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“O love bombing é um bombardeio de afeto intenso, com o objetivo de manipular e controlar. Já o ghosting, é o desaparecimento repentino, sem explicações”, explica o psicólogo e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Bruno Cardoso.

Neste primeiro episódio do podcast “Não é invenção”, Bruno conversa com as jornalistas Larissa Kümpel, Layane Costa e Mannu Meg, do Estado de Minas, sobre o que é o love bombing e o ghosting, termos que indicam comportamentos duvidosos em relacionamentos amorosos.

O “Não É Invenção” é um podcast do Estado de Minas e Portal Uai para quem busca um ombro pra chorar ou tentar entender aquela situação que você não para de pensar e até te faz sentir culpa.

As jornalistas Larissa Kümpel, Layane Costa e Mannu Meg estão dispostas a te ouvir e te convencer que você não está sozinha. Afinal, nenhuma experiência é individual.

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#podcast #lovebombing #ghosting #relacionamento

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Notícias
Transcrição
00:00Meninas, preciso desabafar uma coisa que aconteceu comigo.
00:04Sabe aquele tipo de história que começa parecendo cena de filme e termina como um pesadelo?
00:09Pois é. Noite qualquer, num barzinho, com a minha galera mesmo, sem pretensão nenhuma, ele apareceu.
00:16Um amigo de um amigo, sabe? Totalmente fora da bolha, do interior, um sotaquezinho fofo
00:21e um olhar que parecia que enxergava direto de dentro da gente.
00:25A gente começou a conversar ali mesmo, no meio da bagunça, e ele foi tão intenso, tão presente,
00:31no dia seguinte já estava me mandando mensagem, dizendo que eu era diferente,
00:36que nunca tinha sentido aquilo por ninguém, e eu, a boba, caí.
00:40Quem não cairia, né? Ele falava tudo que eu precisava ouvir.
00:46Em duas semanas, ele já estava falando que queria se mudar pra cá,
00:50que a gente ia viver isso juntos, que eu vinha, que eu tinha virado o mundo dele.
00:56Ele vinha pra cidade sempre que podia, me levava pra sair, falava de planos de futuro,
01:01parecia tudo tão real.
01:02E aí ele se mudou, largou tudo e veio.
01:05Eu estava com o coração na mão, mas também esperançosa, tipo,
01:09caramba, alguém tá fazendo isso por mim.
01:12Só que foi aí que tudo mudou.
01:14Do nada ele começou a sumir, dizia que estava cansado, ocupado,
01:18que a cidade era difícil, começou a inventar desculpas pra não me ver,
01:22e quando eu respondia, era tudo frio, mecânico.
01:26Aquele cara que me olhava como se eu fosse tudo, simplesmente evaporou.
01:31Tentei entender, tentei conversar, mas era sempre um
01:34tá tudo bem, só preciso de um tempo.
01:37Até que um dia, ele simplesmente parou.
01:40Sumiu de vez.
01:42E até hoje eu fico pensando se fiz alguma coisa de errado.
01:48Esse é o Não Invenção, um podcast sobre relações e comportamento,
01:56e hoje nós estamos aqui pra falar sobre o tema Love Bombing e Ghost.
02:01Eu sou Larissa Kimpel.
02:02Eu sou Laiane Costa.
02:03E eu sou Mano Meg.
02:05E a gente tá aqui com o professor Bruno Avelino.
02:07Conta pra gente, Bruno, qual que é a sua especialização,
02:10o que você vai trazer aqui pra gente?
02:12Olá, menina, tudo bem?
02:13É um prazer estar com vocês aqui, conversando sobre esse tema.
02:16Eu sou o Bruno Cardoso, sou psicólogo, sou terapeuta de casais,
02:20sou professor na Universidade Federal de Minas Gerais
02:22e tenho especialização ali em terapia de casais, terapia afirmativa
02:26e também autor de alguns livros nas áreas de relacionamentos.
02:30E obrigado mais uma vez pelo convite, por estar aqui com você.
02:33Foi um prazer.
02:34Pra começar, Bruno, a gente queria saber de você sobre esse caso.
02:38O que você tem a falar?
02:40Qual a sua percepção?
02:41Quais são as estratégias amorosas que foram usadas por essa outra pessoa?
02:47E o que você tem pra dizer pra gente sobre isso?
02:51Sim.
02:51Primeiro que, infelizmente, é algo muito comum.
02:54A gente viu aí na história da colega, mas que muitas vezes está próximo de outras colegas.
03:00Quem está assistindo a gente pode até imaginar quem já não passou por isso
03:04ou conhece alguém que já tenha passado por uma situação semelhante.
03:08Nesse caso, que a gente acabou de ler, ele tem muita relação ali com o fenômeno do ghosting, por exemplo.
03:14Então, que é aquela parte que a pessoa some, mas no começo tem uma parte de love bombing,
03:19que é justamente aquela parte de um bombardeio de amor, de um bombardeio de afeto,
03:24onde aquela pessoa está ali trazendo mundos e todo tipo de possibilidade pra outra,
03:30mas passa um tempo, aquilo pode se tornar um comportamento mais disruptivo
03:34ou mesmo de controle, de manipulação, que seria o love bombing,
03:38ou no caso do ghosting, que é o de desaparecer e sumir mesmo, né?
03:42Então, nesse caso aí, a gente percebe estratégias muito inadequadas, né?
03:45Que vão trazendo ali uma série de feridas emocionais pras pessoas que estão envolvidas,
03:50mas principalmente pra aquela que sofre esse tipo de comportamento, né?
03:55Então, a pessoa que acabou de sofrer um ghosting ou acabou de sofrer love bombing,
03:59ela vai ter ali uma série de reflexos emocionais que podem interferir ali na autoestima,
04:05no próprio desempenho laboral da pessoa no trabalho e na vida como um todo.
