O principal suspeito de matar a estudante da USP, Bruna Oliveira da Silva, foi encontrado morto na Avenida Morumbi, em São Paulo. O corpo de Esteliano José Madureira apresentava mãos e pés amarrados, além de mais de dez marcas de facadas, indicando sinais de tortura antes da morte. A suspeita é de que ele tenha sido vítima do chamado “tribunal do crime”.
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00:00O próximo assunto é CPF cancelado.
00:03O suspeito de matar a estudante da USP, Bruna Oliveira da Silva,
00:09foi encontrado morto na Avenida Morumbi, cidade de São Paulo.
00:15A repórter Valéria Luizetti tem uns detalhes sobre este caso.
00:20Boa tarde, Valéria. O que aconteceu aí?
00:22Quais são os detalhes que você pode passar aqui pra nós do Linha de Frente?
00:25Pois é, boa tarde, Capês, a todos que nos acompanham.
00:31A gente acabou de ouvir a campanha aqui da Jovem Pan, chega de violência,
00:36e a gente vê como essa violência continua perdurando por todo o estado de São Paulo.
00:43Enfim, a gente fala tanto sobre essa questão de combater a violência aqui na Jovem Pan,
00:49e infelizmente continuamos trazendo casos como esse.
00:52Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo,
00:56a polícia militar foi acionada por volta das nove horas da noite de ontem
01:00para uma ocorrência ali na região da Avenida Morumbi,
01:04próximo a Marginal Pinheiros, na zona sul de São Paulo.
01:07E ao chegar lá, então, se depararam com um corpo que estava envolto em uma lona azul
01:12e amarrado por um pano cinza.
01:14E aí, então, depois, a polícia conseguiu identificar que esse corpo era, então,
01:19de Esteliano José Madureira, principal suspeito de ter assassinado a Jovem Bruna.
01:26Câmeras de segurança já tinham apontado, aí identificado.
01:31A prisão temporária dele já tinha sido colocada na noite de quarta-feira,
01:36na noite de ontem, antes mesmo do corpo dele ser encontrado,
01:40mas, então, mais essa novidade no caso.
01:44Segundo a polícia, o corpo também estava com as mãos e os pés amarrados,
01:49além de mais de dez sinais de facadas, possíveis facadas, né,
01:54com material perfurante ao longo do corpo.
01:57E, segundo a polícia, isso indica que, possivelmente,
02:00Esteliano foi torturado antes de ser morto.
02:04Lembrando que o local onde ele foi encontrado também fica a 35 quilômetros
02:08de distância de Itaquera, na Zona Leste, onde ele morava,
02:12e também região onde a Jovem Bruna desapareceu,
02:16o que leva a crer que o corpo foi apenas desovado ali na Zona Sul.
02:21Durante uma coletiva de imprensa, na manhã de hoje,
02:24o delegado Rogério Barbosa afirmou que uma das principais linhas de investigação
02:28levam a crer que Esteliano tinha sido executado pelo Tribunal do Crime
02:34do Primeiro Comando da Capital, o PCC.
02:37Vamos ouvir o que ele disse.
02:39O corpo foi encontrado com diversas perfurações de faca,
02:43um instrumento perfuro contuso,
02:46e também pelas lesões tem marcas de agressão,
02:50então a gente acredita, pela forma que o corpo foi encontrado
02:54e ali desovado naquele local,
02:56que ele tenha sido vítima do Tribunal do Crime.
02:59O que indica, as informações preliminares dão conta que ele teria sido
03:03arrebatado na região que ele mora, lá na Zona Leste,
03:07levado primeiro para uma outra comunidade,
03:09e depois teria sido levado para o interior do Paraisópolis.
03:14Bom, Capês, como a gente também já tinha comentado,
03:21o corpo de Bruna desapareceu no dia 13 de abril,
03:27próximo à estação Corinthians Itaquera, do metrô,
03:30e o corpo dela só foi encontrado no dia 17.
03:34Segundo o delegado Adriano Menechini,
03:36que também falou com a gente durante a manhã de hoje,
03:40numa coletiva de imprensa, Esteliano conhecia muito bem
03:43a região em que ela desapareceu,
03:46e por isso deve ter se sentido confortável
03:49para cometer esse crime.
03:50Vamos ouvir.
03:52A forma como o crime foi cometido,
03:55e para onde ela foi levada,
03:56também dava sinais de que o autor conhecia bem a região.
04:00Porque ali, ele sabia que tinha acesso
04:02pelos fundos do estacionamento,
04:04e ele sabia também que era um local ermo,
04:07de baixa luminosidade.
04:08Por isso que ele se sentiu confortável
04:10de fazer aquilo às 22h e 21h.
04:12Foi quando ele arrebatou ela,
04:15levou, subiu, escalou pelos fundos
04:17até o interior do estacionamento,
04:19passando por um acesso que tem ali,
04:21que provavelmente quem é dali conhece.
