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José Aníbal, ex-senador pelo PSDB-SP, concedeu entrevista ao Morning Show e comentou sobre o atual momento do PSDB, os desafios enfrentados pelo partido e as perspectivas eleitorais para as eleições presidenciais de 2026.

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Transcrição
00:00A gente conversa agora com o ex-senador pelo PSDB de São Paulo, José Aníbal,
00:04que gentilmente aceitou o nosso convite para estar aqui conosco no Morning Show.
00:08E, claro, né, senador, obrigado pela presença aqui, evidentemente,
00:12mas principalmente sobre esse momento do partido,
00:15o único partido protagonista da redemocratização,
00:18o único partido na história republicana a eleger em primeiro turno
00:21um presidente da República, não só uma vez, mas duas vezes,
00:24mas agora acelera na linha do tempo, fazendo essa fusão com o Podemos.
00:27Primeiro, o que você atribui isso?
00:30Acho que a maioria das pessoas atribui que o PSDB sempre relutou
00:33a assumir o manto do partido efetivamente de direita em contraposição ao PT.
00:38É mais ou menos por aí, mas o diagnóstico é seu. Fica à vontade.
00:42Bom dia, prazer estar aqui com vocês.
00:45Essa boa conversa, boa discussão sobre essa situação da Previdência.
00:51Acho que a gente vai falar disso em algum momento.
00:54E agora, com relação ao PSDB,
00:56o PSDB não é um partido de direita no sentido clássico.
01:01O PSDB foi um partido que fundou saindo do MDB e saindo dos governos.
01:07Saindo do governo Sarney, do governo Coerza,
01:10nós entregamos os nossos carros todos, criamos esse partido.
01:14E uma das questões centrais na decisão da criação
01:17foi a constatação de que a inflação é o pior imposto para todos os trabalhadores,
01:24é o pior tributo, diminui a renda do trabalhador sempre, que aumenta a inflação.
01:31E nós nos colocamos na direção de encontrar soluções alternativas
01:37para aqueles diferentes programas que se tentou fazer para segurar a inflação
01:44e que não deram resultado.
01:45E finalmente conseguimos chegar ao plano real.
01:47O plano real foi a mudança mais importante no Brasil
01:52depois da redemocratização.
01:55E depois do plano real não houve nenhuma mudança tão substantiva quanto o plano real.
02:01Isso é tão verdadeiro que vocês que estão aí jovens,
02:04embora não tenham vivido a inflação de 100% ao mês,
02:09hoje vocês, se for no supermercado,
02:10o produto que vocês compravam por 5,
02:12se tivesse 5,50, vocês vão estranhar.
02:15Ou se o produto que vocês compravam por 200 a 230,
02:19vocês vão estranhar muito.
02:21Há uma cultura no Brasil, depois do plano real de 94,
02:26que rejeita, repudia a inflação.
02:29Isso repercute, inclusive, na avaliação do atual presidente.
02:33A carestia.
02:35Hoje mesmo eu estive no supermercado
02:36e encontrei um amigo lá
02:39e ele começou a falar grosso e alto
02:42contra o custo de vida,
02:43justamente próximo aos ovos.
02:46Olha o absurdo que está isso aqui e tal,
02:48esses supermercados ainda aproveitam para aumentar mais e tal.
02:52Seja como for,
02:54nós vivemos uma inflação que precisa ser controlada.
02:57E essa cultura se desenvolveu a partir do plano real.
03:01Por isso, quero dizer o seguinte,
03:02o PSDB tem um papel na história do Brasil
03:05e fizemos outras coisas mais no governo.
03:09A educação foi universalizada,
03:12o SUS foi implementado,
03:14enfim, programas sociais.
03:16Mas eu vou entrar, ficar discutindo pontos aqui e acolá.
03:20No conjunto, o PSDB se fragilizou.
03:23Sim.