04:09Então, é um caso que, infelizmente, é muito cotidiano, né?
04:13Que acontece muito aí na vida.
04:16Esse love bombing, ele é um termo que é novo, né?
04:21Porque o ghosting a gente já conhece mais um tempo,
04:24mas o love bombing, ele apareceu recentemente.
04:27E, assim, é muito confuso, assim, essa diferença, né?
04:32Porque o love bombing, o nome já diz, né?
04:34Que é aquela bomba de amor, né? Aquela explosão.
04:38E o ghosting é o sumiço.
04:41E essa bomba de explosão, ela necessariamente, depois, acaba com o sumiço?
04:49Como é que funciona isso?
04:50Não, necessariamente.
04:51Ela é bem diferente.
04:52E, assim, inclusive o termo love bombing, ele é mais novo que pra gente no Brasil,
04:56mas ele já vem acontecendo, inclusive, em outros contextos lá fora.
04:59Então, ele não surgiu inicialmente no contexto de relacionamento,
05:02propriamente dito, foi no contexto religioso, inclusive.
05:05Muitas pessoas conseguiam persuadir as outras pra estarem parte, né?
05:09Dos seus contextos religiosos e tudo.
05:12Mas aqui, a partir que o tempo foi evoluindo, ele foi sendo aplicado no contexto de relacionamento
05:17da psicologia como um todo.
05:19Mas o love bombing, ele tem muita relação com a manipulação, né?
05:25Então, essa é uma questão marcante do love bombing.
05:28Eu estou ali te trazendo um bombardeio de amor,
05:31estou sendo a pessoa que estou presente, que te dou afeto.
05:35Te conheci hoje, já te comprei um carro super caro.
05:40Ou então, eu já te dou um afeto, assim, você é mais especial que todo mundo na minha vida.
05:45O que seria de mim sem você?
05:47Já é uma coisa muito intensa nesses primeiros momentos.
05:51Só que o viés por trás é te controlar lá na frente.
05:55Tipo uma chantagem emocional.
05:57Tipo, eu dou tudo pra você.
05:59Lá na frente.
06:00Então, você meio que me deve isso.
06:02É, lá na frente pode virar uma chantagem emocional.
06:05Então, inicialmente, tem esse bombardeio, né?
06:08Que como se fosse algo que eu estou te dando agora,
06:10mas pra que lá na frente eu consiga te controlar melhor.
06:12E também tem relação às pessoas, né?
06:14Vão falando, às pesquisas e no cotidiano, a gente vai percebendo muito o love bombing
06:18como o comportamento de uma pessoa que tem transtorno de personalidade narcisista,
06:23que às vezes pode utilizar muito desse tipo de comportamento, né?
06:28Desadaptativo.
06:29Não necessariamente, mas tem relações também.
06:32Mas no love bombing, basicamente, a gente vai encontrar isso.
06:35Esse comportamento em que eu vou ter esse bombardeio de amor,
06:38mas que tem uma função de manipulação, principalmente, pra te manipular.
06:43Já o ghosting, não.
06:45Então, existe a possibilidade do love bombing, ele existindo uma relação duradoura, assim?
06:52Pode, pode.
06:54Porque ele vai estar ali dentro de um relacionamento abusivo, de alguma forma, né?
06:58Que é diferente do ghosting, a gente vai perceber.
07:01Porque o love bombing vai ter essa manipulação e outros comportamentos manipulativos ali dentro,
07:05que vão estar perto da violência, né?
07:07Das diferentes formas de violência que podem surgir.
07:10Psicológica, né? Violência moral, enfim.
07:13Já o ghosting é aquele fantasminha, né?
07:16É o desaparecimento.
07:18A pessoa desaparece.
07:19Ela pode te dar uma chuva de atenção imediata, como pode não dar.
07:24Mas é uma pessoa que você tá construindo algo, que você acredita que tá construindo algo significativo,
07:30algo que é importante.
07:31Vocês acham que estão construindo uma história, ou então você começou a conhecer,
07:36você teve um date com a pessoa e ela falou que foi ótimo o date de vocês.
07:40Passa um tempo, tchau.
07:42Sumiu.
07:42Não te deu uma justificativa.
07:43Uma dúvida que eu tenho sobre o ghosting é nessa, assim, nos casos que você ouve, que você atende também,
07:53você consegue perceber se geralmente isso é feito por uma estratégia mesmo da pessoa,
07:59ou talvez ela não sabe lidar com os próprios sentimentos, não sabe lidar com o que tá vivendo.
08:03Então, eu fico nessa dúvida também, porque, assim, todo mundo já viveu um caso assim.
08:08Todo mundo conhece pessoas que viveram, tem amigos que viveram isso.
08:13E, assim, sempre surge a dúvida também na pessoa que ficou do outro lado, né?
08:17Se, ah, ele, será que ele ou ela realmente não gostava de mim?
08:21Ele fez isso de propósito?
08:23Ou só não soube lidar com os sentimentos?
08:27O que você vê, assim, de mais comum?
08:28Muito bom.
08:30A culpa, ela aparece, né?
08:31Na pessoa que tá sofrendo, ela tende a pegar pra ela como se ela tivesse feito algo de errado,
08:36ou como se tivesse algo de errado comigo pelo comportamento do outro, né?
08:41Isso é uma coisa complexa.
08:42Mas, assim, a gente tem os dois, a gente conseguiria perceber os dois diferentes, né?
08:46O love bombing e o ghosting.
08:48No caso do ghosting, ele pode ter vários motivos pra pessoa fazer o ghosting.
08:53Entre eles, a pessoa pode ter um déficit muito marcado no que a gente chama de habilidades sociais.
08:58Que são dificuldades daquela pessoa em conseguir, por exemplo, dizer um não, dizer que não gosta.
09:05E todo mundo tem direito, né, gente?
09:06Ninguém vai fazer um date com todo mundo e sair casado com todo mundo, porque a gente tem um date.
