Em São Paulo, a Secretaria Municipal de Saúde divulgou um novo boletim epidemiológico da dengue. A capital paulista registrou nove mortes pela doença neste ano e ao todo já são 34.674 casos confirmados. Além disso, já foram realizadas mais de 4 milhões de ações da prefeitura de SP para prevenir e combater a doença. Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan entrevista Jean Gorinchteyn, médico infectologista.
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NotíciasTranscrição
00:00E agora a gente fala de saúde, porque aqui em São Paulo, quase um quarto dos casos de dengue deste ano ocorreu em apenas duas semanas de abril.
00:09Isso mostra que há um surto concentrado nesse período.
00:13Reportagem de Valéria Luizete.
00:15A partir do último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde,
00:21é possível analisar que São Paulo já tem registrado 34.674 casos confirmados de dengue na cidade em 2025.
00:32Só entre 9 e 23 de abril ocorreram mais de 23% do total de casos.
00:38Foram 3.181 novos registros apenas na última semana analisada.
00:44Nove mortes foram confirmadas, entre elas de uma jovem de 12 anos que não havia se vacinado.
00:51Os distritos com o maior número de casos são Jardim Ângela, com 3.004 casos,
00:56seguido por Capão Redondo, com 1.986 casos, Grajaú e Brasilândia.
01:0326 distritos ainda estão neste momento em situação de epidemia.
01:07Nós entramos em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo,
01:11que nos retornou dizendo que já realizou mais de 4.200.000 ações contra a dengue em 2025,
01:18na cidade de São Paulo e que neste feriado e final de semana também tem realizado novas ações de bloqueio
01:25e nebulização que estão sendo realizadas em toda a cidade.
01:30Lembrando que a vacinação também está sendo realizada em vários pontos,
01:35não só da cidade de São Paulo, mas também do estado.
01:38Ela está sendo ofertada para jovens de 10 a 14 anos,
01:43então reforçando a importância da imunização dos jovens
01:47e também dos cuidados da população dentro de casa
01:50para evitar água parada e a proliferação do mosquito da dengue.
01:54E para falar sobre este surto concentrado de casos de dengue,
02:02recebemos o médico infectologista e secretário de Saúde de São Bernardo do Campo,
02:07Jean Gorenstein.
02:08Secretário, muito bom dia para o senhor.
02:10Obrigada pela entrevista.
02:13Bom dia, Soraya.
02:14Bom dia a todos os amigos da Jovem Pan News.
02:17É um prazer poder estar conversando com vocês.
02:18Secretário, por que a cidade de São Paulo está enfrentando
02:23esse surto tão expressivo de casos de dengue
02:26nesse período do ano?
02:28A gente viu nos últimos dias que, em relação à previsão do tempo,
02:32a gente não está enfrentando muito calor
02:36e que a gente sabe que o verão é aquela época do ano
02:40em que a proliferação do mosquito aumenta.
02:42O que está acontecendo nessa época do ano agora para esse surto?
02:47A dengue vindo com força, ela nunca foi embora
02:51ou voltou agora com mais expressividade?
02:56Soraya, isso não é um problema só do município de São Paulo
02:59ou do estado de São Paulo.
03:01Nós percebemos que o país inteiro enfrenta esse grande problema.
03:05São mais de um milhão de casos notificados,
03:08fora outros que tiveram sintomas e não procuraram os serviços médicos.
03:12Então, seguramente, nós tivemos muito mais casos aí de dengue.
03:18O grande problema é que nós temos uma situação
03:22em que temos a questão climática, sim,
03:26relacionada ao fato de nós termos períodos muito prolongados
03:31de calor e chuva, proliferação dos mosquitos,
03:35e o pior, esses mosquitinhos, cada um deles,
03:39mosquitinho fêmea do Aedes aegypti, lança 70 a 100 ovinhos na natureza,
03:45ou seja, na casa, no reservatório ali, no vazinho,
03:52na caixa d'água destampada, e dessa forma nós teremos muito mais mosquitos.
03:57E esse é o problema.
03:59À medida que esses mosquitos já encontram uma população infectada,
04:03e o grande problema é que nós passamos a ter a circulação de um novo vírus,
04:08que é o vírus tipo 3, que há mais de 10 anos não circulava no nosso meio,
04:12nós passamos a ter o maior número de casos de uma forma muito rápida,
04:17muito expressiva.
04:20Ou seja, a gente tem um novo sorotipo
04:24que acaba vindo e pegando todo mundo desprevenido,
04:29porque há muito tempo ele não circulava.
04:30Imagino que seja isso, né, secretário?
04:32E aí eu estava vendo que São Paulo, Paraná e Minas Gerais
04:35é que concentram a maior parte desses casos.
04:39O que seria possível da gente fazer para tentar, de algum modo,
04:43minimizar esse, entre aspas, estrago, secretário?
04:48Bom, a primeira coisa é isso mesmo que você falou.
04:50Eu tenho a circulação de um novo vírus,
04:52pegando a população que nós chamamos,
04:55aquela população que não entrou em contato,
04:57ela não está imune, ela não tem defesas contra esse vírus.
05:03Por isso, ela está vulnerável.