03:24A partir, sobretudo, das eleições de 2018,
03:28quando não compreendeu a indignação,
03:31a bronca,
03:33a insatisfação da população
03:35com tudo que tinha ocorrido nos anos anteriores.
03:38E perdemos esse protagonismo.
03:41Perdemos, inclusive, esse eleitorado de direita,
03:44civilizado,
03:45não era uma coisa odienta,
03:47raivosa,
03:48e ficamos como cortiça nágua.
03:51Tivemos, não chegamos a ter 100% dos votos.
03:53De lá para cá,
03:55o partido se fragilizou um pouco mais,
03:56agora está buscando alternativa para se recompor e recolocar.
04:03O que o PSDB tem ali definindo o seu papel na história,
04:06principalmente nos anos 90,
04:07ninguém tira do partido.
04:08O fato é que houve esse descolamento brutal
04:10ali realmente dos anseios e do ânimo
04:12do grande público nacional.
04:14Agora, vou trazer aqui o Mano Ferreira, senador,
04:16para a gente repercutir principalmente
04:18a fusão e a perspectiva eleitoral do PSDB
04:20agora nessa posição, talvez,
04:22de protagonismo compartilhado, vai?
04:25Quem é que vai ter esse protagonismo?
04:26Senador, acho que o PSDB
04:28também teve uma dificuldade muito grande
04:30de se renovar, né?
04:31E aí, quadros muito importantes
04:33que poderiam representar essa renovação,
04:35como o caso da governadora Raquel Lira,
04:37de Pernambuco, deixou o partido, foi para o PSDB.
04:40Há muita especulação sobre a possível saída
04:43do governador Eduardo Leite,
04:45outro jovem promissor na política brasileira,
04:48que pode também fazer esse mesmo percurso,
04:50sair do PSDB para o PSDB.
04:53O que é que sobra nessa fusão entre o PSDB e o Podemos?
04:58Não vai ser uma diluição da identidade que já teve o PSDB
05:04e uma dificuldade de perspectiva de lideranças futuras do partido
05:09se os principais quadros renovadores estão pulando do barco?
05:13Olha, eu não seria tão absoluto como você está colocando aí.
05:19Eu acho que ainda tem diálogo e acho que não saíram só por uma razão
05:24teológica, posicionamento.
05:28A Raquel, ela colocou claramente que ela queria buscar um outro caminho alternativo
05:33para ter maior densidade de, sei lá, recursos partidários,
05:40partidários, etc., para disputar a reeleição contra o atual prefeito do Recife.
05:48O Eduardo Leite é outra posição.
05:51Ele, como você disse bem, são dois quadros,
05:55ótima qualidade, a Raquel está fazendo um bom governo,
05:58o Eduardo também, o único reeleito no Rio Grande do Sul,
06:01desde que tem reeleição,
06:04ele é um sujeito que enxerga o Brasil,
06:07ele tem uma visão de Brasil que é muito atual,
06:13muito, corresponde muito a esse ideal de termos uma vida pública,
06:17onde as políticas públicas tenham alguma prevalência,
06:21se não toda prevalência.
06:23E não essa arena de xingamentos, de disputas,
06:28retaliações em que se transformou a vida pública brasileira,
06:33inclusive dentro do Congresso Nacional.
06:35Mas nós estamos conversando, a conversa continua com o Eduardo Leite,
06:39e essa decisão vai ser tomada até o começo de maio.
06:43eu quero registrar aqui, inclusive,
06:45que o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel,
06:49ele está muito de acordo com esse encaminhamento que está sendo feito.
06:54E esse encaminhamento de fusão com o Podemos,
07:02não é uma questão de protagonismo apenas,
07:04é uma questão de você, dentro da legislação partidária eleitoral,
07:08ter uma densidade maior, para ter maior presença,
07:13dentro do Congresso, na Câmara, Senado, nas comissões,
07:17recuperar tribunas, e, sobretudo, formular políticas
07:23que voltem a nos sintonizar com a população.
