Em homenagem ao dia das mães, a TH+ Record inicia uma série de reportagens chamada de "De mãe para mãe", que conta histórias sobre a maternidade.
Neste episódio, vamos conhecer a história da Bárbara, que descobriu que a filha, Gigi, tem Síndrome de Down ogo após o parto. Ela transformoi a preocupação em força, para lutar pelo melhor para Gigi.
Neste episódio, vamos conhecer a história da Bárbara, que descobriu que a filha, Gigi, tem Síndrome de Down ogo após o parto. Ela transformoi a preocupação em força, para lutar pelo melhor para Gigi.
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00:00No segundo episódio da nossa série de reportagens especiais sobre o dia das mães, vamos falar sobre a maternidade atípica.
00:08Você vai conhecer a história da Bárbara, que descobriu que a filha, Gigi, tem síndrome de Down logo após o parto.
00:14Ela transformou a preocupação em força para lutar pelo melhor para a Gigi.
00:21Acompanhe.
00:21Ser mãe sempre fez parte dos planos da Bárbara, mas ainda assim, a gravidez do Oliver foi uma surpresa.
00:33Foi um susto, que eu não estava esperando, né? A gente tinha acabado de ter uma conversa de esperar dois anos para ter um bebê.
00:38Aí eu fui para um evento que ele participou, eu fui por uma calça, a calça foi me apertada, falei, ai meu Deus.
00:45Aí, beleza. Passou um tempo, falei, nossa, eu estou diferente. Fui, comprei um teste e deu positivo.
00:51E aí eu falei, meu Deus, estou grávida.
00:53Com a caçula Gigi não foi diferente, a gestação também não foi planejada, mas desde sempre foi muito bem-vinda.
01:08Eu lembro certinho, eu tinha ido comer um lanche com ele, minha irmã, meu cunhado, e eu não sei, tinha alguma coisa ali que me falava, tem um bebê no forno.
01:17Aí eu falei para ele, amor, vamos comprar um teste de gravidez. Dessa vez não foi nem escondido nada, eu peguei, chamei ele, compramos.
01:24Aí eu fiz o exame, deu lá, positivo.
01:28Assim como a gravidez do Oliver, a da Gigi também foi muito tranquila.
01:32Bárbara queria um parque normal e foi com a caçula que esse sonho se realizou.
01:37Do Oliver não deu certo, a gente induziu três dias, não deu. E da Gigi foi assim, o parto dos meus sonhos.
01:42Foi incrível, foi um parto natural e assim, eu só tenho boas lembranças do parto, sabe? Foi maravilhoso.
01:48E foi quando viu a pequena Giovana pela primeira vez que Bárbara percebeu que algo estava diferente.
01:55Eu olhei no olho dela, assim, todo mundo, nossa, nasceu.
01:57Eu olhei, eu lembro certinho, eu olhei para ela, aí eu falei, eu olhei para cima, fechei o olho e falei,
02:03Deus, o que aconteceu aqui?
02:06Aí eu peguei, olhei de novo para ela, aí eu virei para a minha enfermeira obstetra e Holanda e falei assim,
02:11ela é um bebê especial.
02:12Gente, é um bebê especial.
02:14É?
02:18Bárbara conta que todos os exames feitos na gestação estavam normais.
02:23Ela não imaginava que Gigi poderia ter uma síndrome.
02:26Geralmente o exame que fala se a criança tem alguma possibilidade de síndrome é a translucência no cal,
02:32lá no primeiro trimestre.
02:34E aí a gente fez, acho que a minha chance, deu 0,78% de chance de ter um bebê com síndrome.
02:41E eu tinha, eu engravidei dela com 32 anos, então assim, nunca imaginava, deu tudo certo, o vocinho nasal, tudo.
02:47O diagnóstico de síndrome de Dow só veio quando Giovana tinha 30 dias.
02:52Após o resultado de um exame feito logo depois do nascimento da bebê.
02:57Aí ela nasceu dia 1º de agosto, dia 31 de agosto à noite, eu vi que saiu o resultado do cariótico.
03:02Meu marido estava dormindo, eu não tive coragem de abrir.
03:05Aí na manhã seguinte eu falei, amor, saiu o resultado.
03:08Aí a gente pegou, abriu, ele leu, a gente não entendeu direito.
03:11A gente foi no Google digitar e era lá, a trissomia do 21 livre, que é igual a síndrome de Dow.
03:16A emoção deu espaço à preocupação.
03:20Eu entrei com o bebê na barriga e eu saí sem o bebê, eu ia para casa sem o bebê.
03:25E aí o primeiro dia que eu fui subir para o quarto sem a neném, ela foi para a UTI, eu chorei.
03:31Porque eu falei assim, o que vai ser, né?
03:33Tipo, o que é o futuro da minha filha?
03:34Eu acho que quem é mãe sempre pensa, como vai ser quando a gente estiver aqui, né?
03:38Aos 32 anos, a empresária conta que viveu o luto do filho idealizado.
03:43Cancelar o filho idealizado, né?
03:45Eu entrei para ganhar um bebê idealizado e eu tive outro bebê, então foi tipo, mudei o rumo completamente.
03:50Você não espera ter um bebê com deficiência porque você sabe que a sociedade não é inclusiva.
03:55A gente luta por inclusão.
03:57A maior preocupação da Bárbara é conseguir oferecer o tratamento adequado para o desenvolvimento da filha.
04:03Os gastos com as terapias da menina chegam a 4 mil reais mensais.
04:09Assim como muitas mães, a Bárbara se tornou uma leoa para defender todos os direitos e os interesses da pequena Gigi.
04:17Ela sabia que precisava de uma renda extra para conseguir oferecer à pequena todas as terapias que ela precisa fazer.
04:25E foi aí que surgiu a ideia de criar esse salão de cabeleireiros, específico para o público infantil.
04:33Aqui é tudo preparado e pensado para os pequenos, desde os brinquedos que estão ali, até as luzes do salão e também as cores escolhidas.
04:44É aqui que a Bárbara se viu ainda mais forte para conseguir o recurso necessário para proporcionar para a Gigi um futuro melhor.
04:54E aí a ideia era trazer um ambiente de acolhimento para as crianças, onde elas não precisam ser seguradas para cortar o cabelo, onde elas consigam falar, é o meu salão.
05:03Amor, cuidado, carinho, dedicação, que passam de mãe para filhos e de avó para netos.
05:14A mãe da Bárbara tem um papel importante nas conquistas da Gigi e no apoio à empresária.
05:21Eu fico com ela todas as tardes de terça, quinta, sexta e a sábado tenho ficado as vezes também.
05:31Significam muito, né?
05:32Minha família, eles estão em casa toda semana, quase todos os dias.
05:38Juntos, eles vão vencendo todos os obstáculos.
05:42O medo dá espaço à esperança.
05:45A preocupação se transforma em força.
05:48E os sorrisos?
05:50Ah, os sorrisos.
05:51Eles são o combustível dessa mamãe.
05:54E para as mães que, assim como ela, também receberam um diagnóstico inesperado, Bárbara deixa um recado.
06:00Acho que a primeira coisa que tem que dizer é se permita viver esse momento.
06:05Chora, questiona, sabe?
06:08Não se prive, porque só você sabe o que você está sentindo, né?
06:12De ver uma criança que não era o que você se interessou.
06:14Antes de tudo, ele é um bebê. Antes da síndrome, ele é um bebê.