04:23E aí, depois de ficar um tempo ali,
04:25na margem do muro,
04:27próximo à Avenida Esporte Clube Corinthians,
04:29ele a leva para o outro lado do estacionamento,
04:32onde tem uma região de mata.
04:33Bom, Capês, os laudos da perícia
04:39ainda não saíram com relação à morte de Bruna,
04:42então não sabe, por exemplo,
04:43se ela sofreu algum tipo de violência sexual
04:45antes de ser assassinada.
04:48E ainda tem mais esse ponto agora,
04:49que a polícia precisa descobrir
04:51o que levou ao assassinato também de Esteliano.
04:56Então, a gente segue acompanhando
04:57o desenrolar da perícia, dessa história,
05:01e vamos ver o que, de fato, se descobre
05:04desse caso tão cruel e triste
05:07na cidade de São Paulo.
05:09Obrigado, Valéria.
05:10Vamos agora para o debate aqui no Linha de Frente.
05:12João Bellucci,
05:13ontem nós debatemos praticamente o programa inteiro
05:16com a foto deste marginal,
05:19não é porque ele morreu que ele deixou de ser,
05:21e apontamos, inclusive,
05:23que ele estava com as redes sociais,
05:24tudo, e a gente não prega
05:26que haja justiçamento pelas próprias mãos,
05:28isso não é o caminho.
05:30Ele acabou sendo morto
05:31em características típicas de execução.
05:34Agora, inicialmente se falava,
05:35isso que eu queria ouvir,
05:36inicialmente se falava
05:37numa execução por um tiro na nuca.
05:40Agora já se apontam
05:42ferimentos pérfuro incisos.
05:46Ferimento pérfuro inciso,
05:47aquele que perfura e corta e perfura,
05:51provocado por instrumento pérfuro cortante,
05:53que é a faca.
05:55Então, o que indica que ele teria sido preso,
05:57pego pelo crime organizado,
05:59a princípio torturado,
06:00e o corpo desovado no Burumbi.
06:02Como você vê toda essa tragédia,
06:05ele procurou, de alguma forma,
06:07esse destino,
06:08embora a gente nunca deva
06:09aprovar justiça pelas próprias mãos.
06:11Perfeito.
06:11Como bem você colocou,
06:12Capês Ninguém é a favor do justiçamento
06:14por si só.
06:16O que é compreensível
06:17é o sentimento
06:18que paira no ar de injustiça
06:20para com criminosos.
06:21Então, já havia no ar,
06:23e pela nossa própria legislação,
06:25pelo nosso ordenamento jurídico,
06:26a certeza absoluta
06:28que se esse sujeito fosse preso
06:29e condenado normalmente,
06:31em pouquíssimos anos
06:32ele estaria na rua.
06:33Há uma certeza quanto a isso.
06:34Então, há um sentimento
06:36de grande injustiça no ar
06:37que leva a essa sensação,
06:39a esse sentimento
06:40por parte de algumas pessoas
06:41de promover o justiçamento
06:42que todos, naturalmente,
06:44somos contrários.
06:45Agora, precisa se averiguar
06:46se foi realmente o tribunal do crime
06:48que teria feito isso,
06:49porque, como a gente estava
06:50até falando antes aqui,
06:51estupradores, pedófilos,
06:54há alguns tipos de crime
06:55que nem o crime organizado
06:56tolera, aceita e promove
06:58o próprio justiçamento
06:58com o tribunal do crime
07:00e lá não tem direito a recurso,
07:02duplo grau de jurisdição.
07:04Lembra muito
07:04alguns tribunais brasileiros,
07:06sem o duplo grau de jurisdição
07:07não tem direito a nada.
07:08A sentença ali é definitiva
07:10e mata na hora.
07:11Então, é muito triste
07:12toda a solidariedade
07:13à família da estudante,
07:14ao crime bárbaro,
07:16a família dela nunca se recuperará,
07:17nunca conseguirá ser indenizada
07:19por isso,
07:20que é mais uma vida
07:21que se perde em São Paulo, Capiço.
07:23É.
07:24Suspeitos para fazer isso,
07:25certamente, não faltam.
07:26Não faltam.
07:27Para fazer uma lista
07:27de mais de um milhão de pessoas
07:28se candidatariam a fazer isso.
07:31A polícia vai ter algum trabalho,
07:32talvez as câmaras possam auxiliar.
07:34É, Lembrão?
07:36É que é uma falência
07:37atrás de outra falência, né?
07:40Esse caso, ele ilustra bem
07:41o que que,
07:42quando você não trata
07:43a segurança pública
07:44de forma inteligente,
07:46você trata ela
07:47com discurso,
07:48com, né?
07:49Onde ele nos leva?
07:51Quer dizer,
07:51a gente está falando
07:51de uma jovem
07:52que estava no...
07:53Não tinha transporte público,
07:55tinha que pegar
07:55um aplicativo.
07:58Uma jovem em São Paulo,
07:59capital paulista,
08:00a gente está falando,
08:01uma jovem estudante,
08:02e que aí
08:03acaba sofrendo
08:04um crime bárbaro.