05:05Para que a gente possa especialmente agir,
05:10primeiro, a melhor forma é a imunização.
05:12Nós não temos a vacina da Taqueda,
05:15nós temos um quantitativo muito baixo.
05:18O primeiro grupo de risco para formas graves
05:21são os idosos, especialmente idosos.
05:24Mas nós não tivemos estudos pela farmacêutica
05:28para esse grupo.
05:28Então, qual é o segundo grupo?
05:30De crianças que evoluem de forma grave
05:33e fatal, como nós vimos dessa adolescente de 12 anos.
05:37É vacinar.
05:38E por que essas crianças evoluem de forma grave?
05:41Porque elas adquirem a dengue,
05:44vão brincar nos próximos meses assim que melhoram,
05:47entram em contato de novo
05:49e a gente sabe que a segunda exposição
05:52passa a ter um risco maior de formas graves.
05:56Então, sempre, olhar o nosso quintal de casa.
05:5980% dos focos estão nas nossas casas.
06:04Então, é fundamental que as pessoas estejam olhando,
06:08evitando o empossamento de água no seu vazinho,
06:10fechando a sua caixa d'água,
06:13limpando as telhas
06:14e lembrando que quando o ovinho é depositado hoje,
06:18em 5 a 7 dias eu já tenho mosquito.
06:20Então, não dá para subir na minha calha
06:23a cada duas ou três semanas.
06:26É toda a semana fazendo isso.
06:29Pessoas que estejam mais vulneráveis,
06:32especialmente a grávida,
06:33usar repelentes.
06:35Os repelentes devem, sim, ser utilizados.
06:39E olha, tudo aquilo que a gente falava
06:40não usa em cima da roupa.
06:41A gente falava no início.
06:43Hoje eu digo, pode usar em cima da roupa
06:45porque os mosquitinhos estão picando em cima das roupas.
06:48Usem roupas claras para a gente identificar o mosquitinho
06:51e, ao mesmo tempo, afugentar.
06:53Ele é fotofóbico, ou seja,
06:55a luz incomoda esse mosquitinho.
06:57Então, quando a roupa é clara,
06:58ele tende a afastar o mosquito.
07:02Então, sempre importante a gente tomar esses cuidados
07:06para garantir a segurança da nossa população.
07:10Agora, secretário, os dados mostram que há regiões mais específicas,
07:15com maior concentração do número de casos
07:18e, eventualmente, de óbitos também.
07:21O que essas áreas têm em comum?
07:23E aí, reforçar o que a população pode agir,
07:27de que forma pode agir, de forma mais efetiva?
07:30Bom, a primeira questão é que o mosquito adquiriu hábitos urbanos.
07:35E é interessante que ele voa durante o dia,
07:37ele pica durante o dia
07:39e, obviamente, está próximo da gente.
07:42Então, a primeira questão que nós temos
07:45e devemos ter como ação
07:48é lembrar desses cuidados em relação aos próprios mosquitos.
07:52E, quando a gente fala desse hábito urbano,
07:54a gente vê por que ele se proliferou
07:56nas grandes cidades de uma forma muito rápida.
07:59Antigamente, a gente falava, Bernardo,
08:01para que o mosquito pudesse depositar os ovinhos,
08:05ele precisava água limpa.
08:06Hoje, a água com mínima quantidade de oxigênio
08:09é o suficiente para que esse ovinho ecloda,
08:13forme a larva, a pulpa e o próprio mosquito.
08:16Então, ele está muito adaptado.
08:18E são essas regiões que nós devemos ter cuidado.
08:21Qual é o grande problema, Soraya?
08:23Soraya, nós temos terrenos baldios,
08:27que muitas vezes a prefeitura não consegue ter acesso.
08:30Nós temos grandes fábricas, depósitos,
08:33que acabam chovendo e guardando no seu telhado
08:39o empossamento de água.
08:40Então, o uso de drones é fundamental pelas prefeituras,
08:44para que a gente jogue o que nós chamamos de larvicidas.
08:47São produtos que vão matar essas larvinhas
08:50e não deixar que ocorra a proliferação dos mosquitos.
08:54Então, é importante, não só que as pessoas assumam esses riscos
08:58dentro das suas casas,
08:59mas se o Berá, a Soraya, os nossos amigos de casa fazem,
09:04eu vou ter alguém do meu lado que não faz.
09:06E o mosquitinho vai lá e voa e acaba me picando.
09:09Então, é por isso que o poder público tem que agir e tem que fazer.
09:13Mas não esqueçam, a vacina para esse grupo de 10 a 14 anos é fundamental.
09:18E são duas doses.
09:19O problema é que nós temos, a nossa meta é 90 a 95% dos casos.
09:24Nós estamos na melhor das condições, 32% na primeira dose.
09:28E quando chega a segunda dose, 16%.
09:32As pessoas não estão protegidas, elas não estão imunizadas.
09:37A gente agradece o médico infectologista e secretário de saúde
09:40de São Bernardo do Campo, Jean Gorenstein,
09:43que conversou conosco aqui no Jornal da Manhã.
09:46Muito obrigado, até uma próxima, secretário.
09:48Eu que agradeço, um bom dia e boa semana a todos.