O presidente Donald Trump congelou US$ 2,2 bilhões em bolsas para Harvard, após a universidade recusar eliminar programas de diversidade. Mariana Almeida analisou as motivações políticas e os possíveis impactos para a ciência, inovação e reputação internacional dos EUA.
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NotíciasTranscrição
00:00A gente vai dar uma olhadinha em um destaque do nosso site.
00:03O governo Trump anunciou o congelamento de 2 bilhões e 200 milhões de dólares em bolsas
00:09para a Universidade de Harvard devido a preocupações sobre antissemitismo no campus
00:14e também outras questões, como o congelamento que foi anunciado horas depois
00:20de a universidade rejeitar categoricamente as exigências do governo Trump
00:25de eliminar os seus programas de diversidade, equidade e inclusão
00:30e examinar estudantes internacionais quanto a preocupações ideológicas, incluindo antissemitismo.
00:38Bom, Mari, é isso, o Trump batendo de frente agora também com as universidades, com Harvard,
00:45que é uma universidade tão importante não só lá como no mundo inteiro, considerada no mundo inteiro.
00:49E esse congelamento referente às bolsas seria um prejuízo, será, né?
00:55Um prejuízo se ele mantiver muito grande aí para milhares de estudantes, né?
01:00Sem dúvida, Paula. E assim, agora é Harvard, né? Que está aí na linha de frente,
01:06mas já houve vários congelamentos, inclusive no MIT, que é outra das grandes forças aí
01:10da economia americana, da força dos Estados Unidos do ponto de vista de produção de ciência.
01:15E aí, vamos lá, qual que é o racional que o Trump usa e quais podem ser os problemas relacionados a ele, né?
01:21Quer dizer, a origem da questão é a corte de gastos, né?
01:25O Trump, ele veio com uma frente, uma tese aí de implementação econômica que dizia o seguinte,
01:31os Estados Unidos estão sendo, né, enfim, explorados pelo resto do mundo,
01:35eu vou colocar tarifas, isso vai ter um custo de curto prazo,
01:38pode ter um custo, inclusive, no mercado de trabalho, e aí isso vai aumentar preço.
01:42Mas não se preocupem, porque eu vou tornar a economia local muito mais eficiente,
01:46porque eu também vou parar de gastar. E gastar com o quê?
01:48Um dos primeiros focos tinha sido, lá, gastar com esses outros países, justamente, que exploram tanto.
01:53Vou gastar menos com a OTAN, a Europa tem que colocar mais dinheiro,
01:57menos com a USAID, que os outros países têm que se virar um pouco mais.
02:01Enfim, ele foi cortando gastos, mas isso pensando muito pra fora,
02:04nessa ideia de tentar estabilizar a economia com base numa eficiência de impostos.
02:09Acontece que as universidades norte-americanas também foram muito focalizadas nessa área de corte de gastos.
02:15E aí, com esse componente ideológico muito forte, quer dizer, uma entrada de controle
02:20sobre quais devem ser os programas tocados ou não pelas universidades,
02:24qual é a centralidade ou não que a universidade vai dar pra questões de diversidade.
02:29Mas não só, ele também foi atrás de vários programas que têm a ver com investimentos em saúde.
02:34Então, tem um Q de controle e, ao mesmo tempo, um Q de não credibilidade da ciência.
02:40Isso, pra mim, é o ponto que chama mais atenção.
02:42Quer dizer, isso era uma âncora, um grande eixo aí da economia norte-americana e dos valores norte-americanos.
02:49Quando a gente pensa na hegemonia norte-americana, ela foi construída com base, óbvio, na questão militar,
02:55na questão da tecnologia, na questão da sua moeda, mas também na questão de valores.
03:00Uma sociedade que acreditava no livre comércio, no bem-estar coletivo e no desenvolvimento da ciência e do conhecimento.