08:06Essa jovem
08:06sofre um crime bárbaro,
08:08a polícia
08:09até que desvenda
08:10de certa forma ágil,
08:11mas não chega até ele
08:12de forma tão ágil,
08:14tanto que
08:15alguém passa
08:16a executá-lo antes
08:17que o sistema brasileiro
08:18dê conta disso.
08:20Então,
08:20é muita falência
08:22e é muito motivo
08:24para a desconfiança
08:25institucional.
08:26É isso que a gente
08:26enxerga nesse caso
08:28como um todo,
08:28que não tem como
08:29a população
08:30ter uma confiança
08:31na instituição,
08:33justiça,
08:33polícia,
08:34porque um caso
08:35atrás do outro
08:36em menos de uma semana,
08:37é isso tudo?
08:38Quer dizer,
08:38você tem duas falências
08:39muito claras do Estado.
08:42É triste demais.
08:42a gente que tem
08:44filho na cidade de São Paulo,
08:46você começa a ficar
08:46com receio
08:47de absolutamente tudo.
08:49Henrique Krigner,
08:51acho que a Ellen Brau
08:52pegou no ponto
08:53aqui na sua análise
08:55sociológica.
08:56O Estado
08:57constituído,
08:59legalizado,
09:00burocratizado,
09:02estruturado,
09:03não conseguiu
09:04proteger a vida
09:06desta cidadã,
09:08seja por falta
09:10de iluminação
09:10adequada
09:11no local,
09:12seja por
09:13inexistência
09:13de câmeras
09:14suficientes,
09:15seja por aquele
09:16local ervo,
09:16está abandonado
09:17e a municipalidade
09:18não ter feito
09:18nada nesse sentido,
09:20seja por não ter
09:20policiamento
09:21no local,
09:22seja por esse
09:23sujeito,
09:24já deve ter cometido
09:24outros crimes,
09:25sequer ter sido
09:26conhecido antes
09:27pelo sistema.
09:28Segundo,
09:29ocorrido o crime,
09:31nós estamos aqui
09:32questionando ontem,
09:33debatimos isso,
09:35quer dizer,
09:35agora até pegar
09:36o sujeito,
09:38processar,
09:39levar a júri,
09:40homicídio doloso,
09:41mais estupro,
09:43ou se é estupro
09:44seguido de morte,
09:45começa aquela
09:45discussão,
09:46até cumprir a pena,
09:48depois de cumprindo a
09:48pena,
09:49com 50% ele consegue
09:50obter a progressão
09:51de regime,
09:52então,
09:53essa leniência
09:54do Estado,
09:55essa lerdeza,
09:56essa modorra
09:57do Estado,
09:58essa letargia,
09:59e ao mesmo tempo,
10:00o crime organizado
10:01que nos ameaça
10:02e ameaça
10:03a estrutura
10:04do Estado,
10:05toma uma decisão
10:06imediatamente,
10:08decreta a sentença
10:10e executa
10:12a pena de morte
10:12que nós não temos
10:13aqui imediatamente.
10:15Eu não estou aqui
10:16elogiando nada,
10:17eu estou dizendo o seguinte,
10:18o crime organizado
10:19pode vulnerar
10:21muito mais
10:21as forças constituídas,
10:23porque ele age
10:24sem burocracia
10:25e ele age
10:26a qualquer momento
10:28com enorme agilidade,
10:29funcionando 24 horas
10:30por dia.
10:31Como você vê também,
10:32ao mesmo tempo,
10:33esse caso
10:34que ocorreu,
10:35esse justiçamento,
10:36e essa estrutura
10:37do crime organizado
10:38que lava 200 bilhões
10:40de reais por ano
10:41e cresce a cada dia
10:43corrompendo os servidores.
10:45Extremamente perigoso,
10:47né, Capês?
10:47Um dos sintomas
10:48de um Estado falido,
10:49do que pode ser considerado
10:50Estado falido,
10:51é quando você tem
10:52o nascimento
10:53e funcionamento
10:54de outras entidades estatais
10:56dentro daquele território
10:57que deveria ser
10:58salvaguardado ali
11:00por aquele Estado
11:00constituído.
11:01Então, a gente
11:02está tendo
11:03um claro exemplo
11:04disso.
11:05Uma das evidências
11:06é que
11:07esse Estado paralelo,
11:09essa organização paralela,
11:10foi mais competente
11:12em localizar o indivíduo
11:13antes do que
11:14as forças policiais.
11:16Isso é muito perigoso.
11:17Aqui a gente
11:18não está para dizer
11:18que a polícia não presta,
11:19que a polícia não serve.
11:20Não.
11:20Mas nós estamos
11:21analisando um fato.
11:22Com as fotos,
11:23com as mesmas informações,
11:24todo mundo tinha acesso
11:25aos mesmos recursos
11:26e aí a gente supõe,
11:29que é o que a suspeita
11:30principal agora
11:31que tenha sido
11:32o crime organizado,
11:33o crime organizado
11:33foi e localizou
11:34esse cara mais rápido
11:36do que a própria polícia
11:37que tem acesso
11:38a toda a inteligência,
11:39o aparato de câmeras
11:40e muito mais recurso
11:42nesse sentido
11:43do que, em tese,
11:45o crime organizado tem.
