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  • 13/04/2025
☕🌄 Nas montanhas do Espírito Santo, a paixão pelo café sobe a serra e conquista o Brasil! No **Negócio Rural deste domingo (13)**, a gente foi até Marechal Floriano conhecer de perto a história da **família Douro**, que transforma dedicação e altitude em **Grãos Especiais premiados**. 🌱🇧🇷 #NegócioRural #CaféEspecial #MontanhasCapixabas #CaféCapixaba #DouroCafés

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Notícias
Transcrição
00:00Vai começar o negócio rural, oferecimento, se crede, é ter com quem contar.
00:06E Sebrae Espírito Santo, pessoas transformam negócios, negócios transformam realidades.
00:30Oi gente, bom dia! Existe café que a gente toma e esquece. E existe café que fica.
00:37Fica no paladar, fica na memória, fica na alma.
00:41Hoje nós subimos as montanhas capixabas para contar a história de uma família que decidiu ficar no campo.
00:47E que por isso, os grãos produzidos por eles ficaram conhecidos no Brasil inteiro.
00:53Hoje, esse café é um dos melhores do país.
00:56Se embora com a gente nessa aventura, o programa está apenas começando.
01:26Subir a BR-262 é como abrir um livro.
01:34Cada curva conta uma história.
01:36Cada morro esconde um personagem.
01:39Essa estrada liga o Espírito Santo a Minas Gerais.
01:42E ela nos leva a um lugar onde o tempo passa mais devagar.
01:46Onde o café tem nome, sobrenome e raiz.
01:50Estamos chegando ao sítio Denizar.
02:10Oi gente! Nossa receptividade já sim!
02:14E aí, Fivão?
02:15Tudo bem?
02:16Já estou sentindo o cheiro do café daqui.
02:18É, está aí, ó.
02:19Temos muita história para contar?
02:22Mais uma boa prosa se faz com o quê?
02:26Com um bom café, não é?
02:27Tem café?
02:28Tem!
02:29Simbora então?
02:30Bora!
02:33Dona Penha, Denizar, Thiago e seu Estevão.
02:39Eles são os donos dessa história.
02:41E do café que conquistou o Brasil.
02:43Isso aqui, gente, tem gosto de carinho, gosto de persistência também.
03:08Seu Estevão, são quantos anos aí na cafeicultura?
03:11Como é que a cafeicultura entrou na família?
03:15Entrou quando veio meu avô, meu bisavô da Itália, desde lá pra cá.
03:20E eu tenho 62 anos e eu tenho 62 anos com café.
03:24Trabalhando na lavoura de café.
03:26Como é que era lá no início?
03:28No início era café rio, né?
03:32Que sepanhava tudo de uma vez e secava tudo.
03:36E agora tem o processo de despopa, de seca, dos cuidados necessários pra poder fazer a bebida melhor.
03:46É catado seletivo, coleta seletiva.
03:49E lavado, despopado, separa, as máquinas separam o que é boia, o que é verde, se sair algum.
03:58E despopa só cereja, minha madruginha.
04:01A gente reuniu a família aqui na mesa pra contar um pouquinho realmente dessa história.
04:07Uma história de muitas conquistas.
04:08Tiago, qual foi a lembrança que você tem mais antiga de você, o café, o cafezal, a propriedade, essa história?
04:19Mais antiga, acho que foi criado na lavoura mesmo, né?
04:22Desde criança, assim, quando...
04:25Às vezes até o neném levava pra lavoura, né?
04:28Pra trabalhar, pra cuidar.
04:29Claro que a gente, quando era criança, não trabalhava, né?
04:31Mas tava lá junto com os pais, né?
04:34A brincadeira era no meio do cafezal?
04:35Era no meio do cafezal.
04:36Dona Penha, era assim mesmo? Levava os meninos pro cafezal?
04:40Desse jeito.
04:42Denizá chiava, descia pelo Morro Chiano, era assim.
04:46Denizá, e um passarinho verde me contou que você foi até pra fora do país, rapaz?
04:51Me conta essa história.
04:53É, a gente foi pra Guatemala e El Salvador.
04:56A gente ganhou um concurso da Bourbon, ficamos em terceiro, quarto lugar.