03:06Quando a gente vê Harvard sendo atacada, MIT sendo atacado e várias outras instituições com medo do que vai vir do governo,
03:14esse sentido de valor e de referência dos Estados Unidos enquanto padrão moral vai se fragilizando enormemente.
03:20E isso, acontece o que acontecer com o vai e vem aí das tarifas, pode ser muito mais difícil de recuperar,
03:26porque a gente sabe que desenvolvimento científico, campo científico, conhecimento não se faz da noite pro dia
03:32e esse desmonte que pode estar acontecendo, ainda a gente pode enxergar efeitos não só pra agora e não só pros Estados Unidos,
03:38mas pro conjunto da sociedade ainda num médio e longo prazo.
03:41Então, espero que a referência não se perca plenamente, espero que também nesse campo alguma coisa possa retroceder,
03:47mas o cenário é bem complicado e bem forte pra quem tá produzindo ciência, produzindo pesquisa lá nos Estados Unidos, Paula.
03:54Mari, e é aquilo também, né? Hoje em dia, programa de equidade, de diversidade, de inclusão,
03:59isso é falado no mundo inteiro, as pessoas incentivam isso, né?
04:03E o Trump tá indo no caminho contrário e querendo ainda, como a gente disse, você mesma falou,
04:08bater de frente com a universidade, que é uma coisa que não tá ao alcance dele, né?
04:12Não deveria estar, pelo menos, né?
04:14Exato, a liberdade de pensamento é um dos pilares aí do liberalismo e da sociedade moderna, né?
04:20A ideia de você poder pesquisar livremente, e aí tem pesquisa que não vai dar resultado,
04:24mas porque uma que não dá resultado imediato, depois gera a possibilidade de outro resultado maior lá na frente.
04:29Então, o desenvolvimento científico, ele muito se sabe da impossibilidade de pleno controle sobre ele,
04:35porque os resultados da ciência, eles não são uma linha reta, eles são muito mais complexos.
04:40E aí, a diversidade é um ponto que foi se descobrindo que, em razão de diversos preconceitos
04:45que foram sendo acumulados ao longo da nossa história, preconceitos, processos de discriminação,
04:52a gente acabou perdendo talentos mesmo.
04:54Existe uma perda de talentos e uma certa unidade, assim, de pensamento,
05:00quando a gente não se preocupa, por exemplo, em ter mais mulheres na universidade,
05:04em ter mais pessoas negras, em ter os imigrantes.
05:06Então, essa ideia de que só um grupo pode fazer, teria mais espaço,
05:11foi demonstrando que a gente estava perdendo possibilidade de mais desenvolvimento científico
05:15e do desenvolvimento de grandes talentos que, por razões que não tinham a ver diretamente com o mérito de cada um,
05:21acabavam não sendo ouvidos ou não tendo espaço.
05:23Então, os programas de diversidade e de equidade nas universidades,
05:27eles tentam fazer essa correção histórica em benefício coletivo.
05:31Por que isso? Mais cérebros, com cérebros de outras trajetórias, com outras possibilidades,
05:36devem gerar maiores capacidades de produção científica, de produção de inovação
05:42e, portanto, de produtividade, de acesso a novidades para o mundo como um todo.
05:46Essa sempre foi a tese.
05:48Só que, às vezes, por função dos preconceitos, como eu disse, de processos discriminatórios,
05:52a gente não conseguia enxergar.
05:54Isso apareceu cada vez mais, isso está sendo centralizado
05:57e, de repente, você tem uma onda contrária.
06:00Um efeito, muito provavelmente, é de menos inovação, menos espaço, mais desigualdade
06:05e, por isso, menos ganhos coletivos.
06:08Infelizmente, parece que essa é a aposta que está na mesa agora.
06:11Vamos ver se a gente consegue desfazer esse nó de uma maneira que seja menos dolorida
06:16e com menos consequências para o conjunto da sociedade.
06:19Paula.
06:19Então, vamos ver se a gente consegue desfazer esse nó de uma maneira que seja menos dolorida.