09:11Então, a pessoa tem o direito de um date e ela não gostar da outra.
09:15Só que o falar sobre isso é um desafio pra muita gente, porque as pessoas não sabem.
09:20Então, algumas pessoas, ao invés de falar sobre, elas optam pelo ghosting.
09:23Então, eu vou sumir.
09:25Vou dar mais frieza, vou distanciar pra ver se aquela pessoa entende o recado enquanto eu estou me afastando.
09:31Já o love bombing é diferente.
09:34Porque as estratégias que são utilizadas, mesmo de distanciamento, são com a função de controle.
09:40Então, eu quero que você esteja perto de mim de alguma forma, porque eu tenho um exercício de poder sobre ti.
09:44Já o ghosting não, percebe?
09:46O ghosting vai ter aquilo.
09:47Eu posso ter essa dificuldade em conseguir te dizer não, que o nosso date não deu certo.
09:52Ou então, algumas outras coisas que a gente não tem compatibilidade, etc.
09:55E aí, eu não consigo expressar.
09:57Posso ter ansiedade interpessoal muito alta, que faz com que eu não consiga expressar as minhas necessidades.
10:02Eu posso não conhecer aquilo que eu preciso emocionalmente.
10:06E isso pode fazer também com que eu não fale.
10:08Então, o ghosting vai ter vários fatores envolvidos ali no comportamento da pessoa.
10:13Esse sumiço do love bombing seria tipo uma estratégia, né?
10:19O joguinho que as pessoas fazem de tipo...
10:21Ah, eu vou ser assim, vou entregar tudo e depois eu vou dar uma sumida pra pessoa correr atrás de mim.
10:27Pra dar uma alimentada no ego.
10:29Um negócio assim.
10:30Mas esse do ghosting é real.
10:33Porque eu tenho uma amiga, não vou supar a sua vida.
10:36Vou preservar a identidade do meu amigo.
10:39Mas ela sempre tem uma amiga, né?
10:42É sempre uma amiga.
10:44Mas ela sempre falou assim...
10:46Eu sempre falei com ela.
10:47Eu fico chocada com a facilidade que você dá ghosting nessas pessoas.
10:52E ela fala...
10:53É porque eu já saí, já conheci e eu já entendi que eu não quero nada com essa pessoa.
10:57E qualquer coisa que eu falar pra essa pessoa não vai adiantar.
11:00Porque ela vai tentar se justificar.
11:02Ela vai tentar se mudar pra se encaixar na minha realidade.
11:06E vai acabar não sendo ela.
11:08E eu não quero.
11:09Genuíno.
11:09Então assim...
11:10Eu vou simplesmente sumir.
11:11Que aí ela vai entender que eu não quero.
11:14E aí talvez ela passe a não querer também.
11:17Então assim, eu acho que é mais também pra evitar uma conversa...
11:21Que pode ser difícil.
11:22É uma conversa que pode ser difícil, mas com uma pessoa que às vezes não vai estar aberta.
11:26E você também não tá afim de ter aquela conversa.
11:28É.
11:29E é desafiante isso porque a gente remete a um outro conceito que a gente vai pensar.
11:35Que é o de responsabilidade emocional.
11:37Que muitas pessoas falam, né?
11:38Porque quando você tá em um date, digamos, você tá conhecendo alguém nesse momento inicial.
11:43Você marcaram, se conheceram previamente talvez de alguma forma.
11:47Você espera que você tá construindo algo.
11:49Mas não necessariamente você é o que vai pra frente.
11:52Porque pode dar realmente errado e tá tudo bem, né?
11:54Faz parte.
11:55Só que quando você não fala claramente pra outra pessoa.
11:58Outra pessoa pode também pensar muitas coisas ruins sobre ela.
12:02Será se eu errei?
12:03Será se tem alguma falta em mim?
12:05Será se eu falei alguma besteira?
12:07Será se eu sou a pior pessoa do mundo?
12:09Será se aquela pessoa acha que eu não sou atraente?
12:12Será, será, será, será, será.
12:14E do outro lado, a pessoa que fez o ghosting, ela pode falar assim.
12:17Ai, a pessoa vai falar isso.
12:18Vai ser difícil.
12:20Eu vou ter que lidar com essa situação.
12:22E às vezes vem também da dificuldade nas habilidades sociais.
12:26Em conseguir dar um ponto final naquela história.
12:29Só que é difícil porque a gente não aprende muito isso.
12:31Na escola, acho que recentemente.
12:34Que estão começando a incluir nos currículos escolares.
12:36As habilidades socioemocionais, por exemplo.
12:38É, porque a gente aprende nos livros de história.
12:42Feliz para sempre, né?
12:43E aí é difícil mesmo a gente achar um ponto final nisso aí.
12:47E eu acho que às vezes pode ser até difícil pra pessoa também.
12:51Colocar um ponto final.
12:52Porque enquanto você não fala aquilo definitivamente.
12:55Ainda tá meio que rolando assim, né?
12:58E isso é um problema pra pessoa que tá do outro lado, né?
13:01Porque ela pode ficar nessa ansiedade de saber se ainda existe, se não.
13:05Mas pra quem já sabe que não existe e não pôs um ponto final.
13:09É uma coisa resolvida na cabeça dela.
13:11Mas sem precisar de passar por esse constrangimento.
13:14Que é meio chato às vezes.
13:16Vamos combinar.
13:17Me mata, mas não me deixa sem saber.
13:19Fala.
13:20Eu odiei.
13:21Eu não quero.
13:22Foi horrível.
13:23Eu não gostei.
13:24Mas não me deixa sem uma resposta.
13:27Mesmo que a resposta seja negativa.
13:29Eu prefiro ouvir.
13:31Mas tem gente que é muito difícil ouvir um não.
13:33E tá tudo bem também.