05:02E aí eles premiaram-se primeiro pra estar viajando pra fora.
05:06Fazer tipo um intercâmbio, né?
05:08Trocar a experiência com os produtores de lá.
05:11E o que você viu lá de diferente que você trouxe pra cá?
05:14A parte de fermentação lá, que foi o que mais...
05:18Assim, que a gente nunca tinha ainda contato, né?
05:21Pela época.
05:22Aí logo depois aqui já começou a aparecer também, o pessoal fermentando.
05:28E variedade, esses negócios assim, né?
05:35E toda essa trajetória da família foi reconhecida.
05:38O Douro Cafés Especiais ficou em segundo lugar no Prêmio Brasil Artesanal Cafés Especiais Torrados,
05:45promovido pelo CNA.
05:47Segundo lugar do Brasil Artesanal Cafés Especiais Torrados vai para...
05:53Douro Cafés Especiais!
05:56Tiago Dias Douro!
05:59Marechal Floriano Espírito Santo!
06:03Montanhas do Espírito Santo!
06:07Família campeã demais!
06:09Como foi receber a notícia?
06:18O que vocês lembram daquele momento, Tiago?
06:22É, então, a gente começou aqui, né?
06:24Tem um escritório do Incapé aqui, né?
06:25O César, né?
06:26Mandou o edital, né?
06:28Falou assim, ó, é bom participar disso aí e tal.
06:31Aí eu já dei uma lida no edital, falei com o pessoal aqui, né?
06:35Aí deu o dia, a gente mandou a amostra, né?
06:36Preparou, torrou o mais próximo possível da data que é provar o café, né?
06:40Para ter esse fresco, né?
06:42Não adianta que eles esperam muito mandar primeiro, porque vai ser provado na certa data, né?
06:46Tem esses detalhes também.
06:49Aí, logo depois em seguida que eles provaram o café, esse é o resultado,
06:52que foi entre os finalistas, né?
06:53E fizeram o convite para ir para Brasília e receber a premiação, né?
06:56Seu Estevam, o senhor esteve lá.
06:58Sim.
06:58Como foi a emoção?
07:01Ah, é bom, né?
07:04É uma passeada e participemos lá, né?
07:07A recepção, conhecer a Brasília.
07:10O coração, como é que ficou?
07:11Porque a senhora não foi, dona Penha.
07:13Como é que foi ficar daqui esperando o resultado?
07:17É, a gente sempre participa das coisas, né?
07:20E resultado você sabe, às vezes vem, às vezes não.
07:23Mas é sempre bom, né?
07:25Estar entre os primeiros, ganhar dois.
07:28Foi bom.
07:29Denis, ah, o coração ficou palpitando aí?
07:32Na hora do concurso?
07:33Ah, eu aceleradinho na hora do concurso.
07:37Mas você tinha confiança de que levaria?
07:40É, a gente sempre procura fazer o melhor possível, né?
07:44Então, você sempre espera.
07:46Querendo ou não, você vai esperar estar entre os...
07:48Pelo menos entre os cinco melhores, né?
07:50Os dez, dependendo do concurso, já é um ganho, né?
07:54Porque querendo ou não, você vai com um concurso desse, tem muita gente, né?
07:59Então, você está entre os dez do Brasil, querendo ou não, é lugar bom, né?
08:06Ó, a prosa está boa.
08:09Eu vou aqui tomar mais um cafezinho.
08:12Enquanto isso, vocês aí, dá uma olhada na paisagem que tem o sítio.
08:19Porque, na verdade, a gente quer conhecer qual é o segredo dessa lavoura.
08:25E para conhecer, a gente precisa ir lá.
08:27Simbora, então, para a lavoura?
08:34A propriedade tem 35 mil pés de café plantados em 10 hectares.
08:41É bonito ver o cafezal assim.
08:43Nós estamos a aproximadamente mil metros acima do nível do mar.
08:56E saiu desse talhão a amostra campeã.
08:59Que variedade de café a gente tem aqui, Thiago?
09:02Isso aqui é um catucaio amarelo, né?
09:042SL, uma seleção que o César fez aqui no município, né?
09:07Tolerância mais a ferrugem, a foma.
09:10E, por coincidência, dá uma qualidade muito boa na bebida, né?
