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As próximas reuniões do Copom estão programadas para acontecer nos dias 6 e 7 de maio e devem definir a taxa Selic. Para explicar as expectativas dos próximos encontros, a Jovem Pan entrevista o economista Eduardo Velho.


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00:00E as próximas reuniões do Copom estão programadas para acontecer nos dias 6 e 7 deste mês agora de maio e devem definir a taxa Selic.
00:10Nós vamos receber agora o economista Eduardo Velho, que vai falar justamente da sua expectativa.
00:15Eduardo, muito bom dia. Nós já trouxemos, inclusive, neste Jornal da Manhã, a fala do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo,
00:22na expectativa ainda de não redução da Selic. Esse é o movimento ainda. Muito bom dia, seja bem-vindo.
00:30Bom dia a todos. É, o movimento é esse, né? Nós temos ainda uma inflação ainda acima do teto da meta,
00:39ou seja, uma inflação acima de 4,5% ao ano na expectativa para 2026.
00:462025 já não vai cumprir realmente, a inflação vai ficar mais próxima de 6% que 5%, ou seja, a inflação ainda alta.
00:56E o presidente do Banco Central, Galípolo, realmente sinalizou aí nos últimos dias claramente que as expectativas continuam desancoradas
01:05e a atividade econômica cresce ainda acima do seu potencial.
01:08O economista está relativamente aquecido e, consequentemente, o Banco Central deve aumentar os juros aí em 50 pontos base para 14,75% ao ano.
01:17Professor, há riscos de manter a taxa elevada durante um longo período como esse?
01:24Isso pode afetar a economia de alguma outra forma, além de conter a inflação?
01:28Essa é uma questão pertinente. Hoje o mercado está muito dividido para outra decisão da política monetária, a do mês de junho.
01:39Grande parte do mercado está achando que a última alta de junho vai ser agora em maio, a 14,75% e depois fica estável.
01:48E uma parte do mercado acha que vai aumentar ainda 25 pontos em junho para 15% ao ano.
01:54Bem, o consenso geral de todos os participantes do mercado, a curva futura de juros, é que a taxa de juros vai ter que permanecer por muito tempo,
02:04por algum bom tempo, na verdade, elevada, porque realmente a inflação esperada não só no 2025 como no 2026 e também no 2027
02:12está muito distante da meta central de 3%.
02:16O IPCA até para 2027, por exemplo, que seria o outro mandato presidencial, está acima de 3%.
02:24Então, ou seja, o ponto é esse. O Banco Central brasileiro deverá realmente manter os juros por um bom tempo.
02:33Você também tem ainda uma pressão aí de inflação resiliente nos Estados Unidos que vai manter,
02:38vai obrigar o Banco Central norte-americano, o Federal Reserve, a manter agora a taxa de juros em 4,25%, 4,5% ao ano
02:47e, consequentemente, também vai ter uma queda muito pequena da taxa de juros norte-americano ao longo dos próximos meses.
02:53Então, obviamente, você tem uma pressão, uma concorrência de ter um juro elevado para atrair capitais externos no Brasil.
03:00Sr. Eduardo, bom dia.
03:05Professor, essas taxas de previsão de inflação de 3% parecem utópicas, se não distópicas.
03:12Por que mantê-las nesse patamar, se é tão difícil alcançá-las?
03:16Além disso, uma outra pergunta adicional.
03:18Somente a inflação é utilizada como critério para fixação da taxa Selic?
03:22Ou outros elementos também entram nessa combinação, como, por exemplo, o cenário internacional tão volátil de agora?
03:30Vamos fazer as duas questões.
03:33Só para a tua segunda pergunta, no regime formal de meta de inflação, o instrumento realmente é a taxa de juros.
03:42Nós não temos uma meta formal de crescimento econômico, ou seja, de emprego, aqui no caso do regime de meta de inflação da economia brasileira.
03:50Então, o único instrumento que nós temos, quer dizer, que o Banco Central tem, é a taxa básica do juros da Selic.
03:56Na questão da meta, também achei uma questão muito pertinente que vocês colocaram.
04:01Eu tenho defendido há muito tempo que a inflação estrutural brasileira, ou seja, o grau estimado de persistência inflacionária, é acima de 4,5%.
04:12Eu estimei aí, durante vários trabalhos técnicos que eu divulguei nos últimos anos, está em torno de 4,30%, 4,67%.
04:20Ou seja, uma meta de inflação de 3% ao ano é muito baixa, muito ansiosa para a estrutura da economia brasileira.