11:46Esse é o grande
11:47fato assustador.
11:49E o problema
11:49disso também, Capês,
11:50é que isso começa
11:52a entrar já
11:53no imaginário popular.
11:55Porque as pessoas
11:56quando começam a ver
11:57as injustiças cometidas
11:58dentro, no âmbito
11:59do judiciário
12:00ou mesmo até
12:00na demora,
12:01nas burocracias
12:02que a gente conhece
12:03muito bem,
12:03elas começam a repetir
12:04esse argumento.
12:05Elas falam,
12:06se fosse lá na comunidade,
12:08se fosse lá
12:08o tribunal do crime,
12:10se fosse lá
12:10junto com o pessoal
12:11do PCC,
12:12isso não seria assim,
12:13colocando eles
12:14de uma maneira positiva.
12:15E aí você constrói
12:16um imaginário popular
12:17que existe algo
12:19de positivo e valoroso
12:20no crime organizado.
12:22E isso é perigosíssimo,
12:23porque não tem nada
12:24de positivo,
12:25não tem nada
12:26de valoroso
12:26dentro do crime organizado
12:28e o custo
12:28dessa celeridade toda
12:30é muito sério
12:32para o restante
12:32da população.
12:33Então a gente tem
12:33que ter cuidado com isso.
12:34Só que não vai dar
12:35para a gente
12:36querer criar
12:37uma narrativa contrária.
12:38Precisa otimizar
12:40o Estado,
12:40porque o povo
12:41vai pender
12:41para o lado
12:42que funciona mais
12:43e esse lado
12:43precisa ser
12:44o lado oficial
12:45das autoridades,
12:47das forças policiais
12:48e da justiça brasileira.
12:49É a única esperança
12:49que a gente tem.
12:50Você acha ilusória
12:52essa dramatização
12:54do crime organizado?
12:58Ou seja,
12:59começam a elevá-los
13:01a um ponto
13:02como se fossem heróis,
13:04quando na verdade
13:04eles são a fonte
13:06de toda a desgraça também.
13:08E já é uma realidade,
13:09né, Capês?
13:09Você conversa
13:10com determinadas pessoas
13:11de determinadas regiões
13:12e eles vão dizer.
13:13Eu já tive muito contato
13:14com pessoas assim,
13:15olha,
13:16ali na minha região,
13:17ali,
13:17é tudo seguro.
13:18Graças a Deus
13:19a gente tem o pessoal
13:20do crime ali
13:20para segurar.
13:21Lá nada acontece,
13:22não acontece roubo
13:23lá dentro,
13:23ali é bem protegido.
13:25Então é uma inversão
13:26completa e essa inversão
13:27só vai perpetrar
13:28esses caras no poder.
13:30Só que esse poder
13:31a gente sabe,
13:31ele custa sangue,
13:33ele custa vidas,
13:34ele custa vícios
13:35e ele custa muito caro
13:36no longo prazo
13:37da sociedade também.
13:38Muito bem.
13:39Priscila Silveira,
13:41uma das características
13:42do crime,
13:43das organizações criminosas
13:44básicas,
13:45é a simbiose
13:47que o poder público.
13:48Você não sabe
13:49quem está aqui,
13:50quem está ali,
13:51um altíssimo poder
13:52de corrupção,
13:54você imaginar que uma PEC
13:55vai resolver esse problema
13:58quando muitas pessoas
14:00que estão do lado de lá,
14:01do balcão,
14:02tentando reprimir o crime,
14:04já foram cooptados.
14:05Aqui o Krigner
14:06me mostrava
14:07uma matéria,
14:08já é matéria,
14:08já foi divulgado,
14:09um policial
14:10envolvido
14:12ou suspeito
14:14de envolvimento
14:15no assassinato
14:15do Vinícius Gritspac,
14:17que é o delator
14:18do PCC,
14:19foi executado
14:21e um policial
14:22é suspeito
14:23de ter participado.
14:24Ele comprou
14:24uma McLaren,
14:26isso é um carro
14:26de quase 3 milhões
14:28de reais.
14:29E a gente sabe
14:30que também
14:30no crime organizado
14:31tem a taxa do arrego.
14:33Você paga o arrego
14:34para a polícia
14:34não entrar.
14:35Ah, não podemos generalizar?
14:37Claro que não,
14:37mas isso acontece.
14:39Como você vê,
14:40então,
14:41esse momento
14:41em que o crime organizado,
14:43porque esta é a suspeita,
14:45porque se foram policiais,
14:46são envolvidos
14:47no crime organizado,
14:48evidentemente,
14:49são milicianos
14:50ou são integrantes
14:51de organizações criminosas,
14:52de um jeito ou de outro.