09:15É um trabalho antigo que ele fez, mas depois começou a fazer qualidade e aprovar, né?
09:20Tem que se aprovar na qualidade também.
09:22Eu descobri aqui alguns segredos para tornar esse café tão especial.
09:26Primeiro, a gente tem a mata aqui próximo.
09:28Muito próximo.
09:29E tem água pura, tem água de nascente aqui.
09:31Água que nasce aqui na propriedade mesmo, que é a cabeceira da região aqui.
09:36Água que vem aqui da propriedade mesmo, da nascente daqui.
09:48A colheita aqui na propriedade vai de maio a dezembro.
09:51Como vocês podem ver, é tudo montanha, gente.
09:54Não tem uma área plana.
09:55Com isso, a colheita precisa ser diferenciada.
09:59Seu Estevam, como é que é a colheita no cafezal aqui da propriedade?
10:03Aqui é manual.
10:05Colheita seletiva.
10:07Quando madurar esse grão aqui, a gente vem cá e tira só o maduro.
10:11Um por um?
10:12É.
10:12Se tiver a rama que tiver toda madura...
10:15Puxa a rama toda.
10:16Se não...
10:16Puxa tudo.
10:17Se não, que é o que está maduro.
10:19E faz esse processo quantas vezes?
10:22Ah, umas duas ou três.
10:24Quatro, no caso.
10:25E tem vez que tem café que chega em dezembro.
10:28Esse aqui, quando chegar junho, já está bom.
10:31Mas se a minha flor é da tarde, a flor de março, aí vai chegar lá em novembro, dezembro, por ali.
10:36A gente percebe que os cachos estão bem cheios já, né?
10:41Isso é sinal de que teve chuva na hora certa e que nós teremos uma boa colheita esse ano?
10:46Sim.
10:46Aqui, mesmo com o sol, a altitude, o geral do clima aqui, a preservação, não afetou o café aqui, não.
10:57Qual que é o cuidado que o senhor tem com a lavoura?
11:00Ah, é.
11:01O cuidado é quase o ano todo.
11:03Você tem que fazer aquele manejo na hora certa, com adubação, com pulverização, com calagem de calcaio.
11:13Olha, isso aí é, você tem que ter as análises de solo e folha.
11:19Isso aí você vai em cima da análise para ver o que o café está precisando.
11:22A gente pode dizer que o senhor cuida do cafezal como se estivesse cuidando de um filho, de um dos meninos?
11:29Ah, é daí, mesma coisa.
11:31Isso aí é igual um menino pequeno mesmo.
11:33Depois da pós-colheita, você tem que estar perfeito no que você vai fazer.
11:48Você aí já deve ter visto, numa produção de café especial, aquele terreiro suspenso, onde o ar circula.
11:55Aqui na propriedade, o Tiago e a família decidiram apostar numa outra forma de secagem do café, que é essa aqui, ó.
12:04Que secagem é essa, Tiago?
12:05Esse é o terreiro coberto, né?
12:06A gente está numa área com muita umidade aqui, acaba que o terreiro suspenso permite que essa umidade durante a noite passe entre o grão ali,
12:13aí o café chega na 12% de umidade, que ainda não é o ideal, tem que secar um pouco mais, né?
12:18A umidade da noite acaba voltando o café, seca durante um dia, volta durante a noite.
12:22Aí o terreiro de concreto aqui acaba sendo mais eficiente para secar o café, né?
12:27Acaba diminuindo o tempo de seca do café.
12:30E aqui a gente entende por que o nome disso é estufa.
12:34Fora dela, está fresquinho.
12:36Mas aqui dentro está um calor danado, rapaz.
12:39Para o café é bom.
12:40É, a ideia é manter um pouco do calor, né?
12:42Tirar um pouco da umidade.
12:44Agora ela está toda fechada aqui, você percebe aquele calor mais úmido, né?
12:47Mas o ideal é circular um pouco de ar para levar a umidade e o calor e o calor mais seco vai secando o café.
12:57Marechal Floriano faz parte da indicação geográfica do Café das Montanhas do Espírito Santo.
13:03Isso significa identidade, origem e história.
13:07O seu denominação de origem vem para isso, né?
13:11Garantir essa credibilidade a mais com o consumidor, né?
