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O presidente Lula decidiu não ir às comemorações de 1º de maio convocadas pelas centrais sindicais em São Paulo. Segundo a Folha de S.Paulo, Lula afirmou em conversa com aliados que só iria caso pudesse comparecer aos dois atos marcados: o da Força Sindical na capital e o de sindicatos locais em São Bernardo do Campo, mas avaliou que seria muito desgastante. Neste mandato, esta será a primeira vez que ele não participará dos atos.

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Transcrição
00:00O presidente Lula tomou uma decisão.
00:04Acabou.
00:06Não irás comemorações do dia 1º de maio
00:09que foram convocadas pelas centrais sindicais em São Paulo.
00:13Ué? Não entendi.
00:15Segundo a Folha de São Paulo, Lula afirmou em conversa com aliados
00:19que só iria caso pudesse comparecer aos dois atos marcados.
00:25O da Força Sindical na capital e o de sindicatos locais em São Bernardo do Campo.
00:32Mas avaliou que seria desgastante, muito desgastante ir a esses dois eventos.
00:39Neste mandato, esta será a primeira vez que ele não participará desses atos.
00:48Paulo Loiola, você não tem bola de cristal, mas você é analista.
00:54É possível afirmar ou não que existe uma relação entre o momento de baixa,
01:00de prestígio do presidente e a sua recusa em participar desses atos sindicais?
01:06Não vejo esse movimento, Capês.
01:08Eu acho que...
01:09Bem, você já foi político, já foi chefe de casa legislativa,
01:14sabe como trabalhar na política demanda, é desgastante, é trabalhoso.
01:20A gente tem que lembrar que ele é o presidente de um país.
01:24E aí também tem uma série de outras responsabilidades que devem ser cumpridas nesse processo.
01:30Não vejo nenhum tipo de problema nesse sentido.
01:35Veria até o contrário.
01:38Se tivesse efetivamente tão preocupado com esse processo,
01:42e aí volto mais uma vez no meu ponto, que pesquisa um retrato de um momento
01:47que ainda tem muita água para rolar,
01:50Lula estaria aí fazendo o máximo de esforço para inaugurar a ponte de madeira,
01:56como o Bolsonaro fez.
01:57Então, eu acho que, na verdade, o presidente está fazendo o que deveria estar fazendo,
02:01trabalhando.
02:02Muito bem.
02:03E não participando de atos sindicais.
02:04Muito bem.
02:06Mônica Rosembeck, já se falou, vai você.
02:08E é isso.
02:10Ele não tem que estar participando de atos sindicais.
02:13Ele tem que lembrar que ele é pessoa jurídica.
02:15E vale lembrar que o que você falou aí,
02:18neste mandato é a primeira vez que ele não vai participar.
02:20Porque nos mandatos anteriores, Lula 1 e Lula 2, ele não participava.
02:24Por quê?
02:25Aí o Loyola trouxe muito bem que é uma questão política,
02:27porque são duas entidades, são duas centrais.
02:30Existe uma questão entre as duas.
02:32E se ele for só numa e não for na outra,
02:34vai dar um problemão para ele, um problema político.
02:36Vai nas duas.
02:37Não dá, não dá.
02:38Ele perguntou e não dá para ir em ambas.
02:40Ele até está dito na notícia.
02:42Como não dá para ir nas duas,
02:44porque ele está muito cansado cuidando das questões da presidência,
02:48não me parece ser esse o motivo,
02:49mas como não dá para ir nas duas,
02:50ele vai evitar a saia justa e não vai em nenhum.
02:53Tá bom.
02:53Valeu, Descartes.
02:54Engraçado, né?
02:55A gente falar dos sindicatos, né?
02:57Esses dias eu estava até lendo uma matéria,
02:59ouvindo alguém comentar sobre isso.
03:01Muita gente aqui fala sobre a questão, né,
03:03de que a direita, ela precisa...
03:04Oh, perdão.
03:05De que a esquerda precisa urgentemente de um rebranding.
03:08Ela precisa se posicionar mais de forma...