14:53Como você vê
14:54o fato
14:54do crime organizado
14:56ter dado
14:56uma resposta
14:57muito rápida,
14:59muito mais rápida
15:00e, na visão
15:01de muita gente,
15:02muito mais eficaz
15:03e satisfatória
15:04do que o sistema
15:05oficial
15:06seria capaz
15:07de prover?
15:08Sim,
15:09como colocou aqui
15:11o Belut,
15:12dentro das próprias
15:14organizações,
15:15dentro da própria
15:15criminalidade,
15:16Capês,
15:17existem algumas situações
15:18em que nem
15:19o próprio Meliante
15:20aceita,
15:21como é o caso,
15:22de crimes
15:23contra a dignidade sexual.
15:25Então,
15:25a chance
15:26de ter sido mesmo
15:27uma resposta
15:28de organização criminosa
15:30de fato é grandiosa,
15:32mas aqui me chama atenção
15:33na fala do Kriegner
15:34quando ele fala
15:35que o crime organizado
15:36puxa para ele
15:37essa questão estatal,
15:38essa obrigação estatal,
15:40ele acerta muito
15:41em falar isso,
15:41porque a gente vê
15:42que como que o crime
15:44organizado começou
15:45dando aquilo
15:46dentro das unidades
15:47prisionais
15:48que o Estado
15:48não faz
15:49e isso se estendeu.
15:50Então,
15:50a força mesmo
15:52do crime organizado
15:53começa como?
15:53Ah,
15:54não tem um sabonete,
15:55a família não dá
15:56bens pessoais,
15:57não te dá uma roupa,
15:58não te dá um cobertor,
16:00vem aqui
16:00que eu te dou,
16:01mas para isso
16:02o custo é X.
16:03Então,
16:04não estou falando
16:05do custo,
16:05não é nem essa seara,
16:07mas para dizer
16:08que a questão social
16:09manda muito aqui.
16:10A pessoa,
16:11ela vai,
16:11obviamente,
16:12pessoas se conectam
16:13com pessoas
16:13e se você não tem
16:14um cobertor
16:15e tem quem está te dando,
16:17a chance de você ter
16:18uma gratidão
16:18com relação
16:19àquela demanda
16:20é por qualquer ser humano,
16:22imagina o preso.
16:23Então,
16:23ali já começa a força
16:24do crime organizado
16:25e aí ele expande,
16:26mexendo com dinheiro
16:27e aí a gente já sabe
16:28toda a história.
16:29Enquanto eles
16:30tiverem dinheiro trabalhando,
16:32eles vão expandindo
16:33cada vez mais,
16:34você bem colocou aqui,
16:35o crime organizado
16:36se expandiu de maneira
16:36que hoje a gente já não sabe
16:37se a farmácia é dele,
16:38se, enfim,
16:40se o prefeito está ligado,
16:42se o governador
16:43de determinado lugar,
16:44enfim,
16:45eles se expandiram
16:45de maneira tão organizada,
16:47estruturada
16:47e com dinheiro
16:48que eu,
16:50sinceramente,
16:51não sei por onde
16:52a PEC da Segurança
16:53vai conseguir,
16:54mesmo que unida,
16:56quebrar essa hegemonia
16:58que a gente vê
16:58cada vez mais
16:59e digo ainda mais,
17:01não se estendendo
17:02só o Brasil,
17:03cada vez mais crescendo,
17:04crescendo,
17:05crescendo e de forma,
17:07me perdoem pelo que eu vou falar,
17:08inteligente.
17:09Digo inteligente,
17:10por quê?
17:11Porque cada vez mais crescendo
17:12enquanto a gente se divide
17:14para poder quebrá-los
17:15e eles se remontam
17:17e saem cada vez mais fortes.
17:19Pois é,
17:19a questão é que
17:20não se resolve
17:21problemas estruturais
17:22graves e profundos
17:24simplesmente com tinta no papel,
17:25fazendo PEC,
17:27fazendo festa
17:28no Congresso Nacional,
17:29desviando o assunto.
17:31Por falar nisso,
17:31então,
17:32meu querido
17:32João Bellucci,
17:34quando você vê
17:35a criminalidade
17:36chegar no ponto
17:37em que chegou,
17:38isso aqui que aconteceu,
17:39nós estamos focando,
17:40foi um caso
17:41que chamou a atenção,
17:42mas isso ocorre
17:42rotineiramente.
17:44Estupros ocorrem
17:45diariamente no Brasil,
17:47violência contra a mulher
17:48ocorre a cada sete minutos
17:50dentro do Brasil.
17:51Então,
17:52todo tipo de violência
17:53à mulher
17:54e todos nós
17:54estamos submetidos.
17:57Você vê
17:58o crescimento
17:58do crime organizado,
18:00a criminalidade violenta
18:02fora de controle.
18:03A pauta econômica,
18:05uma crise de desacertos
18:06que ninguém consegue acertar,
18:08a inflação subindo,
18:09taxa de juros em alta,
18:11ameaça,
18:12quebra de empresas.