13:16Confirmar essa credibilidade do produtor consumidor e confirmar isso aí, né?
13:20O café é produzido aqui, tem essa qualidade.
13:23E as higienzes vêm para isso, mostrar a realidade, mostrar que tem preservação,
13:26que tem todo um trabalho voltado para a sustentabilidade e para a qualidade do café.
13:31Se algum outro lugar do Brasil falar que produz o café das Montanhas do Espírito Santo, dá errado.
13:37Dá errado.
13:38Montanhas do Espírito Santo é só na região aqui do Espírito Santo mesmo, mais de montanhas aqui.
13:45Bem-vindos ao Laboratório de Alquimia da Propriedade.
13:50É aqui dentro, onde os grãos ganham novos aromas, novos sabores e a torrefação é o escritório da Dona Penha.
13:59Dona Penha, o que a senhora faz aqui dentro?
14:02Eu faço de tudo.
14:04Torro, empacoto, seleciono, mói, faço tudo.
14:11A torra é um grande mistério do café e é aquele ponto que a gente não pode errar?
14:18É, verdade. A torra é tudo, né?
14:21Tanto você melhora o café um pouquinho, como você pode estragar ele também, né?
14:24Agora, dá para contar qual é a melhor torra?
14:28A primeira coisa, você tem que ter um bom café, né?
14:33Não adianta então ter um café ruim e tentar melhorá-lo na torra.
14:38Não tem como, tem que ter um café bom, com uma boa qualidade, bacana mesmo.
14:42Para o seu paladar, para o paladar da senhora, clara, média ou escura?
14:47Média.
14:48Média?
14:48E aí, quais são esses aromas que a gente consegue sentir?
14:53Ai, tem muitos, né? Muitos aromas. Se a gente for citar, assim, é vários, né?
14:59Mas aqui a gente tem bastante... é o melasso de cana, rapadura, né?
15:06O frutado, tem o mamão, frutas amarelas, mamão.
15:09Então, está bastante presente, assim, que a gente, às vezes, torta torrando, está preparando, você sente aquele cheiro.
15:16E parece que a alquimia vem dando certo. Olha só quantos troféus, quantas conquistas.
15:27Eu acho que é o reconhecimento do resultado, né?
15:29Da dedicação do dia a dia, né? De produzir o café, de fazer, tentar extrair o máximo da qualidade, né?
15:35E a gente tenta sempre participar, né? Para ver, tipo, dar um comparativo também com outros lugares, com outras propriedades, né?
15:41Mas é um reconhecimento que a gente tem tido aí durante esses anos, que é muito gratificante, né?
15:46O futuro do sítio Denizar está encaminhado.
15:53Os irmãos tiveram a oportunidade de sair da propriedade, mas decidiram ficar. Para sempre.
16:00A gente vê a realidade das outras pessoas lá fora, que é bem diferente daqui.
16:05A gente tem vezes que reclamam um pouquinho porque é meio morro e tal.
16:08Mas igual eu viajei lá para fora, tem lugares lá que aí sim pode se considerar morro, que é bem puxado.
16:18E já fui para Minas também, aí já é uma realidade totalmente diferente, né?
16:23Que aí é tudo mecanizado.
16:25A gente tem uma vida muito confortável aqui mesmo, que trabalha muito.
16:28Mas a gente mora num lugar privilegiado.
16:32É gratificante, né? Continuar um legado que vem sendo feito no café, na cafeicultura da família, né?
16:39Tem suas responsabilidades, tem que ter o compromisso, né?
16:42Um pouco tempo atrás começou a ter mais um êxito, né?
16:44As pessoas procuravam que moravam no interior da cidade, procuravam oportunidades melhores, né?
16:50Aqui a gente tenta criar oportunidade aqui mesmo, né?
16:52De conseguir lucrar mais com o trabalho, né?
16:56Quanto tiver oportunidade, quanto a gente conseguir ir trabalhando aqui, não tem intenção nenhuma de sair, não.
17:14E você, quer também sentir o sabor das montanhas capixabas?
17:19Marechal Floriano está de portas abertas e a chaleira já está no fogo, pronta para preparar um bom café.
17:27E assim, a gente vai para um rápido intervalo.
