O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar um relatório detalhado sobre o equilíbrio fiscal do governo, com o objetivo de fortalecer a credibilidade das contas públicas. A medida é vista como essencial para garantir transparência e confiança no cenário econômico nacional.
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NotíciasTranscrição
00:00Mas eu quero ir com o Misael Mainetti agora pra falar um pouquinho sobre a questão do Haddad,
00:04porque ele tá numa semana muito decisiva, né?
00:07Ele deve apresentar o primeiro relatório de receitas e despesas deste ano,
00:10considerado crucial pra demonstrar o compromisso do governo Lula com a responsabilidade fiscal.
00:15E o que podemos esperar, Misael? Bem-vindo.
00:19É a oportunidade de ele ditar, de ele dar aí o tom sobre a estratégia fiscal do ano.
00:25Muito boa tarde pra você, Evandro, pra todo mundo que acompanha o 13.1.
00:28Falou ao vivo do gabinete do Ministério da Fazenda em São Paulo,
00:32onde Fernando Haddad cumpriu a agenda, já foi embora e não falou com a imprensa.
00:37Quando a gente fala sobre esse assunto, o primeiro termo que vem na cabeça é realmente responsabilidade fiscal.
00:43E esse relatório, com certeza, é uma sinalização para o mercado nesse momento que é crucial,
00:48como você mencionou, um momento que é duvidoso.
00:51Ainda mais com esse aceno que a gente tem aí em relações às eleições de 2026.
00:56Então, esse relatório é importante nesse sentido também.
01:00Na última semana, Fernando Haddad precisou ir em público pra falar sobre o aumento, né?
01:06Pra negar o aumento do Bolsa Família.
01:08Isso gerou um certo estresse no mercado.
01:12Agora, a expectativa pra semana que vem é de contingenciamento.
01:16É de bloqueio, porque a receita tá crescendo mais,
01:20só que num ritmo menor do que eles estavam prevendo.
01:23Essa mensagem de bloqueio, essa mensagem de contingenciamento pode estar presente,
01:28deve estar presente, neste relatório que vai ser divulgado em breve.
01:32Conversei por telefone com o economista da ADA Economics, Maurício Nacarrodo.
01:37Ele me disse o seguinte, que é a oportunidade do governo federal de dissipar a desconfiança fiscal
01:43e que ele acredita que o governo não vai fazer um corte sangrento agora,
01:48mas que se nesse relatório tiver aí números de contingenciamento abaixo dos 10 bilhões de reais,
01:56o mercado vai reagir mal.
01:58Também chequei com a assessoria de imprensa, só pra completar,
02:01Fernando Haddad participa de um evento num banco privado aqui em São Paulo, na segunda-feira.
02:06Evandro?
02:07Obrigado pelas informações, Misael. Bom trabalho pra você.
02:10O Fábio Piperno, o Misael fala ali, corte sangrento, né, que não seria feito agora,
02:13mas também se não fizer agora, não vai fazer nunca mais,
02:15porque ano que vem já é ano eleitoral e é muito difícil pensar em corte sangrento num ano de eleições.
02:21É, eu imagino que esse corte sangrento não vai ser adiado pra 2026.
02:27E eu te pergunto, um corte sangrento é necessário?
02:30Oi, Evandro, a gente tem que ver também o que vai ter de receita, né?
02:34O resultado do PIB do primeiro trimestre ainda não saiu,
02:37há uma expectativa de que venha alto, todo ano tem contingenciamento.
02:43Isso também, essa também é uma, enfim, uma realidade.
02:46E vai haver algum contingenciamento, mas é difícil agora estimar o tamanho disso.
02:51O que foi, Segredor?
02:52Vamos relembrar rapidamente, porque a gente tá com pouco tempo.
02:54Quando foi colocada essa questão do arcabouço fiscal,
02:58não foi vendido, que seria déficit no primeiro ano, 2023, equilíbrio em 2024,
03:04superávit de 0,5 em 2025 e 1% de superávit em 2026.
03:09Aconteceu?
03:10Não, não aconteceu.
03:11Agora mudaram as coisas.
03:13O arcabouço agora mudou.
03:15Agora vai ser equilíbrio fiscal em 2025,
03:18mas pode ser um déficit de 0,25%.
03:22E vai ter um superávit em 2026,
03:25mas pode não ser tão grande quanto esperado.
03:29Estão maquiando contas de todos os jeitos para que a coisa feche.
03:33Esse ano agora vai ter 70 bilhões de precatórios,
03:36mas não vão ser todos os que vão colocar na conta do déficit fiscal.
03:4140 bilhões ficam de fora, mas o governo vai ter que pagar.
03:45Então é uma conta que você tem em conta para tudo quanto é lado.
03:48Ninguém mais acredita nesse equilíbrio fiscal.
03:50E a conta do déficit nominal continua subindo.
03:54E esse é um probleminha que o governo vai ter que explicar.
