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Em 100 dias de governo, Donald Trump combinou medidas radicais com recuos estratégicos. A economista Patrícia Krause, da Coface, analisou o impacto político e econômico sobre América Latina, México e Brasil, além dos efeitos da guerra comercial nas commodities e na indústria global.

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Transcrição
00:00Os 100 dias do governo Trump ficaram marcados por declarações polêmicas, políticas radicais,
00:07anti-imigração e principalmente pela guerra tarifária global, iniciada dias depois do
00:12republicano tomar posse.
00:14Mas o presidente norte-americano passou a adotar agora uma postura de morde-a-sopra,
00:20recuou de decisões comerciais e chegou a suspender algumas medidas sobre taxação.
00:26Para falar sobre os impactos da gestão Trump até agora, eu vou conversar com a Patrícia
00:32Krause, economista-chefe da Coface para a América Latina.
00:36Oi Patrícia, muito boa tarde para você, prazer tê-la aqui no Money Times.
00:41Tudo bem?
00:42Olá, boa tarde, o prazer é meu, tudo bom?
00:46Então tá bom.
00:47Patrícia, o 100 dias termina ali, no final do mês agora, e a gente viu que o Donald
00:56Trump tomou muitas decisões controversas e que não agradou, as decisões não agradaram
01:03praticamente o mundo todo.
01:05Como é que a gente faz um balanço, por exemplo, na área política de Donald Trump e também
01:12econômica desses quase 100 dias?
01:14É, então, eu acho que sim, a gente hoje inclusive fez um webinar para falar sobre
01:19esse assunto, né, e eu olho muito para a América Latina, então eu colocaria como destaque
01:24nesses primeiros três meses a questão, primeiro a questão da política migratória, que já
01:30foi logo uma prioridade no começo do governo, que gerou questões internas também, se ele
01:35poderia seguir adiante, quais as deportações ali, muitas deportações, um grande fluxo,
01:41né, e que claro, tem efeito para a América Latina e países da América Central, principalmente,
01:46né, que tem muitos, tem um grande fluxo de migração e de remessas, por exemplo, que é
01:52importante para esses países, né, que eles enviam para os seus países de origem, enfim,
01:56isso pode ter um impacto nessas remessas, essa política migratória mais forte, né, há
02:01uma redução de fluxo, de fato, de migração nesse período, desde o começo do governo.
02:05Um segundo ponto também é a questão do comércio, então, como você mencionou, teve
02:11esse morde à sopra e que agora, essa semana novamente, mas isso já tem vindo já desde
02:17o começo, né, de dar um período maior, postergando o início das tarifas e gera essa
02:23estabilidade importante no mercado, né, a notícia, bom, desde ontem, então, foi os Estados
02:33Unidos sinalizando para a China, para uma possível negociação, porque, de fato, essas
02:38tarifas de 145 do lado dos Estados Unidos e 105 pela China, isso, não, isso inviabiliza
02:43o comércio entre os países e há notícias de que eles poderiam até recuar em relação
02:48a chegar a 50, 65% das tarifas para poder abrir conversa com a China e a China por outro
02:53lado também, dizendo que poderia, né, com isso entrar em negociações.
02:58Então, acho que é um, no fim das contas, teve agora esse movimento mais positivo, mas
03:04que ainda é muito cedo para dizer, porque, de fato, a gente tem esses retrocessos já
03:08nesses três meses, algumas vezes, né.
03:10Ô, Patrícia, você estava falando da questão do México, né, essa política radical anti-imigração
03:15e ela tem também, ela é usada economicamente, né, com a política econômica ou de tarifação
03:22do Donald Trump, tanto que ele conversa com a Cláudia Sheinbaum, a presidente do México,
03:27dizendo o seguinte, se vocês ajudarem a gente a controlar essa imigração ilegal e também
03:32a questão do fentanil, né, da droga, dos cartéis para os Estados Unidos, a gente pode
03:39rever tarifas, né, aqueles 25% a gente pode baixar, inclusive chegou a suspender durante
03:45um período, então, essa relação política e economia, né, ela está entreligadas,
03:52né, por Donald Trump aqui, principalmente com o México?
03:57Sim, com o México e com a América Latina em si, né, o México é um caso à parte da
04:00América Latina, acho que, em geral, os países da América Latina, a gente não tem, os Estados
04:03Unidos não tem um déficit muito grande com esses países, com exceção do México,
04:06então, a relação mais importante para eles é, de fato, tentar conter, para ele é conter
04:10esse fluxo migratório e acaba tendo essa relação, né, a gente viu ali no começo com a
04:14Colômbia, que a Colômbia falou que não ia aceitar um avião de deportados e aí falou
04:17vou aumentar a tarifa e voltou atrás, então, tem muito essa conexão, como você mencionou.
04:21No caso do México, a gente tem uma relação mais complicada, porque você tem 80% das
04:27exportações do México que vão para os Estados Unidos, dá como um terço do PIB e também
04:31para os Estados Unidos é muito importante essa relação, então, por mais que tenha
04:34ameaças, não é tão fácil também implementar tarifas de 25% para o México, né, a gente
04:39vê o governo da Claudia Sheinbaum no México tentando também, é, um tom
04:44conciliatório, não retaliando, como fez o Canadá a princípio, é, também aumentando
04:49ali a, a questão da, o controle da questão de migração para tentar evitar conflitos.