17:29Já já eu volto com muito mais para você aqui no Negócio Rural.
17:32Moqueque é só capixaba, o resto é peixada.
17:55Quem aí nunca ouviu a famosa frase do saudoso Cacau Monjardim?
17:58Uma frase que virou bandeira, que virou orgulho, porque aqui no Espírito Santo, moqueca não é apenas um prato, é uma declaração de amor.
18:07Mas para a moqueca existir, há por trás uma mulher.
18:11Uma mulher que coloca a mão no barro e o pé no mangue.
18:14Se prepare, porque essa história tem cheiro, tem gosto e tem sabor.
18:28No coração de Goiabeiras, a tradição pisa firme na lama.
18:34Literalmente, o barro vem do Vale do Mulembar.
18:37Uma panela de barro nasce a pessoa saindo daqui da associação, indo lá no Vale do Mulembar, cavar ali no chão para retirar o barro, para trazer para cá, para limpar o barro, para ali nascer a panela.
18:54A panela, o barro não vem daqui.
18:56Muito se confunde dizendo que o barro vem aqui do mangue.
19:00No mangue, para nós, não tem barro, tem lama.
19:02E o mangue é bom para nós, é maravilhoso, porque para terminar a panela, nós dependemos da casca do mangue vermelho.
19:10Nós temos que defender o mangue exal, proteger, porque a casca do mangue vermelho é que dá uma pigmentação preta na panela de barro.
19:23Cada panela é moldada com as mãos e com memórias.
19:27Muitas artesãs herdaram o dom das mães, das avós.
19:37Com a Eronildes foi assim.
19:39Sua mãe que te ensinou, Eronildes, o dom de fazer panela de barro?
19:43É de geração.
19:44Aprendi com a minha mãe.
19:46Com quantos anos?
19:47Eu falo como que é de geração, é desde o ventre, né?
19:50E aí, eu comecei a tomar a frente com oito anos de idade, porque a gente não tinha essa associação que hoje a gente tem.
20:08Fazia em casa.
20:09Então, os clientes iam na porta, encomendar as panelas.
20:14Como eu era a mais sabidinha da família, aí tinha que ter uma pessoa para fazer conta, para agendar pedido.
20:25Aí eu comecei.
20:26E na minha casa era eu, minha mãe e mais quatro irmãos produzindo panela.
20:32E qual é o segredo de uma boa panela?
20:35O amor, né?
20:36A gente colocar amor, carinho.
20:39A gente faz uma peça perfeita.
20:44Antigamente, o ofício de paneleira era exclusivamente de mulher.
20:48Mas ao longo dos anos, as coisas foram mudando.
20:52E hoje, tem muito homem colocando a mão no barro e produzindo panelas de barro aqui em Goiabeiras.
20:59O Jorge é um deles.
21:00Jorge, como é que você aprendeu esse ofício?
21:03Bem, aqui passa de geração em geração.
21:06Aí eu aprendi com a minha mãe.
21:09Eu tenho um irmão que faz também aqui ao lado.
21:11E conforme vai passando a geração, aí tem o dom, vai passando de mãe para filho, de pai para filho.
21:18Até a gente aprender e continuar a cultura, para não deixar morrer a cultura.
21:22A gente pode dizer, então, que moldar uma panela de barro é uma profissão de família aqui em Goiabeiras.
21:31Isso, é isso.
21:32Vai passando de geração em geração.
21:34Panela tem que estar no coração, porque a panela é a cultura caprichada.
21:37Depois de moldadas, as panelas vão para o fogo, queimar, e ainda não estão prontas.
21:50Esse aqui é o tanino.
21:58Ele é extraído da casca da árvore do mangue.
22:02Ele tem essa cor avermelhada e dá um brilho, um charme e essa cor característica da panela de barro.
22:10Val, qual que é o cuidado que tem que ter na hora de aplicar o tanino, hein?
22:15Ela tem que estar quente para poder o tanino pegar aqui e ela deixar escura, que é a tradição dela, que é ser pretinha.
22:24Para manter a tradição, a gente usa a casca do pé de ar do manguezal.
22:29E como é para você ser paneleira, Val?
22:32Ah, eu tenho um imenso orgulho de ser paneleira, porque são minhas raízes, né?
