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No programa Direto Ao Ponto, a bancada discutiu os legados deixados por Papa Francisco, especialmente sua postura em relação à comunidade LGBTQIA+. A discussão abordou se o próximo papa manterá essa abordagem inclusiva ou adotará uma postura mais conservadora.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/r5RoXHoGgXQ

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Transcrição
00:00E nessa busca por unidade, Padre Juarez, teve uma outra frase que ficou muito conhecida do Papa Francisco e que foi
00:05Se uma pessoa é gay, busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu pra julgá-la?
00:10E houve muita discussão em torno do acolhimento que a Igreja Católica passaria a dar
00:14para as pessoas que hoje têm relacionamentos homoafetivos a partir dessa fala de Papa Francisco.
00:20Como que isso reverberou por toda a Igreja Católica, independentemente do país que ela ocupava?
00:27Por exemplo, aqui no Brasil.
00:29O Papa Francisco nunca teve medo de tocar em assuntos espinhosos e polêmicos.
00:34Ele nunca teve medo e nunca se esquivou de nenhuma pergunta.
00:37Essa pergunta foi feita no avião, durante a viagem de avião.
00:42E ele responde a queimar roupa e dizendo quem sou eu pra julgar.
00:45Ou seja, naquele momento ele apresentava que a partir do catecismo, ele fala que o catecismo está escrito lá
00:52que não devemos discriminar ninguém, não devemos discriminar ninguém, não devemos deixar ninguém de fora.
00:58E essa proposta da acolhida, ela vai muito além simplesmente de uma lei.
01:04Ele, em outros momentos, ele chega e fala assim, eu sou favorável que haja uma lei civil que possa dar segurança
01:12para os casais homoafetivos, que não tem nada a ver com o casamento, que não tem nada a ver com o matrimônio, né?
01:20Mas com segurança pra pessoa e pra que ela se sinta acolhida.
01:24E olha, o Papa Francisco sempre demonstrou isso, mas ele demonstrou, não só o Papa Francisco,
01:31ele mostra isso pra igreja que precisa ser assim.
01:34Que a gente tem que acolher as pessoas, que a gente precisa acolher.
01:38Depois você vai discutir alguma coisa, mas você não tem que, em primeiro lugar, julgar.
01:43Quando o professor falava dos refugiados, muitos refugiados que a igreja acolhe com a partir da Cáritas
01:51são refugiados perseguidos por causa da opção...
01:55Sem dúvida.
01:56Da orientação sexual.
01:58Da orientação sexual.
02:00E a igreja não faz pergunta.
02:03Por que você é refugiado?
02:05E acolhe.
02:06Em outros momentos, o Papa Francisco teve coragem de trazer assuntos espinhosos e dizer o seguinte,
02:11há um problema sério com a questão do abuso de menores.
02:16E ele diz, precisamos falar isso.
02:18E isso é um exemplo pras outras instituições.
02:21Porque a pedofilia, o abuso de menores, isso tem todas as instituições.
02:25Isso é um crime que faz parte da miséria humana.
02:30Ou seja, a igreja...
02:32Isso começa com o Bento XVI.
02:34A gente precisa ser muito honesto.
02:36Porque o Bento XVI que começa a falar...
02:37A igreja tem coragem de cortar na carne e dizer...
02:40Quer dizer, precisamos trazer isso, precisamos conversar e precisamos falar.
02:45E precisamos acabar com isso.
02:46Isso é um exemplo pra que outras instituições também façam.
02:49E digam assim, isso tá acontecendo entre nós?
02:52Não pode acontecer.
02:54É uma minoria.
02:55O Evander, é uma minoria esses casos de pedofilia.
02:58É minoria mesmo.
02:59No caso de pedofilia.
03:00Mas mesmo sendo minoria, não pode se aceitar.
03:04Não pode se aceitar.
03:05E é isso que o Papa fez.
03:06E a partir daquilo que o Papa Francisco fez, fez com que todas as dioceses do Padre Boris
03:12tivessem um organismo, ter um escritório, uma central de acolhimento das denúncias
03:20pra que fossem investigadas e levado ao poder público pra que fossem penalizadas.
03:27Isso o Papa foi muito, muito, muito...
03:29E ele não tinha medo disso.
03:31Ele não tinha medo.
03:31É importante...
03:32Nós assinamos o protocolo.
03:33Você assinou, eu assinei, todos nós assinamos.
03:36Assinamos isso.
03:37E isso foi todas as dioceses.
03:39Teve um outro tema muito espinhoso também, Padre Boris, que foi a possibilidade de casais
03:43divorciados ou pessoas com um segundo casamento, um segundo relacionamento, poderem voltar
03:48a comungar.
