou preparações sobre o que fazer numa eventualidade de uma
16:15emergência, mas essa informação não é recapitulada e atualizada com regularidade
16:20no momento em que acontece uma situação destas ou outra.
16:23mais uma vez, aliás, com o agravamento das alterações climáticas, sabemos que vamos
16:29ver fenómenos climáticos mais extremos e, portanto, pode haver, é expectável que haja
16:35mais situações de emergência, mais uma vez, sem querer ser alarmista.
16:38Então pergunto-lhe se a Europa não devia ter mais protocolos comuns para estas situações
16:43de emergência energética?
16:44Acho que mecanismos de coordenação fazem sentido e já há uma grande tradição, diria,
16:52de cooperação entre Estados-membros e até com Estados que estão fora da União Europeia
16:58para acudir populações quando em situação de crise, como aliás já aconteceu, quando
17:04tivemos incêndios graves e difíceis de controlar em Portugal e como Portugal também já prestou
17:13auxílio a outros países quando atravessaram problemas desta gravidade.
17:18E, portanto, a Europa já tem essa tradição, podemos reforçar esses mecanismos.
17:23A Europa tem feito esse caminho porque sabe, aliás, temos uma comissária cujo papel,
17:29portanto, estou a falar de...
17:30Estão de crises.
17:31Sim, agora, Raja Habib, que é a comissária belga, cuja missão é precisamente, parte da missão
17:40é precisamente a preparação e, portanto, termos uma Europa capaz e preparada para uma
17:46situação de crise que, sem dúvida, também envolve a cooperação entre Estados-membros
17:49para acudir a situações de emergência.
17:51Em relação ao sistema elétrico, existe, de facto, legislação europeia, aliás, é a
17:57legislação que vai sustentar os inquéritos que já estão em curso, em que existem protocolos
18:05muito bem definidos, tanto em termos do funcionamento regular da rede, como também em termos dos
18:13passos que têm que ser dados no caso de apagão, de qualquer outro tipo de incidente.
18:20Portanto, aliás, uma das responsabilidades destes painéis de peritos que estão agora
18:26a fazer a investigação ao incidente da Península Ibérica é verificar se os operadores cumpriram
18:35todos esses passos que têm que estar previamente programados e oferecer recomendações, porque
18:46cada novo incidente traz mais experiência sobre como poder tornar as redes mais resilientes,
18:53e, portanto, fazer recomendações nesse sentido.
18:55Portanto, já existe, ao nível europeu, essa consciência, mas, mais uma vez, não há
19:01uma competência europeia para agir.
19:04Portanto, Bruxelas não vai dizer aos operadores em Espanha, em Portugal, em França, vocês têm
19:10que fazer isto.
19:12Mas existe um quadro de funcionamento do sistema que eles têm que cumprir.
19:17E existe cooperação entre autoridades também.
19:19Existe, exato.
19:19Eu imagino que quanto mais tempo passa de, neste caso, 6, 10 horas, se calhar não foi
19:24o tempo suficiente.
19:24Se tivesse sido mais tempo, se tivesse sido mais de 24 horas, se calhar acionava outro
19:28tipo de mecanismo de emergência.
19:29Exato.
19:30Mas, sabendo que a energia já vai ser restaurada, acho que o mecanismo acaba por não ser acionado.
19:39E, portanto...
19:39Só que quero reforçar só aqui um aspecto.
19:41Eu acho que até agora falámos da capacidade de resposta, mas há mesmo falhou muito a questão
19:48dos planos de contingência e, portanto, acabámos de ver nesta reportagem, enfim, infraestruturas
19:53críticas que não estavam preparadas para uma eventualidade deste tipo ou de outro tipo
19:58e as pessoas simplesmente não sabiam como agir e estavam sem informação da própria
20:04organização.
20:05E isto também, eu acho, que ao nível da União Europeia, portanto, ainda estou a responder
20:08à sua questão.
20:09Uma das coisas que a União Europeia, eu acho, faz muito bem, é uma das maiores vantagens
20:13que tem.
20:14Às vezes não passa tanto pelo executivo, mas passa sim pela partilha de boas práticas,
20:19de dados e, no fundo, de identificar aspectos que em certos Estados-membros precisam de
20:25ser melhorados e que noutros Estados-membros foram bem sucedidos.