22:38E aquelas que por aqui do passado deixaram esse legado para nós, que foi a panela de barro.
22:47Hoje, muitas famílias vivem do barro, patrimônio imaterial do Brasil, reconhecido pelo IPHAN.
22:53A panela de barro é um produto de origem brasileira, único no país.
22:58É arte, é cultura, é da minha vida, é tudo.
23:02Eu falo praticamente que eu nasci dentro da panela de barro.
23:0555 anos de panela de barro é o quê? É uma vida.
23:08Por isso que quando tem um falando com a história de uma panela, eu faço respeito à minha história.
23:12Eu tenho história.
23:14É um legado que veio do bisavó, do nosso bisavó, que foi deixando para a gente aqui.
23:19É um legado que foi ficado para nós aqui.
23:28Se a panela nasce lá em Goiabeiras, é aqui na Ilha das Caieiras que ela ganha sabor.
23:35E quem vai nos guiar por esse caminho para lá de saboroso é a Eliana Santos, que é cozinheira, empreendedora da região.
23:44E já separou aqui, gente, chega mais.
23:47Os ingredientes para fazer a moqueca capixaba.
23:51Para preparar o prato, você vai precisar de peixe fresco, cebola, tomate, coentro, colorau ou urucum, limão, azeite e sal.
24:06Comece colocando a cebola no azeite.
24:09Acrescente o tomate, o peixe fresco, coentro e, por último, os camarões.
24:15Um toque de limão, sal a gosto.
24:18Agora é só esperar por dez minutos.
24:23Na panela de barro, a moqueca cozinha devagar e o aroma vai subindo como lembrança de fim de semana em família.
24:34Gente, isso aqui não é só comida.
24:37É poesia quente servida no barro.
24:39É nossa história contada pelo paladar.
24:42A moqueca capixaba é um amor.
24:52É uma coisa bem satisfatória de você fazer.
24:56É leve.
24:57E é gratificante ver a pessoa, o turista, provar da moqueca capixaba.
25:05Ele sai dali satisfeito e feliz.
25:14A panela vem do chão, a moqueca vem da alma e, juntas, elas contam quem a gente é.
25:21Quando a gente está com a mãe da gente, com o amor que ela passa para a gente, a gente fica sempre feliz.
25:27Então, provando a moqueca capixaba, você vai sentir o verdadeiro amor de uma mãe.
25:37Olha só, gente, que belezura de moqueca, hein?
25:40Hum, chegou a melhor hora, não é mesmo?
25:42Mas eu tenho que te dizer que o programa está acabando.
25:45Ah, uma pena, não é mesmo?
25:48O negócio rural é assim.
25:49Tudo que é bom, acaba rápido.
25:51Passa muito rápido.
25:52Mas é muito bom ter você aqui conosco toda semana.
25:56Ó, quer rever o programa dessa semana?
25:58É muito fácil, é muito simples.
26:00É só apontar a câmera do seu celular para esse QR Code que aparece aí na tela.
26:04Ele vai te levar para a nossa galeria de vídeos lá no Tribuna Online.
26:09Quer saber o que acontece nos bastidores das nossas gravações?
26:13Então fique ligado nas redes sociais.
26:15Instagram e TikTok, no arroba BP Faustino.
26:18ou no canal oficial do nosso programa, arroba Programa Negócio Rural.
26:22Bom, mais uma semana que começa e que ela seja abençoada.
26:27No próximo fim de semana, temos um encontro marcado, hein?
26:30Eu, Bruno Faustino, vou estar aqui te esperando.
26:33Até lá.
26:34Tchau, tchau.
26:34Você assistiu Negócio Rural.
26:50Oferecimento.
26:52Se crede, é ter com quem contar.
26:54E Sebrae Espírito Santo.
26:56Pessoas transformam negócios.
26:58Negócios transformam realidades.
27:00Negócios transformam.
27:01Negócios transformam.
27:02Negócios transformam.
27:03Negócios transformam.
27:04Negócios transformam.
27:05Negócios transformam.
27:06Negócios transformam.
27:07Negócios transformam.
27:08Negócios transformam.
27:09Negócios transformam.
27:10Negócios transformam.
27:11Negócios transformam.
27:12Negócios transformam.
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