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O podcast Política EM Pauta desta sexta-feira (9/5) começa com a Câmara Municipal de Belo Horizonte em foco e discute a manutenção de um veto que reforça a influência do prefeito Álvaro Damião (União Brasil) entre os vereadores.

No segundo bloco, discutimos a série de reportagens publicadas pelo Estado de Minas com denúncias da precarização dos hospitais públicos da Grande BH.

O terceiro bloco fecha a edição discutindo o modelo de ingresso ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag) proposto pelo governo mineiro e a agitada visita do vice-governador Mateus Simões (Novo) à Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

O⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠Política EM Pauta⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠traz um olhar aprofundado sobre os bastidores do poder e análises precisas dos temas que preencheram as páginas da versão impressa do Estado de Minas, do site⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠em.com.br⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠e do⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Portal Uai⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠.

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Transcrição
00:00:00Olá, começa agora mais um Política em Pauta, o podcast do Jornal Estado de Minas, que conta os bastidores do poder aqui em Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais.
00:00:12Meu nome é Bernardo Schilack, sou repórter da Editoria de Política do Jornal e hoje estou acompanhado aqui pelas minhas colegas de editoria, Larissa Figueiredo. Tudo bem, Larissa?
00:00:20Tudo bem, Bernardo? Bom dia, gente.
00:00:22E Alessandra Mello.
00:00:23Bom dia, prazer, obrigada pelo convite.
00:00:25E também a presença da repórter de Gerais, Silvia Pires, que volta aqui ao nosso podcast, dessa vez pra poder falar de uma série de reportagens publicadas no Jornal ao longo da semana sobre o caos na saúde pública aqui de Minas Gerais.
00:00:37Seja bem-vinda mais uma vez, Silvia.
00:00:38Obrigada, Bernardo.
00:00:40Bom, esse é o nosso programa do dia 9 de maio, a semana bastante cheia aqui em Minas Gerais, com um dos temas mais recorrentes aqui no nosso podcast, que é a dívida do Estado com a União.
00:00:52Vou passar rapidamente pra você que nos ouve no seu agregador de podcast favorito e também nos vê aqui no canal do YouTube do Portal Y, os temas dos nossos três blocos de hoje.
00:01:02A gente vai começar falando sobre Câmara Municipal de Belo Horizonte, porque tivemos votações importantes lá no Legislativo Municipal, em especial a manutenção de um veto do prefeito Álvaro Damião em um projeto de lei que fala sobre a devolução de ônibus comprados com o dinheiro do município.
00:01:22O subsídio municipal às empresas de ônibus. Eles compraram mais de mil veículos aqui em Belo Horizonte e poderiam ter que devolver ao fim do contrato, mas o Álvaro Damião vetou e mostrou força na Câmara pela manutenção do veto.
00:01:34A Larissa vai contar pra gente um pouco sobre como foi essa sessão na Câmara Municipal.
00:01:38No segundo bloco, a gente vai falar sobre essa série de reportagens publicadas no jornal sobre o caos na saúde pública de Minas Gerais, em meio a tentativas de privatização,
00:01:50discussões no TCE que a gente já levantou aqui na semana passada também.
00:01:54No final das contas, na ponta da linha, quem está lá precisando do atendimento acaba sofrendo com hospitais sobrecarregados, leitos fechados.
00:02:03A Silvia vai falar um pouco sobre como foi fazer a apuração dessas matérias em diferentes unidades hospitalares aqui da Grande BH.
00:02:10No terceiro bloco, a gente fala sobre Propag, programa de pleno pagamento das dívidas dos estados.
00:02:17Foi aprovado no fim do ano passado, sancionado em janeiro, regulamentado em abril e agora o vice-governador Matheus Simões,
00:02:25quem está fazendo, quem é o responsável pela gestão mais técnica do estado de fato, foi até a Assembleia em dois dias consecutivos.
00:02:33Primeiro para entregar os projetos de lei que viabilizam a entrada do estado no Propag e depois para poder responder a dúvidas dos deputados estaduais
00:02:42sobre a forma como o executivo planejou essa entrada, essa possível entrada de Minas no Propag.
00:02:48A gente vai falar um pouco sobre o que se deu na Assembleia e as discussões que já projetam um semestre muito agitado
00:02:56porque Minas Gerais tem até outubro para decidir o futuro orçamentário do estado.
00:03:00Bom, sem mais delongas, vamos então para o primeiro bloco do nosso podcast para poder falar sobre Belo Horizonte.
00:03:07A Larissa está aqui, ela cobriu a câmara, conhece tudo que está se passando ali nos corredores da casa,
00:03:13mas eu queria chamar a atenção, pedir para ela começar falando sobre como foi a matéria que ela publicou na segunda-feira
00:03:22que ela descobriu que um projeto de lei da autoria Fernanda Altoé, do Partido Novo, de 2023, que foi votado em 2024,
00:03:33pedia devolução dos ônibus, não citava exatamente quantos ônibus, mas poderia envolver até mil veículos, né Larissa?
00:03:39Como é que foi essa questão e como é que foi a articulação da Prefeitura de Belo Horizonte
00:03:45para poder manter esse veto tão importante para o município?
00:03:48Bom, realmente como o Bernardo falou, o veto, né, quando o veto foi publicado pelo prefeito Álvaro Damião
00:03:54ao projeto da vereadora Fernanda Pereira Altoé do Partido Novo, não constava quantos ônibus foram comprados
00:04:02com o valor do subsídio que foi oferecido às empresas do transporte público em 2023,
00:04:09sob uma argumentação de auxílio para manutenção das contas ali naquele período econômico difícil,
00:04:15pós-pandemia, para que as empresas conseguissem ali manter o valor da passagem acessível para a população,
00:04:22né, ali em teoria, para que esse valor ele não ficasse mais alto do que já poderia ser.
00:04:28E aí, diante disso, as empresas receberam esse dinheiro, né, e foram, cada um ali podia fazer o que quisesse com o dinheiro, né,
00:04:36era uma ajuda, como se fosse uma ajuda de custo, assim, em palavras mais simples,
00:04:39para que, enfim, essas empresas pudessem dar conta ali do recado econômico.
00:04:44Algumas empresas adquiriram novos veículos, e esses veículos, a prefeitura disse que registrou
00:04:52534 novos ônibus na frota, isso na justificativa do veto, mas a vereadora Fernanda Pereira Altoé
00:05:00disse que esse número, ele pode ser muito maior, e que a Câmara ali, né, ela, né, a equipe dela,
00:05:08me enviaram o valor de mil ônibus, né, que seriam 1.005 ônibus novos comprados entre 2023 e 2024.
00:05:17A questão é que, mais uma vez, o valor não foi destinado para a compra de novos ônibus,
00:05:22mas o fato é que novos ônibus foram comprados.
00:05:24E esses ônibus, né, aí a gente já está na argumentação da vereadora autora do projeto,
00:05:30o projeto 771 de 2023, que prevê a devolução desses veículos,
00:05:35ela diz o seguinte, que esses ônibus, eles teriam uma vida útil de até 12 anos circulando aqui na capital, né,
00:05:41já que foram comprados com o valor, o montante ali que veio dos cofres públicos.
00:05:45Porém, o contrato se encerrando em 2028 e não sendo renovado com todas as empresas,
00:05:51esses ônibus comprados em 2023 vão circular somente por cinco anos na capital.
00:05:57E aí se entende um prejuízo no ponto de vista da Câmara,
00:06:00por isso esse projeto foi aprovado em 2024.
00:06:04E é muito curioso, né, porque o Damião, ali no finalzinho de 2024, ele já estava eleito,
00:06:08ele já foi votar contra esse projeto lá no plenário, enquanto era vereadora ainda,
00:06:13e o presidente da casa, né, o Juliano Lopes, votou a favor,
00:06:18porque ele está ali muito próximo da Fernanda Pereira Altoé.
00:06:21Então, eu comecei a apurar isso no fim de semana, né, a gente estava aí de plantão,
00:06:27e foi uma curiosidade, assim, né, saber como que a família Aro, né, grupo ali,
00:06:32que o Juliano Lopes faz parte, iria votar, que também é maioria na Câmara.
00:06:37Então, o poder estava por ali.
00:06:39E, assim, o Bernardo perguntou, né, como que foi essa questão da articulação.
00:06:44Eu acho que a relação do Álvaro Damião com a Câmara Municipal,
00:06:50ela é muito diferente da relação que o Fuad tinha com a Câmara,
00:06:53porque eu vejo muita facilidade.
00:06:55Foram 27 votos a favor da manutenção do veto e 12 contra.
00:07:00E ali foi um grande boost, assim, porque uniu o PL, uniu o PT, pessoal, familiar,
00:07:07todo mundo votando pela manutenção do veto, assim.
00:07:09E a gente que cobre Câmara é difícil ver uma união, assim, para um projeto em comum, sabe?
00:07:16E tinha uma questão também, né, Larissa, que está na sua matéria de prévia à votação,
00:07:22e depois essa que é a matéria já com o veto mantido,
00:07:26que esse veto chegou com o parecer pela derrubada, né?
00:07:29Porque era uma união no sentido reverso, né?
00:07:32Porque o parecer tinha sido do Pedro Patrus.
00:07:35Como relator.
00:07:36Como relator do PT.
00:07:37E teve apoio do Braulio Lara, que é do Novo, e teve apoio do Sargento Jálison.
00:07:42Líder da bancada do PL, exatamente.
00:07:45E aí chegou esse parecer, né?
00:07:47Fizeram ali a comissão do veto, o trânsito comum da Câmara,
00:07:50e optaram ali pelo parecer da derrubada do veto, né?
00:07:55Para que esse projeto virasse lei, de fato, as empresas pudessem devolver os ônibus.
00:07:59E aí a gente percebeu essa união, assim, Novo, PT e PL, pela derrubada do veto, né?
00:08:09E aí eu realmente, assim, até o último minuto eu achei que esse veto ia ser derrubado.
00:08:14Só que o Damião, mais uma vez, ele mostrou essa força aí, sabe?
00:08:19É um projeto, assim, polêmico, né?
00:08:21Porque, ao mesmo tempo que faz sentido, né?
00:08:25Eu acho engraçado que às vezes tudo faz sentido, mas nem tanta coisa se convém.
00:08:29Faz sentido, realmente, essa argumentação de que os ônibus que circulem na capital,
00:08:34que foram comprados com esse valor, tenham uma vida útil aqui na capital, né?
00:08:40Mas também existe a argumentação do Damião, né?
00:08:44Que o Elton Júnior, que foi escolhido por ele, pelo Damião, como vice-líder de governo,
00:08:50ele foi lá no púlpito, falou que, olha, beleza, os ônibus podem ser devolvidos.
00:08:54O problema é que as empresas vão entrar com ações na justiça e aí Belo Horizonte vai ter que pagar
00:09:00pelas indenizações, pelas passagens, né?
00:09:05E as pessoas ainda vão ter que continuar pagando pela manutenção do contrato.
00:09:10Então, seria como se a pessoa pagasse três vezes ali para andar de ônibus.
00:09:14Então, eles trouxeram essa argumentação de instabilidade jurídica, que traria mais custos para Belo Horizonte.
00:09:21E aí ficou um debate, foi um debate rápido, né?
00:09:23Inclusive, eu imaginei que fosse demorar mais, foi um debate rápido, tranquilo.
00:09:28A votação começou ali, já rapidamente bateram uns 27 votos favoráveis.
00:09:34E foi isso, assim, sabe?
00:09:35Eu me surpreendi com a tranquilidade e a articulação do Damião.
00:09:40Eu acredito que ela já está posta, não somente para esse momento, mas para os próximos que virão ali.
00:09:46Ele já mostrou essa proximidade com a Câmara e eu percebo ali que ele tem uma certa capilaridade
00:09:52com todos os polos ali da casa.
00:09:54Eu acho que facilita muito isso.
00:09:55Então, a gente pode ver aí que tem outros vetos a serem votados.
00:10:00Eu imagino que devam ser mantidos também.
00:10:02E parece que a base dele está nessa aí, 27 e 28, porque ele derrubou também ainda,
00:10:08como prefeito interino, um outro veto.
00:10:10Vocês lembram, né?
00:10:11Aquele veto da Guarda Municipal, do contratação, que impactava o orçamento da contratação imediata
00:10:17de servidores da Guarda Municipal e derrubou por 28 votos, né?
00:10:25Então, acho que ele já está numa base muito boa em relação ao que, por exemplo,
00:10:29passava o prefeito Fuad Noman, falecido, que antecedeu Damião, que tinha muita dificuldade
00:10:36com a Câmara Municipal.
00:10:37O último ano de Fuad foi um ano bem difícil, com projetos muito importantes, né?
00:10:43Ele sai fortalecido, né, Larissa?
00:10:44Esse número de 28, situar o ouvinte, a Câmara tem 41.
00:10:48A base é muito boa, né?
00:10:49É, a Câmara tem 41 vereadores.
00:10:51Então, é uma margem que ainda, mesmo se ele perder um voto ou outro em algum tema específico,
00:10:57ele consegue se manter firme.
00:10:59Eu avalio, né, que essa força do Damião, ela venha também muito do Marcelo Aro, porque
00:11:04relembrando, né, o ouvinte, Damião tentou eleger Bruno Miranda para a presidência da casa
00:11:11e não conseguiu.
00:11:12Juliano Lopes foi eleito.
00:11:14E agora, Damião e Juliano Lopes, como aliados, né, cada um ali no seu respectivo poder,
00:11:21a gente percebe uma força muito maior do Damião do que ele tentando sozinho ali, tentando
00:11:26ir contra o Juliano.