03:11Com uma língua mais, digamos assim, sexy nesse mundo digital da política, né?
03:16Que a esquerda, a gente muito fala, perdeu um pouco o seu apelo
03:19que tinha lá nos anos 2000,
03:21quando tinha todo esse lance do Pink Tide na América Latina.
03:25O Pink Tide, para quem não sabe, é o laço rosa, a onda rosa,
03:29que foi, assim, uma onda popular de políticos de esquerda
03:33ganhando em diversos países da América Latina.
03:35Aqui a gente teve o Lula, teve o Evo Morales, o Rafael Correa no Equador,
03:39o Ruskichner na Argentina e por aí vai.
03:41Então, a esquerda, nesse momento, ela estava com tudo.
03:44Atualmente, a gente vê um reverso acontecer.
03:46A gente vê uma espécie de...
03:47Eu cravo esse termo.
03:48Blue Tide.
03:49Que é uma espécie de onda azul.
03:51A gente vê justamente o reverso acontecer,
03:54com a direita ganhando mais força.
03:55A gente viu as eleições recentes no Equador.
03:58A gente viu as eleições de El Salvador.
04:02Então, assim, vários políticos de direita
04:04ganhando espaço aí na política da América Latina.
04:07E muito se discutia que esse esvaziamento de suporte da esquerda
04:11vinha justamente da redução,
04:14e aí o meu colega Paulo Luela pode me responder,
04:16da redução da força dos sindicatos.
04:18Que os sindicatos perderam muito do seu apoio,
04:22de financiamentos, de dinheiro público,
04:25mas ainda continua aí fazendo muito barulho,
04:28mas que os sindicatos perderam um pouco essa força,
04:32que era uma das grandes motores da popularidade da esquerda.
04:38E eu lanço o debate aqui para os meus colegas,
04:40porque eu vejo que muitos políticos...
04:42Você quer fazer uma pergunta, Paulo Luela?
04:43Eu queria entender melhor.
04:45Nesse sentido, né?
04:46E eu vejo que muitos políticos, assim,
04:47mais um legislativo, mais de esquerda,
04:49eles têm um apoio amplamente eleitoreiro dos sindicatos.
04:52Então, os sindicatos funcionam como uma espécie também de base eleitoral
04:56para muitos políticos de legislativo.
04:59Mas eu te pergunto, Paulo Luela,
05:00você acha que os sindicatos,
05:02o principal suporte dessa esquerda,
05:04vem perdendo força ao longo dos anos?
05:06E que a esquerda precisa se reinventar nessa era digital?
05:10Tenho muito acordo contigo, Maria,
05:11no sentido da linguagem da esquerda.
05:14Eu sou amplamente crítico desse processo.
05:16Só queria fazer aqui um ponto de correção,
05:19que o que mudou no financiamento dos sindicatos
05:21não envolveu dinheiro público,
05:24até onde eu me lembro, tá?
05:26A reforma foi promovida pelo Cunha
05:29e sancionada pelo Temer na época, salvo engano.
05:33Ela acabou com a contribuição obrigatória
05:36e oriunda dos trabalhadores
05:38e não oriunda de fundo público.
05:40Então, não foi dinheiro público
05:43que estava indo para a sindicato e deixou de ir.
05:45Mas sim, as pessoas que tiveram,
05:47passaram a ter o direito de contribuição ou não.
05:50Agora, uma coisa importante
05:53da mudança sociopolítica e socioeconômica brasileira,
05:56que também colabora para esse processo,
05:59é a chamada plataformização ou uberização da economia.
06:03várias empresas, a gente pode citar Uber,
06:06a gente pode citar iFood, 99,
06:08que passaram a oferecer a possibilidade
06:11de pessoas trabalharem dentro dessas plataformas
06:15e também todo um processo,
06:19e muita gente vem atribuindo isso,
06:20inclusive falando que mesmo com as melhorias da economia,
06:24essas melhorias estão sendo muito dadas
06:27dentro da parte informal da economia
06:29e por isso isso não é atrelado ao governo.
