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  • 23/04/2025
As tarifas dos EUA sobre produtos asiáticos podem impulsionar as exportações brasileiras. Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), explicou como a indústria têxtil nacional pode se beneficiar e os desafios para conquistar o mercado norte-americano.

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Transcrição
00:00E o tarifácio dos Estados Unidos pode significar uma oportunidade para o setor de moda aqui do Brasil.
00:06Isso porque as taxas americanas incidem principalmente sobre as marcas que produzem na Ásia
00:11e isso beneficia as exportações brasileiras.
00:15Fernando Valente Pimentel, que é diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção,
00:22a Abit vai analisar todas essas possibilidades com a gente.
00:26Fernando, bom dia para você. Primeiramente, muito obrigada por participar ao vivo com a gente aqui do Agora.
00:32Fernando, com essa pressão aí toda sobre os concorrentes asiáticos, então, de fato, o Brasil pode se beneficiar, né?
00:38E a moda do Brasil, ela é muito bem vista lá fora, não?
00:43Bom dia, prazer estar com vocês. Sem dúvida nenhuma que a situação que nós estamos vivendo hoje
00:49abre espaços para que a moda brasileira ocupe lugares dentro do mercado norte-americano.
00:56No entanto, é preciso ter muito cuidado com a análise, porque você não conquista um mercado,
01:02você não avança no mercado do dia para a noite.
01:04Nós já somos exportadores de 68 milhões de dólares, ano passado, para o mercado norte-americano
01:10e atuamos mais nos nichos da moda, como você bem colocou.
01:14A moda brasileira é muito bem vista lá e no mundo.
01:17Mas, para você atender uma parcela maior do mercado, você tem que estar muito mais estruturado,
01:22como fizeram os mexicanos e os asiáticos.
01:26Então, sim, há uma oportunidade muito interessante,
01:29mas nós temos que acompanhar os movimentos dessa guerra tarifária.
01:33Eu acho que dificilmente, do jeito que está, ela vai ficar a relação China-Estados Unidos.
01:38Portanto, qualquer previsão baseada no que nós temos hoje pode se transformar em algo não muito adequado
01:47para organizar os negócios nos próximos meses.
01:51Mas, seja como for, as empresas que estão no mercado norte-americano já sentiram um aumento das consultas
01:58e com perspectivas de mais negócios, que é o que nós queremos fazer.
02:01Por outro lado, não podemos deixar de levar em consideração que, no momento que os Estados Unidos,
02:07com essa tarifa, quase que bloqueiam o seu mercado dos produtos chineses,
02:11esses vão procurar lugar outros mercados do planeta.
02:14E o Brasil é um desses mercados.
02:16Portanto, existe um risco também muito grande de desvio de comércio proveniente dessas taxações
02:22que foram estabelecidas pelos Estados Unidos, pelo menos até agora, com relação à China,
02:28e um arrefecimento em 90 dias para as demais taxações que ele aplicou.
02:34Fernando, concordando com você que no patamar que está não vai ficar,
02:41mas também podendo assumir aí uma premissa de que algum grau de alteração nos preços relativos,
02:47artificialmente ampliando aí o preço das exportações asiáticas de têxteis para os Estados Unidos,
02:54deve vir?
02:54Ou seja, dá para contar ali que vai ficar um pouco mais caro?
02:56A indústria da têxte vai ficar pressionada por esses dois movimentos que você também já citou.
03:01A possibilidade de maior concorrência no Brasil dessas produções
03:05e a possibilidade do mercado americano para a entrada da indústria brasileira em maior volume.
03:10A gente, você falou que não é momento de tomar decisão,
03:13mas quais são os pontos fundamentais para a indústria poder se adaptar?
03:17Porque no fim das contas, seja de um lado, seja do outro,
03:19tem uma questão de conseguir concorrer também com o preço,
03:22ou seja, ganhar um grau de competitividade na indústria nacional.
03:28Tem espaço para isso?