03:50E na época isso gerou muito polêmica porque ele fez essa abertura, mas algumas dioceses
03:55passarão a questionar se haveria uma regra geral de cima pra baixo e ele mencionou que
04:01isso caberia à análise a cada...
04:03A cada paroco.
04:04A cada paroco, a cada diocese, a cada parte da instituição.
04:08Porque cada caso é um caso.
04:09Exato.
04:10E como é que vocês, na época, receberam essa situação e como avaliam também mais
04:14esse tema espinhoso que o Papa Francisco deixa aberto pro debate aqui no Brasil e também
04:19em todo o mundo?
04:20Olha, a questão, veja bem, eu vou partir daquilo que o Padre Juarez falou.
04:29Um assento é o acolhimento, o outro é ir ao encontro das pessoas.
04:34Sim.
04:34Porque uma coisa é você ficar esperando pra receber.
04:38É uma virtude?
04:39É.
04:40Mas ainda é pouco.
04:42Outra coisa é você ir ao encontro das pessoas onde elas estão.
04:46É sair.
04:46O Papa Francisco sublinhava uma igreja acolhedora onde havia lugar para todos.
04:51Todos, todos, todos, todos.
04:53Ele sempre repetia isso.
04:55Mas o Papa insistia numa igreja em saída.
04:59Uma igreja que não espera as pessoas virem.
05:01A igreja vai ao encontro do ser humano onde ele está.
05:05Interessante.
05:06E o encontra na situação em que ele se está.
05:09Então, e o Papa sublinhava essa perspectiva da periferia.
05:12Por exemplo, o professor citou a questão da África pra dar um exemplo, né?
05:18Quando o Papa convocou o ano santo extraordinário da Divina Misericórdia, ele foi o primeiro pontífice
05:24na história da igreja em dois mil anos que abriu o ano jubilar, o ano santo, numa porta
05:31santa na África.
05:32E em toda a história da igreja não se abriu um ano jubilar santo a não ser em Roma.
05:39As portas santas sempre foram em Roma e quando se abria a possibilidade de abrir porta santa
05:44nas dioceses, os arcebispos e bispos abriam nas suas catedrais.
05:49O Francisco foi o único Papa na história da igreja e que abriu uma porta santa na periferia.
05:55O ano santo extraordinário da Divina Misericórdia foi aberto em Bangui, na capital da República
05:59Centro-Africana.
06:00Quem fez isso na história da igreja?
06:05Só o Francisco.
06:06Num continente africano, que é o continente mais espoliado, mais explorado.
06:10É isso, resumir bem.
06:11Não vou porque o professor já falou tudo sobre a África.
06:15Entendeu?
06:15Então ele vai na periferia porque o Papa sublinhava a perspectiva de que é preciso colocar
06:21o pobre é protagonista da evangelização na igreja.
06:25E é preciso não apenas dizer o pobre é destinatário da ação da igreja.
06:32O Francisco, ele quer colocar a igreja na periferia.
06:38A igreja tem que olhar o mundo a partir da periferia.
06:42O olhar do pobre é importante.
06:44Entende?
06:48Então, por exemplo, a gente tem trabalho com sofredor de rua.
06:51Você vai trabalhar, você vai pra rua, você encontra de tudo.
06:55Você vai chegar lá pra trabalhar com sofredor de rua e você encontra um travesti, você encontra
06:59um pessoal homossexual.
07:01Você vai falar, ah, não vou te dar uma marmita porque você é gay.
07:05Imagina.
07:05Você vai fazer isso?
07:06Não.
07:08Você não faz.
07:08Você tá alimentando o miserável que tá na rua, você tem que dar comida pra quem
07:13tá na rua.
07:15É a igreja em saída.
07:16Você encontra o ser humano sofrido, ferido.
07:20Você alimenta e você olha no olho e você senta na calçada e você conversa com a pessoa
07:26na sua dignidade de ser humano porque ele é teu irmão e você tá olhando o Cristo
07:30nele e você vai tocar a carne de Cristo como o Papa Francisco fala.
07:35Então é isso que as nossas comunidades fazem.
07:37E a gente vive isso.
07:39E é interessante, padre, porque ao tocar naquilo que é importante pro pobre e ir
07:45até ele, muitas vezes a igreja católica, ela vai gerar também o questionamento das
07:51autoridades políticas daquele local.
07:54Porque muitas vezes fala, opa, se a igreja está ocupando esse espaço é porque tá faltando
07:57alguma política pública.
07:58Se a igreja está ocupando esse espaço ou se ela ocupa como um todo é porque alguém
08:04tá deixando faltar ali, não somente porque a igreja quer ir, mas porque também alguém
08:09deixou de fazer alguma política pública voltada pra aquele espaço.