06:33A gente tem uma mudança social muito forte
06:35que onde a gente tinha um percentual muito grande
06:40de pessoas que tinham direito trabalhista,
06:42CLT, férias, décimo terceiro e tudo isso,
06:45e uma mudança social muito grande
06:47na direção de pessoas que agora
06:49não têm mais esses direitos.
06:52E isso também enfraquece a relação com os sindicatos,
06:55porque essas pessoas não estão organizadas,
06:57ainda não conseguem se organizar enquanto classe.
07:00há tentativas e tudo mais,
07:02mas isso também influencia esse processo.
07:05Tem uma participação menor de trabalhadores formais
07:08dentro da economia.
07:10Muito bem.
07:10Maria Decai, não entendi,
07:11você falou que a esquerda tem que ter um apelo mais sexy.
07:14É.
07:14O que é esse apelo mais sexy?
07:17Olha, o Paulo tocou aqui num ponto interessante
07:20da mudança econômica dos nossos dias,
07:22que é justamente essa questão, né?
07:25Uma questão da uberização da economia,
07:27das pessoas terem uma dinamização
07:29oferecida pelos aplicativos,
07:31por essa economia digital,
07:33de você pode fazer um bico ali, outro aqui,
07:35ter, tipo, vários empregos ali, né?
07:38Você pode ser uber à tarde,
07:40fazer sua entrega de dia.
07:42Então, existe essa flexibilização maior
07:44do mercado de trabalho
07:44e isso impacta em como a gente enxerga a política,
07:47porque política e mudanças sociais
07:49andam lado a lado.
07:50A gente nunca sabe, né, quem vem primeiro,
07:52o ovo ou a galinha.
07:53Então, nesse sentido, eu entendo que,
07:55juntamente também com a explosão da digitalização,
08:00de como a gente consome as redes sociais,
08:03isso, o comportamento humano e social mudou.
08:05E eu acho que a esquerda,
08:07ou, perdão,
08:08eu acho que a direita soube capitanear isso muito bem.
08:12E eu trago aqui um exemplo,
08:13por exemplo, o Pablo Marçal,
08:15que foi um fenômeno nas eleições de 2024,
08:17porque ele justamente sabia dominar
08:19essa retórica do tipo do novo empreendedor,
08:23de que todo mundo pode empreender,
08:25das pessoas dele.
08:27Dominou isso,
08:28ele dominou a dinâmica da era digital,
08:30da política,
08:31e eu acho,
08:32eu vejo muito a direita sabendo se comunicar
08:34com essa nova linguagem,
08:36que é a linguagem do eleitor digital
08:38e da economia digital.
08:39E isso fez com que a direita se tornasse mais sexy.
08:43Muito bem.
08:44Quando eu quero falar de sexy,
08:45eu quero dizer que sexy vende
08:47e a política,
08:49querendo ou não,
08:49política eleitoral,
08:50é um business.
08:51E para você conseguir vender,
08:52você precisa ser sexy.
08:53Eu quis dizer isso.
08:54E a esquerda perdeu esse prumo.
08:56Foi isso que eu quis dizer.
08:57O Paulo,
08:58o Rodolfo parece que não concordou
09:00com esse sexy appeal.
09:01Ele queria dar a palavra a ele
09:03para retomarmos o debate,
09:04para você falar que você pediu a palavra.
09:06Sem problema.
09:08Eu não sei por onde começar,
09:09porque faz bastante tempo
09:10que vocês estão falando sobre esse assunto,
09:12eu não tinha falado ainda,
09:12eu fui marcando um monte de coisa aqui,
09:14eu nem sei por onde começar.
09:15Vou começar de trás para frente
09:16com o exemplo que a Maria de Carli deu,
09:18que na minha opinião
09:18foi um exemplo muito pífio.
09:20Você trazer com a direita,
09:21entende do que está acontecendo hoje,
09:23trazendo o Pablo Marçal
09:24para um cenário político,
09:26não foi muito feliz,
09:27na minha concepção.