13:35Porque às vezes, até mesmo gostando de ter a resposta.
13:40Se eu ouvir alguma coisa que eu não gosto, eu vou ficar tipo...
13:43Então, talvez eu não...
13:45Se culpa do mesmo jeito, né?
13:47E a gente acaba se culpando do mesmo jeito.
13:48E talvez não seja tudo sobre a gente.
13:52A gente tem que parar de pensar assim.
13:53Porque às vezes eu realmente não ia encaixar com a pessoa.
13:56Não ia dar legal.
13:58Tipo assim.
13:59Não é sobre você.
14:00Vocês são pessoas indivíduas com gostos diferentes.
14:04Vidas diferentes.
14:05Só não se encaixou.
14:06E tá tudo bem.
14:07É, sim.
14:07Mas no caso de um date, né amiga?
14:09Agora, se for num caso de um casamento.
14:11Que tá acontecendo já há um tempo.
14:13E a pessoa simplesmente dá um ghost.
14:15Nossa, mas essa sua amiga.
14:19Essa sua amiga, hein?
14:21Ela passou por problemas.
14:24No casamento seria meio difícil o ghost propriamente dito.
14:27Porque a pessoa já está imersa naquele vínculo.
14:31Então, o vínculo já acontece.
14:33O que acontece, às vezes, são outras estratégias.
14:35Não necessariamente o ghost.
14:36Mas estratégias de evitação.
14:38Então, as estratégias de evitação são muito comuns em casais, por exemplo.
14:42Então, por não querer lidar com alguma situação que é desafiadora.
14:46Pra mim, eu congelo.
14:48Então, eu fico uma parede de gelo.
14:50Eu ajo de forma mais fria.
14:51Ou então, eu não tô lá.
14:53Então, é como se a pessoa estivesse falando comigo.
14:55E eu tô na árvore.
14:56Tô lendo.
14:57Tô em outro lugar.
14:59Assim, não tô prestando atenção.
15:00Tô totalmente desconectado daquilo que tu precisa.
15:03Então, tu tá falando um monte de coisas.
15:05E eu tô...
15:05E inventar brigas também seria uma dessas estratégias?
15:08Tipo, tô muito bravo com você.
15:11E que não sei o quê.
15:12Inventar estratégias também.
15:13Então, as pessoas podem utilizar.
15:14São comportamentos que eles acabam não ajudando a resolver os problemas.
15:17Então, dentro da relação conjugal, pode aparecer esses comportamentos.
15:22De tanto de persuadir, de como inventar coisas, né?
15:25Tem até aqueles memes, assim, né?
15:27Das pessoas procurando, tipo, briga.
15:29Porque fala assim, ah, só quero um motivo pra brigar.
15:32Então, tem tipo isso.
15:34Mas, às vezes, se a gente for pensar mais profundamente, não é que a pessoa quer um motivo pra brigar.
15:39Talvez tenha alguma coisa dentro dela que tá fazendo ela se sentir insegura.
15:42E que ela precisa de atenção, talvez.
15:43E ela não tá recebendo atenção, né?
15:46E a forma que a atenção que ela recebe é só quando tem alguma briga.
15:49Ou quando tem alguma coisa que traz essa adrenalina.
15:51E, às vezes, o relacionamento, ele não passa por esse momento de trazer algo inovador.
15:56Parece que o que acontece ao longo do tempo é que as pessoas, elas vão se acostumando com a relação.
16:00Porque já passou da fase da conquista.
16:02Então, já conquistei aquela pessoa.
16:04Ela não vai me largar.
16:05E vão se tornando desleixadas, né?
16:07Ao longo do tempo.
16:08E não investem mais na relação.
16:10Sim.
16:10E isso é um problema.
16:11Porque as pessoas vão se distanciando também.
16:13Mas, por que...
16:15Assim, eu não sei se tem alguma pesquisa, alguma informação.
16:17Mas, por que é tão difícil pras pessoas sentar e ter uma conversa madura?
16:21Tipo, estou sentindo isso.
16:24Vamos conversar?
16:26Ou, então...
16:27No momento, eu não quero conversar.
16:29Mas, tem essa situação que me incomodou.
16:31Por que é tão difícil?
16:33É muito difícil, né?
16:34E o mais difícil é ter pesquisa, sim.
16:36A gente trabalha no treinamento de habilidades sociais de casais, por exemplo.
16:39E também dentro do que a gente chama de terapia do esquema e terapias cognitivo-comportamentais
16:44de uma forma geral.
16:45Mas, por que que se torna muito difícil?
16:48É porque as pessoas, às vezes, não aprenderam sobre isso.
16:52Nós, quando somos bebês...
16:53Eu falo isso quando eu dou aula de habilidades sociais, né?
16:55Quando nós somos bebês, nós não somos bebês assertivos, por exemplo.
16:59Um bebê que chora assertivamente.
17:00Né?
17:01Não tem.
17:01É, no momento certo, né?
17:03É, o bebê que chora no momento certo.
17:05Eu vou chorar agora.
17:06Né?
17:07Não tem.
17:08Mas, não aprendendo.
17:08Nós não nascemos inato com as habilidades sociais.
17:12Nós vamos aprendendo.
17:14Só que, às vezes, essas pessoas, quando elas estão em ambientes que não favorecem modelos,
17:19elas não aprendem isso.
17:21E os modelos que elas aprendem são modelos diferentes.
17:24Como, por exemplo, muitas pessoas aprendem a buscar suas necessidades gritando.
17:29Porque ela via os cuidadores gritando.
17:32Muitas vezes, as pessoas buscam suas necessidades agredindo.
17:36Porque apanharam e falavam, estou te batendo porque eu te amo.
17:39Olha o problema que a gente está formulando aqui na cabeça da criança, né?
17:43Então, são muitas coisas que as pessoas não aprendem.
17:46Essas habilidades, elas não aprendem esses comportamentos.