08:13Ou seja, é natural também que haja dentro do debate da igreja católica a divergência
08:18com autoridades, sejam autoridades locais ou nacionais.
08:22porque a gente vê, por exemplo, o Luca mencionou.
08:25Donald Trump foi um crítico do Papa Francisco, mas vai ao funeral dele com a primeira dama.
08:31Javier Milley mencionou a diferença ideológica que tem com o Papa, que é argentino.
08:36Mas também ressaltou a importância do Papa, a admiração que ele tem e o quanto foi bom
08:43o encontro que ele teve com o Papa.
08:44Como que se divide essas questões, professor Manuel Furriella?
08:48E nesse momento é importante se manter a questão institucional, ou seja, o representante
08:53de um país homenageando um Papa que foi importante pro mundo?
08:57É, bom, primeiro, ele tem essa questão de representatividade, é o funeral de um chefe
09:02de Estado, do principal líder religioso da atualidade, não tô aqui entrando em questão
09:07de outras religiões, mas ele é a figura principal, né?
09:12Ele é um grande líder, então tem esses aspectos, mas o que acontece é o seguinte,
09:16todo aquele que atua a favor dessas pessoas mais carentes, ao suprir parte daquilo que
09:24o Estado não faz, acaba expondo, escancarando o problema.
09:27Exato.
09:27Concordo com você, mas acho que mais do que isso, acho que também gera uma cobrança
09:32sobre o Estado.
09:32Claro, é verdade.
09:33Então, a partir do momento que há esse tipo de atuação, o poder público, o Estado
09:38como queira, os governos como queira, eles acabam também sendo cobrados a atuar mais
09:44nesse sentido, colocar na sua agenda esse tipo de atuação, senão ficam de escanteio
09:51e sujeitos eles às críticas, e não aquele que tá fazendo caridade.
09:55O padre aqui mencionou, não se escolhe pra quem se faz, isso não é cristão, não
09:59é católico, isso não é nem de dignidade do ser humano.
10:05Mas um outro aspecto também interessante sobre política, e falando da Argentina, ele
10:09nunca foi à Argentina.
10:10Exato, depois de se tornar Papa, nunca foi.
10:12Exatamente.
10:13Duas vezes no Brasil.
10:14É, teve duas vezes.
10:15Mas ele já mencionou também que o Papa é brasileiro.
10:17Ele foi ao Chile, ele sobrevivou à Argentina, foi ao Chile, mas não parou na Argentina.
10:21O Papa é argentino, mas Deus é brasileiro.
10:24Vindo aqui à nossa região, que a gente tá do país, duas horas e meia, três horas,
10:28mas tá em Buenos Aires, né, ou até menos do que isso.
10:31Mas, de qualquer forma, existem várias críticas a ele não ter ido, até quando ele não
10:36veio ao Brasil, pra celebrações de Nossa Senhora de Aparecida, também porque era o Temer,
10:41o presidente, disseram que foi por isso, né.
10:44Então, tem um monte de debate político em relação à figura dele, mas o ponto é o
10:48seguinte, eu acho que tem uma colocação sobre ele não ir à Argentina, é porque ele poderia
10:53favorecer uma ou outra corrente política.
10:55Então, até por tentar ser neutro, a não ida também...
11:00Por ser argentino, né.
11:02Exatamente.
11:03Ele não tinha muito apreço pela família Kirchner, dizem que ele não tem pelo Milley.
11:09Ou seja, era um papa murista.
11:12Era um papa murista.
11:13São correntes totalmente diferentes, né, porque o kirchnerismo é a corrente mais oposta
11:19à Milley e vice-versa, né.
11:22Mas eu acho que até por não ter apreço, talvez, por um ou por outro, ou talvez não
11:25seja nada disso, mas o ponto que, ao não se envolver em questões políticas diretamente
11:33na Argentina, ao estar lá, ele também estava fazendo o seu papel, né, ao não fazer o que
11:38houvesse algum tipo de direcionamento com uma figura tão representativa.
11:43Aqui, se a gente pegar o João Paulo II, que era polonês, ele sempre era um incômodo,
11:49a figura de um papa polonês naquele momento, né, onde havia uma opressão.
11:53O governo ditatorial na Polônia, ter um papa polonês sempre era um problema para os ditadores,
11:59sempre era um ponto ali para eles, né, ainda mais a Polônia é muito cristão, país muito
12:04católico, né, a Argentina ainda.
12:06Então, acho que tem um pouco desse aspecto.
12:09Ao não visitar, também não queria se envolver numa ou na outra corrente.
12:15Eu acho que até um pouco do papel que ele tem que ter de neutralidade, por ser argentino,
12:19com certeza faria diferença uma visita dele, alguma colocação.

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