00:11:27E resta saber, de fato, né, quem que tá ditando as cartas aí.
00:11:31E o prefeito também me parece um bom articulador, né, oriundo da Câmara e um jogo de cintura
00:11:38que é importante na política, né, que, por exemplo, falta ao governador Romeu Zema
00:11:41no seu trato com a base na Assembleia Legislativa, que é de receber, de conversar, que é uma característica
00:11:49da política, inclusive mineira, né, esse jeito de fazer política mais no tete-a-tete,
00:11:54na conversa, na tentativa de conciliação, né?
00:11:57É, e só pra gente fechar esse bloco de Câmara Municipal, Larissa, vem aí um projeto
00:12:03que pode ser votado, talvez, no próximo mês, né, porque tá avançando de forma lenta
00:12:07nas comissões, que é outro projeto que trata sobre transporte, sobre mobilidade urbana,
00:12:14que vai ser testado de novo, assim, a forma como o Álvaro Damião lida com seus vereadores
00:12:20na Câmara Municipal, que é o da tarifa zero, porque o projeto foi aprovado, né, na Comissão
00:12:24de Legislação e Justiça e que vira de ponta cabeça o modelo de transporte, o modelo de
00:12:31financiamento do transporte, né? Foi aprovado agora, né, eu vi que tinha pedido um tempo
00:12:36pra poder analisar, mas sua matéria traz que na CLJ já passou, agora tem outras comissões.
00:12:41Isso, ele passa por mais três comissões temáticas aí, administração pública, orçamento, né,
00:12:48e aí ele, a Fernanda Pereira Altoé, durante a comissão, ela pontuou ali duas questões
00:12:56que poderiam ser tidas como inconstitucionais e a autora do projeto, a vereadora Isa Lourença
00:13:01do PSOL, ela se comprometeu a ajeitar antes que o projeto continuasse avançando, que trata
00:13:07justamente sobre essa, entre algumas aspas aqui, obrigatoriedade de que as empresas, né,
00:13:13financiassem esse fundo que seria responsável aí pela tarifa zero, pela manutenção da
00:13:20tarifa zero no transporte público em Belo Horizonte. Então, tirar essa questão da obrigatoriedade,
00:13:26né, eu acho que até descaracteriza um pouco o projeto da vereadora, mas ela se comprometeu
00:13:30a achar uma solução justamente pra saber de onde vai vir esse dinheiro para que sejam pagas
00:13:37aí essas despesas e esse valor da passagem, né, que a gente paga atualmente é 5,75,
00:13:43não chegue ao bolso do Belo Horizonte. Seria revolucionário, né, tarifa Belo Horizonte
00:13:49e é uma pauta do vice-líder do governo, o Elton Júnior, já esteve aqui com a gente
00:13:55e já fez uma defesa veemente da tarifa zero, né. Esse é um projeto que a Isa Lourença apresentou,
00:14:00tem outras assinaturas, mas que vem de um grupo de mobilidade urbana que já trata
00:14:04sobre tarifa zero em BH há mais de uma década, né, que tem urbanistas, economistas que pensam
00:14:10nesse projeto de uma forma mais ampla. Esse fundo que a Larissa disse seria um fundo
00:14:17para financiar o transporte público junto com os subsídios do Estado, que na prática,
00:14:23em linhas muito gerais, né, a gente vai falar sobre esse assunto nos próximos problemas,
00:14:27mas em linhas muito gerais, muito gerais, substituiria o vale-transporte das empresas.
00:14:34As empresas deixariam de pagar o vale-transporte e qualquer empresa que empregue mais de 9 funcionários
00:14:39aqui em Belo Horizonte pagaria uma taxa por funcionário, por exemplo, se você tiver 20 funcionários,
00:14:45você pagaria por 11 funcionários, né. Cada contratado seu que excede esse número de 9,
00:14:51você pagaria uma taxa e essa taxa financiaria todo o transporte público.
00:14:56O que a Fernanda Pereira Altoé, que foi relatora desse projeto na CLJ, argumenta é isso, né,
00:15:02que no caso do vale-transporte, por exemplo, a empresa paga...
00:15:06Uma parte.
00:15:07E ela paga para o funcionário que utiliza o transporte público.
00:15:11Se for aprovado esse fundo, qualquer empresa vai ter que pagar, com mais de 9 funcionários,
00:15:15vai ter que pagar pelo funcionário que exceder essa margem, mesmo que ele vá trabalhar de carro,
00:15:21vá trabalhar a pé, ou de bicicleta, ou metrô.
00:15:23Independente do salário, porque hoje o vale-transporte é um percentual em cima do teu salário,
00:15:28muitas pessoas não aceitam desconto do vale-transporte porque o percentual fica maior
00:15:34do que você pagaria na passagem no dia a dia, né.
00:15:36É, então assim, a discussão dela é nesse sentido, né.
00:15:40Talvez não fosse constitucional, ela se baseia em uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo,
00:15:44para poder dizer que talvez haja uma inconsistência nesse ponto.
00:15:50Vamos ver como que a Isa vai trabalhar.
00:15:53Para buscar outra forma de financiamento, né, porque é a principal forma de financiamento.
00:15:56Esse é o cerne do projeto, né, acaba realmente atacando e certamente vai conversar com essas pessoas
00:16:01que militam pela tarifas do LBH.
00:16:04A galera vai esquentar a cabeça aí por um tempo, mas é um projeto importantíssimo, né.
00:16:07Vai esquentar a cabeça, para saber como que essa conta aí vai fechar,
00:16:12para alimentar esse fundo mesmo, né.
00:16:15São muitas questões.
00:16:17E mais uma vez, assim, terça-feira foi um dia estranho, assim, na Câmara, né.
00:16:21Eu vi a Isa muito tranquila, assim, conversando numa boa com a Fernanda Pereira Altoé.
00:16:27Mais uma vez, ela falou sobre isso na comissão e foi ao plenário agradecer,
00:16:33pelo parecer da Fernanda Pereira Altoé, e reafirmar esse compromisso de buscar uma solução.
00:16:38Então, ela está nessa aí.
00:16:39É porque o novo é muito favorável, assim, para o Estado mínimo, né,
00:16:42e a tarifa zero é uma proposta de Estado presente na vida do cidadão, né.
00:16:47E como é bom, né, Lari, só para a gente fechar, você está aqui falando de Câmara,
00:16:52de um assunto que é, como a Alessandra acabou de dizer, presente na vida do cidadão, né.
00:16:57Ônibus, transporte, tarifa, e não dia do método contraceptivo natural,
00:17:02ou qualquer balhaçado desse tipo.
00:17:05Bom, tomara que seja assim nas nossas próximas edições aqui do podcast, né,
00:17:09que se mantenha essa...
00:17:10Estamos torcendo para isso.
00:17:11Se mantenha uma discussão séria, né, produtiva para a cidade,
00:17:14que é o papel dos nossos vereadores, que custa muito caro para o Estado,
00:17:19para...
00:17:20É um discurso até meio novista, né, custa muito caro para poder discutir assuntos que não são relevantes.
00:17:25De irrelevância.
00:17:27Bom, vamos para o segundo bloco agora, porque, como se você está vendo aqui a nossa bancada,
00:17:32essa confusão habitual que a gente faz com os jornais aqui,
00:17:35já deve ter percebido que, nessa semana, na capa do jornal Estado de Minas,
00:17:38a gente só falou de dois assuntos, papa e hospital público.
00:17:44E é responsável por essas capas estar aqui com a gente, que é a Silvia,
00:17:49porque ela fez uma série de reportagens, começou falando ali sobre o Júlio Kubitschek,
00:17:53mas percebeu que isso era um problema que se alastrava pelos equipamentos públicos de Minas Gerais,
00:17:58de uma forma geral.
00:17:59sobrecarga, falta de pessoal, pessoal tendo que lidar, inclusive, com falta de equipamento,
00:18:06tirando dinheiro do próprio bolso.
00:18:09A Silvia falou sobre o Risoleta Neves, falou sobre o João XXIII, o Júlio Kubitschek,
00:18:13sobre a situação geral do Ipseng.
00:18:16Passa para a gente como é que foi a apuração, e esses dias que você ficou focada em conversar com servidores,
00:18:21conversar com pacientes, sobre esse colapso, o caos na saúde pública do Estado de Minas Gerais.
00:18:27Bom, a gente está, nesse momento agora, em um período de alta das doenças respiratórias.
00:18:35Mas, antes disso, já estavam chegando denúncias para a gente a respeito da falta de equipe,
00:18:41sobrecarga de trabalho em algumas unidades.
00:18:44Começou com o João XXIII, depois que houve o fechamento do bloco cirúrgico do Amélia Lins,
00:18:50que eles acabaram assumindo as responsabilidades dessas cirurgias eletivas,
00:18:55sobrecarregando ali a entrada de pacientes urgentes no HPS.
00:19:01E, depois disso, a gente chegou à denúncia do Júlio Kubitschek,
00:19:05que foi a primeira matéria publicada,
00:19:07de que lá também estava com uma situação semelhante ao do João XXIII.
00:19:13Eles relataram falta de enfermeiros, principalmente,
00:19:17essa questão das salas de cirurgias também impactadas pela falta de equipe.
00:19:23E, muitas vezes, eles, apesar de terem duas salas separadas,
00:19:28uma para urgência, uma para eletiva, eles não conseguiam atender ao mesmo tempo,
00:19:34porque não tinha equipe de enfermagem para assistência,
00:19:37às vezes porque não tinha anestesista.
00:19:40E a gente começou a perceber que isso era um discurso constante nas unidades de saúde aqui.
00:19:49Pouco tempo depois, o Risoleta Neves teve um período de, novamente,
00:19:54esse ano, precisar suspender a chegada de novos pacientes por conta de superrotação.
00:20:00Ele é um hospital de referência também.
00:20:03E começamos a tentar ver o que estava acontecendo com as unidades de saúde,
00:20:07porque elas já iam ser sobrecarregadas por essa alta de doenças respiratórias,
00:20:11mas já estavam sobrecarregadas antes disso.
00:20:15Então, como é que vai ser esse atendimento agora?
00:20:17Que vai ter um fluxo maior em unidades que já estão ali no limite.
00:20:22O Risoleta Neves, por exemplo, ele é uma unidade que atende todo o vetor norte,
00:20:28foi construído para fazer esse atendimento,
00:20:30mas ele também dá o suporte para as cidades vizinhas da região metropolitana,
00:20:36que atende pacientes de Vespasiano, atende pacientes de Santa Luzia,
00:20:41que são municípios que não têm unidade de referência para fazer esses atendimentos.
00:20:47E uma dificuldade muito grande para fazer essa apuração é porque ninguém,
00:20:52nenhum dos funcionários quer falar dando nome,
00:20:54porque eles têm medo de uma retaliação,
00:20:58de se aparecer o rosto deles, eles acabarem sendo transferidos para outras unidades.
00:21:04Então, a gente conversou com muita gente,
00:21:08todo mundo sobre anonimato,
00:21:10sobre a opção de não se identificar por medo.
00:21:15É uma dupla pressão, né?
00:21:16Já trabalhar nessas condições e ainda ter dificuldade de reivindicar uma melhoria nessas condições, né?
00:21:21E são hospitais geridos por...
00:21:24Alguns são municipais, alguns são da FEMIG,
00:21:28é uma questão geral.
00:21:29É, a maioria dos hospitais que a gente,
00:21:33nessa primeira semana de publicação que a gente foi,
00:21:35são os hospitais estaduais, geridos pela FEMIG.
00:21:39A gente também falou sobre o Ipseng,
00:21:41que é o Hospital dos Revidores do Estado,
00:21:44e com o Isoleta Neves, ele era da FEMIG até uns 20 anos atrás,
00:21:49mas hoje em dia ele é administrado pela UFMG.
00:21:52Mas ele recebe investimento do Estado,
00:21:54do Estado, da União e de Belo Horizonte também.
00:21:58A questão do Ipseng teve um foco interessante, né, Silvia?
00:22:02Até para a gente poder trazer a discussão política aqui.
00:22:05A gente já falou em outras edições aqui do Política em Pauta,
00:22:09que houve recentemente, aprovado na Assembleia,
00:22:11um aumento da contribuição do servidor para financiar o Ipseng.
00:22:14Só que isso ainda não está sendo visto na prática, né?
00:22:17Não tem um indicativo de que esse financiamento turbinado aí
00:22:21pelo bolso do servidor aqui de Minas Gerais
00:22:24significa, na prática, que o atendimento está melhorando.
00:22:27O Ipseng é um caso à parte,
00:22:30porque todas as unidades que eu fui,
00:22:33os pacientes sempre elogiam bastante.
00:22:35Apesar dessa sobrecarga,
00:22:37os pacientes, eles reconhecem o esforço da equipe médica,
00:22:40o esforço da equipe de enfermagem para fazer o atendimento.
00:22:42O Ipseng, ele tem muita reclamação dos pacientes
00:22:47de não conseguir agendamento de consulta,
00:22:49de não conseguir consulta simples,
00:22:52de demorar de 30 a 60 dias para conseguir marcar,
00:22:55vai no pronto-socorro,
00:22:57ele está sempre cheio.
00:22:59E ele tem essa questão de ter tido aumento
00:23:03das alíquotas de contribuição dos servidores.
00:23:07O que se dizia é que logo nos primeiros meses
00:23:09já teria um investimento na estrutura, na equipe,
00:23:13e todo mundo com quem a gente conversou
00:23:15fala que não sentiu nenhuma mudança.