04:56Ainda assim, você tem tarifas para o México, né, assim, é, então ele conseguiu, não
05:02está nas tarifas recíprocas, mas tem a questão do ácido, alumínio, né, os poucos
05:07produtos que não entram ali no, no acordo do SMCA, então, é ainda uma tarifa, mas eu acho
05:13que tem ainda um outro efeito em relação ao México, porque você tem essa ligação
05:16muito grande entre as economias, né, é, e havia até no último ano muito entusiasmo
05:21com o México em relação ao Unia Shoring, que ia atrair muito investimento para lá,
05:26e é claro que isso fica, pelo menos, numa pausa, né, como você vai fazer investimentos
05:30de longo prazo, numa situação em que você não tem uma estabilidade da política comercial
05:36com os Estados Unidos, então, a economia no passado já havia se acelerado bem lá no México,
05:40com 1,5, e esse ano a perspectiva, por enquanto, é que crença 0,2, né, há muitas projeções,
05:48essa é a projeção da Confassa, mas, de fato, existem já algumas projeções, ontem mesmo
05:51saiu do FMI, falando até de uma leve recessão por lá, né, a economia já contraiu no último
05:57trimestre do ano e, provavelmente, isso deve ter sido o caso também no primeiro trimestre
06:01desse ano, né, o que poderia entrar na famosa recessão técnica, é uma situação bem complicada.
06:06Ô Patrícia, nesses 100 dias também, a gente viu que algumas coisas beneficiárias, né,
06:14beneficiaram aqui o Brasil, algumas medidas de Trump, então, a gente viu a exportação
06:18de soja, né, aumentou significativamente no Brasil, por exemplo, para a China, também,
06:24para a União Europeia. Por outro lado, o setor ou a indústria automotiva está preocupada,
06:29porque nós temos essas taxações, né, ao setor automobilístico e, por exemplo, o
06:36México não consegue ou vai vender para os Estados Unidos, mas com tarifas mais altas,
06:42os carros ficarão mais altos, a China também, e acaba inundando aqui o mercado brasileiro.
06:47Qual a avaliação que você faz de ônus e bônus para o Brasil nesses 100 dias do presidente
06:54Donald Trump?
06:55É, o Brasil, em termos relativos, o Brasil se sai bem nessa situação, né, e aí,
07:00por um motivo é que o Brasil, algo que não é positivo, mas nesse momento ajuda, é que
07:04é um país ainda muito fechado para o comércio, então, a exportação em relação ao PIB dá
07:07com 15%, né, por isso, a gente não tem um déficit muito alto com eles e o que exporta
07:13para eles dá algo como menos de 2% do PIB brasileiro, né, então, isso ajuda um pouco
07:19a não ter um efeito tão importante, até porque você tem uma tarifa ali básica de
07:2410%, então, um efeito direto do comércio não é tão relevante assim, mas me preocupa
07:28mais a relação dos efeitos indiretos para a economia brasileira, que é uma possível
07:32desaceleração do crescimento econômico global, que pode ser importante se você tiver, de
07:37fato, essa escalada das tensões comerciais globalmente, o efeito, se você tem uma desaceleração
07:43importante na China, que é o nosso principal mercado de exportações, e também a questão
07:48dos preços das commodities, porque se, de fato, se tiver uma piora das perspectivas
07:51de crescimento significativa, os preços podem cair também, e Brasil, como a América Latina,
07:56é grande exportadora de commodities, né, né, em termos de pauta de exportação dá
08:00o como 54%, então, acho que o efeito, né, total é negativo, mas é claro que nesses situações,
08:07momentos de, mesmo momentos de crise, você tem um segmento ou outro que pode se beneficiar
08:11da situação, e aí, como você mencionou, a questão do setor agrícola, né, que durante o primeiro
08:16mandato do Trump, que as tensões estavam ali mais voltadas com a China, teve um aumento
08:20de exportações brasileiras para o mercado chinês, de produtos agrícolas, então, tem
08:26essa capacidade para a questão de soja, de milho ou de carne, então, poderia se beneficiar
08:33também desse momento ainda também, novamente, né, de tensões comerciais, né, só com um
08:40único detalhe de que os preços podem não ser tão favoráveis, né, desse momento,
08:44mas, enfim, tem essa oportunidade para o setor agrícola, por exemplo.
08:49Ô, Patrícia, e já dá para acreditar nesta oratória mais soft de Donald Trump, dizendo
08:55que vai chegar a um acordo com a China, que não vai ser bem assim, os 145% das taxas,
09:01das tarifas, dá para acreditar nele?
09:04Não, é só o tempo dirá, de fato, é claro que é uma sinalização boa, importante, né,
09:11por isso que trouxe esse alívio para os mercados, acho que deve chegar, sim, a algum tipo de
09:17acordo, porque tarifas de 100% inviabilizam o comércio, tendo grandes efeitos para a economia,
09:23e é claro que há uma pressão interna também, para que isso não persista, mas dizer que dá
09:29uma prezibilidade de quanto tem algo, para que você tenha uma redução também significativa,
09:35e isso realmente a gente precisa guardar as cenas do próximo capítulo.
09:39Tá certo, Patrícia. Muito obrigado pela sua participação aqui no Money Times,
09:44uma ótima tarde para você e um ótimo restinho de semana.
09:47Obrigada, Evo. Boa tarde a todos.

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