09:28Caso contrário,
09:29a gente está falando de pessoas midiáticas,
09:31então vamos pegar todas as pessoas
09:32que têm mais de seus 20 milhões
09:33de seguidores na internet
09:35e vamos trazer para o campo político.
09:36Então todas essas pessoas
09:37têm que se filiar a um partido de direita
09:39para falar que a direita deu certo
09:41nesse campo midiático.
09:42Não é bem assim.
09:43Política é muito mais embaixo.
09:45Você mesmo falou da Débora.
09:46Só um segundo, por favor,
09:46que eu estou falando agora.
09:48Pablo Marçal direcionou sempre
09:50as suas empresas
09:51e como coach fez um bom sucesso.
09:53Agora, como político liberal,
09:56o que ele fez?
09:57Qual foi a vantagem dele ter usado
09:59as suas milhares de pessoas
10:01que o seguem na internet?
10:03para estar sendo candidato?
10:05Ele pouco fez.
10:06Ele começou uma campanha eleitoral
10:07querendo ser presidente da República.
10:10Olha só,
10:11começou na casa pelo telhado.
10:12Ah, lógico, né?
10:13A direita precisava de uma pessoa como essa.
10:15Tudo bem.
10:15Fez um furdúncio,
10:17fez um alarde,
10:18causou até ciúmes na própria direita,
10:21mas trazer Pablo Marçal
10:22como uma referência
10:23que sobre dominar as coisas
10:24no campo político,
10:25desculpa,
10:26não é bem dessa forma que eu vejo.
10:28Mas ainda assim,
10:29sobre o Lula não ter ido,
10:31ou não,
10:31ou declarar agora que não vai,
10:33né,
10:33no primeiro de maio,
10:35é pra mim um tiro no pé
10:36na questão da comunicação do Lula.
10:38Porque quanto mais ele aparece
10:40nesse sentido,
10:41tendo ele como uma figura emblemática
10:42da esquerda,
10:43ele é o líder da esquerda.
10:45Ele dá desculpa que está cansado,
10:46pra mim não vai muito bem
10:47no sentido de
10:48precisamos da figura do Lula
10:50pra uma campanha política
10:51pra 2026,
10:52onde ele aparecer,
10:53se cumprir as regras
10:55da comunicação,
10:56ele vai muito bem.
10:57No último dia 1º de maio,
10:59no ano passado,
11:00na verdade,
11:00em 2024,
11:01o Lula foi lá
11:02e sancionou
11:03a isenção do imposto de renda
11:05para quem ganha
11:06até dois salários mínimos.
11:07Vamos pegar a simiótica disso?
11:09O que tem o Lula
11:10para oferecer
11:11nesse 1º de maio?
11:12O governo está um caos,
11:14a economia está um caos,
11:16ele vem apagando incêndio,
11:18não tem nada pra oferecer
11:19nessa campanha
11:20e por isso
11:20se isentou
11:21de estar indo
11:22no 1º de maio.
11:24Bom,
11:24eu sou obrigado
11:25a dar a palavra
11:26à Maria De Carli,
11:27mas pra dar uma
11:29aplanada
11:30aqui no nosso ambiente,
11:32eu quero dizer
11:33que hoje
11:33é o último dia da peça
11:35Socorro,
11:36meu pai,
11:36um argentino de direita.
11:37Não é o segredo.
11:38Lá no Teatro Santo Agostinho,
11:40ali pertinho,
11:41ali da aclimação,
11:42meu querido bairro
11:43da aclimação.
11:44O segredo está dando um show.
11:45Já assisti,
11:45é muito engraçado
11:46essa peça.
11:47Eu também fui assistir,
11:48gostei muito.
11:48Agora que você deu
11:49já uma risadinha,
11:50relaxou,
11:50Maria De Carli,
11:51a sua réplica.
11:52Olha,
11:53o Rodolfo Maris
11:53falou aqui
11:54que a política
11:55não é assim,
11:56né?
11:56Tipo,
11:56a questão
11:57daquele fenômeno instantâneo,
11:59mais ou menos
12:00isso que você quis dizer
12:01que a política
12:01não é assim.