18:13Enquanto isso,
18:15parece que nós vivemos
18:16aqui no Brasil
18:16uma outra realidade,
18:18é a pauta política,
18:19é a polarização,
18:21é o Bolsonaro
18:21inimigo do mundo,
18:23inimigo do planeta.
18:24Será que nós estamos
18:25com um completo
18:26descompasso
18:27entre a realidade?
18:28Existe uma realidade
18:29virtual,
18:31que é a realidade
18:31das narrativas,
18:33e tem uma realidade
18:34efetiva
18:35que está nos corroendo
18:37das entranhas
18:38para fora?
18:39Perfeita a sua colocação,
18:41Capês,
18:41até porque se chegasse
18:42aqui um estrangeiro
18:44totalmente alienado
18:45aos temas,
18:46viria o Brasil,
18:46leria as notícias
18:47e falaria,
18:47nossa,
18:48o grande problema
18:48de vocês
18:49é a proteção
18:50da democracia,
18:51a regulamentação
18:52das redes sociais
18:53e outros temas
18:54periféricos.
18:55Mas e com relação
18:55à criminalidade,
18:56ao crime organizado,
18:57que é o que se observa
18:58no dia a dia,
18:58o que se está sendo feito?
19:00A gente responderia,
19:01ah não,
19:01o governo fez uma PEC
19:02de segurança pública
19:03e agora a Polícia
19:04Rodoviária Federal
19:05também vai patrulhar
19:06os rios.
19:06Olha que solução
19:07maravilhosa.
19:08Então assim,
19:09não tem,
19:09não tem solução,
19:11o que se lamenta
19:12é que o crime organizado
19:13está cada vez mais
19:14entranhado no poder público,
19:15senão ele não,
19:16ele sequer existiria.
19:18Então ele está
19:18entranhado em todas
19:19as esferas do poder público,
19:21judiciário,
19:22legislativo,
19:23nas câmaras municipais,
19:23Brasil afora,
19:24nem se fala.
19:25Ou seja,
19:26o crime organizado
19:26ele é sócio do governo,
19:28lamentavelmente,
19:29ele atua no governo
19:31em sociedade.
19:32A gente pode até
19:33num exercício de imaginação
19:34se questionar
19:35quanto do orçamento
19:36de São Paulo,
19:37do município,
19:38vai para o crime organizado,
19:39por exemplo,
19:40porque é sabido
19:40que há empresas
19:41do crime organizado
19:42que operam contratos
19:43com o poder público.
19:44Então assim,
19:45é uma questão multifatorial
19:46e todas as respostas
19:47que são apresentadas
19:48pelo governo,
19:49especialmente no âmbito
19:50do governo federal,
19:51são questões relativas
19:52à censura,
19:52liberdade de expressão,
19:53nada para resolver o problema.
19:54AVID,
19:55que na tal PEC da Segurança
19:56não se falou
19:57de construção de presídios,
19:58de aumentar penas
19:59e de acabar com benesses
20:01para criminosos.
20:03Ellen Brown,
20:03fica aí,
20:04estávamos vendo há pouco
20:05a imagem da menina,
20:0728 anos,
20:08uma vida inteira pela frente,
20:09sem fada,
20:10aquela perda inútil
20:13de uma vida
20:15sem qualquer justificativa,
20:17uma brutalidade
20:18poderia estar aí viva
20:19e não em razão
20:20da criminalidade.
20:22agora eu pergunto,
20:23o Belut chama a atenção
20:25para esta parceria,
20:28quando ele fala governo,
20:29vamos entender como Estado,
20:31poder público,
20:32não esse ou aquele governo.
20:34Então,
20:34o poder público como um todo,
20:37ele,
20:37na sua estrutura,
20:39ele está sendo corroído
20:40pela corrupção,
20:42está sendo corroído
20:43em suas bases
20:44pelo crime organizado.
20:45como você vê,
20:47como jornalista,
20:49como mãe,
20:50como cidadã,
20:51as perspectivas futuras,
20:55porque nós estamos
20:55com um déficit
20:56cada vez maior
20:57entre a estrutura do Estado,
20:59um gap,
21:01e o crescimento
21:02do crime organizado.
21:03Nós estávamos,
21:04no começo de 1990,
21:06no Estado de São Paulo,
21:07nós tínhamos mais policiais militares
21:08do que temos agora.
21:10E o nosso orçamento,
21:11com percentual de gastos
21:12de custeio,
21:13está muito mais próximo
21:14do limite prudencial.
21:15Ou seja,
21:15estamos gastando muito mais,
21:17pessoas vão se aposentando,
21:19tem pensionistas,
21:20as necessidades vão surgindo,
21:23e o crime organizado
21:24não para de crescer
21:25em cima dessa desorganização
21:28do poder público.
21:29Esse aqui é um exemplo prático.
21:31A gente, hoje,
21:32está falando aqui
21:32do crime físico,
21:33do crime do dia a dia
21:35que nos dói.
21:36Mas, assim,
21:37se tem um ponto
21:39onde o crime organizado
21:40cresceu absurdamente,
21:42é no crime online.