00:23:18Já são cinco meses de uma contribuição aumentada
00:23:21e não teve nenhuma diferença
00:23:23para quem está sendo atendido
00:23:25e nem para quem está trabalhando lá,
00:23:26que continua tendo reclamações sobre
00:23:29falta de insumos básicos,
00:23:32de muitas vezes os próprios profissionais
00:23:34pagarem do próprio bolso
00:23:35comprar esparadrapo, comprar micropore
00:23:38para conseguir atender os pacientes.
00:23:40Então, isso é uma constante.
00:23:42Teve até um movimento esse ano
00:23:44de alguns servidores do Ipseng,
00:23:46uma paralisação relâmpago
00:23:48em função da queima do mar condicionado
00:23:51que transformou um determinado local
00:23:55em situação de temperatura muito elevada,
00:23:58foram para a rua, fizeram uma pressão.
00:24:00Foi.
00:24:01Tem muita reclamação também.
00:24:02A gente vê, né, de quem conhece servidores,
00:24:04pessoas que são servidoras, familiares do Ipseng,
00:24:08a dificuldade de marcar uma consulta
00:24:10é praticamente o dia inteirinho pendurado no telefone
00:24:13para poder conseguir, né,
00:24:16ou então pessoas que chegam na fila
00:24:17nesse atendimento de urgência ainda escuro
00:24:20para poder conseguir ser atendido.
00:24:23Um colapso, né?
00:24:24O sucateamento total, né?
00:24:26Para que a saúde...
00:24:28E acho que isso também acaba impactando também
00:24:30as unidades municipais de pronto atendimento, né?
00:24:33Só um comentário, a Leia falou, né,
00:24:36sobre o impacto que isso traz para os servidores aqui
00:24:38em Belo Horizonte.
00:24:39Já é muito difícil, mas para quem é do interior
00:24:41e tentar agendar pelo Ipseng
00:24:43alguma consulta por lá, tem que viajar.
00:24:46Os profissionais, às vezes, não atendem.
00:24:48Demora muito, muito, muito.
00:24:49E isso, eu não falo como jornalista,
00:24:51eu falo como neta, como filha, como sobrinha.
00:24:54Na minha família sempre tem vários relatos
00:24:56que é praticamente impossível.
00:24:58Prefere marcar no particular,
00:25:00prefere pagar outro plano,
00:25:01porque o pessoal sempre fala,
00:25:02ah, Ipseng demora demais.
00:25:04É um sucateamento que é um braço
00:25:07da forma como a atual gestão do governo do Estado
00:25:09trata o funcionalismo público, né?
00:25:12Porque o Ipseng é uma sigla que a gente conhece,
00:25:15a gente fala já,
00:25:16mas vale lembrar que é um instituto de previdência
00:25:18do servidor do Estado de Minas Gerais.
00:25:21Teve, como a Silvia ressaltou,
00:25:22um projeto do governador Romeu Zema.
00:25:24Ampliando a contribuição do salário dos servidores
00:25:29ao Ipseng,
00:25:30um salário que está paralisado, né?
00:25:32Não vai ser reajustado esse ano com a inflação.
00:25:35O vice-governador já deu indício
00:25:36que o reajuste do ano que vem
00:25:38já está condicionado a outras questões
00:25:40que não são de competência do governo estadual.
00:25:43Então, além disso,
00:25:45esse braço de bem-estar social,
00:25:48de acesso à saúde do servidor
00:25:51também vai sendo prejudicado.
00:25:52E os relatos são esses, né, Silvia?
00:25:54Assim, como o Alessandro falou,
00:25:55às vezes é um ar-condicionado,
00:25:57é a falta de um esparadrapo,
00:25:59é uma dificuldade estrutural
00:26:02de coisas muito banais, às vezes.
00:26:05Eles têm dificuldade de conseguir lidar, né?
00:26:07Isso, será que tem...
00:26:09As entidades de classe também se manifestaram
00:26:12nas suas reportagens
00:26:13como uma crítica, né,
00:26:15como seria uma tentativa do governo
00:26:17já de uma precarização,
00:26:19já pensando numa privatização.
00:26:21Você também tratou sobre isso, né?
00:26:22Sim, principalmente na matéria de hoje,
00:26:26do João Paulo II,
00:26:28que é o Hospital Infantil,
00:26:30eu conversei com um diretor do Simmed,
00:26:34o Sindicato dos Médicos,
00:26:36ele falou sobre essa questão
00:26:38da terceirização dos próprios profissionais também.
00:26:42A equipe de pediatras
00:26:44está funcionando já há muitos anos
00:26:47como uma escala reduzida,
00:26:48e, para suprir essa lacuna,
00:26:51a FEMIG contrata profissionais por PJ.
00:26:55Então, eu contrato uma empresa
00:26:56e essa empresa desloca profissionais
00:26:58para poder trabalhar lá.
00:27:00O grande problema disso é que
00:27:02a gente tem um hospital
00:27:03que recebe casos de alta complexidade,
00:27:06que é especializado nisso,
00:27:08e esse pediatra que chega lá,
00:27:09ele não tem formação
00:27:10para atender esses casos mais complexos.
00:27:12e essa pessoa está recebendo mais,
00:27:15muitas vezes até o dobro
00:27:16do que os profissionais fixos recebem,
00:27:21e recebe o dobro
00:27:23para fazer um trabalho simples,
00:27:25ficar na porta do hospital
00:27:27recebendo casos de gripe,
00:27:29gripe mais simples,
00:27:30um resfriado,
00:27:31ele não consegue ajudar a equipe médica
00:27:33a resolver casos de alta complexidade,
00:27:35que é onde eles mais estão precisando,
00:27:37que é onde eles estão sobrecarregados.
00:27:38E, fora isso,
00:27:41tem também os problemas
00:27:42de infraestrutura dos próprios prédios,
00:27:45o próprio Ipseng está ali
00:27:46com o teto desabando,
00:27:48tem vários relatos de profissionais
00:27:51que direto aparece escorpião
00:27:54dentro da unidade,
00:27:55tem goteira,
00:27:56o ar-condicionado em vários setores
00:27:58não funciona,
00:28:00aí quem quer se refrescar
00:28:02compra o seu próprio ventilador.
00:28:05A Matéria falava até
00:28:06de um uso de uma garrafa PET,
00:28:08uma das reportagens.
00:28:10Isso foi no João XXIII,
00:28:11o uso de uma garrafa PET.
00:28:13Conta isso para o ouvinte.
00:28:15Silvio,
00:28:15como é que uma garrafa PET
00:28:16virou equipamento médico?
00:28:19Todas as unidades de saúde,
00:28:21elas têm esse problema
00:28:22de falta de insumo.
00:28:24Chegou num nível tão grave
00:28:25no João XXIII,
00:28:27que para poder fazer a coleta
00:28:28de pacientes internados,
00:28:30coleta de urina,
00:28:31eles tiveram que usar
00:28:32uma garrafa PET.
00:28:34Era o recurso que deu,
00:28:35porque também não tinha como
00:28:37ficar o tempo todo
00:28:38suprindo do próprio bolso.
00:28:39O que tinha ali na hora
00:28:41era a garrafa,
00:28:42vai ser a garrafa.
00:28:43No João XXIII,
00:28:44uma unidade de referência
00:28:46nacional,
00:28:47um atendimento de urgência.
00:28:48Para onde chega
00:28:49todos os casos
00:28:50de urgência.
00:28:51Um acidente grave
00:28:53em Belo Horizonte,
00:28:53um acidente grave
00:28:55na região metropolitana,
00:28:57a referência é o João XXIII.
00:28:58E lembrando que ele é
00:28:59porta de entrada,
00:29:00então se alguém chegar ali
00:29:01passando mal,
00:29:02eles não vão caminhar
00:29:03para outro lugar,
00:29:04eles vão atender.
00:29:06E tem a questão
00:29:07do João XXIII
00:29:07já sobrecarregado
00:29:08com essa precarização
00:29:09das outras unidades,
00:29:11de ter dificuldade
00:29:12desse atendimento inicial,
00:29:14de às vezes
00:29:15a pessoa entrar ali
00:29:16com urgência
00:29:17e o hospital
00:29:18está tratando
00:29:19pessoas com
00:29:20cirurgias eletivas,
00:29:22por exemplo,
00:29:23que no momento
00:29:23que começa a cirurgia
00:29:24ela precisa ser atendida,
00:29:26não tem como você
00:29:26parar uma cirurgia
00:29:28para pegar uma pessoa
00:29:29no caso de urgência.
00:29:30O João XXIII
00:29:31tem sofrido com isso,
00:29:32que está na sua matéria
00:29:33também,
00:29:34é um sobrecarga,
00:29:35é um hospital
00:29:36que já trabalha
00:29:37sempre com a carga
00:29:37elevada,
00:29:38então qualquer aumento
00:29:39de demanda estrutural
00:29:41significa bastante
00:29:43para o paciente.
00:29:44O João XXIII
00:29:45ficou particularmente
00:29:47sobrecarregado
00:29:48depois do fechamento
00:29:49do bloco cirúrgico
00:29:50do Maria Amélia Lins,
00:29:51que fica ali
00:29:52a 100 metros
00:29:52do João XXIII.
00:29:55Eles têm
00:29:56as salas de cirurgia
00:29:57para atender
00:29:58urgência.
00:29:59o que estava acontecendo
00:30:01é que como
00:30:01o Maria Amélia Lins
00:30:02atende as cirurgias
00:30:03eletivas,
00:30:04aquelas que são
00:30:05agendadas,
00:30:06e o João XXIII
00:30:07teve que assumir
00:30:08essa demanda,
00:30:10às vezes chegava
00:30:10um paciente urgente
00:30:12que precisava
00:30:13entrar para a sala
00:30:13de operação
00:30:14na hora,
00:30:15e essas salas
00:30:16estavam todas
00:30:17ocupadas com cirurgias
00:30:18eletivas,
00:30:19ou uma já estava
00:30:20com alguém de urgência,
00:30:21então colocando em risco
00:30:22até esse paciente
00:30:23que chega já precisando
00:30:25ir imediatamente
00:30:26para a sala
00:30:27de operação.
00:30:28E por que o Amélia Lins
00:30:29foi fechado?
00:30:30Acho que é importante
00:30:30a gente lembrar.
00:30:31E está agora em curso
00:30:33uma disputa
00:30:34entre o Tribunal de Contas
00:30:35e o Governo do Estado
00:30:37em função
00:30:37do fechamento
00:30:38do hospital,
00:30:39da privatização.
00:30:42O hospital
00:30:43estava passando
00:30:44por um processo
00:30:45de concessão
00:30:47da gestão,
00:30:48que é
00:30:49uma proposta
00:30:50que o governo
00:30:51tem, inclusive,
00:30:51para outras unidades.
00:30:53fala sinceramente,
00:30:57eu não sei
00:30:57por que ele foi fechado,
00:30:59porque ele foi fechado
00:30:59nesse processo
00:31:00de privatização,
00:31:02mas um motivo
00:31:04específico?
00:31:05Ninguém consegue,
00:31:08nem os deputados
00:31:09têm dificuldade
00:31:09de conseguir
00:31:10esse tipo de acesso.
00:31:11A intenção do governo
00:31:13era privatizar.
00:31:14Colocar a gerência
00:31:15do hospital,
00:31:17do Amélia Lins,
00:31:18para uma empresa
00:31:18terceirizada.
00:31:20Entregar a gerência
00:31:21do hospital
00:31:21para uma empresa
00:31:22terceirizada.
00:31:23Enquanto esse processo
00:31:25está sendo discutido,
00:31:27fechou-se o hospital.
00:31:28Agora, por que ele
00:31:28não continua funcionando
00:31:30até resolver
00:31:30se vai...
00:31:32A gente está falando
00:31:32de hospital, né?
00:31:33Se vai entrar
00:31:35uma empresa
00:31:35terceirizada,
00:31:36se essa terceirização
00:31:37é possível.
00:31:38Porque há uma discussão
00:31:39em curso
00:31:40no Estado de Minas Gerais
00:31:41sobre a terceirização
00:31:42de serviços básicos,
00:31:43terceirização da educação,
00:31:45tem discussão
00:31:46no Tribunal de Contas,
00:31:47tem discussão
00:31:48na Justiça,
00:31:49participação
00:31:50do Ministério Público.
00:31:51A terceirização
00:31:52da gestão hospitalar
00:31:54também está sendo discutida,
00:31:55tem um projeto
00:31:56de tramitação
00:31:56na Assembleia Legislativa
00:31:57nesse sentido.
00:31:59Então,
00:32:00e o governo
00:32:00se posiciona como?
00:32:02Em relação
00:32:02a essa questão,
00:32:04o governo de Minas,
00:32:05que faz uma propaganda
00:32:06quem chega em Belo Horizonte
00:32:08e se olhar lá
00:32:09na cidade administrativa,
00:32:10quem chega na cidade
00:32:12ou sai de Belo Horizonte
00:32:13vai ver
00:32:14que a cidade administrativa
00:32:15está com uma grande propaganda
00:32:17dizendo que Minas
00:32:18está zerando
00:32:19a fila
00:32:21de cirurgias eletivas.
00:32:23Chega a ser até
00:32:24uma contradição
00:32:25a situação
00:32:25que a gente está vivendo
00:32:27com uma propaganda dessas.
00:32:28Qual a posição
00:32:29do governo
00:32:30em relação
00:32:30a tudo isso?
00:32:32Olha,
00:32:32só para explicar
00:32:33um pouquinho,
00:32:33a proposta
00:32:34do governo
00:32:35é que o Amélia Lins
00:32:36seja um hospital
00:32:37exclusivo
00:32:38para cirurgias eletivas.
00:32:40Então,
00:32:40ele fazia
00:32:41alguns atendimentos
00:32:42de urgência também,
00:32:43mas a ideia
00:32:44é que ele ficasse
00:32:45exclusivamente
00:32:46para cirurgias
00:32:47agendadas.