12:01Você mesmo
12:02tocou aqui
12:02na questão da Débora,
12:04quando a gente
12:04estava falando
12:04da questão
12:05da Débora,
12:06da pichação,
12:07que você mesmo
12:07cogitou a possibilidade
12:09dela já já estar
12:10se filiando a um partido
12:11e se candidatando.
12:12E achando isso ruim.
12:13Mas eu vou falar
12:13isso certo.
12:14Isso não é certo,
12:15mas eu estou falando
12:15que o jogo político
12:16é assim.
12:17Eu não estou falando
12:17que é certo ou errado.
12:18O jogo político
12:19é assim.
12:20E política se faz
12:21com seguidores,
12:23com apoiadores
12:25e tudo mais.
12:26E sim,
12:26o Pablo Marçal,
12:27ele pode não ser
12:28o exemplo mais,
12:30a pessoa mais pura
12:32para representar
12:33o campo da direita
12:33nesse sentido,
12:34mas ele sim mudou
12:35a regra do jogo
12:35nas eleições de 2024.
12:37Você não tem como
12:38negar isso.
12:38O pouco que eu sei
12:40de filosofia,
12:41eu gosto de Platão,
12:42no primeiro cenário
12:43de faculdade,
12:45eu estudei sobre isso,
12:45ele fala sobre uma coisa
12:46chamada arete,
12:47que é vocação.
12:48Fala que o político
12:49tem que ter vocação.
12:50Não adianta ser
12:50um político midiático
12:52ou pegar uma figura
12:52da Débora, por exemplo,
12:54que cometeu esse crime
12:55e está sendo agora
12:56tida como
12:57uma espécie de heroína,
13:00todo mundo com o batom
13:01na mão agora
13:01e colocá-la na política.
13:03Nós nem sabemos
13:03se ela tem vocação
13:04para a política.
13:05E falar do Pablo Marçal
13:06aqui para mim
13:07é uma coisa
13:08meio pífia,
13:09não tem muita lógica,
13:10porque o Pablo Marçal
13:11ele rende muito bem
13:12lá onde ele faz
13:13os coach,
13:14os cursos de coach dele
13:15e tudo mais.
13:16Para a política,
13:16começa como vereador,
13:17depois vai para
13:18deputado estadual,
13:19depois vai para
13:19deputado federal,
13:20cria uma bagagem política
13:22para vir falar de política.
13:23Essa é a minha opinião.
13:25Não, claro,
13:25mas o jogo
13:26é assim também,
13:27entendeu, Rosso?
13:28Com certeza,
13:29você tem razão.
13:29Vamos trazer um pouco
13:30a Mônica e o...
13:32e o...
13:33e o...
13:34foi bom, foi bom.
13:35Agora,
13:35a Mônica Rosenberg,
13:36se depender de vocação
13:38lá no Congresso Nacional...
13:40Exatamente.
13:40Já está complicado o negócio.
13:42É isso que eu acho,
13:43porque o Brasil está desse jeito.
13:44A forma como se dá atualmente
13:48o sistema eleitoral
13:50favorece essas pessoas
13:52que ficam famosas
13:54por um minuto,
13:55ou seja,
13:56é a cultura dos 30 segundos.
13:58Se ele consegue,
14:00seja numa causa
14:01que desperta paixão,
14:03seja porque reagiu
14:05a um assalto
14:05e matou um bandido,
14:07num instante
14:08é pego
14:08aquela pessoa
14:10e ela é transformada
14:11numa espécie
14:12de esperança
14:13da população.
14:14Como nós vivemos...
14:16Como é esse mundo
14:17de hoje
14:17em que as convicções
14:18são formadas
14:19pelos primeiros
14:2030 segundos?
14:22Tem espaço
14:22para currículo
14:23na política eleitoral?
14:25Eu quero ouvir você
14:26com o comentário
14:27do Paulo Loyola.