17:49E aí, elas vão, também, quando crescer, ter esse déficit.
17:52Essa dificuldade.
17:53Então, vai ser muito difícil.
17:54Às vezes, o mais fácil é fazer o automático.
17:56E o automático é gritar.
17:58O automático é dar gelo.
18:00E também, uma outra questão é, elas podem usar isso para proteger uma dor emocional que elas estão sentindo.
18:07Porque, se eu falar isso, aquela pessoa pode não conseguir receber aquilo que eu estou falando.
18:13E eu vou me ferir mais ainda.
18:15Então, é melhor eu não falar.
18:17Ou, então, é melhor eu protestar de uma forma muito intensa.
18:20Para que a pessoa não tenha nem coragem de me ferir.
18:23Porque eu estou me mostrando grandão, grandona, né?
18:26Nessa situação.
18:26Então, isso tudo envolve ali esse interjogo na relação que faz as pessoas realmente entrarem mais em distanciamento daquilo que elas precisam do que, de fato, com aquilo que elas precisam e merecem.
18:39E, sobre o love bombing, uma coisa que você falou que eu achei muito interessante é sobre a manipulação, né?
18:46Que sempre tem esse aspecto de manipulação.
18:49E eu queria saber, é isso, se sempre tem ou se, por exemplo, quando começa um relacionamento, assim, e a pessoa está realmente com a atenção debruçada ali, e depois ela vai se afastando.
19:00Se isso não for com uma intenção de manipulação, isso pode ser considerado um love bombing ou só um comportamento ok, assim?
19:08Tá.
19:08Esse é um love bombing, inclusive, é um conceito que ele já vem falando antes, como eu falei para vocês.
19:13Mas ele também é um conceito que está passível de estudos aí ao longo das pesquisas, de uma forma geral.
19:18Mas, quando você fala sobre a questão da atenção que você recebe e o love bombing, é importante separar os dois, porque senão a gente pode também imaginar que,
19:29nossa, todo mundo que me deu atenção agora está fazendo love bombing.
19:32Todo mundo que diz que me ama está fazendo love bombing comigo e aí vai me separar em qualquer momento.
19:36Então, não.
19:37Mas a intenção do love bombing tem essa bem marcada, que é o comportamento mais manipulativo, então que tem esse tipo de controle um pouco mais marcado.
19:45Agora, uma pessoa que está te conhecendo e ela está te dando atenção, ela está te dando afeto na medida, entre aspas, correta, certa, sem ser tão abrupta e disfuncional, vai estar algo saudável.
20:05Agora, quando a pessoa faz esse bombardeio de amor, já é uma coisa que a pessoa está fazendo, mas que ela vai te controlando.
20:14Qual que é o limite?
20:15Me passem números de elogios.
20:20É a linha tênue.
20:22Eu já estava preocupadíssima, porque eu sou a emocionada.
20:25É isso.
20:25E eu já estava, tipo assim, estou love bombando todo mundo.
20:30Não, aí é diferente, por exemplo, os emocionados do love bombing, por exemplo.
20:34Entendi.
20:35Eu também.
20:36Você está tranquila, né?
20:37Tranquila.
20:38Os emocionados do love bombing é diferente, porque, como eu falei, love bombing, o bombardeio de amor tem relação com a manipulação.
20:45Os emocionados, às vezes, é como eu falo o meme, né?
20:47Meu problema foi amar demais.
20:48É, exatamente.
20:50Os emocionados falam isso.
20:51Nossa, meu problema foi amar demais.
20:53Então, os emocionados, às vezes, como são chamados até pejorativamente, né?
20:59Nossa, fulano é muito emocionado, é muito emocionado.
21:02É porque eles expressam muito o que sentem, né?
21:05Então, por expressar muito o que sentem, nem todo mundo está pronto para lidar com emoções.
21:11Viu?
21:12O mundo não está pronto para lidar com emoções.
21:15Não estão.
21:16Mas, assim, a gente realmente, nós somos uma sociedade, uma cultura, até no Brasil, né?
21:20De forma geral, que ainda não sabe lidar muito bem com emoções.
21:24A gente tenta evitar as nossas emoções de todas as formas.
21:27Lembram?
21:28Engole o choro.
21:29Quem nunca escutou, engole o choro.
21:32Né?
21:32Então, quem nunca sabe de alguém que escutou, engole o choro em algum momento.
21:35A gente aprendeu a engolir as nossas emoções e não sentir.
21:38Então, quando eu vejo alguém que sabe sentir as emoções, a gente pode me assustar.
21:42Sim.
21:43Né?
21:43Tipo assim, nossa, a pessoa está sentindo, dizendo que gosta de mim.
21:47Aí vem várias coisas.
21:49Como que alguém vai gostar de mim?
21:51Né?
21:51Para comer de conversa.
21:52Dois, a pessoa está dizendo que gosta é uma confusão para quem não sabe lidar com as próprias emoções.
21:58Agora, é importante para os emocionados, nesse caso, de conseguirem respeitar as suas próprias emoções,
22:03sabendo que está tudo certo você expressar suas necessidades.
22:06e ter cuidado também para não se ferir tanto nos contatos com os outros, porque os outros
22:11podem não entender.
22:12E pode realmente até dar ghosting, né?
22:15Porque, ah, expressa.
22:16Nossa, a pessoa está louca.
22:17Tchau.
22:18Bloqueio.
22:20Nossa, já aconteceu muito ruim.
22:24E tipo assim, eu vou ter um monte de perguntas.
22:26Vamos, cara.
22:28Quando que a gente vai casar?
22:29Sem dúvida que...
22:30Aí a pessoa simplesmente não...
22:32Eu acho que é melhor não conversar com essa pessoa.
22:35Foi bom.
22:36Ah, então, Larissa, foi muito bom te conhecer.
22:39Foi delicioso.
22:39Aí você chega...