00:32:49Ele é mais
00:32:49na linha ortopédica,
00:32:50né?
00:32:50Isso, é.
00:32:51Nas cirurgias ortopédicas,
00:32:53né?
00:32:53Isso,
00:32:53que envolve
00:32:53muitas vezes
00:32:54pessoas que sofreram
00:32:55acidentes,
00:32:55acidentes de moto.
00:32:56Moto deve ter muito
00:32:57porque a gente tem
00:32:59a loucura de acidentes
00:33:00de moto, né?
00:33:01Você já fez matéria
00:33:02sobre isso também.
00:33:04E o João XXIII
00:33:07ele funciona
00:33:08como essa porta aberta
00:33:09para as urgências.
00:33:10O que a Femig
00:33:10falava,
00:33:12fala até hoje,
00:33:13é que o hospital
00:33:14deu conta
00:33:15de atender
00:33:15a demanda.
00:33:16Que o próprio
00:33:18secretário de saúde
00:33:20falou inúmeras vezes
00:33:22que diminuiu
00:33:23a taxa de mortalidade,
00:33:25diminuiu a fila,
00:33:27porém,
00:33:28eles também não
00:33:28apresentam números
00:33:29disso.
00:33:30Eles falam
00:33:31que o hospital
00:33:32deu conta
00:33:32de atender,
00:33:33os profissionais
00:33:34do hospital
00:33:35dizem que não
00:33:35e fica esse
00:33:36embate
00:33:37de discursos.
00:33:40É importante,
00:33:41só para voltar,
00:33:43antes de a gente
00:33:43fechar o tema,
00:33:44essa questão
00:33:44da terceirização,
00:33:46porque tem
00:33:47a discussão
00:33:49da privatização
00:33:50e da terceirização
00:33:51e a gente já vai
00:33:52vendo uns balões
00:33:53de ensaio
00:33:53do governo
00:33:54que isso
00:33:55não tem funcionado.
00:33:57E esse aspecto
00:33:58da terceirização
00:33:59do João Paulo
00:34:00é muito interessante,
00:34:01o profissional
00:34:03terceirizado,
00:34:04contratado ali
00:34:05para dar conta
00:34:05de emergência,
00:34:06ele é menos qualificado
00:34:07do que o profissional
00:34:08que já trabalha ali
00:34:10e ganha o dobro
00:34:11pelo plantão,
00:34:12mais que o dobro
00:34:12às vezes.
00:34:15Esse projeto
00:34:16de terceirização
00:34:16tem se mostrado
00:34:17ineficiente
00:34:18no João Paulo.
00:34:19Como é que é a relação,
00:34:21você ouviu
00:34:21profissionais lá
00:34:22em relação a isso,
00:34:23como é que fica
00:34:24o funcionamento
00:34:25do hospital
00:34:25em relação a isso?
00:34:26Porque o médico
00:34:26fica vendo
00:34:27o atendimento
00:34:28sendo feito,
00:34:29o atendimento
00:34:29muito menos complexo
00:34:30sendo feito
00:34:31pelo dobro
00:34:31do valor
00:34:32que ele recebe.
00:34:33É até difícil
00:34:33de imaginar
00:34:34como que isso
00:34:34funciona
00:34:35enquanto uma empresa,
00:34:37enquanto um corpo técnico
00:34:39precisa funcionar
00:34:40também de forma...
00:34:41E a empresa
00:34:41que fornece
00:34:42a mão de obra
00:34:42é remunerada também.
00:34:43Claro,
00:34:44pois é.
00:34:47Eu vou falar
00:34:48um pouquinho melhor
00:34:49sobre isso
00:34:49na matéria
00:34:50que vai ser publicada
00:34:50amanhã,
00:34:52mas um ponto importante
00:34:53do João Paulo também
00:34:54é lembrar
00:34:55que ele está
00:34:55num pacote
00:34:57de outros três hospitais
00:34:59para ele ser concedido
00:35:01também a iniciativa privada.
00:35:03Esse projeto
00:35:03está em votação
00:35:04na Assembleia,
00:35:04mas ele está parado.
00:35:05E essa questão
00:35:07do profissional
00:35:08que chega,
00:35:09que ele vem
00:35:10atender essa lacuna,
00:35:12os médicos
00:35:12eles não são contra.
00:35:13Acho que é importante
00:35:14a gente colocar
00:35:15que a equipe,
00:35:16o quadro clínico
00:35:18da unidade
00:35:19não é contra
00:35:20chamar profissionais
00:35:21para poder reforçar,
00:35:22ainda que seja
00:35:23nessa situação
00:35:24de PJ.
00:35:26Mas eles querem
00:35:27que isso seja feito
00:35:28só em casos
00:35:28de urgência,
00:35:30como é o período
00:35:31atual que a gente
00:35:31tem uma alta demanda
00:35:33por doenças respiratórias.
00:35:36E não é isso
00:35:36que tem acontecido.
00:35:37O Estado tem colocado
00:35:38esses profissionais
00:35:39terceirizados ali
00:35:41para suprir a demanda
00:35:42de eles não terem
00:35:43uma equipe,
00:35:44segundo os profissionais
00:35:46dizem,
00:35:46não terem uma equipe
00:35:47completa.
00:35:49E acontece também
00:35:50de os próprios servidores
00:35:52que trabalham
00:35:53no João Paulo
00:35:54receberem anúncio
00:35:56dessas empresas
00:35:57para eles irem
00:35:58dar plantão
00:35:58na unidade.
00:36:00E aí chega um anúncio,
00:36:01vem a dar
00:36:02plantão
00:36:03no João Paulo II,
00:36:04hospital de referência
00:36:05no tratamento
00:36:06de doenças respiratórias.
00:36:08E o valor,
00:36:10o dobro
00:36:10do que eles próprios
00:36:12recebem pelo Estado
00:36:13para poder pegar
00:36:14plantão extra.
00:36:15E isso causa
00:36:17um grande desconforto
00:36:18entre os profissionais,
00:36:19um incômodo
00:36:20e uma sensação
00:36:22de para que eu vou
00:36:22pegar plantão
00:36:23se eu vou receber menos
00:36:24e vai chegar uma pessoa
00:36:25que não é capacitada
00:36:27para poder atuar aqui.
00:36:29E esse profissional
00:36:30que chega
00:36:30ele acaba não ajudando
00:36:31em grande coisa.
00:36:33Fica o convite
00:36:34então para o nosso ouvinte
00:36:35ler essa matéria
00:36:35que a Silvia vai publicar
00:36:36no sábado
00:36:37que vai falar especificamente
00:36:38sobre terceirização.
00:36:40Para ler toda a série
00:36:41que está muito boa.
00:36:43É inacreditável,
00:36:44né, Alessandro?
00:36:45É a forma como o governo
00:36:47vai atropelando
00:36:48o rito legal,
00:36:49a forma de governar.
00:36:51Porque ele enviou
00:36:53esse projeto à Assembleia.
00:36:54Por que não esperar
00:36:55que a Assembleia discuta?
00:36:56Porque são os representantes
00:36:57do povo ali
00:36:58para poderem discutir.
00:36:58Eles são eleitos
00:36:59para isso.
00:37:00E enquanto a Assembleia
00:37:01não aprova,
00:37:03isso não acontece
00:37:03só com os hospitais.
00:37:05Isso acontece com as escolas,
00:37:06isso aconteceu com o regime
00:37:07de recuperação fiscal.
00:37:09O que a Assembleia
00:37:10apresenta ao governo
00:37:12uma dificuldade de tramitação,
00:37:14eles vão fazendo aos poucos, né?
00:37:15Por outras vias.
00:37:16A Semig, né?
00:37:16Vai vendendo uma usina aqui,
00:37:19outra colar.
00:37:20E esse exemplo
00:37:21da terceirização
00:37:22é muito interessante, né?
00:37:24Porque imagina
00:37:24você está lá trabalhando
00:37:25e existe uma propaganda
00:37:28para você ir
00:37:29para uma empresa privada
00:37:31e receber a mais
00:37:33do que você recebe,
00:37:34sendo que você é lotado
00:37:36naquela unidade,
00:37:37você conhece
00:37:37o funcionamento da unidade,
00:37:39sabe o serviço
00:37:40que precisa ser prestado,
00:37:41o tipo de paciente
00:37:42que recorre
00:37:42àquele equipamento.
00:37:45Então, assim,
00:37:46é muito impactante mesmo
00:37:47esse relato
00:37:49que a Silvia traz
00:37:49sobre a terceirização
00:37:51na tratorada, né?
00:37:53A qualquer custo.
00:37:54E uma área fundamental
00:37:55para a população
00:37:57que é a saúde, né?
00:37:58Saúde e educação, né?
00:37:59São as áreas
00:38:00que o Estado
00:38:00tem mais que investir
00:38:02por força de lei,
00:38:03tem mínimo constitucional
00:38:05e que são as coisas
00:38:06mais importantes
00:38:07na vida do cidadão,
00:38:08educação e saúde, né?
00:38:10E são aparelhos, né?
00:38:12A saúde em geral
00:38:13que demandam
00:38:14uma gestão
00:38:14muito mais complexa
00:38:16do que gerir
00:38:17uma empresa, por exemplo.
00:38:18Isso é importante, né?
00:38:20Eu acho que é o que a gente
00:38:20tem que convidar
00:38:21as pessoas a pensar
00:38:22porque talvez
00:38:23o nosso pensamento
00:38:24médio
00:38:25ou imediato
00:38:26é de falar
00:38:27sobre essa ideia
00:38:29de terceirização
00:38:31ou de privatização
00:38:32como um avanço
00:38:33da eficiência
00:38:34sobre o poder público,
00:38:35mas eu acho que
00:38:36o ponto mais básico
00:38:38do pensamento
00:38:38precisa ser
00:38:39esse que a Alessandra falou.
00:38:42A empresa
00:38:42que está cedendo
00:38:43esses funcionários
00:38:44está lucrando com isso.
00:38:47Então,
00:38:47é eficiente
00:38:48quando a gente
00:38:49pensa numa terceirização
00:38:50ou numa privatização
00:38:51porque o objetivo
00:38:52de qualquer empresa
00:38:52privada
00:38:53é lucrar.
00:38:54Então,
00:38:54desde que ela seja
00:38:55superavitária,
00:38:56deu certo.
00:38:58Se o serviço
00:38:58está sendo
00:38:59concedido à população
00:39:01de forma eficiente,
00:39:02de forma satisfatória,
00:39:03isso é um adendo
00:39:05ao objetivo principal
00:39:07de qualquer empresa
00:39:07privada.
00:39:08Isso não é um problema.
00:39:10Isso é a forma
00:39:11como as coisas funcionam.
00:39:12Não estou fazendo
00:39:13aqui uma crítica,
00:39:14mas a gente tem que pensar
00:39:15que isso funciona
00:39:16para uma empresa,
00:39:17uma loja,
00:39:18uma empresa de gestão
00:39:20de pessoas,
00:39:21o RH.
00:39:22Um hospital,
00:39:23uma escola,
00:39:24ela tem obrigação
00:39:25de atender o público
00:39:26que precisa dela.
00:39:27E isso é uma prerrogativa
00:39:28do Estado,
00:39:29não é uma prerrogativa
00:39:30do privado.
00:39:31Isso mesmo.
00:39:32O Estado tem que estar
00:39:33presente nessas áreas.
00:39:35Então, assim,
00:39:35a gente não pode olhar
00:39:36para esse caso
00:39:37da terceirização
00:39:37do João Paulo II
00:39:38que a Silvia falou,
00:39:39por exemplo,
00:39:39e pensar,
00:39:40hum, está dando errado.
00:39:41Não, a gente tem que olhar
00:39:42e pensar,
00:39:42hum, é uma empresa privada
00:39:44que está oferecendo serviço.
00:39:45O funcionário dela
00:39:45está ganhando mais,
00:39:46o dobro,
00:39:47mais que o dobro,
00:39:47ela está lucrando,
00:39:49está dando certo.
00:39:50Agora,
00:39:50quem precisa ser atendido
00:39:51está satisfeito com isso?
00:39:54Não está.
00:39:55Então,
00:39:56é nesse ponto
00:39:57que a discussão
00:39:58sobre essa questão
00:39:59da gestão
00:40:00dos equipamentos públicos
00:40:02precisa partir,
00:40:04na minha opinião.
00:40:05E a série da Silvia
00:40:08mostra esse caos
00:40:10estrutural
00:40:11nos serviços de saúde
00:40:13do Estado de Minas Gerais
00:40:15e tem essa discussão
00:40:16muito importante
00:40:17sendo feita também
00:40:18a reboque.
00:40:19Amanhã a gente vai ver
00:40:20novamente,
00:40:21e dessa vez,
00:40:22de forma mais específica,
00:40:23a questão da terceirização.
00:40:24De novo,
00:40:25convido nosso ouvinte
00:40:25a acompanhar
00:40:27no em.com.br
00:40:28e também na edição
00:40:29impressa do jornal.
00:40:30Bom,
00:40:32vamos continuar falando
00:40:33de privatização
00:40:35e de papel do Estado
00:40:37e contas públicas.
00:40:38Tem uma que o governo
00:40:38Zema mais gosta,
00:40:40privatização.
00:40:42É uma constante,
00:40:43assim,
00:40:44em vários estados
00:40:45e é também
00:40:46aqui em Minas Gerais.
00:40:48Vamos para o terceiro bloco
00:40:49para poder falar
00:40:50de Propag.