20:29E, portanto, isso, mais uma vez, acho que esta experiência vai ser útil ao resto da Europa
20:36para preparar situações destas e, portanto, a partilha de informação e políticas que
20:44possam melhorar a resposta de todos os países.
20:47Sr. Ricardo, isto foi também um teste de stress para a economia digital?
20:52Sim, com certeza.
20:54Vivemos cada vez mais numa economia digital.
20:57Toda a gente ficou sem internet, sem telemóvel, sem energia para o computador.
21:03Eu, a falar com vários amigos meus, muitos deles estavam dentro do carro, ouvir na rádio
21:09o que é que estava a acontecer.
21:12Eu consegui falar com o meu pai e ele tinha um rádio pequenino em casa.
21:16Era o que lhe dava o suporte.
21:18Parecia que tínhamos voltado há 50 anos atrás.
21:21E a economia digital sem energia não funciona.
21:25E, portanto, aqui foi um...
21:27Mas, pronto, eu acho que a crise está ultrapassada.
21:29Eu acho que, acima de tudo, temos a ver que oportunidade é que há aqui.
21:33Como é que Portugal reagiu a esta crise?
21:36E como é que pode usar esse know-how até para trazer para a Europa,
21:41trazer para outros países que se querem preparar para uma eventualidade igual?
21:45E vamos já falar disto neste momento.
21:47Vamos ter que fazer aqui um pequeno intervalo, mas voltamos já a seguir.
21:50Contamos consigo.
21:51Até já.
21:51Bem-vindo de novo ao Bruxelas, meu amor, e à conversa com os nossos convidados.
22:04O apagão desta semana, que deixou Portugal e Espanha às escuras,
22:07foi resolvido em menos de 24 horas.
22:10No entanto, as críticas à atuação do governo e à proteção civil não deixaram de se ouvir.
22:15Pedro Nuno Santos, líder do Partido Socialista, disse que, e passo a citar,
22:19faltou uma voz de comando, comparou a situação com a recente crise do Inem
22:24e acrescentou que o governo desapareceu.
22:27Já o primeiro-ministro Luís Montenegro falou ao país durante a noite, no dia do apagão,
22:32e também no dia seguinte, depois de um novo Conselho de Ministros extraordinário,
22:36para pedir uma investigação às causas deste incidente.
22:39Vamos ouvir.
22:39Em primeiro lugar, solicitar à Agência de Cooperação dos Reguladores de Energia da União Europeia
22:46a realização de uma auditoria independente aos sistemas elétricos dos países afetados
22:54para o apuramento cabal das causas que estiveram na origem desta situação.
23:01Precisamos de respostas tão rápidas quanto urgentes.
23:05E, naquilo que depende de nós, não vamos poupar esforços no esclarecimento dos portugueses
23:12perante um problema sério que não teve origem em Portugal.
23:18Portanto, ouvimos aqui as declarações do primeiro-ministro.
23:22Rita, são justificadas as críticas de Pedro Nuno Santos?
23:25Faltou, de facto, uma voz de comando?
23:26Eu, por acaso, não tinha ouvido essas declarações de Pedro Nuno Santos,
23:30mas ouvi de responsáveis da Proteção Civil a dizer que faltou, do ponto de vista da Proteção Civil,
23:35uma voz de comando, porque, mais uma vez, o Cirespo falhou.
23:39Enfim, a questão já foi levantada no anterior segmento.
23:45Em termos políticos, eu penso que a crítica mais justificada será à ministra da Administração Interna,
23:51que, de facto, desapareceu, justificar-se e é ela ter sido substituída pelo primeiro-ministro.
23:58Eu penso que demorou algum tempo ao primeiro-ministro a aparecer com uma mensagem de tranquilidade
24:06para a opinião, passar uma mensagem de tranquilidade para a opinião pública.
24:10Também não sei até que ponto é que o próprio governo não tinha a informação necessária
24:17para passar essa mensagem, ou tinha, e não estava, digamos, mais uma vez preparado
24:23para executar um plano de comunicação de crise.
24:29Porque vimos que o governo comunicou, sobretudo, através de mensagens do WhatsApp com imagens,
24:36quando, na verdade, as pessoas não tinham acesso às redes normais.
24:42Portanto, penso que é justificada, enfim, é justificada a mensagem, diria que não necessariamente
24:49só para o governo, mas para todo o aparelho de gestão de crises, que é um bocado independente
24:56da gestão política do governo que esteja em funções.
25:01Ana, então pergunto-lhe, a mensagem ficou muito centrada no governo?