22:40Não, quem dera se tivesse esse papo.
22:43É, você não pode mandar mensagem.
22:45É, segue o blog.
22:49Você acha que é, assim, beleza, é um termo novo e tal, mas você acha que esses termos,
22:57eles só existem por causa dessa... da rede social, da internet, do...
23:02Ou não?
23:02A internet tem ajudado muito a lançar luz sobre conceitos amplos.
23:08Eu gosto disso, porque, pra mim, a ciência, e embora não tenha surgido inicialmente a
23:13ciência, mas a ciência pegou pra estudar mais pra frente, a ciência tem que ser acessível.
23:18Quando eu escrevi minha tese de doutorado, uma das coisas que eu coloquei lá na introdução
23:21foi isso.
23:22Tipo assim, não adianta nada fazer ciência se eu não estou traduzindo isso pra sociedade,
23:26pra que as pessoas se beneficiem da ciência.
23:29Então, a ciência já esteve muito presa dentro da universidade.
23:32No sentido de que é produzido em artigos, é produzido em uma linguagem super inacessível
23:37e tudo fica lá, preso, bloqueado, lá, ninguém tem acesso, linguagem difícil, etc.
23:42E a sociedade?
23:43Então, quando traz isso pras redes sociais, traz isso pra um podcast como esse, traz isso
23:48pra outros ambientes, as pessoas começam a ter noção do que acontece.
23:53Então, embora seja recente, digamos assim, o tema, não significa dizer que ele nunca
23:58existiu.
23:59Simplesmente, as pessoas começaram a nomear os comportamentos que estão surgindo e que
24:05estão aparecendo na sociedade.
24:07Antigamente era por carta, né?
24:09Eu agora vou ser canarinho pistola aqui, que eu acho que pra deixar mais acessível ainda
24:14tem que começar a traduzir.
24:16Igual, bombardeio do amor, ghost, vira o fantasminha camarada, vai ficar muito mais...
24:23Camarada não, né?
24:24Nada camarada.
24:25Nada camarada.
24:26Porque aí fica mais fácil também pra gente entender.
24:29Eu acho que muita gente também tem um preconceito, assim, né?
24:33Com essa coisa de ser tudo mais internacional, né?
24:37Quando surgem os termos, mas a gente não tem muito o que fazer, porque é de onde surgem
24:42os estudos também, né?
24:43Então, tem muito essa lincagem.
24:44Mas eu lembrei aqui de um exemplo, quando a Kéfera foi lá no programa da Fátima Bernardes
24:52e foi falar do mansplaining, maninterrupting, e todo mundo ficou tipo, minha filha...
24:57Sendo que são, assim, conceitos que se você fosse debruçar sobre eles, faz super sentido.
25:03Mas, às vezes, o termo afasta as pessoas, né?
25:05Sim, e principalmente o termo, a forma que o termo é abordado, várias coisas.
25:11Como, por exemplo, tem pessoas que banalizam muitas pautas.
25:13E aí, seria até um tema, né?
25:15Tipo, se elas banalizam várias pautas ao longo do tempo e acabam esgotando, às vezes,
25:19algumas pautas que fazem com que aquilo não tenha a seriedade que merece, a atenção
25:24que merece.
25:25Mas os termos, muitos deles...
25:26A gente acaba que a ciência, de uma forma geral, ela tá muito numa linguagem inglesa,
25:32né?
25:32Tá muito... Artigos que a gente tem que vai ser em inglês, muitas coisas que surgem
25:36são em inglês, mas também são traduzidos pro Brasil, né?
25:39Pro português, muitas coisas que são produzidas.
25:42Mas existem alguns conceitos que eles acabam não tendo uma boa tradução, né?
25:47Por exemplo, o ghosting a gente poderia traduzir como sumiço, mas não envolve a experiência
25:52completa só o sumir, né?
25:54Então, é um processo maior.
25:56O love bombing até que dá pra traduzir, talvez, né?
25:59Como um bombardeio de amor ali no começo.
26:01Mas tudo isso são termos que vão sendo trazidos.
26:05Aí, cabe a nós tornar isso acessível pras pessoas, até dar nome, né?
26:08Do fantasminha, pros nossos colegas, pra que eles entendam essas experiências.
26:12O ghosting seria...
26:13Tô invisível.
26:14Pode ser.
26:17Pode ser.
26:18Pode, podemos suchar.
26:19A gente tem um quadro que chama Não é Invenção, que a gente pede pro nosso convidado
26:23trazer uma história, a história mais marcante relacionada ao tema do dia.
26:28Então, assim, queria pedir pra você compartilhar com a gente uma história marcante sobre o tema.
26:33Então, gente, é até um desafio quando a gente fala assim, uma ou mais marcante, porque
26:41é tão comum esse tema, infelizmente.
26:45Mas vamos falar, por exemplo, de um caso, vamos dar nomes aleatórios, né?
26:48Do João.
26:49Todo mundo fala, né?
26:50Do João da Maria, ninguém aguenta lá.
26:51Mas do João, né?
26:53Em que o João tava conhecendo uma pessoa, né?
26:57O Mário.
26:58E aí, nesse momento que eles estavam conhecendo o Mário, ele recebeu muita atenção do Mário.
27:03Eles começaram a desenvolver uma relação que fazia sentido.
27:07E ambos estavam engatados nesse tipo de relação, né?
27:11Em que os dois investiam a atenção nesse momento.
27:14Só que passa um tempo, né?
27:17Eles viveram uma relação muito intensa em uma semana.
27:19Em uma semana, eles começaram a viver tudo.
27:23Tipo assim, no primeiro dia tava assim.
27:25No segundo dia, já estava dormindo na casa.
27:27No terceiro, já estava dando presentes grandes e tudo pra outra pessoa.
27:31Escova de dente.
27:32Já estavam juntas ali e tudo.