00:40:51É uma discussão
00:40:52muito técnica,
00:40:54é difícil até
00:40:55para a gente
00:40:55que é jornalista
00:40:56tentar fazer esse assunto
00:40:57virar uma coisa
00:40:58palatável,
00:41:00discutível
00:41:01pelas pessoas
00:41:03durante o dia a dia,
00:41:05mas é muito importante
00:41:06que essa discussão
00:41:07seja feita agora,
00:41:08antes que as decisões
00:41:08sejam tomadas
00:41:09por quem envolve
00:41:11o futuro do Estado
00:41:12de Minas Gerais.
00:41:14Para recapitular,
00:41:15Minas Gerais tem uma dívida
00:41:16de mais de 30 anos
00:41:17com a União,
00:41:17hoje está em R$ 170 bilhões,
00:41:19uma dívida que foi aumentada
00:41:21progressivamente,
00:41:21não porque o Estado
00:41:23contratou novos empréstimos,
00:41:24mas porque existe
00:41:24uma taxa de juros
00:41:26muito alta
00:41:26que vai sempre aumentando
00:41:28esse valor
00:41:28e que hoje chegou
00:41:30a R$ 170 bilhões.
00:41:31O governo do Estado
00:41:32de Minas Gerais,
00:41:33desde que Zema assumiu,
00:41:34tenta o ingresso
00:41:35no regime de recuperação fiscal,
00:41:36conseguiu via STF
00:41:39esse ingresso
00:41:39no fim do ano passado,
00:41:41que é um modelo
00:41:42criado no governo
00:41:45Michel Temer,
00:41:46que é um modelo
00:41:47de austeridade,
00:41:48que reduz a necessidade
00:41:49de investimentos,
00:41:50que faz um arrocho
00:41:51ali nas contas públicas
00:41:53para poder adequar
00:41:55o orçamento do Estado
00:41:56ao pagamento dessa dívida.
00:41:57E que só prolonga a dívida.
00:41:58E que só prolonga a dívida,
00:41:59no fim das contas,
00:42:00ele não favorece
00:42:01o pagamento da dívida.
00:42:02Durante essa discussão
00:42:03do RRF,
00:42:04acabou havendo
00:42:06algumas reuniões
00:42:07de deputados estaduais,
00:42:08principalmente deputados
00:42:09da oposição,
00:42:10com a participação
00:42:11muito efetiva
00:42:12do presidente da Assembleia,
00:42:13o Tadeu Martins Leite,
00:42:15junto à equipe econômica
00:42:16do governo federal
00:42:17e capitaneado
00:42:18pelo senador
00:42:18Rodrigo Pacheco,
00:42:19que na época
00:42:20era o presidente do Senado.
00:42:22Eles bolaram o Propag,
00:42:23que é o Programa de Pleno Pagamento
00:42:25das Dívidas dos Estados,
00:42:26que, de forma muito simplória,
00:42:29ele estabelece
00:42:29que os Estados
00:42:30que aderirem ao Propag
00:42:31vão ter 30 anos
00:42:33para parcelar
00:42:34esse estoque da dívida
00:42:35e tem alguns mecanismos
00:42:36que vão reduzir
00:42:37o indexador de juros.
00:42:39O juros cobrado
00:42:40sobre as parcelas
00:42:41hoje das dívidas dos Estados,
00:42:43ele é definido
00:42:43pela inflação,
00:42:45mais 4% ao ano.
00:42:46Se os Estados
00:42:47entrarem nesses mecanismos,
00:42:49eles vão poder ir cortando
00:42:50pontos percentuais
00:42:51desses juros que é cobrado.
00:42:52O ponto mais importante
00:42:53para Minas Gerais
00:42:54é a federalização
00:42:55de ativos.
00:42:56Minas Gerais pode,
00:42:58por exemplo,
00:43:00com imóveis
00:43:01ou com empresas estatais,
00:43:03amortizar uma parte
00:43:04desse estoque da dívida.
00:43:06Se o pagamento
00:43:07desse estoque
00:43:08for superior
00:43:09a 20% do valor total,
00:43:11a gente está falando
00:43:12de 170 bilhões,
00:43:13portanto,
00:43:1320% seriam 34 bilhões,
00:43:16cai em 2%
00:43:17desses juros.
00:43:18Então, Minas Gerais
00:43:18precisa chegar
00:43:19a esses 34 bilhões
00:43:20amortizar a dívida
00:43:22e o valor restante
00:43:23vai ser parcelado
00:43:25em 30 anos
00:43:26já sem pelo menos
00:43:27esses 2% de juros.
00:43:29Minas Gerais
00:43:29é capaz,
00:43:31inclusive,
00:43:31de zerar totalmente
00:43:32o valor acrescido
00:43:33à inflação.
00:43:34Então,
00:43:35se tudo der certo,
00:43:38dentro dos modos
00:43:38do Propag,
00:43:40conseguir parcelar
00:43:42sua dívida
00:43:42em 30 anos
00:43:43sem um aumento real,
00:43:45só a inflação
00:43:46sendo acrescida
00:43:47como juros.
00:43:47É o feirão
00:43:48limpa-nome
00:43:49do governo federal.
00:43:50É engraçado
00:43:52que o Pacheco
00:43:53até falou,
00:43:53a gente quer
00:43:54como se fosse
00:43:54um refis
00:43:55que existe
00:43:56para as empresas,
00:43:57facilitar que o Estado
00:43:58pague a dívida,
00:43:59vai ser bom
00:43:59para todo mundo,
00:44:00o governo federal
00:44:00gostou
00:44:01porque é o credor
00:44:02que vai receber dinheiro,
00:44:05o governo estadual
00:44:06gostou
00:44:06porque vai limpar
00:44:07esse débito gigantesco
00:44:08que tem aí
00:44:09atrapalhando,
00:44:10assombrando
00:44:10as contas do Estado,
00:44:12mas a questão
00:44:12que entra agora,
00:44:14que é o que a gente
00:44:14vai discutir aqui,
00:44:15é como Minas Gerais
00:44:16vai entrar no Propag.
00:44:17O Propag foi
00:44:19regulamentado
00:44:20em abril
00:44:20e essa regulamentação
00:44:22foi importante
00:44:22principalmente porque
00:44:23estabeleceu um cronograma,
00:44:25um cronograma de datas
00:44:26para adesão.
00:44:28Os Estados
00:44:28têm até o dia 31 de outubro
00:44:30para poder apresentar
00:44:32para o governo federal
00:44:33o projeto de ativos
00:44:34que eles querem federalizar.
00:44:36Isso já com o valor orçado,
00:44:38provavelmente vai
00:44:39contratar uma consultoria
00:44:40para poder falar,
00:44:41olha,
00:44:41a CEMIG vale tanto,
00:44:42a COPASA vale tanto,
00:44:43queremos federalizar
00:44:44esses ativos.
00:44:46O governo federal,
00:44:46junto com o BNDES,
00:44:47o Banco Nacional
00:44:48de Desenvolvimento
00:44:49Econômico e Social,
00:44:51vai analisar esses valores,
00:44:52ver se faz sentido
00:44:53e vai dar uma resposta
00:44:55e até o dia 31 de dezembro
00:44:57os Estados têm que definir
00:44:59se vão entrar no Propag
00:45:00ou não.
00:45:00Minas Gerais,
00:45:01por exemplo,
00:45:01se entrar no Propag,
00:45:02sai do regime
00:45:03de recuperação fiscal
00:45:04e aí parcelam a dívida
00:45:06e tal.
00:45:07Aí entra a discussão.
00:45:09Na quinta-feira,
00:45:11na quarta-feira,
00:45:12o vice-governador
00:45:14Matheus Simões
00:45:14foi até a Assembleia
00:45:16para essa cerimônia
00:45:17de protocolar,
00:45:19de entregar ali
00:45:20na Secretaria da Assembleia
00:45:22os projetos de lei
00:45:23que o Estado precisa
00:45:25que sejam votados
00:45:27dentro da Assembleia
00:45:27para viabilizar
00:45:28a adesão ao Propag.
00:45:31Então,
00:45:31são várias instâncias
00:45:34envolvidas nessa discussão.
00:45:35São 11 pessoas, né?
00:45:35É,
00:45:36são várias instâncias
00:45:36envolvidas nessa discussão.
00:45:38O governo de Minas
00:45:39tem que aderir
00:45:40a um programa
00:45:41no governo federal,
00:45:42mas precisa
00:45:42da autorização
00:45:43dos deputados aqui,
00:45:44porque vai envolver,
00:45:46por exemplo,
00:45:47a privatização de empresas
00:45:48ou a federalização
00:45:49de empresas
00:45:49que a Assembleia
00:45:50tem a prerrogativa
00:45:51de autorização.
00:45:52No tempo curto, né?
00:45:52No tempo curto.
00:45:53E são,
00:45:54no total,
00:45:55o pacote,
00:45:55são 13 projetos.
00:45:57O Simões foi lá
00:45:57e entregou 10,
00:45:58outros três já estavam lá,
00:46:00que são os projetos
00:46:01que a gente vai falar
00:46:01com mais foco
00:46:03daqui para frente.
00:46:04Então,
00:46:04essa aqui foi a notícia
00:46:05de quinta-feira,
00:46:06mas a notícia
00:46:06que sai no Jornal de hoje
00:46:07foi a ida
00:46:09do Matheus Simões
00:46:10até a Assembleia
00:46:11para poder explicar
00:46:12como que vai ser,
00:46:14qual que é o projeto
00:46:15do governador
00:46:16Romeu Zema
00:46:17para o ingresso
00:46:18no PROPAR.
00:46:19Então,
00:46:19ontem foi um dia
00:46:20quente na Assembleia,
00:46:21porque as informações
00:46:23ainda não estão disponíveis.
00:46:26O texto na íntegra
00:46:26dos projetos
00:46:27não está disponível,
00:46:28só depois que eles
00:46:29são lidos em plenário.
00:46:30Os deputados ainda não sabem.
00:46:31Então,
00:46:31isso foi uma crítica
00:46:32feita ao Simões.
00:46:33Como que você vem aqui,
00:46:34sendo que a gente
00:46:34nem tem os projetos?
00:46:36O Simões,
00:46:36por outro lado,
00:46:36disse,
00:46:37não,
00:46:37eu não vim aqui
00:46:37discutir o projeto,
00:46:38vim aqui apresentar
00:46:39meu plano.
00:46:40Então,
00:46:40ele,
00:46:41que agora é Matheus Simões,
00:46:42mas foi durante
00:46:43um tempo
00:46:43professor Matheus,
00:46:45foi lá dar uma aula.
00:46:46Então,
00:46:46ele colocou ali
00:46:47o slide dele
00:46:48e essa reunião
00:46:49na Comissão de Fiscalização
00:46:51Financeira e Orçamentária
00:46:52durou quase seis horas.
00:46:55Matheus Simões
00:46:55falou bastante tempo
00:46:56e depois ouviu
00:46:58quase 20 deputados
00:46:59perguntando,
00:47:00alguns perguntando,
00:47:01alguns elogiando,
00:47:02os deputados da base,
00:47:04fazendo,
00:47:04tentando entender
00:47:05como que vai ser
00:47:06esse ingresso.
00:47:06vou trazer aqui
00:47:08para a gente
00:47:09abrir a discussão
00:47:10alguns dos pontos
00:47:11principais
00:47:12apresentados
00:47:12pelo Matheus Simões.
00:47:14O primeiro deles,
00:47:15que eu acho
00:47:16que é o mais importante,
00:47:17foi que ele disse
00:47:18que o Estado
00:47:18precisa ter
00:47:19uma certa gordura
00:47:20na apresentação
00:47:21dos ativos
00:47:22que ele quer federalizar.
00:47:24A gente chegou
00:47:24aqui nesse cálculo
00:47:25de 34 bilhões,
00:47:26é o necessário
00:47:27para atingir os 20%,
00:47:28reduzir os juros
00:47:29e amortizar a dívida.
00:47:31Minas precisa
00:47:31dos 34.
00:47:31só que o Estado
00:47:34não tem uma garantia
00:47:35de que o governo federal
00:47:36vai aceitar
00:47:37todos os ativos
00:47:39que foram apresentados,
00:47:40porque o governo federal
00:47:40tem a prerrogativa
00:47:41de olhar para algum ativo
00:47:43e falar,
00:47:43não,
00:47:43isso aqui não é do meu interesse.
00:47:45Ele é um credor, né?
00:47:46É.
00:47:47Então, ele vai falar,
00:47:47não,
00:47:48isso aqui não é interessante e tal.
00:47:49Então, o Matheus Simões
00:47:50trabalha com essa gordura
00:47:52de 6 bilhões
00:47:53que seria um espaço
00:47:54de recusa segura.
00:47:56Então, o governo federal
00:47:57pode olhar para algum ativo
00:47:58e falar,
00:47:59não, isso aqui eu não quero,
00:48:00mas mesmo assim
00:48:00o Minas Gerais
00:48:01vai ter uma certa
00:48:02margem ali
00:48:04para trabalhar
00:48:04e atingir ainda assim
00:48:06os 34 bilhões.
00:48:08Simões foi
00:48:08e falou com todas as letras
00:48:10dos deputados
00:48:11que se na Assembleia
00:48:12não aprovar
00:48:13a entrega
00:48:15de 40 bilhões
00:48:16em ativos
00:48:17para o governo federal,
00:48:18Minas não adere
00:48:19ao Propag
00:48:19e Minas continua
00:48:20no regime de recuperação fiscal.
00:48:21Esse é o primeiro ponto.
00:48:23Foi lá na Assembleia
00:48:24e falou com todas as letras
00:48:25e esse vai ser o jogo
00:48:26do governo do Estado.
