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Gilberto Waller Júnior assumiu a presidência do INSS após a demissão de Alessandro Stefanutto. O indicado ocupou o cargo de corregedor da Procuradoria Geral Federal. Maria de Carli comenta.

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Transcrição
00:00O presidente Lula tinha nomeado antes da queda de Carlos Lupe o procurador federal Gilberto Valer Jr. para a presidência do INSS.
00:10Reportagem de Marília Ribeiro.
00:14Gilberto Valer Jr. é procurador federal e assumiu a presidência do INSS, o Instituto Nacional de Seguro Social, após Alessandro Stefanuto deixar o cargo.
00:26Valer Jr. é bacharel em ciências jurídicas e sociais, com pós-graduação em combate à corrupção e lavagem de dinheiro.
00:34Em 1998, ele ingressou no serviço público como procurador no INSS.
00:41Entre os anos de 2001 e 2004, foi corregedor-geral do órgão.
00:47Já de 2007 a 2008, Valer foi subprocurador-geral.
00:51Entre 2016 e 2019, ocupou a função de ouvidor-geral da Controladoria-Geral da União e passou para corregedor-geral da União a partir de 2019.
01:05Em abril, o presidente Lula demitiu o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanuto,
01:10após ele ter sido alvo de operação da Polícia Federal, que mirou um esquema de desvios de mais de R$ 6 bilhões no pagamento de aposentados e de pensionistas do Instituto,
01:24no período de 2019 e 2024.
01:27Na última sexta-feira, a Advocacia-Geral da União realizou uma reunião do Grupo Especial de Combate às Fraudes no INSS
01:37e contou com a presença de Valer Júnior.
01:40Durante o encontro, Valer anunciou a decisão do INSS de abrir procedimentos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas.
01:50Com base na lei anticorrupção contra as entidades investigadas com os indícios de pagamentos de propina a agentes públicos,
01:59bem como as entidades classificadas na investigação como de fachada.
02:04A proposta está em fase final de elaboração e na próxima semana será enviada para a Casa Civil.
02:11Em seguida, deve ser apresentada ao Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério Público Federal e à Defensoria Pública da União.
02:21De Brasília, Marília Ribeiro.
02:23Ô Maria, qual deve ser o objetivo agora do governo?
02:27Porque há um desgaste muito grande, a gente já falou inclusive da queda de popularidade do presidente Lula.
02:32Agora, a saída do ministro da Previdência, Carlos Lupe, e há essa possibilidade do próprio partido dele, o PDT, desembarcar do governo.
02:42Essa foi uma ameaça feita antes da saída dele.
02:45De que forma o governo precisa tratar disso?
02:47E se não tratar, como você falou, com cuidado, a situação pode ficar ainda mais complicada.
02:52Exatamente. Tem alguns pontos que eu quero tocar.
02:54Primeiramente, eu acho que o governo vai tentar de tudo ressarcir o dinheiro perdido das pessoas que foram feridas com esses golpes.
03:02De onde ele vai tirar esse dinheiro, a gente não sabe.
03:05Porque a gente já vê um problema, uma problemática com o orçamento, com a questão fiscal.
03:10Então, esse, para mim, vai ser a prioridade desse governo, tentar ressarcir e ser criativo no orçamento de como vai vir o dinheiro.
03:18Dois, a problemática que eu acho também é o secretário executivo, que antes era o secretário executivo, que agora vai assumir o ministério.
03:26É uma problemática isso, porque ele já era um nome ligado à Lupe.
03:29Ele estava na reunião, inclusive, que eles discutiram, que foi aberto esse esquema aí de corrupção.
03:35Ele estava dentro, então ele sabia mais ou menos o que se passava.
03:38Então, isso é uma problemática.
03:39Será que o governo vai querer manter esse nome como atual ministro?
03:43E dois, o Lula vai ter que, de tudo, fazer os seus malabares políticos...
03:47E três, perdão.
03:48O Lula vai tentar fazer de tudo, fazer os seus malabares políticos, para manter o apoio do PDT,
03:52que é um player importante em Brasília.
03:55Como a gente falou, o governo tem estado muito impopular, o governo federal está muito impopular.
04:00E ele precisa, cada vez mais, de apoio lá dos parlamentares e dos partidos.
04:04Senão, essa impopularidade só vai piorar.
04:07E a gente vê, atualmente, deputados sendo nomeados e não querendo assumir ministérios.
04:12Então, está muito complicado.
04:13Lembrando que a saída de Lupe marca o 11º ministro a sair do governo Lula,
04:18e o 4º a sair com uma situação muito delicada.
04:20Então, são problemáticas muito grandes aqui que eu listei.
04:24Eu acho que o Lula agora vai tentar, de tudo, como eu disse, ficar, se blindar dessa situação.
04:29E o Sidônio, que é o ministro da Comunicação, vai fazer malabares também.
04:35É, só mais uma questão, Maria, nessa discussão também.
04:38Porque você falou em relação aos recursos, né?
04:40Sim.
04:41E conversando nessa semana aqui no Jornal Jovem Pan com advogados, especialistas em direito do trabalho,
04:47Dificilmente o governo vai conseguir recuperar 100% desses 6 bilhões.
04:52Ou seja, muita coisa já foi embora, já foi usada por esses sindicatos ou por essas entidades, enfim.
04:57E aí?
04:57O governo vai ter que abrir o cofre e pagar os aposentados?
05:01Mas esse dinheiro é dinheiro da própria população.
05:03É muito complicado, né?
05:04Muito delicado, muito complicado mesmo, mas eu acho que eles vão tentar, vão ser o máximo criativos que eles conseguirem
05:12para ressarcir, porque eu acho que o ponto está aí, sabe, Tiago?
05:16O ponto é o ressarcimento aos aposentados que foram injustiçados nesse esquema.
05:23Não sei como, de verdade, não sei.
05:25A gente falou, né, a questão da crise fiscal, dos orçamentos, não tem mais de onde sair dinheiro.
05:31Eu realmente não sei.