03:30Nós temos, inclusive, a agenda número um do país deve ser prosseguir com as reformas por antes.
03:37O Brasil é um país que tem um custo muito mais elevado.
03:40Nós estimamos o custo do Brasil,
03:43num trabalho feito com várias associações,
03:45o Movimento Brasil Competitivo,
03:47em quase dois trilhões de reais a mais por ano do que a média dos países da OCDE.
03:52Isso é um peso morto que nós carregamos por conta de insegurança jurídica,
03:56por conta de custo, não do salário, mas do emprego formal,
04:00por conta das questões de infraestrutura, da segurança pública,
04:03tudo isso encarece a atividade econômica no país.
04:06Então, nós temos que trabalhar a nossa agenda, a agenda de competitividade nacional.
04:11A outra agenda é a agenda da nossa relação com o mundo.
04:13Nós não temos um acordo com os Estados Unidos, como o México tem, como o Canadá tem.
04:18Nós estamos aí trabalhando fortemente para avançar com o acordo União Europeia e Mercosul,
04:23mas temos interesse, no diálogo com os norte-americanos,
04:26de abrir a possibilidade de um acordo bilateral sotorial,
04:29que crie um mercado menos tarifado, ainda menos tarifado, para os produtos brasileiros.
04:35Então, vamos olhar os números.
04:36Os Estados Unidos importou 113 bilhões de dólares no ano passado de textos e confeccionados,
04:41principalmente confeccionados, e a China enviou 28 bilhões de dólares para aquele mercado.
04:47E nós enviamos 68 milhões de dólares para aquele mercado.
04:51Para nós, nos próximos 12 meses, se nós avançarmos e dobrarmos a nossa participação,
04:57é uma façanha bastante importante, sem dúvida nenhuma.
05:00Mas, mesmo assim, nós não vamos ocupar uma parcela majoritária do mercado norte-americano.
05:06Então, para enfrentar a concorrência internacional aqui no nosso mercado e no mundo,
05:11nós precisamos avançar na agenda da competitividade sistêmica do país,
05:16continuar com as reformas estruturantes, e esse é um bom momento.
05:20Porque, com essa chacoalhada que o mundo está vivendo,
05:23o Brasil tem a maior cadeia produtiva integrada do Ocidente de textos e confeccionados.
05:27Temos matérias-primas, temos empresários resilientes e competentes,
05:31temos uma força de trabalho que já tem aí uma larga tradição,
05:35mais de 1 milhão e 300 mil pessoas.
05:37Então, nós temos sim que avançar no mundo,
05:39e para avançarmos no mundo, nós temos que ficar não só mais criativos,
05:43mais inovadores, enfim, mais sustentáveis,
05:46mas, principalmente, atuarmos na agenda do chamado custo Brasil,
05:51que prejudica tanto a nossa capacidade de concorrer no planeta.
05:54E avançando com os acordos internacionais, nós aí criamos um terreno mais fértil
05:59para que a moda brasileira, os produtos brasileiros,
06:03sejam colocados em mercados que gostam do nosso texto,
06:07que gostam do nosso estilo, do nosso design,
06:10mas você também compete com o preço,
06:12você também tem a agenda da sustentabilidade,
06:14o Brasil tem uma alavanca forte,
06:16olhando, por exemplo, a nossa capacidade de produzir energias limpas,
06:20algodão certificado e tudo mais que compõe esse ecossistema.
06:23Então, nós temos uma visão positiva para o futuro,
06:27mas não podemos perder de vista o risco iminente desse desvio de comércio.
06:34Fernando Valente Pimentel,
06:37diretor, superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção,
06:42a Abit, muito obrigada, viu, pela sua gentileza de participar
06:45e de conceder essa entrevista para a gente nessa manhã de quarta-feira aqui no Agora.
06:49Um ótimo dia para você.
06:50Muito obrigado, o prazer foi meu.
06:52Prazer é nosso.
06:53Tchau, tchau.

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