00:48:28Tem que chegar
00:48:29ao valor de 40 bilhões,
00:48:30senão não tem jogo,
00:48:31senão não tem conversa.
00:48:32Isso já irritou um pouco
00:48:33a oposição,
00:48:33essa postura
00:48:34um pouco intransigente.
00:48:36O outro ponto importante
00:48:38que a gente precisa falar
00:48:39é que ele ressuscita
00:48:42a discussão
00:48:42de privatização
00:48:43da CEMIG e da Copasa.
00:48:46E aí,
00:48:46essa é uma discussão
00:48:46que deve render
00:48:47bastante na Assembleia.
00:48:49Porque essa conta
00:48:50de 40 bilhões
00:48:51tem um calculozinho
00:48:52mágico ali
00:48:53do Simões.
00:48:53A maior parte deles,
00:48:54mais de metade deles,
00:48:55vem da Codemig,
00:48:57que é uma empresa
00:48:57de extração de nióbio,
00:48:59que o governo federal
00:48:59tem muito interesse.
00:49:01Isso aí eles tomam
00:49:02por garantido
00:49:02que o governo
00:49:03vai aceitar,
00:49:05vai querer.
00:49:05São 22 bilhões,
00:49:07esse valor pode variar,
00:49:08dependendo de como
00:49:09for a consultoria
00:49:10do valor da Codemig.
00:49:12Outra parte
00:49:13vem de imóveis,
00:49:14outra parte
00:49:14vem inclusive
00:49:15da empresa mineira
00:49:16de comunicação,
00:49:17que tem a Rede Minas
00:49:18e a Rádio Inconfidência,
00:49:19uma outra parte
00:49:20vem de valores
00:49:20de dívida ativa
00:49:21e uma outra parte
00:49:23de lei Candir,
00:49:24de compensação,
00:49:25e uma outra parte
00:49:26significativa
00:49:26vem de CEMIG
00:49:28e Copasa.
00:49:29Aí entra a questão.
00:49:31O Propag
00:49:32foi inclusive
00:49:32ventilado
00:49:33com um programa
00:49:35que ia sepultar
00:49:36essa tentativa
00:49:37do governo Zema
00:49:38de privatizar
00:49:38essas duas empresas,
00:49:39a empresa de saneamento
00:49:40e a empresa de energia
00:49:41de Minas Gerais.
00:49:42Esse é um projeto
00:49:43que desde o primeiro mandato
00:49:44é uma fixação
00:49:46do governador Romeu Zema.
00:49:47Em 2023,
00:49:49o governo enviou
00:49:50à Assembleia
00:49:51uma PEC,
00:49:52uma Proposta de Emenda
00:49:53à Constituição,
00:49:53que, portanto,
00:49:54altera a Constituição
00:49:55de Minas Gerais,
00:49:56que prevê,
00:49:58desde o início
00:49:59dos anos 2000,
00:50:00com o governador
00:50:00Itamar Franco,
00:50:02que a privatização
00:50:03de CEMIG,
00:50:05Copasa
00:50:05e GASMIG
00:50:06precisam ser aprovadas
00:50:08pela população
00:50:09de Minas Gerais.
00:50:10Se você quiser privatizar
00:50:11CEMIG,
00:50:12Copasa
00:50:12ou GASMIG,
00:50:13vai ter que fazer
00:50:14um referendo.
00:50:15a gente,
00:50:16então,
00:50:16nós,
00:50:17população mineira,
00:50:18vamos ter que lá votar.
00:50:19Eu aprovo
00:50:20a venda da CEMIG
00:50:21ou eu reprovo
00:50:22a venda da CEMIG.
00:50:23Isso foi criado
00:50:24em uma votação
00:50:25unânime
00:50:26dentro da Assembleia
00:50:26à época
00:50:27para poder evitar
00:50:28que governadores,
00:50:30governo de plantão,
00:50:31venham desses ativos
00:50:32tão importantes
00:50:33para a população.
00:50:34É considerado
00:50:34dentro da Assembleia,
00:50:35inclusive por deputados
00:50:36da base,
00:50:37uma grande vitória
00:50:38legislativa,
00:50:39uma coisa
00:50:40quase sacralizada.
00:50:42o governo
00:50:43de Minas
00:50:44tentou,
00:50:44em 2023,
00:50:45enviou uma PEC
00:50:45à Assembleia
00:50:47para derrubar
00:50:47a necessidade
00:50:48do referendo.
00:50:49Portanto,
00:50:49liberando que,
00:50:50desde que a Assembleia
00:50:51aprove,
00:50:53dá para privatizar
00:50:53CEMIG e Copasa.
00:50:54Essa PEC
00:50:55não andou,
00:50:56ficou parada.
00:50:57Em 2024,
00:50:58o governo
00:50:58voltou a discutir
00:51:00essa PEC
00:51:00porque enviou
00:51:00dois projetos
00:51:01de lei,
00:51:02um para privatizar
00:51:03CEMIG,
00:51:04outro para privatizar
00:51:05Copasa.
00:51:06Esses projetos
00:51:06também não andaram.
00:51:08E agora,
00:51:08é mais uma investida
00:51:09pela privatização.
00:51:10parecia que
00:51:12não ia ter mais
00:51:13esse assunto
00:51:13porque o Propag
00:51:14ia ter a federalização.
00:51:16Então,
00:51:16assim,
00:51:17a saneamento
00:51:18e a energia
00:51:18de Minas Gerais
00:51:19seguiriam
00:51:20como empresas estatais.
00:51:22Exato,
00:51:23na mão do governo federal
00:51:23e não do governo do Estado.
00:51:25Mas,
00:51:25o governo de Minas
00:51:26deu a volta
00:51:27e voltou
00:51:29a pautar a privatização.
00:51:31Por quê?
00:51:31Qual é a argumentação
00:51:32que o Matheus Simões
00:51:33apresentou?
00:51:34A Copasa,
00:51:35por ser uma empresa
00:51:36de saneamento básico,
00:51:37já existe uma sinalização
00:51:38prévia,
00:51:39segundo o Simões,
00:51:40do governo federal
00:51:41de não aceitar
00:51:42a federalização.
00:51:44Porque o saneamento
00:51:45é uma prerrogativa
00:51:46dos Estados,
00:51:47o governo federal
00:51:48não tem uma expertise
00:51:49em gerir
00:51:50esse tipo de companhia
00:51:51e aí a Copasa
00:51:53ficaria meio escanteada.
00:51:54Então,
00:51:55qual que é a ideia
00:51:55do governador?
00:51:56Privatiza a Copasa,
00:51:58usa o dinheiro
00:51:59da privatização
00:51:59para poder pagar a dívida.
00:52:01Então,
00:52:02ele inclui aí
00:52:03a privatização
00:52:04e não a federalização
00:52:05da Copasa
00:52:06no escopo do Propag.
00:52:07No caso da CEMIG,
00:52:08a argumentação
00:52:09é um pouco diferente,
00:52:10porque o modelo
00:52:10de privatização
00:52:11que o Estado
00:52:11quer fazer
00:52:12é um modelo
00:52:13chamado Corporation,
00:52:15porque a empresa
00:52:16já tem capital
00:52:16aberto,
00:52:17Minas Gerais
00:52:17tem cerca
00:52:18de 17%
00:52:19das ações
00:52:20que dão direito
00:52:21a voto,
00:52:21e nesse modelo,
00:52:24segundo o vice-governador
00:52:26Matheus Simões,
00:52:27a gestão da CEMIG
00:52:29ela tem
00:52:30no seu regulamento
00:52:31a possibilidade
00:52:33de que os acionistas
00:52:34minoritários
00:52:35exijam a compra
00:52:36de sua participação
00:52:37na empresa
00:52:38se houver
00:52:38uma troca de comando.
00:52:40Então,
00:52:41se federalizar
00:52:42a CEMIG
00:52:43na visão do governo estadual,
00:52:45configuraria
00:52:45uma troca de comando,
00:52:46porque a gestão
00:52:47passaria
00:52:47do governo de Minas
00:52:48para o governo federal.
00:52:49Então,
00:52:50os acionistas minoritários
00:52:51poderiam exigir
00:52:52que as ações dele
00:52:53fossem compradas
00:52:54pelo governo do estado.
00:52:55Antes da federalização.
00:52:57Antes da federalização.
00:52:58Então, vamos supor,
00:52:59Larissa tem uma parte
00:53:00das ações
00:53:00da CEMIG,
00:53:02Alessandra tem outra parte,
00:53:04Silvia tem outra parte.
00:53:05Larissa tem cinco,
00:53:06Silvia tem sete,
00:53:07Alessandra tem dez.
00:53:10Eu vou federalizar,
00:53:11vocês vão virar
00:53:12para mim,
00:53:12que sou o governo de Minas,
00:53:13e falar,
00:53:13o negócio é o seguinte,
00:53:14eu vou usar aqui
00:53:16do meu...
00:53:16Eu não quero
00:53:17ter ações
00:53:19nessa empresa
00:53:19se ela for gerida
00:53:20pelo governo federal,
00:53:21está tendo uma troca
00:53:21de comando,
00:53:22eu vou exercer
00:53:23o meu direito
00:53:23de obrigação de compra.
00:53:25No cálculo
00:53:25do Matheus Simões,
00:53:27se isso acontecer,
00:53:28o governo do estado
00:53:28tem que comprar
00:53:29essas ações
00:53:30que valem
00:53:3129 bilhões de reais.
00:53:33E o dinheiro
00:53:34que Minas ganharia
00:53:35com a federalização
00:53:35da CEMIG
00:53:36seria 7 bilhões de reais.
00:53:38Então,
00:53:38na prática,
00:53:39segundo o governo estadual,
00:53:40a federalização
00:53:41da CEMIG
00:53:41significaria
00:53:42para os cofres públicos
00:53:43uma perda
00:53:44de 22 bilhões de reais.
00:53:46Então,
00:53:46seria uma contratação
00:53:47de uma nova dívida.
00:53:48resultado,
00:53:49para entrar
00:53:50no PROPAG
00:53:51não vai federalizar
00:53:52a CEMIG,
00:53:52a gente precisa
00:53:53privatizar a CEMIG
00:53:54nesse modelo
00:53:55de corporation.
00:53:56Então,
00:53:57retoma esse projeto.
00:53:58Isso tudo
00:53:59para dizer que
00:54:00a ida dos Simões
00:54:01ontem
00:54:02à Assembleia
00:54:03e os projetos
00:54:04enviados
00:54:04do PROPAG
00:54:05têm,
00:54:06pelo menos agora,
00:54:07nesse momento,
00:54:08esse cenário.
00:54:10Primeiro,
00:54:11a gente precisa
00:54:11conseguir viabilizar
00:54:12esses 40 bilhões
00:54:13na Assembleia
00:54:13até outubro,
00:54:14senão a gente
00:54:15não vai entrar.
00:54:16O vice-governador
00:54:17falou com todas as letras.
00:54:19Segundo,
00:54:20CEMIG e Copasa
00:54:20precisam ser privatizadas.
00:54:23Essa discussão
00:54:23vai ser retomada
00:54:24na Assembleia.
00:54:25Vamos ver se agora
00:54:26com força suficiente
00:54:27para derrubar
00:54:27a PEC
00:54:28ou pelo menos
00:54:29para ela começar
00:54:30a tramitar.
00:54:31Mas,
00:54:32o cenário é esse,
00:54:33né, Alessandra?
00:54:34Minas vai voltar
00:54:35com essa discussão.
00:54:36É,
00:54:37e um prazo curto,
00:54:38né,
00:54:38para tanta polêmica,
00:54:40né,
00:54:40isso vai ser
00:54:41um teste
00:54:42de fogo
00:54:43para o governador
00:54:44Zema
00:54:44e ver como vai
00:54:46se posicionar.
00:54:47Inclusive,
00:54:48o presidente da Assembleia,
00:54:49que é um defensor
00:54:50da federalização
00:54:51da CEMIG
00:54:51nos moldes
00:54:53do que foi proposto
00:54:54pelo Propag
00:54:55e não desse modelo
00:54:55apresentado pelo governador.
00:54:57É, inclusive,
00:54:57o presidente da Assembleia
00:54:58quem segura,
00:55:00por força do poder
00:55:01que ele tem
00:55:02em função do regimento
00:55:03da lei orgânica
00:55:04do legislativo,
00:55:05é ele quem segura
00:55:06a pauta
00:55:07das privatizações,
00:55:08porque cabe ao presidente
00:55:09fazer a pauta
00:55:10do que vai ser colocado
00:55:11em votação.
00:55:12E o Zema ainda,
00:55:13perdão,
00:55:14e o Simões ontem ainda
00:55:15também atrelou,
00:55:17né,
00:55:18a essa questão
00:55:19do Propag,
00:55:20a derrubada dos vetos
00:55:21que o governo federal
00:55:23fez na proposta
00:55:25do Propag,
00:55:26que são os vetos.
00:55:27O governo federal
00:55:28vetou a possibilidade
00:55:30do próprio governo federal
00:55:31assumir as dívidas
00:55:33de Minas
00:55:33nesse refinanciamento
00:55:35contraídas
00:55:36com instituições privadas.
00:55:37O governo federal
00:55:38só quer refinanciar
00:55:39a dívida que o Estado
00:55:41tem com ele mesmo,
00:55:42não refinanciar
00:55:44a dívida que o Estado
00:55:45contraiu
00:55:46com instituições privadas.
00:55:47E o Simões
00:55:48disse ontem também,
00:55:49né, Bernardo,
00:55:50nesse sentido,
00:55:51que aumento
00:55:51para o funcionalismo
00:55:52só será possível
00:55:54ano que vem,
00:55:55esse ano está
00:55:55completamente descartado,
00:55:57se os vetos
00:55:59forem derrubados.