07:27O Sancho Pança, numa série pintada pelo Portinari,
07:31e com pequenas frases do grande Drummond de Andrade,
07:36quando o Sancho Pança, depois que o seu herói morre,
07:42ele está no céu, põe a mão na cabeça e fala
07:45de que valeu tudo desse nada.
07:48No nosso caso, a gente acha que não é o tudo desse nada,
07:53de que valeu o tudo que foi feito.
07:55E, por isso mesmo, temos ânimos de continuar
07:58para recuperar o protagonismo do PSDB.
08:01Eu vou até aproveitar essa deixa do Sancho Pança e do tudo e do nada
08:05para pegar uma pergunta em relação à anistia.
08:08Recentemente surgiu a questão da anistia,
08:11urgência, cinco deputados do PSDB,
08:13entre eles Beto Richa, do Paraná,
08:15que, se salvo engano, foi preso algumas vezes
08:17em questões de acusações de corrupção,
08:20teriam sofrido uma pressão do partido
08:22para a retirada das assinaturas da anistia.
08:25E o senhor citou que é o partido que remonta,
08:29e na história tem isso, de Ulisses Guimarães,
08:32o traidor da pátria, o traidor da Constituição,
08:34o traidor da pátria,
08:36e criticou bastante a situação da anistia.
08:38Mas eu quero perguntar sobre essa visão da população,
08:41porque nós temos visto um movimento forte da população
08:44em relação à anistia, em defesa da anistia,
08:47e, ao mesmo tempo, nós vemos esse desgaste do PSDB,
08:50que há dez anos era um partido muito forte,
08:52que hoje está considerando se unir a outros partidos
08:55e se apequenando cada vez mais, perdendo nomes.
08:58E eu vejo que existe uma razão para isso acontecer
09:01que vai até além.
09:02Os escândalos de corrupção que estão no entorno do PSDB,
09:05com vários nomes que sofreram essas acusações,
09:08como o próprio deputado Beto Richa,
09:10mas também, por exemplo, o deputado Aécio Neves,
09:13que foi mantido do PSDB,
09:14ainda é uma pessoa, uma figura com muito poder
09:17dentro do PSDB,
09:19e que, querendo ou não, foi gravado ali
09:21numa ligação não muito republicana
09:23com solicitação de dois milhões de verbas
09:26à figura do Joesley Batista.
09:28E a minha pergunta é,
09:29existiu no PSDB uma anistia
09:32em relação a políticos que tenham se envolvidos
09:35ou tenham tido acusações de corrupção?
09:37E esse desgaste da população
09:39é também por conta dessa situação,
09:41desses nomes que foram envolvidos nesse escândalo?
09:44Você acha que fragilizou a postura e a figura do PSDB
09:47ter um nome de projeção nacional
09:49como Aécio Neves envolvido nisso
09:51e você acha que vocês possivelmente
09:52podem ter perdido apoio
09:54por conta da manutenção desses nomes?
09:56Obrigada.
09:58Olha, em primeiro lugar,
09:59se nós formos avaliar
10:01política brasileira
10:03pelo critério de corrupção,
10:05vai sobrar pouca coisa.
10:07Claro que muitos acusados
10:09conseguiram efetivamente serem,
10:13enfim,
10:16não houve condenação,
10:18eles foram anistiados,
10:20eles foram,
10:22não foi considerada,
10:23a acusação não foi considerada procedente
10:25ou com condições de
10:28liberar uma condenação a eles.
10:30Tanto no caso do Beto Richa
10:32como no caso do Aécio Neves.
10:34Mas você pega aí todos os partidos,
10:36todos,
10:36PT,
10:37ao União Brasil,
10:39ao PRL,
10:40você vai ver que...
10:42Agora, o PSDB
10:43zela muito por isso.