14:28Primeiro que
14:29essa questão de vocação
14:30ou de currículo
14:31para política
14:32é uma ilusão
14:33de uma elite intelectual
14:34que acredita
14:35que na política
14:36só tem que ter
14:37quem é bom,
14:38quem é inteligente
14:38e quem conhece o assunto.
14:40Por quê?
14:40Porque eles nos representam
14:42e nós somos um povo
14:43plural,
14:44diverso,
14:45com vários níveis
14:46de educação.
14:47Então,
14:47não tem que ter só
14:48homem branco
14:50de meia idade
14:50e rico
14:51e bem educado
14:51dentro do Congresso Nacional.
14:53Parece papo de esquerdinha,
14:54mas não é isso.
14:55É uma questão
14:56de entender
14:57o que eles estão
14:58fazendo ali.
15:00Porém,
15:01para mim,
15:01o que mais me incomoda
15:02no processo de escolha
15:03dos nossos representantes
15:04não é se eles são midiáticos,
15:06se eles são momentâneos,
15:08é que o sistema
15:09de financiamento eleitoral
15:11no Brasil
15:11favorece
15:13a compra de votos,
15:14o sistema de emendas
15:16favorece
15:16o reforço
15:17de quem já tem mandato,
15:18que consegue fazer um prefeito
15:19e esse prefeito
15:20com emenda
15:21vai eleger o seu apoio.
15:22Esse é o problema.
15:23É a financiarização,
15:26a prostituição,
15:27se eu posso dizer isso,
15:28da nossa escolha eleitoral.
15:31E as redes sociais?
15:32As redes sociais
15:32é uma paixão,
15:34mas é muito diferente
15:35de você escolher
15:35em função do cara
15:36que trouxe dinheiro
15:37para a sua cidade
15:37ou em função do cara
15:39que deu dinheiro
15:39para fazer uma quadra.
15:40Você escolher
15:41porque esse cara
15:41mexe com você
15:42de alguma forma
15:43nas redes sociais
15:44pode ser um critério
15:45É um tipo de eleitor.
15:47Exatamente,
15:47tem a ver com o nosso eleitor.
15:49Você,
15:49a hora que você põe dinheiro
15:50nessa equação,
15:51aí é que você está
15:52subvertendo o processo democrático
15:53e isso eu sou muito contra.
15:55Paulo,
15:55eu adoro essa discussão.
15:58Eu, na verdade,
15:59eu transicionei
16:00para o marketing político,
16:01mas eu sou oriundo
16:03da gestão pública,
16:04a minha área de trabalho
16:06desde sempre.
16:08E essa é uma discussão,
16:09assim,
16:09desde o início da faculdade,
16:11se a política
16:12não deveria ser mais técnica.
16:13E aí,
16:15vou trazer um pouco
16:16do que ouvi ali
16:17e que particularmente
16:18eu penso.
16:19Não,
16:19não deveria.
16:21Tinha um dos meus professores,
16:24Carlos Pereira,
16:25inclusive,
16:26o considero bastante direito,
16:28ele tem uma frase
16:28que eu cito bastante
16:29que ele fala o seguinte,
16:30a política é a arte do medíocre.
16:32Não o medíocre
16:33no sentido pejorativo
16:34da palavra,
16:35mas o medíocre
16:35no sentido da média
16:37do que somos.
16:38A política
16:38não é nada mais
16:40do que a representação social
16:42do que é a nossa sociedade.
16:45Nesse sentido,
16:46Pablo Marçal
16:47é um enorme fenômeno,
16:50concordo que de direita,
16:51não sei se isso estava
16:52em discussão ou não,
16:53mas agora a gente,
16:55eu quero discordar um pouco
16:58aqui do companheiro Rodolfo,
16:59porque Pablo Marçal
17:01atingiu um patamar
17:03de votos
17:04para uma pessoa
17:05que é um outsider,
17:06para uma pessoa
17:06que veio de fora
17:07do sistema,
17:09completamente absurdo,
17:10chegando ali
17:10num patamar muito próximo
17:12do Boulos,
17:13que era o único nome
17:14da esquerda
17:14organizada do país
17:16em São Paulo,
17:18e chegando muito próximo
17:19do Ricardo Nunes
17:20com o apoio do Bolsonaro,
17:21com o apoio
17:22de todo o legislativo,
17:24com uma série
17:25de vereadores
17:26também o apoiando.