25:07Deveria ter sido dividida também com a proteção civil?
25:13O que é que, que críticas é que aponta à comunicação que foi feita durante o apagão?
25:18Eu acho que houve falhas de comunicação a vários níveis.
25:21Portanto, há pouco falávamos da questão dos serviços, e é fundamental os serviços
25:25poderem comunicar, as pessoas também desejavelmente, mas sobretudo os serviços.
25:29E depois é muito importante ver mecanismos de comunicação que cheguem às populações.
25:34Rádio acabou por ser o último recurso para muitas pessoas, e é preciso ouvir da parte
25:41do governo algum esclarecimento do que está a acontecer, mesmo que ainda não se saiba,
25:47e também evitar declarações contraditórias, como acabou por acontecer.
25:51Nos primeiros momentos desta crise, chegou a colocar-se a possibilidade de haver um ciberataque.
25:56Ora, sem fundamento, sem indicação que isso poderia estar a acontecer, foi motivo de alarme
26:02desnecessariamente.
26:03O governo deveria ter vindo falar nessa altura.
26:05Portanto, essa declaração foi feita por um ministro.
26:08Portanto, é preciso, para já dizer, partilhar informações fundamentadas, não alarmar sem fundamento
26:20as pessoas, dizer o que está a ser feito, e antecipar aquilo que pode ser antecipado.
26:26E já agora também informar as pessoas, na medida do possível, o que podem fazer
26:29para lidar com a situação em mãos.
26:32E, portanto, atualizações mais regulares acho que teria sido desejável.
26:38E, no fundo, o que passou para a população foi uma sensação de incerteza que depois
26:44vai corroendo a confiança que as pessoas têm nas autoridades.
26:49O que não é bom, seja no momento, seja para depois, confiar nas nossas autoridades
26:54para resolver situações futuras.
26:56Eu queria só acrescentar uma nota que é, mais uma vez, na peça que passou em que Luís
27:00Montenegro falava, falou-se de auditorias que vão ser feitas e bem.
27:06Mas nós, da parte da iniciativa liberal, gostaríamos de ver auditorias também, auditorias operacionais,
27:14um conjunto de serviços que é desejável que funcionem numa altura de crise, para identificar
27:18exatamente onde é que há melhorias a fazer, para não se repetir situações destas, como
27:23vimos nos aeroportos, nos hospitais, houve hospitais que tiveram uma hora, acho eu, de
27:28deixar de conseguir operar, funcionar, quanto a situações, enfim, de críticas de vida.
27:35Poderia deixar só uma pena nota?
27:37Porque esta investigação que o Primeiro-Ministro pediu e que o Presidente do Governo de Espanha
27:42também pediu, é precisamente aquilo que está previsto na lei.
27:47Portanto, esta investigação não vai acontecer porque os governos de Lisboa e de Madrid pediram.
27:52ela aconteceria mesmo que eles não tivessem pedido.
27:55Agora, como disse a Ana, eu acho que o que é fundamental é perceber se o Governo vai
28:00pedir auditorias ou os tipos de inquéritos àquilo que não falhou e que era da responsabilidade
28:10do aparelho que gera e que domina.
28:15Essas eu não vi ainda que tenham sido pedidas.
28:18Ricardo, no setor privado há sempre planos de contingência.
28:22O Estado devia aprender mais com essa lógica de planeamento?
28:25Eu acho que não havia muito, só tocando aqui num ponto, não havia muito mais a fazer
28:31quando a energia de repente desaparece e o restabelecimento da energia até foi relativamente rápido.
28:37Se olharmos para todos os apagões que houve na última década na Europa, nós fomos talvez
28:44dos mais rápidos no restabelecimento.
28:47Agora, eu também segui um bocadinho a comunicação e imagino que as pessoas que estejam em Portugal
28:52e que não tenham acesso a nada, a informação nenhuma, ficassem ansiosas, ficassem sem saber
28:58e, portanto, o que é que vai acontecer amanhã.
29:01Tínhamos a rádio, como já falamos há bocadinho.
29:03Tínhamos a rádio.
29:04Acho que, olhando aqui para o tema da Ana, que disse que os sistemas nacionais têm que
29:11ser revistos e essas auditorias têm que ser feitas, nós gostaríamos imenso de poder
29:16ajudar nisso, porque qualquer empreendedor vê isso também como uma oportunidade e, portanto,
29:22eu acho que aí está muito trabalho a fazer.
