'Tinha preconceito com pessoas trans, sendo que por dentro eu já era', conta empresária
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00:00Exato, o meu maior preconceito era eu mesmo, naquela época, então eu tinha um preconceito em relações a pessoas trans, tudo, sendo que por dentro eu já era, eu só não sabia como lidar com isso, então durante um ano e pouco eu fiquei lidando com esse sentimento interno, lidando com esse sentimento interno, até que a gente passou um ano novo juntas, e aquele foi o despertar pra mim, porque eu tava de Bruno na época, de homem, com shorts, arrumadinha, tal, tal, tal, mas eu via ela linda, maquiada, maquiada, maquiada,
00:30maravilhosa, bonita, eu via outras mulheres, tudo, e aí eu comecei a ficar muito deprimida, porque eu falei, será que todo ano da minha vida, já que eu sou genufluído, mas aqui eu tô num ambiente de família, tal, eu vou ser o Bruno, né, e eu não vou ser a Camila, na época eu tava nessa dúvida, aí eu comecei a procurar uma terapia, de uma psicóloga especializada, num núcleo trans, e aí eu comecei a me entender, me entender, passou três meses depois de terapia, aí eu me descobri, que eu sou uma mulher trans, que eu não era,
00:58que a Camila era um personagem, e que o Bruno, né, ele precisava se transformar na Bruna, foi aí que eu fui construindo toda essa, essa história, que eu acho que pra amar foi muito, eu acho que assim, genufluído foi um, um negocinho, um livrinho assim, né?
01:12Foi um, uma gotinha, depois você derrubou o oceano inteiro.
01:16Aí eu derrubei o oceano inteiro nela, porque a gente ainda foi por telefone, né, numa situação, mensagem, não me lembro, eu sei que não foi pessoalmente.
01:24Faltou coragem de ser pessoalmente?
01:27Eu acho que faltou coragem, e é que a gente tava numa briga, tatatatata, assim, e era uma questão ainda do, de filho, né, que a gente tava falando sobre filhos e tudo, tal, e eu, eu...
01:38Na realidade, voltou o gatilho, porque a irmã engravidou, aí voltou o gatilho do filho, que tinha morrido, sabe quando a gente coloca numa caixinha, não vamos falar sobre isso, agora,
01:50ela tava vivendo a vida como gênero fluído, muito distantes, assim, a gente ficou nessa época.
01:55E aí, acho que veio o gatilho, mais uma vez, do filho, aí começou, foi bem nesse dia.
02:03É, eu lembro que eu sou...
02:04Aí ela falou, olha, não vai ter filho e eu sou uma mulher trans.
02:07É, foi tipo assim.
02:08Foi tipo assim.
02:09É, foi tipo assim.
02:09Fala.