00:56:01Então,
00:56:01mais uma vez,
00:56:02vira também
00:56:03aquele jogo
00:56:04entre governo federal
00:56:06e governo estadual,
00:56:07que no fundo,
00:56:08no fundo,
00:56:09tem como,
00:56:11tem como pônei de fundo,
00:56:14na verdade,
00:56:15a disputa presidencial
00:56:17do ano que vem.
00:56:18O Simões também
00:56:18disse uma coisa
00:56:19muito interessante ontem,
00:56:21que claramente
00:56:21disse que vai assumir
00:56:23o governo de Minas
00:56:24antecipadamente,
00:56:25ano que vem,
00:56:26já deixando claro
00:56:28que...
00:56:28Falou que nessa altura
00:56:29do ano,
00:56:29em 26,
00:56:30ele já vai ser o governador.
00:56:31Já vai ser o governador,
00:56:32deixando claro
00:56:33que Zema vai sair
00:56:35para candidatar
00:56:37algum cargo,
00:56:38seja Senado,
00:56:39seja vice-presidente
00:56:40ou seja presidente
00:56:41da República,
00:56:42a presidente da República.
00:56:44Então,
00:56:44já deixando claro aí,
00:56:46então,
00:56:46toda essa discussão,
00:56:48ela vai passar também
00:56:49por um cenário
00:56:50que é o eleitoral
00:56:51de 2026.
00:56:53É,
00:56:53essa é uma outra dimensão
00:56:55dessa visita
00:56:56longuíssima,
00:56:57né,
00:56:57do Matheus Simões
00:56:58à Assembleia,
00:56:59né,
00:56:59ele foi daquele tipo
00:57:00de visita que vem,
00:57:02senta no sofá,
00:57:03fica muito tempo,
00:57:04demora,
00:57:05porque durou mais
00:57:06de seis horas
00:57:07a comissão,
00:57:08né,
00:57:08depois ele me deu a entrevista.
00:57:09Será que o pessoal
00:57:09da Assembleia
00:57:09vai colocar a vassoura
00:57:10atrás da porta?
00:57:11Pois é,
00:57:12ele disse que não,
00:57:13ele falou não,
00:57:14todo mundo gostou
00:57:15da minha vida aqui,
00:57:16tanto que pediram
00:57:16para eu voltar.
00:57:17Ele falou exatamente isso
00:57:19na entrevista coletiva
00:57:20depois dos repórteres.
00:57:22E a gente também
00:57:22não viu o texto,
00:57:23né,
00:57:23tanto os parlamentares
00:57:24quanto os jornalistas,
00:57:25a gente não leu
00:57:26na íntima,
00:57:27né,
00:57:27tim-tim por tim-tim
00:57:28que é muito importante,
00:57:29o que está escrito
00:57:32no preto no branco
00:57:32dentro da lei.
00:57:33É muita coisa, né,
00:57:34assim,
00:57:34são muitos projetos,
00:57:36e essa dimensão política
00:57:37é interessante, né,
00:57:38porque a gente estava
00:57:39até conversando aqui,
00:57:40é interessante como
00:57:41o Simões,
00:57:42ele fala o tempo todo
00:57:43o nome do Fernando Haddad,
00:57:45o ministro da Fazenda
00:57:47do governo Lula, né,
00:57:48cita o tempo inteiro,
00:57:49ah,
00:57:49porque o Haddad
00:57:50quer receber,
00:57:51e às vezes até
00:57:52contemporizando,
00:57:52ah,
00:57:52ele está no direito dele,
00:57:53ele é o credor, né,
00:57:54mas o Haddad
00:57:55quer receber,
00:57:56o Haddad criou
00:57:57restrições,
00:57:58então ele fala
00:57:59muito do Haddad, né,
00:58:01o Simões,
00:58:01ele é muito mais
00:58:02articular do que o Zema,
00:58:04ele tem a capacidade técnica
00:58:05de explicar esse tipo
00:58:06de assunto,
00:58:07até de forma didática mesmo,
00:58:09isso é elogiável, né,
00:58:11ele vai ali e apresenta
00:58:12de fato a situação,
00:58:13mas ele parece que
00:58:15a consonância dele
00:58:16com o governador
00:58:17é nessas figuras
00:58:18de foco, né,
00:58:19o Pimentel do Zema
00:58:20virou o Haddad
00:58:21para o Matheus Simões,
00:58:23então ele falou o tempo
00:58:24inteiro do Fernando Haddad,
00:58:25então tem essa dimensão
00:58:27política e tem essa
00:58:28questão dos vetos, né,
00:58:29porque a questão dos vetos
00:58:30discutir isso na Assembleia,
00:58:32alguns deputados de oposição
00:58:33até ficaram assim...
00:58:34Atrelar, né,
00:58:34é uma questão que não tem
00:58:35a ver com o Legislativo,
00:58:36não tem a ver com o Servidor
00:58:37Público Mineiro, né,
00:58:38tem a ver com uma derrubada,
00:58:40que é uma articulação
00:58:41nacional,
00:58:42não são só os deputados
00:58:43mineiros que vão manter
00:58:44ou derrubar
00:58:45todo o Parlamento?
00:58:46Tem essa questão,
00:58:47porque o veto,
00:58:48ele não trava a pauta
00:58:49da Câmara dos Deputados
00:58:51como trava da Assembleia
00:58:52e da Câmara Municipal,
00:58:53por exemplo,
00:58:53então pode ser que a Câmara
00:58:54nem coloque em votação.
00:58:56Então eles precisam
00:58:57de uma articulação forte,
00:58:58primeiro para pautar
00:58:59e depois para derrubar.
00:59:00E o Simões,
00:59:01ele falou dos vetos
00:59:02várias vezes,
00:59:03ele primeiro atrelou
00:59:04o reajuste aos servidores
00:59:06com esse veto
00:59:08que a Alessandra falou,
00:59:09né,
00:59:09que é o veto
00:59:09das instituições privadas,
00:59:12então Minas fala
00:59:13que vai ter um,
00:59:14teve um imprevisto
00:59:15orçamentário aí
00:59:15que vai ter que pagar
00:59:16essa dívida
00:59:17porque ela não foi incluída
00:59:18no Propag,
00:59:18então vai ter um problema
00:59:20de 5 bilhões anuais.
00:59:21O contingenciamento
00:59:22foi jogado na conta
00:59:24desses vetos.
00:59:25Exatamente,
00:59:25então não vai ter dinheiro
00:59:26para fazer o reajuste
00:59:27da inflação ao servidor,
00:59:29uma questão que é constitucional.
00:59:31Não vai.
00:59:32Já anunciou nisso aí também,
00:59:33a gente pode ler
00:59:34da forma com,
00:59:35ah não,
00:59:36se derrubar o veto
00:59:36vai ter,
00:59:37mas a gente pode ler também
00:59:38com sinal de derrubar o veto
00:59:39o servidor de Minas Gerais
00:59:40vai para dois anos
00:59:41sem o reajuste.
00:59:43E outro veto...
00:59:44E a culpa é do governo federal.
00:59:45E a culpa é do Haddad.
00:59:46do que foi colocado,
00:59:49o que vem sendo colocado
00:59:51pelo governo Zema.
00:59:51E outro...
00:59:52O Zema,
00:59:53ele só se pronunciou
00:59:54sobre o Propag,
00:59:55inclusive até destaco
00:59:56a ausência dele,
00:59:58que é muito perceptível
01:00:00nesse projeto
01:00:00que é tão importante
01:00:02para Minas Gerais,
01:00:03ele só se pronunciou
01:00:04para falar dos vetos
01:00:06do Lula
01:00:06e para responsabilizar.
01:00:08Eu não me lembro,
01:00:10corrigem aí
01:00:10se vocês lembrarem
01:00:11de outra situação
01:00:12onde o Zema falou
01:00:12de Propag
01:00:13nas redes sociais dele,
01:00:14mas eu, particularmente,
01:00:15eu não me lembro
01:00:16de outra situação
01:00:17onde ele se pronunciou
01:00:18para falar de Propag
01:00:19que não fosse
01:00:19para responsabilizar o Lula.
01:00:21É, ele realmente foca...
01:00:23Ele até fala, né?
01:00:24O Propag é melhor,
01:00:25nós vamos acabar entrando e tal.
01:00:26Teve o evento
01:00:27que ele falou
01:00:27que com os vetos,
01:00:29sem derrubar os vetos,
01:00:30ele não entraria,
01:00:31não ingressaria no Propag
01:00:33e depois voltou atrás.
01:00:34Até nessa mesma semana,
01:00:35agora,
01:00:35na Associação Mineira
01:00:36de Municípios,
01:00:37o congresso que teve
01:00:38dos municípios
01:00:40e a posse do Falcão
01:00:42como o novo presidente
01:00:43da associação,
01:00:43ele falou bem do Propag,
01:00:45mas nunca com o mesmo foco
01:00:48que ele fala dos vetos, né?
01:00:49E tem outro veto também
01:00:50que o Matheus Simões
01:00:51falou que seria importante
01:00:52para a derrubada,
01:00:54que é o veto
01:00:54que proíbe o uso
01:00:57do Fundo Nacional
01:00:57do Desenvolvimento Regional,
01:00:59que foi um fundo
01:00:59criado na reforma tributária
01:01:01como forma de amortizar as dívidas.
01:01:04O governo, ele vetou
01:01:05que os estados usassem
01:01:06esse dinheiro
01:01:07para pagar uma parte da dívida.
01:01:09Ele falou que se esse veto cair,
01:01:11também favorece um pouco
01:01:12Minas Gerais,
01:01:13e porque abrando um pouco
01:01:14a necessidade de envolver
01:01:16tantos ativos estatais
01:01:17nessa discussão,
01:01:19porque teria o dinheiro do fundo.
01:01:20Então, por exemplo,
01:01:22poderia não vender,
01:01:24privatizar, por exemplo,
01:01:25a Codend,
01:01:26que é a Companhia de Desenvolvimento
01:01:28do Estado de Minas Gerais,
01:01:30onde fica a Codemig,
01:01:31e são empresas meio irmãs,
01:01:33mas ele também atrelou ao veto
01:01:37essa gana,
01:01:39esse ímpeto que o governo
01:01:41vai ter junto ao Legislativo.
01:01:43Então, a questão é essa.
01:01:45Nós vamos ter,
01:01:46nas próximas semanas e meses,
01:01:48uma pauta muito agitada
01:01:49dentro da Assembleia,
01:01:50porque são 13 projetos.
01:01:52O foco agora a gente dá
01:01:53na CEMIG e na Copasa,
01:01:54porque são projetos
01:01:54que já estão há bastante tempo
01:01:55na Assembleia
01:01:56e já tem uma rejeição anterior,
01:01:58mas tem outros projetos também.
01:02:00A Empresa Mineira de Comunicação
01:02:01pode ser envolvida,
01:02:03Rede Minas e Rádio Inconfidência,
01:02:06a autarquia que comanda as duas.
01:02:08Tem a UENG,
01:02:09Universidade do Estado de Minas Gerais,
01:02:11que foi colocada,
01:02:13segundo o Matheus Simões,
01:02:14nesse projeto,
01:02:15porque o governo federal percebeu
01:02:17e o governo de Minas ofereceu,
01:02:19o governo federal aqueceu
01:02:21com o fato de que a UENG
01:02:24tem muitos imóveis,
01:02:25imóveis, campos enormes no interior
01:02:28e tem também imóveis grandes
01:02:31aqui em Belo Horizonte
01:02:31que valem muito.
01:02:33Falou da escola,
01:02:34da Fundação Guignar,
01:02:36que é ali no Mangabeiras,
01:02:37que é um imóvel muito valorizado,
01:02:39uma região valorizada.
01:02:40Só que, assim,
01:02:41os deputados da oposição falaram
01:02:42como é que vai ficar
01:02:43essa questão da UENG,
01:02:44ela vai virar
01:02:45a Universidade Federal,
01:02:47vai continuar sendo UENG,
01:02:48mas gerida pelo governo federal,
01:02:51porque não são só os imóveis,
01:02:53tem o passivo,
01:02:53se o governo federal aceitar a UENG,
01:02:55tem que lidar com o corpo docente da UENG,
01:02:57com os funcionários da UENG.
01:02:59É o mesmo caso
01:02:59da empresa mineira de comunicação.
01:03:00O mesmo caso.
01:03:01Que, na verdade,
01:03:01a empresa mineira de comunicação
01:03:04é um nome fantasia,
01:03:06porque não existe
01:03:06uma empresa mineira de comunicação,
01:03:08existem duas empresas
01:03:09com CNPJs diferentes,
01:03:11com status diferentes,
01:03:12uma é uma fundação,
01:03:13que é a Fundação Rede Minas,
01:03:16uma fundação do Estado,
01:03:18e existe a empresa,
01:03:19a Rádio Confidência,
01:03:21que é uma rádio,
01:03:22é uma empresa,
01:03:24uma emissora de rádio,
01:03:25uma empresa privada,
01:03:27gerida pelo Estado.
01:03:29E temos, de um lado,
01:03:30os servidores concursados,
01:03:33da Fundação TV Minas,
01:03:34e temos, do outro lado,
01:03:35os empregados seletistas,
01:03:36concursados,
01:03:37da Rádio Confidência.
01:03:39Mas parece que o que foi
01:03:40a joia,
01:03:42e são empresas deficitárias,
01:03:44e com muitos problemas de trabalho,
01:03:45mas parece que o vice-governador
01:03:47deu a entender
01:03:48que o interesse
01:03:49em torno dessas empresas
01:03:51é o DETEL,
01:03:51o Departamento de Telecomunicações.