17:28E aí,
17:28aproveito aqui
17:29para somar
17:30a pergunta
17:30que o Capês fez,
17:32que é a questão
17:34das redes sociais
17:35neste lugar,
17:36que virou,
17:36de fato,
17:37um capital político
17:39para um conjunto
17:40de políticos.
17:41E cada vez mais
17:42tem sido
17:42um formato
17:43e um lugar
17:45onde as pessoas
17:46conseguem se comunicar,
17:48conseguem se conectar
17:49com o eleitor
17:50de uma forma
17:50que a política tradicional
17:51já não consegue.
17:53E isso gera
17:54o efeito de crescimento
17:55do Pablo Marçal
17:56muito significativo
17:58e não só como ele.
17:59A gente tem figuras
18:00como o Pavinato,
18:01a gente tem figuras
18:01como a Erika Hilton,
18:02mais à esquerda,
18:03o próprio Boulos.
18:03O MBL também.
18:05O crescimento
18:05do MBL
18:06e uma série
18:07de outros,
18:10o Nicolas Ferreira,
18:11o Cletínio Zevedo,
18:13o Amon Mandel
18:14em Manaus,
18:15a Ava Santiago
18:15em Goiânia.
18:16Não é um caso
18:17específico
18:18de São Paulo.
18:19São pessoas
18:20que se manifestam
18:21nas redes
18:22e que têm
18:23muito mais
18:23capital político
18:24nesta conexão digital
18:25do que
18:26uma ONG,
18:28do que
18:29uma empresa,
18:30do que
18:30apoio de sindicato,
18:32do que
18:32apoio de empresários
18:34ou qualquer outro
18:36tipo de capital
18:36social
18:37e político
18:38tradicional
18:39que a gente
18:39possa analisar.
18:41Então, enfim,
18:42é o que eu queria
18:42agregar aí à discussão.
18:43Eu posso falar
18:44só uma coisa?
18:45A Mônica Rosenberg
18:46foi muito feliz.
18:47Ela falou que realmente
18:47a política não vai
18:48ser feita só
18:49para as pessoas
18:50especialistas,
18:51porque cada região
18:52tem os seus representantes.
18:53Os vereadores
18:54são uma prova disso.
18:55Os vereadores
18:55são de vereadores
18:56distritais ali.
18:58Mas quando eu falo
18:58do Pablo Marçal,
18:59por exemplo,
19:00o Pablo Marçal
19:01surgiu como uma figura
19:02midiática
19:03que se envolveu muito
19:04pela questão
19:05do comportamento.
19:06As pessoas começaram
19:07a gostar do Pablo Marçal
19:08pela questão
19:09dele ir para cima,
19:10empeitar as pessoas
19:11e toda aquela coisa
19:12que a política
19:13não se via há muito tempo.
19:14Debates acalorados,
19:16ofensas,
19:17coisas engraçadas
19:17como ele pegar a carteira
19:18e ficar mostrando
19:19para o bolo,
19:19aquilo ali chocou
19:21as pessoas
19:21e colocou na cabeça
19:22das pessoas
19:23que talvez uma pessoa
19:24poderia mudar
19:25o cenário político.
19:26Mas me espanta
19:27essas pessoas
19:28que surgem
19:28imediaticamente
19:29porque não tem
19:30plano político nenhum.
19:31O Brasil está cansado
19:32de ver pessoas assim.
19:33Nós elegemos
19:34o Tiririca,
19:35nada contra a figura
19:36palhaço do Tiririca,
19:37mas não é uma pessoa
19:38que poderia nos representar
19:40no plenário.
19:41Igual a ele,
19:42tem outros milhares
19:43de políticos
19:44que não representam
19:45uma sociedade
19:46que clama por justiça,
19:48clama por educação,
19:49clama por socorro
19:50em hospitais.
