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Esportes
Transcrição
00:00A essa altura do campeonato, você já sabe que Edinaldo Rodrigues foi afastado da presidência da CBF.
00:06Mas talvez você não saiba porquê. E o lance vai explicar a partir de agora.
00:10Eleito em 2022 na Assembleia Geral Eleitoral da CBF, num processo totalmente legal,
00:15Edinaldo Rodrigues deveria ficar no comando da CBF até abril de 2026.
00:20Mas aquela eleição foi questionada na Justiça por intermédio do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
00:27O Ministério Público do Rio não concordava com uma mudança estatutária que havia acontecido anos antes
00:33que estabelecia pesos diferentes para a eleição à presidência da CBF.
00:38Vamos lá. O Colégio Eleitoral da CBF é composto por três entes.
00:43As federações estaduais, os clubes da Série A e os clubes da Série B.
00:48Os votos das federações valem três pontos.
00:51Os clubes da Série A valem dois pontos e os clubes da Série B valem um ponto.
00:56Fazendo uma conta geral, se apenas as federações estaduais em número de 27 escolherem um candidato,
01:0327 vezes 3 é mais do que suficiente para eleger esse escolhido.
01:09E foi isso que o Ministério Público do Rio questionou.
01:12A partir daí, a CBF e o Ministério Público do Rio fizeram um termo de ajustamento de conduta,
01:17um TAC, em que chegavam a um denominador comum e passou a valer essa diferença de pontos.
01:25Só que o caso acabou sendo levado para o Supremo Tribunal Federal por uma questão mais ampla,
01:31e não apenas relativo a Edinaldo Rodrigues.
01:34Houve um questionamento da seguinte ordem.
01:36Será que o Ministério Público tem autonomia para afirmar termos de ajustamento de conduta com entidades esportivas?
01:43Essa discussão foi levada para o Supremo, está em votação desde dois anos atrás.
01:48Houve um pedido de vista do ministro Flávio Dino no ano passado que acabou suspendendo provisoriamente essa votação.
01:57E nesse meio tempo, em janeiro desse ano, quem questionava a eleição do Edinaldo lá em 2022
02:03acabou assinando um acordo estabelecendo que sim, a eleição ocorreu dentro dos trâmites normais
02:11e, portanto, o mandato do Edinaldo estaria em vigor.
02:16Tudo certo até aí.
02:18O problema?
02:19Entre os signatários desse acordo está o coronel Antônio Carlos Nunes de Lima,
02:25ex-presidente da própria CBF, ex-vice-presidente da entidade,
02:30e que, segundo consta, segundo opositores de Edinaldo,
02:34teria assinado aquele documento sem estar em condições de saúde adequadas
02:40ou, pior ainda, que a assinatura dele teria sido fraudada.
02:44Foi com base nessa denúncia que o ministro Gilmar Mendes, na semana passada,
02:48decidiu que o caso deveria voltar para o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
02:52para que o TJ investigasse se houve, de fato, essa fraude.
02:57Um parêntese.
02:58Quem diz que houve fraude foi uma perícia feita por uma das partes,
03:03não é uma perícia pública,
03:05é uma perícia particular de opositores do Edinaldo Rodrigues.
03:09Na sexta-feira, dia 9 de maio,
03:11o Tribunal de Justiça do Rio convocou o coronel Nunes
03:14para uma audiência na segunda-feira, dia 12, para perguntar.
03:17Mas e aí? Foi você mesmo que assinou esse documento?
03:21Na segunda-feira, dia 12 de maio,
03:23a defesa do coronel enviou um ofício ao Tribunal de Justiça
03:27informando que o coronel Nunes não se encontrava bem,
03:30que ele estava internado em um hospital de São Paulo
03:33e, por isso, não poderia comparecer a essa audiência.
03:36Nessa quinta-feira, por falta dessa audiência,
03:38o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
03:40decidiu que não havia como saber se a assinatura do coronel
03:44era, de fato, verdadeira ou não
03:46e deu como nulo aquele acordo
03:48que havia homologado a eleição de janeiro.
03:52E, por isso, mandou o Edinaldo Rodrigues para casa.
03:55O Edinaldo Rodrigues está questionando
03:56questionando a decisão do Tribunal de Justiça do Rio no Supremo.
04:00Ele pode acabar voltando ao cargo
04:01se o ministro Gilmar Mendes,
04:03que é relator dessa discussão lá em Brasília,
04:06assim considerar,
04:07ou ele pode ser definitivamente afastado do cargo.
04:11Em tempo, quando afastou o Edinaldo Rodrigues,
04:13o Tribunal de Justiça nomeou o Fernando Sarney,
04:16um dos vices do próprio Edinaldo,
04:18para ser um interventor na CBF
04:21e para que ele convoque eleições o mais rápido possível.
04:24O Estatuto da CBF prevê que a eleição seja convocada
04:28com pelo menos 10 dias de antecedência,
04:31em edital público.
04:32Vale ressaltar uma questão muito importante.
04:35Vocês lembram que, em março,
04:36o Edinaldo Rodrigues foi eleito
04:37com o apoio de 27 federações,
04:4020 clubes da Série A e 20 clubes da Série B?
04:43Pois é, não é essa eleição que está sendo questionada.
04:46Essa eleição valeria a partir de abril do próximo ano.
04:49A eleição que está sendo questionada
04:51é o que aconteceu em 2022
04:52e é que mantém o Edinaldo Rodrigues desde então
04:55no comando da CBF,
04:57que pode acontecer a partir de agora.
04:59O Edinaldo Rodrigues volta à presidência da CBF
05:01por decisão do Supremo Tribunal Federal
05:04ou uma nova eleição é convocada
05:06para ser realizada ainda nesse mês de maio,
05:08mais tardar no início do mês de junho.
05:11Uma eleição normal, com inscrição de chapas.
05:13Pode o próprio Edinaldo Rodrigues concorrer,
05:15porque ele não está impedido de nada.
05:17E aí vai começar aquela articulação
05:19entre presidentes de federações.
05:22Vale lembrar o seguinte,
05:23aqueles 27 presidentes que subscreveram
05:25a candidatura do Edinaldo em março,
05:28na noite dessa quinta-feira,
05:30já parte dele já abriu mão desse apoio.
05:3219 divulgaram um manifesto
05:35dizendo que precisam de novas eleições,
05:38precisam moralizar o futebol brasileiro,
05:40e então existe aí uma chance
05:42de, caso aconteça uma nova eleição,
05:44serem montadas uma chapa
05:46ou talvez até duas
05:47em oposição ao Edinaldo Rodrigues.
05:50E aí a gente entra em uma nova questão.
05:52Caso haja essa eleição,
05:54certamente ela será questionada
05:56pelo seguinte caso.
05:58Ela passaria a valer a partir de agora,
05:59a partir do mês de junho,
06:01a partir do exato momento
06:03em que o presidente for eleito,
06:05com duração até 2029,
06:07ou ela seria uma eleição tampão
06:08até 2026, considerando que o Edinaldo
06:11foi eleito em março para um novo mandato.
06:14Tudo isso nos próximos capítulos.

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