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Mãe solo, Tina Calamba diz que maternidade ancestral a salvou

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Transcrição
00:00Eu me vi nesse cenário post-separação, porque a minha mãe, ela foi casada e tal, meu pai faleceu na guerra, que ele era militar.
00:06Mas essa criança, Albertina, num cenário de mãe sem o pai, quando eu me separei, eu falei, tá, eu tô repetindo a mesma frequência do que foi a minha infância.
00:15De alguma forma, me culpando, e não tinha nada a ver, era uma outra situação.
00:20E eu, graças a Deus, eu consegui ter essa profundidade de autoconhecimento, tipo, tá tudo bem, esse cenário, são suas filhas, vai ter o amor do pai.
00:28Ele é um super pai, tem o amor da mãe, mas eu me vejo no laboratório aqui no Brasil, então, essa questão do serviço da mãe, bisavô, foi uma coisa que eu me agarrei muito,
00:39que eu me encontrei nesse cenário de diferenças culturais, então, é, tá, a criança tá com febre, a minha mãe tem uma fralda aí, pega uma linha e não sei o que,
00:48e coloca na teixa da criança, então, às vezes, no celular vem uma receita que resolve, uma coisa muito tradicional que funciona.
00:55Isso foi muito fantástico, mas também, ao mesmo tempo, eu gosto muito do fato de, da minha família não tá aqui, porque a família africana,
01:03esse senso de comunidade, também, ele pesa durante muito tempo.
01:06Todo mundo tem uma opinião sobre como você criou seu filho e fala, ah, não, agora tá falando desse jeito, fui eu que troquei essa fralda.
01:13Não existe isso pra mim, então, eu acho libertador, acho que eu cortei aí essa questão.
01:18Tem a influência positiva, quando eu preciso, eu ligo, quando eu tenho oportunidade, eu pego as meninas, eu vou pra Angola,
01:23pra visitar esse lugar, e elas amam Angola, tem dupla nacionalidade, mas, pra mim, foi fundamental ter a percepção
01:30que eu não tava repetindo uma frequência, um cenário, eu cortei isso, era uma situação à parte,
01:36e que eu tava mandando muito bem, que eu cheguei a me questionar, também, se eu daria conta, né, nesse lugar.
01:41Eu acho que, nasce uma criança, nasce uma mãe, não gosto dessa frase, mas eu acho que ela é muito real, assim,
01:46e a gente precisa se adaptar, essa questão de eu falar, existe uma líder, a sua mãe, eu amo vocês, eu vou cuidar,
01:53fortalece, deixa as crianças muito mais seguras, mas eu me vi muito perdida, e eu precisei, realmente,
02:01por mais informação que eu tenha, atual, e que eu estude sobre tendências nesse universo como mãe,
02:06o que me salvou foi a questão ancestral, a maternidade ancestral, os hábitos e costumes,
02:12eu não tinha filho na época, mas, assim, eu cuidava dos meus sobrinhos, e cenário de famílias africanas,
02:18em algum momento, sei lá, minha irmã foi trabalhar, a outra irmã é incapaz de amamentar,
02:22se ela tiver filho, o filho da minha irmã chega a esses extremos, e tá tudo bem, quer dizer,
02:27então, eu me apeguei muito nisso, eu falei, tá, se a pessoa chegou ao ponto de segurar uma criança,
02:33que nem foi gerada por ela e amamentar, então, isso é muito forte, ou ficar trocando fralda,
02:39enquanto a sua irmã vai trabalhar num município distante da cidade, e afins, assim, vai pra tudo.
02:44Nossa, é um conceito de rede de apoio bem diferente, é muito diferente, eu ficava à noite,
02:50nanando meu sobrinho, enquanto minha irmã trabalha, eu era praticamente a mãe daquela criança,
02:54só que isso não me serviu de nada, quando chegou o meu cenário materno,
02:58e na minha cabeça, eu tava muito pronta, eu falei, pô, criei três, quatro sobrinhos,
03:02o meu vai ser fácil, aonde, quem te disse?
03:06Vai começar do zero e vai apanhar ainda.
03:09E ainda vem pra um cenário aqui dentro do Brasil, que é o mais radical que é São Paulo, né?
03:14Completamente, e eu ficava assim.
03:15Ninguém tem tempo.
03:16Sério, eu já vi criança assim, a criança não espirrou, é a mãe, o avô, o Dindo,
03:21eu, o que que é isso?
03:22E a minha filha assim, caiu, mãe, ralei o joelho, eu falo, sacode, continue,
03:28ela nem doeu, eu gosto disso.

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