29:25Eu acho que nessa componente é que podíamos realmente trabalhar.
29:29A parte europeia vai acontecer automaticamente, portanto, aí é esperado pelo resultado.
29:34Obrigada aos meus convidados e obrigado a si por assistir.
29:38Até já.
29:39Olá e sejam bem-vindos ao Bruxelas Meu Amor, programa da Euronews que lhe traz todas
29:52as semanas, em português, as notícias e os debates que marcam a atualidade europeia.
29:57Hoje tenho comigo Ana Vasconcelos, eurodeputada da Iniciativa Liberal no Parlamento Europeu,
30:02Ricardo Marvão, empresária, cofundadora da BTI e Rita Siza, jornalista correspondente
30:06do Jornal Público em Bruxelas.
30:09Há pouco mais de um mês, a Comissão Europeia alertava para a necessidade de todos os cidadãos
30:15terem em casa um kit de emergência, desde fósfos, velas, barras energéticas, água e medicamentos.
30:22O objetivo é que cada um possa estar preparado para sobreviver pelo menos 72 horas em caso
30:27de crise e sem a ajuda do Estado.
30:30O apagão que afetou a Península Ibérica, tal como na pandemia da Covid-19, demonstrou que
30:35a maioria das pessoas ainda não está preparada para enfrentar cenários de crise.
30:41Ricardo, comece por si.
30:42A política fala de grandes estratégias, mas não deveria começar pelo básico, como
30:47por exemplo a educação de risco, instruções claras, formação?
30:51Eu diria que sim.
30:53Há aqui muito trabalho a fazer.
30:55Eu acho que, como empreendedor, nós olhamos sempre para as oportunidades.
30:59A nossa primeira reação depois do apagão foi, vamos marcar uma reunião com o REN.
31:04Vamos falar com eles e ver como é que podemos ajudar.
31:07Eu, por acaso, fui engraçado que no dia seguinte ao apagão recebo um email do Starlink, a empresa
31:14do Elon Musk, a oferecer por metade do preço um kit para terminal de recepção de internet
31:21por satélite.
31:22Aqui é que se vê a oportunidade.
31:25O empreendedor vê a crise e apresenta logo uma possível seleção.
31:30Esta crise também teve muito a ver com a quantidade de energia renovável que está a ser produzida
31:35em Portugal e como é que isso afetou a rede também.
31:38Não sei se foi essa a razão, mas vamos assumir que também teve um papel.
31:43Por que é que Portugal também não olha para a oportunidade de criar massa crítica sobre
31:48esse conhecimento, a propriedade intelectual que é criada sobre esse conhecimento e comercializá-la
31:54à volta do mundo?
31:56Nós temos que ser proativos também, como Portugal, a pensar a estratégia mais a longo
32:00prazo, em vez de ser casa a casa, estamos a discutir semana a semana e nunca estamos
32:04a pensar a estratégia mais a longo prazo do país.
32:08A energia pode ser um ótimo canal de vendas, digamos assim, do talento e do conhecimento
32:14português no que toca a energias renováveis.
32:16Ana, temos visto fenómenos ainda mais graves todos os anos, infelizmente tivemos um há
32:20pouco tempo, em Espanha, em Valência, com as cheias onde morreram mais de 200 pessoas.
32:25A Ana também vem de uma região, enfim, que muito a ver se arrisca como os terramotos,
32:30vem dos Açores.
32:31Não devíamos já ter uma cultura de preparação para este tipo de situações, uma vez que
32:35estamos numa posição tão vulnerável?
32:37Eu acho que se há alguma coisa a retirar de uma experiência destas, ou aquela que muito
32:43infelizmente ocorreu em Valência, tragicamente mesmo, é precisamente que nós temos que
32:49ser muito mais proativos a preparar as populações para situações de crise.
32:54Mais uma vez, não é para entrar por alarmismos que eu acho que não ajudam em nada, e aliás
33:00o pânico é um dos perigos também que se deve evitar, é com preparação, com prevenção
33:09que podemos, de fato, fazer face aos desafios.
33:12Nós habituámos longos períodos sem situações destas, mas elas aconteciam recorrentemente
33:18no passado, e portanto estamos numa fase em que podemos contar, pelo menos até as nossas
33:23sociedades se adaptarem a várias realidades, desde a situação de mais instabilidade geopolítica
33:33que atravessamos, à situação das alterações climáticas, e agora também ao fato das nossas
33:39sociedades estarem em rápida transformação e nem sempre termos as tecnologias todas adaptadas.