04:28Muito difícil.
04:28Agora, Eduardo, então a meta de inflação poderia ser mais baixa.
04:33Sim, poderia ser, desculpa, teria que ser mais elevada.
04:36Só que agora, mexer agora, elevar a meta de inflação agora, ia provocar um grande ruído e o mercado ia ficar nervoso.
04:44Os agentes econômicos iam perceber, iam pisar, corroborar a ideia que o Banco Central está mais leniente, muito flexível com a inflação.
04:55Então, não é o bom momento agora de ajustar a meta de inflação.
04:59Só no momento que a economia realmente tiver uma situação mais estável, com a inflação em queda, aí sim, que eu acho que seria interessante ter uma meta de inflação um pouco mais alta.
05:09Mas eu acho muito difícil ajustar essa meta agora.
05:12Foi fixado em 3% a meta central e vamos que vamos.
05:17Agora, Eduardo, outra questão, o papel do governo.
05:20O mercado cobra muito esse ajuste fiscal.
05:23A gente sabe que estamos numa véspera de eleição, praticamente esse ano, e o governo fica naquele dilema.
05:29Se ele não gastar, como é que ele vai se preparar para mostrar resultados?
05:33A gente sabe da crise de popularidade do presidente Lula agora, a questão do INSS, então é uma situação complicadíssima.
05:40Mas o mercado esperava justamente esse ajuste fiscal, de fato, para poder até melhorar essa situação em relação à questão dos juros?
05:48É, o ideal seria um ajuste fiscal.
05:54Você realmente, do lado do governo, haveria um corte de despesas para que o Banco Central não precise aumentar tanto a taxa de juros para desacelerar a economia e reduzir a inflação.
06:06Mas a gente não vai ser o cenário, digamos assim, o efetivo, digamos assim.
06:11Você hoje tem uma despesa obrigatória do governo, ou seja, o orçamento, a despesa que você não pode cortar,
06:18de transferências condicionais, despesas de salários, previdência principalmente, de 92% do orçamento.
06:25Então, o governo só tem margem para ajustes no 8% do orçamento de todo o primário, ou seja, o resultado fiscal total do governo, exceto os juros.
06:36Então, há pouca margem, mas o governo realmente precisa cortar despesas para justamente dar condições para o Banco Central,
06:43em algum momento futuro, reduzir a taxa de juros com uma inflação um pouco mais de estado.
06:48Então, mas eu, a princípio, acho muito complicado, muito difícil que o governo atinja a meta de superávit fiscal,
06:55tanto para o ano que vem, acho que o orçamento está muito...
06:59É uma certa... Na verdade, é uma peça de ficção, de certa maneira.
07:04É muito difícil você ter aí um superávit fiscal, não só em 2025, como em 2026.
07:09Eu estou estimando aí que, na verdade, o superávit primário teria que ser pelo menos 3% do PIB,
07:15para que a dívida sobre o PIB se estabilize na faixa de 77%.
07:19Como não vai ser isso, a dívida pública deverá chegar a um nível superior a 85% em 2026.
07:28Como condenar melhor essa política fiscal e a política monetária para conter a inflação,
07:34não só usando essa questão dos juros, do aumento da taxa?
07:36É. O ideal de qualquer política econômica é haver sincronismo,
07:43convergência entre a política fiscal e a política monetária.
07:47Quando o governo tem um problema de inflação,
07:50o ideal seria que a taxa de juros subisse um pouco
07:54e, pela parte do governo, um corte de despesas.
07:57Mas quando você não tem o lado fiscal em contenção,
08:01ou pelo menos um ajuste mais eficiente dos gastos do governo,
08:04uma redução do déficit, o aumento dos superávit e uma estabilização ativa,
08:10o Banco Central tem que fazer o chamado ajuste sujo, lembra assim?
08:15Ele fica, só ele, é sobrecarregado para elevar a taxa de juros,
08:20desastrear a economia e, consequentemente,
08:22desastrear a inflação mais próxima da meta central.
08:26Mas o ideal, com certeza, seria o maior sincronismo
08:28entre a política fiscal e a política monetária.
08:31Muito bem, nós conversamos com o Eduardo Velho, economista,
08:36trazendo um panorama expectativa para a próxima reunião do Copom,
08:39que vai acontecer agora em maio.
08:41Eduardo, muito obrigado pela sua participação
08:43aqui na programação da Jovem Pão.
08:45Um ótimo sábado.
08:45Obrigado a todos a Jovem Pão, prazer estar aqui.

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