19:51É desse tipo
19:51de política que eu estou falando.
19:52Mas essas pessoas
19:54não são aquelas
19:55que a população escolheu?
19:57Se a fonte de poder
19:58é o povo
19:59e o povo
20:00é que detém
20:00o poder de escolher,
20:02não seria o direito
20:03dele colocar
20:04e o Congresso
20:05não tem que ser
20:05o reflexo da sociedade?
20:07Muito bem, Capês.
20:08Mas tem grana por trás.
20:09Bem colocado.
20:10Quando se há
20:11grana por trás
20:12é uma outra questão,
20:13mas a gente só consegue
20:13mudar isso com a educação.
20:15O povo é levado
20:16ao ridículo
20:16porque não entende
20:17de fato
20:18o que está por trás
20:18da política.
20:19E quem sofre com isso
20:21não somos nós
20:22aqui que estamos falando
20:22em rede aberta
20:23sobre política.
20:24São as pessoas
20:24que continuam com
20:25salário mínimo
20:25de R$ 1.500.
20:26Educação cívica,
20:27principalmente educação.
20:29Você falou aqui
20:29de Platão,
20:30filosofia, gente.
20:31Educação nas escolas,
20:31filosofia,
20:32educação política, gente.
20:34A própria maneira
20:35como a gente faz
20:36leis no Brasil,
20:37o juridiquês.
20:38Quem consegue entender
20:39o juridiquês
20:39se você não é advogado?
20:41Isso é muito injusto
20:42para a população.
20:42Só para fechar
20:44e acrescentar
20:45um pouquinho
20:45nessa discussão,
20:46especificamente
20:47sobre esse ponto
20:48que a Maria trouxe
20:48da educação,
20:50isso parece que o voto
20:51é um processo racional.
20:52O voto não é
20:53um processo racional.
20:54O voto é um processo
20:55extremamente emocional.
20:56As pessoas se conectam
20:57com o Pablo Marçal
20:58num lugar de projeção
21:00sobre o Pablo Marçal.
21:01Não porque ele prometeu
21:02o teleférico,
21:03não porque ele prometeu
21:04o maior prédio do mundo,
21:05não porque ele sobe
21:06com gente
21:07para a montanha,
21:08nem porque ele sobe
21:10com um monte de homem
21:11que quer aprender
21:12como é bom ser casado.
21:13Mas é por questões
21:15que se conectam
21:16emocionalmente com ele.
21:18Agora, você concorda
21:19comigo sobre o juridiquês
21:20das leis?
21:21Sem nenhuma dúvida,
21:22porque isso é uma fórmula
21:24de poder,
21:24afastar a população
21:26do acesso ao conhecimento.
21:27Me perdoe exatamente.
21:28É a simetria
21:29de informação,
21:29inclusive,
21:30o nome técnico disso.
21:32Agora,
21:33a Mônica Rosenberg
21:34diz que esse processo
21:36pelo qual o povo
21:37exerce a soberania
21:38e escolhe os seus representantes,
21:41de certa forma,
21:42está prostituído
21:44pela corrupção eleitoral.
21:45De que maneira, então,
21:48rapidamente,
21:48o programa já acabou,
21:51de que maneira
21:51corrigir essa distorção?
21:53Rapidamente,
21:53em poucas palavras.
21:54Duas palavras eu vou falar.
21:55Voto distrital.
21:57O voto distrital,
21:59a possibilidade de cobrança
22:01do candidato
22:02pelo seu eleitor
22:03é muito mais próxima.
22:04Parabéns por esta visão
22:06com a qual eu,
22:07particularmente, concordo.
22:08Mas eu fico aí
22:09com a definição
22:10de Nicolau Maquiavel
22:11na sua consagrada obra
22:13O Príncipe,
22:14no final do século XXI,
22:15em Florença.
22:17Política é a arte
22:19de chegar ao poder
22:20e manter-se no poder
22:23mediante uma estratégia
22:25que reconheça
22:26a natureza
22:27e a falibilidade humana.
22:31Eu já vi que são 16 horas.

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