33:43E, portanto, só para dizer que, de fato, sou açoriana e eu muitas vezes digo quando
33:48perguntam se eu tenho medo dos chismos nos Açores, eu costumo dizer que até me sinto mais
33:52segura lá do que no continente.
33:55Porquê?
33:55Porque a população está, de tal maneira, habituada pela repetição e pela presença
33:59que tem na...
34:00Está preparada?
34:01Está mais preparada, quanto mais não seja pelo fato de ser mais regularmente confrontada
34:06com situações de risco desse tipo, e toda a gente tem presente na memória, eu tenho
34:09presente na memória, uma situação de sismo e, portanto, tenho mais presente do que fazer
34:13nessa situação.
34:15Não basta só ter o kit, é preciso ter a repetição dessa formação.
34:19Que lições podem os cidadãos tirar deste apagão?
34:22Quem não tinha alguns alimentos e produtos básicos em casa passou agora a ter mais
34:27cuidado com o que tem na dispensa ou com o plano de contingência doméstico em caso
34:31de catástrofes naturais ou episódios como estes?
34:34A equipa da Euronews em Portugal falou com várias pessoas em Lisboa.
34:37Vamos ouvir.
34:38O rádio, a pilhas, notei a falta que nos faz nestas ocasiões, mais do que o resto, porque
34:47também estava convencido que a energia voltaria mais tarde ou mais cedo.
34:53Não fiquei preocupado também com as coisas que tinha no frigorífico.
34:56Não estamos preparados para não ter luz, para estar em casa sem telemóvel, sem internet.
35:03A população foi mais cívica e mais preparada do que propriamente as instituições que
35:07nos gerem.
35:08Espero que nos tenha ficado lição, porque apesar da população ter respondido bem, sinceramente
35:15deveríamos ter tido uma preparação maior.
35:17Eu já tinha tudo.
35:18Eu tinha velas, tinha fósforos, tinha alguns kits de baterias, alguns power banks e o principal
35:24tinha dinheiro.
35:26Porque eu raramente saio sem dinheiro.
35:27Porque acho que a gente às vezes confia demais no sistema.
35:29Muitos bancos podem falhar, o NFC pode falhar, o seu telefone pode falhar.
35:34Então acho que as pessoas às vezes confiam demais no sistema e se esquecem de coisas
35:38simples como o dinheiro.
35:39Rita, por que é que falar de kits de emergência em 2025 soa ainda estranho quando nós estamos
35:45cada vez mais sujeitos a disrupções?
35:48Eu diria que o que soa estranho é o nome.
35:51Porque o dito com os kits, que na verdade é uma recomendação, é uma coisa tão do senso
35:59comum que a maior parte das pessoas tem o kit em casa.
36:03Não há nenhuma obrigação de ninguém ter nenhum kit em casa.
36:07E que a recomendação que foi feita pela Comissão Europeia foi de que as autoridades
36:12nacionais fizessem recomendações às populações em função precisamente dos riscos que elas enfrentam,
36:19que em alguns Estados-membros podem ser, enfim, a probabilidade maior de, imaginando o atual
36:28contexto geopolítico, a possibilidade de haver uma agressão militar para outros que estejam
36:35mais afastados dessas fronteiras de confronto político, que sejam fenómenos de alterações
36:42climáticas, etc.
36:43Agora, o que eu acho que todas estas entrevistas de rua nos mostraram ao longo de todo o programa
36:51foi que precisamente aquilo que as pessoas precisavam ter no seu kit e não tiveram foi
36:58informação.
36:59Eu queria agradecer de novo aos meus convidados por terem aceitado o nosso convite.
37:04Um especial obrigado a si que está desse lado por nos ter feito companhia.
37:08Se quiser saber mais sobre estes temas ou deixar-nos as suas sugestões ou comentários, escreva-nos
37:13para o mail do costume, bruxelasmeuamor, arroba, euronews.com.
37:16Quanto a nós, voltamos em breve com mais notícias, sempre em português, aqui na Euronews,
37:22porque Portugal também tem uma voz na Europa.
37:25Fico bem?
37:25Até lá.
37:26Tchau.
37:27Tchau.
37:28Tchau.
37:29Tchau.
37:30Tchau.