27:34Então, foi algo muito intenso.
27:36Só que, a passar do tempo que isso foi acontecendo, o João, ele foi começando a se distanciar também da pessoa.
27:46Ele começava a sentir que, tipo, nossa, falta alguma coisa.
27:49Eu tô sentindo que não tem algo que eu me sinta bem nessa relação.
27:54Não tem alguma coisa fazendo eu me sentir não atendido no que eu preciso nesse relacionamento.
28:00E aí, nesse momento que ele tava sentindo isso, o outro desaparece.
28:03Teoricamente, a gente pensa assim, tá, resolveu o problema.
28:07Se eu já não tava sentindo assim.
28:09Só que, quando isso aconteceu, ele ficou desesperado.
28:13Então, ele não queria que isso acontecesse.
28:16Ele se sentiu abandonado.
28:17Olha que desafiazão, né?
28:19Porque, por um lado, tipo assim, nossa, eu tô me sentindo mal e tudo.
28:22Mas, quando aconteceu isso do outro sumir, desaparecer, ele passa a ficar mais agora como se fosse abandonado.
28:28Então, me sentindo muito mal.
28:29A pessoa não está mais me respondendo, desapareceu e tudo.
28:34E aí, quando a gente pergunta, né?
28:36Mas, tu tava pensando que isso era algo que tava sendo desgastante pra ti.
28:41Que tu não tava se sentindo bem.
28:42E quando ele desapareceu, como é que tu se sentiu?
28:45Eu senti que eu gostava dele de verdade.
28:48Complexo.
28:49Entendi.
28:50Aí, do breve, né?
28:51Falando mais alto.
28:52Ele queria que a pessoa ficasse implorando, por favor, volte pra mim, alguma coisa assim.
28:58Que acontecesse alguma coisa assim.
29:00Pra ele se sentir melhor e...
29:03Ou não, né?
29:04Porque, às vezes, é o perder mesmo que faz a pessoa entender o que tá acontecendo.
29:09Mas, se você já tinha chegado na conclusão de, tipo, ah, não tô feliz e tudo mais...
29:16Como que você chega na mesma...
29:18Uma conclusão contraditória em seguida?
29:21É.
29:21E essa que é a grande questão.
29:23O quanto que, por exemplo, o tempo no relacionamento, ele é importante também.
29:28Porque, às vezes, o que aconteceu, no caso, é que por estar tão intensamente envolvido
29:33naquele relacionamento, eles não tiveram tempo de sentir falta um do outro.
29:37Não tiveram tempo de sentir que gostava, de fato, do outro.
29:40Só que, quando começa a ter essa frieza pela parte dele, o outro some e não tem mais
29:46acesso, aí a falta fica muito mais forte.
29:48Porque não tem mais acesso.
29:50Né?
29:51Então, aquilo faz com aquela outra pessoa realmente queira falar assim, poxa, eu queria
29:54pra voltar, eu queria pra voltar.
29:56E mostra, às vezes, o tempo de um relacionamento, o quanto que é importante ter momentos pra
30:00si.
30:01Porque, muitas vezes, as pessoas, quando estão construindo um relacionamento, é como se
30:03fosse aquela música, né?
30:05Carne, unha, alma, gêmeas, metade, laranja, dois amantes, dois irmãos.
30:10Como se fosse tudo muito grudado e que a pessoa não tivesse uma vida fora o relacionamento.
30:15E tem uma vida.
30:16Cada um precisa ter uma vida individual, né?
30:18Pra construir esse relacionamento.
30:20E, no caso desse caso, né?
30:22É que não teve esse respeito também das estações.
30:25Do tempo que um relacionamento vai ter.
30:28Então, a gente sentiu muito.
30:29No caso, o abandono.
30:30O relacionamento encerrou mesmo.
30:32Não teve mais.
30:33Só que foi algo que virou de aprendizagem ali, né?
30:35Tem aquele meme.
30:36Prefira ter ficado burro, né?
30:37Não, não, não.
30:38Não, não.
30:38Não, não.
30:39Prefiri.
30:39Não, não.
30:39Não, não.
30:40Não, não.
30:40Não, não.
30:41Mas que tem aquela questão de que teve a exposição e que a pessoa começou
30:46a processar melhor agora os relacionamentos atualmente.
30:49Os tentos, é.
30:50E essa ruptura, assim, seja em relacionamentos...
30:55Assim, quando são relacionamentos saudáveis, né?
30:57Até mais...
30:58É doloroso também, de qualquer maneira.
31:01Mas é um pouco...
31:02É um processo mais natural, né?
31:03Mas quando tem esse tipo de estratégia emocional que traz uma dependência, que traz essa sensação
31:09de culpa, assim, quais são os danos emocionais mais comuns, assim, de se ver nas pessoas?
31:15Na pessoa que sofre, né?
31:16Isso.
31:17Baixa autoestima, quando ela está sendo manipulada, baixa autoestima.
31:21Eu acho que é essa...
31:22Não, abaixa o dedo.
31:23Vamos gabaritando.
31:25Vamos gabaritando aqui.
31:27Mas acho que a baixa autoestima é uma das principais, assim, que vai aparecendo,
31:30que a pessoa, ela vai pensando, assim, o que é que tem de errado comigo?
31:33Será se eu não sou suficiente?
31:35E aí, isso vai virando um ciclo, porque ele vai influenciando em outras coisas.
31:38É interesse sexual, vai baixando, né?
31:41Também a pessoa pode ter...
31:42Isso pode generalizar para outros contextos.
31:45Por mais que termine um relacionamento, imagina...
31:47Terminou um relacionamento, em alguns casos mais complexos,
31:50a pessoa pode ter problemas sexuais, mesmo em outros relacionamentos.
31:54Ela não está mais naquele relacionamento, mas os reflexos da manipulação, do controle
31:58e dos abusos que aconteciam no outro relacionamento, passam a influenciar no outro relacionamento, né?