10:46E por isso pediu muito
10:47àqueles que foram
10:49criticados,
10:53aos quais foi imputada
10:54corrupção
10:55ou desvio de recurso público
10:58ou atitudes impróprias,
11:00inadequadas,
11:02sobretudo a quem está na vida pública,
11:04eles se defenderam
11:07e foram absolvidos.
11:09Agora,
11:10esse não é o critério central
11:11da vida pública no Brasil hoje.
11:14É as consequências disso aí.
11:16Vocês estavam discutindo aí
11:17a questão da...
11:18Bom, a gente só quer saber
11:21se isso impacta.
11:22Claro que impacta
11:23a todos.
11:24A sociedade hoje
11:25vê o mundo político
11:26como um mundo
11:27de oportunistas.
11:29Quem tem
11:29um orçamento,
11:32como tem o Congresso Nacional
11:34hoje,
11:34de emendas,
11:35de mais de 50 milhões de reais,
11:37significa 80 milhões de reais
11:39para cada deputado
11:40e senador
11:40em média.
11:41se você imagina
11:43que são quatro anos
11:44como é que são quatro anos
11:45o mandato,
11:46são 320 milhões de reais
11:48e os parlamentares,
11:50cada um deles,
11:51tem ao seu dispor
11:52para alocar
11:54para verbas,
11:55para prefeituras,
11:56para empresas,
11:58enfim,
11:59e não se tem muito controle
12:01disso aí.
12:02E é legítimo
12:03que a população
12:04tenha essa sensação
12:05de que parte
12:07desse dinheiro
12:08é desviado.
12:09O Delfim Neto,
12:10que foi meu colega,
12:11um colega do parlamento
12:12nos anos 90,
12:14ele me disse,
12:15olha,
12:15já na ditadura
12:16nós tínhamos
12:18uma avaliação
12:19de que
12:20todo recurso
12:21que era liberado
12:22para estados,
12:24municípios,
12:25etc.,
12:2660%
12:27seguramente
12:28eram bem empregados.
12:30Os outros 40%
12:31a gente tinha dúvidas
12:32e não conseguia avaliar.
12:34Então,
12:34isso existe sempre
12:35no Brasil
12:36e ditadura
12:37não resolve.
12:38E resolve
12:39a democracia
12:40no caso
12:40do INSS
12:41é assustador.
12:43Sem dúvida.
12:43Porque você tem aí
12:44tecnologias
12:46que resolvem
12:47esses problemas
12:48todos
12:48que vieram à tona
12:49com a denúncia
12:50de ontem
12:51em uma semana.
12:53Essa é a nossa
12:54expectativa.
12:55Essa questão de mortos,
12:56essa questão de
12:56duplicidade,
12:58essa questão de
12:59pegar
12:59enfim,
13:02absolutamente
13:02ilícita,
13:03criminosa,
13:04recursos indevidos
13:05aposentados
13:06e devolver.
13:08Eu acho que o governo
13:09tem uma oportunidade,
13:11está numa situação difícil,
13:13mas tem uma oportunidade
13:14de dar uma resposta
13:15cabal,
13:16transparente,
13:18comunicando
13:19à população
13:19a nossa justiça,
13:20reputando isso
13:21e agora é assim.
13:24Mas falando
13:25em situação difícil,
13:26claro,
13:26o PSTB também
13:26em situação difícil,
13:27acabou recorrendo
13:28essa fusão,
13:28a gente lembra
13:29de DEM,
13:30PSL se tornando
13:31União Brasil.
13:32Vamos ver agora
13:32Podemos e PSTB,
13:33PSTB e Podemos.
13:34quem é que vai escolher
13:35o nome do novo partido,
13:37quem vai ser,
13:37vai ser o pai ou a mãe
13:38que vai escolher
13:38o nome da criança.
13:39Vamos estar acompanhando
13:40José Aníbal,
13:41ex-senador aqui por São Paulo.
13:42Obrigado demais
13:43pela gentileza
13:43de aceitar o nosso convite
13:44e ter esse papo conosco.
13:46Obrigado.
13:47Obrigado.

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