21:44é usando
21:45a inteligência artificial.
21:47Pergunta
21:47se a polícia,
21:49a PM de São Paulo,
21:50está usando a inteligência artificial
21:52para poder patrulhar
21:53quarteirões
21:54na cidade de São Paulo.
21:54A gente tem o Smart Sampa,
21:56que é a grande bandeira
21:57da prefeitura,
21:57que tem câmera,
21:58que faz reconhecimento facial.
21:59Mas, assim,
22:01o crime está sempre
22:02alguns, muitos passos
22:03à frente.
22:04E eu sou
22:05pouquíssimo esperançosa
22:07na recuperação,
22:09no resgate do Estado
22:11para o cidadão.
22:12E por que motivo?
22:13Eu vou dar um exemplo
22:14muito claro.
22:15Muitos anos atrás,
22:15quando eu estava começando
22:16como repórter de política,
22:17eu cobria a Câmara Municipal
22:19de Porto Alegre.
22:20E lá começava a estruturação
22:22da bancada da Bíblia.
22:23E aí, como é que era isso?
22:24Isso é uma articulação,
22:25isso vem da base.
22:26Então, primeiro, assim,
22:27o cara lá da igreja
22:29se articulava
22:29para virar um conselheiro tutelar,
22:31depois virar um vereador,
22:32depois um deputado estadual,
22:33depois um deputado federal,
22:35um senador.
22:35E você estrutura,
22:36e agora a gente está falando
22:37de 25 anos depois,
22:39você tem uma estrutura
22:41bem configurada,
22:43bem organizada
22:44de uma bancada
22:45que defende esses interesses.
22:47O crime organizado,
22:48ele é organizado.
22:49Então, assim,
22:50ele foi muito mais rápido,
22:51mais eficiente
22:52em fazer essa organização
22:53e sua penetração
22:55no Estado.
22:56E pior,
22:57ele não está dissociado
22:59de interesses políticos
23:01que parecem antagônicos
23:03com ele.
23:03porque quando a gente fala
23:05de milícia,
23:06milícia é o Estado
23:08treinando esses futuros criminosos.
23:11Foram criminosos
23:11que foram treinados
23:12pelo Estado
23:13e que agora se infiltraram
23:15no Estado
23:15para cometer crimes.
23:16As duas coisas
23:17estão muito ligadas.
23:19Eu gosto muito
23:19de trazer indicações
23:20de filmes,
23:21livros.
23:21Tem um livro
23:22muito clássico,
23:23já de alguns anos,
23:25do Misha Glennie,
23:26que foi correspondente
23:26da BBC,
23:27que chama Mac Mafia.
23:28Parece até que depois
23:29virou série,
23:29alguma coisa assim.
23:30É muito interessante
23:31para você entender
23:32como a máfia
23:34ela consegue
23:34se organizar
23:35de uma forma
23:36que o Estado
23:36não consegue.
23:37De uma forma
23:38que o Estado
23:38não consegue.
23:39Então, assim,
23:40sou pouco otimista
23:41porque nós já temos
23:42uma institucionalização
23:44muito clara
23:44do crime
23:45no Estado brasileiro.
23:47A eleição de 2024
23:48municipal
23:48foi, assim,
23:50algo estrondoso.
23:51Isso ficou muito claro.
23:53Então, acho muito difícil
23:54agora você conseguir
23:55tirar essas amarras.
23:56Exatamente.
23:57Você lembrou bem,
23:58vários vereadores
23:59com campanhas
24:00bancadas
24:01por organizações
24:03criminosas
24:03e votos
24:05em redutos
24:06dominados
24:07pelo crime organizado.
24:08Qual é o problema ali?
24:09É que o voto
24:10é exigido
24:12pela organização criminosa.
24:13Se as urnas
24:14e a sessão
24:14de votação
24:16não apresentaram
24:17o número de votos
24:18exigido,
24:19eles pagam
24:20um preço caríssimo
24:21ali com as retaliações
24:23do crime organizado.
24:24Então, realmente,
24:25é uma situação complicada.
24:26E nesse ponto,
24:27o Henrique Kriegner,
24:28vamos falar
24:30da lavagem
24:31de dinheiro,
24:32que o crime organizado
24:33lava dinheiro
24:34a céu aberto.
24:37A lavagem de dinheiro
24:38tem a fase
24:38que você oculta
24:39o dinheiro
24:40ilícito.
24:41Depois,
24:42numa segunda fase,
24:43você começa
24:44a transformar
24:45esse dinheiro ilícito,
24:46vai botando camadas
24:47para dar aparência.
24:49E na última fase,
24:51o dinheiro ilícito
24:51já está completamente
24:52integrado
24:53a negócios
24:54cuja ilicitude
24:56é quase impossível
24:57de se detectar.