03:57Fala, Zé.
04:00Eu acho que o grande problema do Brasil é isso,
04:03é a credibilidade.
04:04É um problemão.
04:05Porque em termos de...
04:08Quando se fala em economia,
04:10já me disseram, aliás, que a origem da economia
04:15e do mercado, do livre mercado e tal,
04:17foi a cooperação.
04:18A caçada em cooperação, isso já foi o início.
04:21Ou seja, a economia, ela se baseia na credibilidade.
04:26E essa fala do ministro Haddad,
04:28ela mostra, ela passa o recibo de que o governo entendeu isso.
04:33E o que traduz credibilidade hoje é equilíbrio.
04:39A ideia geral e verdadeira é de que o Brasil parte,
04:43e o próprio governo reforçou isso ao dizer que o orçamento estará colapsado em 2027.
04:51Então o governo está dizendo o seguinte, é uma realidade,
04:54o Brasil vai quebrar.
04:56Agora nós vamos discutir quando isso vai acontecer.
04:59Uma fala, sim, de relatório sobre equilíbrio fiscal,
05:03de controle de gastos públicos e de cumprir metas,
05:08significa nós vamos retardar um pouco esse momento da quebradeira.
05:13Então eu acho que era o momento de se pensar no país.
05:15Eu sinto falta disso.
05:17De políticos e de governantes que pensem no país,
05:22que pensem no futuro.
05:23É claro que é natural que as pessoas pensem no próprio desempenho,
05:30no sentido de ter mais votos e de ocupar um cargo,
05:35mas é preciso pensar no futuro, no Brasil como um todo.
05:38E isso não está acontecendo.
05:40Não vejo nada no horizonte que possa indicar isso.
05:43Então, essa fala do ministro é uma indicação clara
05:46de que o governo também entendeu que perde em credibilidade.
05:50Ninguém acredita que o governo vai cortar gastos,
05:53e, sim, aumentar.
05:54Quero te ouvir, Gani.
05:55Aliás, o governo já deixou isso claro antes mesmo da fala do ministro.
06:00O governo disse que não teria mais nenhuma reforma,
06:02ou porta-vozes do governo, ou o chefe do governo disse isso,
06:06que não teria mais nenhuma reforma profunda de corte de gastos.
06:11Até agora, as medidas foram em sentido contrário.
06:13Aumento de gastos, liberação de crédito,
06:16flexibilização do crédito consignado no setor privado,
06:21do aumento do Minha Casa Minha Vida,
06:23da faixa de renda do Minha Casa Minha Vida.
06:26E tudo isso a gente está falando de subsídio estatal.
06:29E, além disso, o próprio governo já disse e admitiu
06:32que, em 2027, as contas públicas vão colapsar.
06:36Não sou eu que estou falando, é o próprio governo que disse isso.
06:39Ou seja, quem quer que ganhe, em 2027,
06:45vai ter um baita desafio do ponto de vista fiscal neste país.
06:52Iper.
06:56Eu acho também que o desafio fiscal,
06:58ele é algo que vai se estender, sim, por décadas.
07:01Eu converso muito com o Alan sobre isso no mundo todo.
07:05Não é uma peculiaridade nossa.
07:07De qualquer forma, é necessário se encontrar soluções
07:10para melhorar, para buscar mais...
07:11Não só o equilíbrio, mas o Brasil precisa ter superávit.
07:15Agora, precisamos estudar como produzir superávit.
07:19É muito fácil falar, é só passar a tesoura, por exemplo,
07:23em gastos da Previdência, que aí se conserta tudo.
07:26Não é assim.
07:27Fala, Segredo, que foi.
07:28É, só falar.
07:29Pede para me ler e explicar o governo
07:30como fez para cortar cinco pontos do PIB.
07:33E não atrapalhou em absolutamente nada.
07:35Teve um aumento da pobreza, 52,9,
07:39que hoje está em 38.
07:40A inflação que estava 25,5 no mês,
07:43hoje está em 2,8.
07:45Só porque teve corte de gastos.
07:46Mas por que o governo não sabe?
07:48Ou não sabe, ou não faz, ou não quer.
07:49Aliás, o Milley...
07:51Parabéns ao Milley.
07:52O maior presidente da atualidade.
07:55Indo na direção de livre comércio,
07:58reduzindo tarifa, cortando gastos.
08:02Milley dando um show.
08:04Dendo um show, Piperno.
08:06E recuperando a economia da Argentina.
08:09Parabéns, Milley.
08:11Parabéns, Milley.
08:12Depois que você disse que o Bolsonaro é o Maradona,
08:16um canhoto, hoje eu acredito em tudo.
08:19Vamos lá.
08:20Maradona por levar o time nas costas,
08:22e eleger um monte de Maradona.
08:23Agora, o Milley é o Maradona da economia.
08:26É o Maradona da economia.
08:27Música...