01:03:53Porque, segundo o Matheus Simões,
01:03:56existem muitas antenas
01:03:57de retransmissão
01:03:57que são valiosas,
01:03:58no equipamento
01:03:59que interessaria
01:04:00o governo federal.
01:04:01Então, ela foi colocada
01:04:04nessa conta
01:04:05por conta disso.
01:04:06Isso mostra para a gente,
01:04:07relembrando,
01:04:08é uma negociação
01:04:09super complexa,
01:04:10porque tem que
01:04:11atender aos desejos
01:04:13do governo federal,
01:04:14porque o governo federal
01:04:15não vai aceitar
01:04:16qualquer tipo de ativo,
01:04:18e, ao mesmo tempo,
01:04:19precisa de ser autorizado
01:04:20o repasse dentro da Assembleia.
01:04:21Então, assim,
01:04:22a gente vai ver
01:04:22nos próximos seis meses
01:04:24uma discussão
01:04:24intensa na Assembleia,
01:04:26e a gente vai acompanhar
01:04:27no Estado de Minas
01:04:28e aqui no Política em Paulo.
01:04:29Agora, pera,
01:04:30só uma coisa,
01:04:30o que a oposição
01:04:31já de primeiro
01:04:32já disse a respeito,
01:04:34por exemplo,
01:04:34dessa questão da CEMIG?
01:04:36Da CEMIG,
01:04:37da mudança do controlador?
01:04:40O que ela já apontou?
01:04:42Porque, apesar de
01:04:42de nenhum parlamentar
01:04:44ter tido acesso ao texto,
01:04:46o governo vice-governador
01:04:47já fez um painel,
01:04:47como você disse,
01:04:48muito didático,
01:04:49ele é professor,
01:04:50muito didático na fala.
01:04:51O que a oposição
01:04:52já, de cara, avaliou?
01:04:54É,
01:04:55é muito importante
01:04:56essa pergunta,
01:04:57especificamente
01:04:57pelo caso da CEMIG.
01:05:00Primeiro,
01:05:01a oposição
01:05:01reclamou do timing,
01:05:03que o Matheus Simões foi
01:05:04antes que os projetos
01:05:05fossem lidos.
01:05:06O Simões já se esquivou
01:05:07dessa crítica,
01:05:08e aí,
01:05:09a retomada
01:05:10dessa discussão
01:05:10do governo de Minas
01:05:12não querer dialogar,
01:05:13de não ser muito transparente,
01:05:14a gente já falou isso aqui,
01:05:15inclusive,
01:05:15no podcast
01:05:16para outros temas.
01:05:17Mas,
01:05:18especificamente
01:05:18sobre a CEMIG,
01:05:19o professor Clayton,
01:05:21que é o deputado estadual
01:05:21pelo PV,
01:05:22que é um dos caras
01:05:23que encabeçou
01:05:24essa questão da federalização.
01:05:25Primeiro projeto
01:05:26da federalização
01:05:26foi dele.
01:05:27É,
01:05:27inclusive,
01:05:28lá na discussão
01:05:29do FFF,
01:05:30bem antes do Propag,
01:05:31ele é um deputado
01:05:33que,
01:05:34você vai falar
01:05:34de federalização,
01:05:35ele é a fonte primária.
01:05:36ele,
01:05:38no entendimento dele,
01:05:39que ele,
01:05:40inclusive,
01:05:40trouxe ao Simões,
01:05:42a federalização
01:05:43não configuraria
01:05:45uma troca de comando
01:05:46que obrigaria,
01:05:47que poderia fazer
01:05:49com que os acionistas
01:05:49minoritários
01:05:50obrigassem
01:05:50a compra das ações,
01:05:52como a gente explicou aqui,
01:05:54porque ela continuaria
01:05:54sendo uma estatal.
01:05:56Seria uma mudança
01:05:57de ente administrador,
01:05:59porque passaria
01:05:59do governo do estado
01:06:00para o governo federal,
01:06:01mas seria
01:06:02uma empresa do estado.
01:06:03Então,
01:06:04essas acionistas minoritárias
01:06:05não teriam a prerrogativa
01:06:06de exigir
01:06:07a compra das ações.
01:06:08Então,
01:06:08poderia, sim,
01:06:09na visão do professor Clayton,
01:06:11federalizar
01:06:12sem a necessidade
01:06:13de pagar
01:06:14esses R$ 29 bilhões
01:06:15em ativos
01:06:16para os acionistas minoritários.
01:06:18Essa é uma discussão
01:06:19que a gente deve ter
01:06:20desdobramentos
01:06:21ao longo das próximas semanas,
01:06:23porque,
01:06:24questionado sobre essa questão
01:06:25durante a entrevista coletiva,
01:06:27o Matheus Simões,
01:06:29inclusive,
01:06:30falou que,
01:06:30olha,
01:06:31eu adoraria
01:06:31que o professor Clayton
01:06:32tivesse certo.
01:06:33O entendimento dele é esse,
01:06:35mas o entendimento
01:06:35do BNDES
01:06:36não é.
01:06:37E quem manda
01:06:38é o BNDES.
01:06:39Então,
01:06:39se o BNDES
01:06:40entende
01:06:40que vai ter
01:06:43uma mudança
01:06:43de comando
01:06:44e que as empresas
01:06:45minoritárias,
01:06:46os acionistas minoritários
01:06:47podem exigir
01:06:47essa compra,
01:06:48eu não posso fazer nada.
01:06:49Foi o que disse o Simões.
01:06:50Então,
01:06:50a palavra,
01:06:51quem vai dar a palavra final
01:06:52desse entendimento
01:06:53é o BNDES?
01:06:54É,
01:06:54é o BNDES
01:06:55e esse grupo
01:06:57do governo federal,
01:06:58do Ministério da Fazenda,
01:06:59que vai fazer a avaliação
01:07:00dos ativos
01:07:00que forem incluídos
01:07:01lá no projeto final
01:07:02do dia 31 de outubro
01:07:04que os estados
01:07:04vão enviar para o governo.
01:07:07O que cabe agora
01:07:08é ver se a articulação
01:07:10do professor Clayton,
01:07:11do bloco de oposição
01:07:12dentro da Assembleia,
01:07:13consegue,
01:07:14junto ao governo federal,
01:07:15mudar esse entendimento,
01:07:16então.
01:07:17Então,
01:07:17eles vão,
01:07:18de novo,
01:07:18as articulações
01:07:19vão ser várias,
01:07:20né,
01:07:20assim,
01:07:22a conexão Brasília-Belo Horizonte,
01:07:24Câmara dos Deputados,
01:07:25Palácio do Planalto
01:07:26e a Assembleia Legislativa
01:07:27vai ser intensa.
01:07:29Vai ser intensa nos próximos meses.
01:07:30É,
01:07:30o telégrafo ali
01:07:31vai circular pesado.
01:07:33Agora, Bernardo,
01:07:33porque o governo federal,
01:07:35acho que o maior interesse
01:07:36do governo federal
01:07:36é pela CEMIG,
01:07:38porque pela CEMIG
01:07:39ele retoma o controle
01:07:40da Embratel, né?
01:07:42É sempre o foco,
01:07:43inclusive,
01:07:43do ministro Alexandre Silveira,
01:07:44né,
01:07:44o ministro de Minas e Energia,
01:07:46que é mineiro,
01:07:47que é do partido do Pacheco.
01:07:48E a privatização
01:07:48não interessaria, né?
01:07:51Esse modelo,
01:07:51talvez,
01:07:52não interesse
01:07:52o governo federal.
01:07:54É.
01:07:54Não sabemos, né?
01:07:55A discussão do governo estadual
01:07:56é que no modelo lá
01:07:57de corporation,
01:07:59a prerrogativa do veto,
01:08:01por exemplo,
01:08:01que ficaria com o governo de Minas,
01:08:03passaria ao governo federal.
01:08:04Passaria ao governo federal.
01:08:04Aí ele retomaria, né?
01:08:05Aí ele retomaria.
01:08:06Mas, assim,
01:08:07entendo que a federalização
01:08:09de cara
01:08:10seja a primeira hipótese, né?
01:08:13Seja o preferencial.
01:08:15Mas é, de novo,
01:08:17tudo muito incipiente.
01:08:18Conversas muito intensas
01:08:19virão
01:08:20e também muita troca de farpas.
01:08:22Podemos esperar.
01:08:23É.
01:08:23com o cenário eleitoral.
01:08:27Agora,
01:08:27um último ponto
01:08:28para a gente tratar aqui
01:08:29que eu acho interessante
01:08:30é o que a Lárez falou.
01:08:32O Zema
01:08:33ausente da discussão
01:08:34e o Simões
01:08:35indo lá
01:08:35para poder fazer esse detalhe
01:08:36e o que a gente conversa
01:08:37nos bastidores
01:08:38e o próprio Simões
01:08:39falou abertamente
01:08:40é que
01:08:41tem uma hora
01:08:42que ele olhou
01:08:42para os deputados
01:08:42e falou assim,
01:08:43quem é atento
01:08:44percebeu
01:08:44que desde 2020
01:08:46quem comanda
01:08:46esse tipo de situação
01:08:47no Estado
01:08:48sou eu.
01:08:49Não é o governador
01:08:50Romeu Zema.
01:08:50então
01:08:52o Simões
01:08:54ele vai assumindo
01:08:55de forma muito definitiva
01:08:57o governo
01:08:57não vai ser só
01:08:58oficialmente
01:08:59vai ser só ano que vem
01:09:00mas ele já é a cara
01:09:01inclusive do Propag
01:09:02não só nas agendas
01:09:04como você bem mostrou
01:09:05sua matéria
01:09:05que ele assume
01:09:06a agenda local
01:09:07e o Zema assume a agenda
01:09:08para fora de Minas Gerais
01:09:09não são meramente
01:09:11agendas de inaugurações
01:09:13entregas de projeto
01:09:14pautas mais midiáticas
01:09:16para garantir visibilidade
01:09:17e colocar
01:09:19já no trilho
01:09:21o projeto dele
01:09:22de virar governador
01:09:22ele é a gestão também
01:09:24ele é o governador
01:09:25de fato
01:09:26e agora acho que
01:09:27no Propag
01:09:27a gente vai ver
01:09:28isso que a Larissa falou
01:09:29é provável que
01:09:29seja Simões
01:09:31ali no trabalho duro
01:09:32na conversa com os secretários
01:09:33na conversa com a base
01:09:34e o Zema
01:09:35talvez entre no assunto
01:09:36quando for
01:09:37cabível
01:09:38ou quando for
01:09:39conveniente
01:09:40de fazer uma crítica
01:09:41ao veto do Lula
01:09:42de fazer uma crítica
01:09:43a alguma restrição
01:09:44que o Haddad impôs
01:09:45ele deve cumprir
01:09:47esse papel
01:09:48mais político
01:09:49midiático
01:09:49e eleitoreiro
01:09:50do que o papel
01:09:52prático
01:09:52dessa discussão
01:09:54dessa discussão
01:09:55que vai ser muito difícil
01:09:58muito complexa
01:09:59até para a gente entender
01:10:00a gente que acompanha
01:10:01vamos precisar
01:10:02debruçar sobre esse assunto
01:10:04para poder entender
01:10:05e passar
01:10:05de maneira bem didática
01:10:06para o leitor
01:10:07no fim de semana
01:10:08o leitor do Estado de Minas
01:10:10já vai ter uma análise
01:10:11mais detalhada
01:10:11desses projetos
01:10:12a gente está preparando
01:10:13o contexto
01:10:14já em mãos
01:10:15ponto a ponto
01:10:17do que dizem
01:10:18os projetos de lei
01:10:19relativos ao PROPAG
01:10:20mas ao longo
01:10:21das próximas semanas
01:10:22e meses
01:10:23isso vai continuar
01:10:23sendo um assunto nosso
01:10:24tanto no portal
01:10:25como no Jornal Impresso
01:10:27e aqui no nosso podcast
01:10:28que por isso
01:10:28já convido
01:10:29o nosso ouvinte
01:10:30o nosso espectador
01:10:31a continuar acompanhando
01:10:32as nossas edições
01:10:32aqui de sexta-feira
01:10:33e também o am.com.br
01:10:35para todas as atualizações
01:10:36de PROPAG
01:10:38da situação
01:10:39dos hospitais
01:10:39em Minas Gerais
01:10:40de PAPA
01:10:41que agora a gente tem
01:10:42um PAPA americano
01:10:43que esteve em Valorizonte
01:10:44esteve em Valorizonte
01:10:45tomou cerveja
01:10:46comeu frango
01:10:47caipira
01:10:48temos alguma coisa
01:10:51para comemorar
01:10:52Minas Gerais
01:10:52sempre notícia
01:10:54bom
01:10:55queria agradecer a Larissa
01:10:56pela participação
01:10:57mais uma vez
01:10:57na semana que vem
01:10:58a gente está de volta
01:10:58obrigada Bernardo
01:11:00Alessandra também
01:11:01obrigada prazer
01:11:02Silvia
01:11:03a série vai continuar
01:11:04então a gente pode
01:11:05te esperar aqui
01:11:06em mais oportunidades
01:11:07também
01:11:07sim
01:11:08bom
01:11:09a gente vai ficando
01:11:10por aqui
01:11:10já dei o serviço
01:11:12você nos acompanha
01:11:13no canal do YouTube
01:11:15do Portal A
01:11:16e também no seu
01:11:16agregador de podcast
01:11:17favorito
01:11:18até a próxima
01:11:18tchau
01:11:20tchau
01:11:21tchau
01:11:22tchau
01:11:23tchau
01:11:23tchau
01:11:24tchau

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