24:59Então, eu pergunto
25:00a você,
25:01Henrique Kriegner,
25:02quando chega
25:03num estágio
25:03como esse,
25:04a gente tem
25:05algumas ações
25:06do GAECO
25:06de São Paulo
25:07que sequestrou
25:08oito bilhões
25:08de reais
25:09do PCC,
25:11mas nós estamos
25:11falando de
25:11duzentos bilhões
25:12por ano.
25:14Como fica
25:14uma organização
25:15como essa
25:16que, a comprovar
25:17o que estamos
25:18vendo aqui,
25:20em algumas horas,
25:22se reuniu,
25:23promoveu o julgamento,
25:25sentenciou,
25:27executou
25:27e aplicou
25:28uma pena
25:28que muita gente,
25:30não dessa forma,
25:31que é a pena de morte,
25:32julgaria merecida
25:33para esse caso.
25:35Realmente,
25:36como eu falei,
25:37essa é a maior evidência.
25:38E a gente vê
25:39esse esquema,
25:40esse avanço
25:41na tecnologia
25:42para se lavar dinheiro
25:43é o que
25:44diferencia
25:45uma organização
25:46criminosa,
25:47o crime organizado,
25:48como a gente gosta
25:49de falar,
25:50de uma facção,
25:52de uma máfia.
25:53e nós já estamos
25:54chegando cada vez
25:55mais perto
25:55porque essa facção
25:57consegue lavar dinheiro
25:59para se organizar.
26:00E se engana
26:01quem pensa
26:01que o crime organizado
26:02hoje se abastece,
26:04na verdade,
26:05se sustenta
26:05através do tráfico
26:06de drogas.
26:06Já não é mais
26:08a principal atividade
26:09econômica.
26:09Já saíram os estudos
26:10dizendo aí
26:11que a porcentagem
26:12é decrescente
26:13e já não representa
26:14mais a totalidade.
26:16A gente está falando,
26:17se não me engano,
26:18não quero errar aqui,
26:19mas acho que são
26:19mais ou menos 60%
26:21da renda
26:22das grandes facções
26:24que ainda
26:24são provenientes
26:26da venda de drogas.
26:27Menos,
26:27tem refinaria
26:28de combustível,
26:30eles têm contrabando
26:31de 20% hoje,
26:33fundo de investimentos.
26:34Fundo de investimento,
26:35a gente viu aí
26:36tanto essa questão
26:36dos jogos,
26:37enfim,
26:38então eles já estão
26:39penetrados
26:40de uma forma
26:41muito,
26:42muito difícil,
26:42inclusive não só
26:43difícil de se detectar,
26:46mas difícil também
26:46de remover
26:47porque já fazem parte
26:49da estrutura
26:49da sociedade.
26:50Agora,
26:51precisam sair.
26:52Essa organização
26:53precisa acabar.
26:54E é isso que eu tenho
26:55falado muito,
26:55Capês,
26:56que a gente precisa entender.
26:57O nosso país
26:58está em guerra.
26:59Quando a gente pensa
27:00que nós somos um Estado
27:01que tem que melhorar
27:03a questão de segurança
27:03pública,
27:04você não tem que melhorar
27:05a guerra,
27:05você tem que acabar
27:06com a guerra.
27:07E como é que você
27:07acaba com a guerra
27:08de uma forma satisfatória?
27:09É vencendo o inimigo.
27:11O crime organizado
27:12é o inimigo do Brasil,
27:14o Brasil precisa
27:15declarar guerra
27:16e atuar como um país
27:17que está em estado
27:18de guerra contra
27:20uma organização
27:20que já está presente
27:22dentro do seu território.
27:23Essa é a mentalidade
27:24que a gente precisa ter
27:25para orientar
27:25política de segurança
27:26pública,
27:27política econômica,
27:28para orientar também
27:29o que deve ser
27:30essa suposta integração
27:31das forças policiais
27:33com a questão nacional,
27:35o controle de fronteiras,
27:37a política de imigração.
27:38Tudo isso precisa ser
27:39orientado dessa maneira,
27:41senão nós vamos
27:41ficar enxugando gelo,
27:42patinando e nunca
27:43vamos resolver essa questão.
27:44O Brasil está em guerra.
27:45é aquilo que a gente fala.
27:48Em vez de ficarem
27:48buscando soluções teóricas,
27:51fazendo projeto de lei,
27:53PEC,
27:53essas discussões inúteis
27:55que sejam travadas
27:56no Congresso Nacional,
27:58tem medidas estruturais.
27:59O governo investiu
28:0018 bilhões de reais
28:01em segurança,
28:02governo federal,
28:03e 53 em emendas parlamentares.
28:06Por que não se abre
28:06uma linha de financiamento
28:07para iluminação pública?
28:09Por que não se cobra
28:10dos municípios também
28:11a regularização dessas áreas,
28:13como esse terreno baldio,
28:14que se encontrava propício
28:15à prática de estupro?
28:17Tantas coisas
28:17precisam ser feitas,
28:19mas nós continuamos
28:20batendo na mesma tecla.
28:22O gostoso
28:23é ficar falando,
28:25discutindo
28:25e não metendo a mão na massa
28:27e agindo.