32:04A outra pessoa não tem nem culpa do que está acontecendo,
32:05mas foi o que repercutiu emocionalmente na vida daquela pessoa, né?
32:10Então, a perda do interesse sexual, a baixa autoestima, casos de depressão que a pessoa pode ter,
32:16sintomas de ansiedade, né?
32:18Que a pessoa pode ter também, nesse caso, níveis de estresse mais elevados,
32:22algumas questões de sofrimento emocional vão aparecendo bastante ali,
32:26como derivados desse relacionamento abusivo,
32:29que, de certa forma, é um relacionamento abusivo.
32:32Sim.
32:33Abaixei todos os dedos.
32:34E contando.
32:37E contando.
32:39E a terapia é importante.
32:41Terapia é importante.
32:42Isso que eu ia falar.
32:43Mas aí, a pessoa também precisa terapia,
32:46porque normalmente quem faz terapia,
32:48está fazendo terapia porque o coleguinha faz terapia.
32:51A gente faz terapia pelo colega, que o bebê está fazendo e ele não está.
32:55É complicado.
32:56Isso acontece muito em família também, né?
32:58Ah, os parentes, os familiares ali afetam pra caramba.
33:03Mas o que você faz?
33:04Você tem que cuidar como você está recebendo aquilo, para você não ficar maluco.
33:07Isso.
33:07Então, tem que cuidar da gente mesmo.
33:09Na sociedade caótica que a gente está, né?
33:11E mesmo os outros que são os responsáveis pelos traumas da gente,
33:15a gente também tem que cuidar da gente, de alguma forma.
33:18Tem aquele meme que fala também,
33:19você é uma plantinha com emoções complicadas.
33:21É, mas esse link que você trouxe lá,
33:24eu acho que é importante também, para a gente poder entender.
33:27Você falou que o Love Bombing, ele apareceu em outro contexto,
33:32contexto religioso.
33:33E aí, a Lai já falou de família,
33:34que é uma questão de manipular e tal.
33:36Tem como o Love Bombing,
33:38dentro da família, relação familiar, parentes,
33:45trabalho,
33:45trabalho, tem como essa relação surgir?
33:49Interessante, assim.
33:50Eu desconheço estudos focados especificamente nesses cenários.
33:53Mas se a gente fosse aqui refletir sobre o conceito,
33:57poderia sim.
34:01Quando acontece esse tipo de comportamento,
34:03com enfoque na manipulação.
34:05E acontece muitas vezes no contexto de mães, pais,
34:09controlando o comportamento dos filhos,
34:11manipulando o comportamento dos filhos.
34:13Acho que tem até uma cena, sabe aquele desenho,
34:17acho que em Enrolados, que tem Rapunzel e tem a mãe dela.
34:19Ela fala, você não sabe nada.
34:21Sua mãe sabe mais.
34:24Gente, sua mãe sabe mais.
34:27Então, aquele comportamento mais controlador da mãe,
34:29faz com que ela vive enclausurada naquele ambiente.
34:32Senhora do Destino também.
34:33Nazaré fez isso com a Karolina Dikma.
34:35Verdade.
34:36A meu ótimo é que você trouxe Nazaré, personagem e Karolina Dikma.
34:42Ninguém se lembra.
34:45E talvez, né, excesso de presentes e pais que dão tudo
34:51e enchem de muita coisa e depois fica cobrando.
34:54Tipo, não, você não vai poder sair porque você tem...
34:57É, faz sentido.
34:59Seria possibilidades.
35:00Há possibilidades de estudos, inclusive,
35:02para você desenvolver isso, para ver se aplica nesse sentido,
35:05se a gente daria outro nome para esse fenômeno.
35:07Mas é o que existe.
35:08De pais familiares que controlam,
35:10dão coisas para controlar,
35:12para ter ali dentro do...
35:13Como se fosse uma gaiolazinha, né?
35:15Então, toma aqui uma raçãozinha e aqui fecha.
35:17É, mas eu acho que é outro nome, né?
35:18Porque se você for pensar a criança, né?
35:22Dedo bebê, aí você já dá um love bombing ali, obviamente, né?
35:27Porque acabou de nascer.
35:28Mas, assim, pode ser também que tem mães que não.
35:32Que não é, que não é.
35:33São outras estratégias mesmo que podem existir.
35:35Agora, a estratégia de manipulação dentro da relação familiar existe.
35:39No trabalho também.
35:40Você vive assédio, por exemplo.
35:41O assédio moral, o assédio no trabalho.
35:44São formas também que existe algum tipo de controle.
35:47Então, por exemplo, no trabalho, a pessoa,
35:48nossa, eu te dei essa função toda,
35:50então tu tem que fazer isso.
35:52Então, você só tem essa função por causa de mim.
35:56Você recebeu isso, isso e isso,
35:57mas porque se não fosse por mim, você não teria nada.
36:00Então, ali também tem um assédio, né?
36:01Tem coisas que envolvem.
36:03Ambos, eles estariam ali no escopo de violências.
36:06Então, seja familiar, seja no trabalho, seriam violências.
36:09O love bombing não é saudável.
36:13Não é saudável.
36:15Eu acho que, pra finalizar, né?
36:17Você tem mais alguma pergunta, desculpa.
36:18Eu queria só saber, já que a gente falou desse início, né?
36:22De como que surgiu e você falou do âmbito religioso.
36:26Como?
36:26Como?
36:27Como, né?
36:28Como?
36:28Só isso?
36:29A ideia, assim, pelo que eu estudei do tema,
36:31a ideia era que eles faziam esse tipo de contato,
36:34mas pra conseguir engariar os fiéis, os seguidores.
36:37Sim.
36:37Então, aquela atenção que você dá pro fiel e tudo,
36:41mas pra depois manipular ele,
36:42pra ele conseguir fazer as coisas da religião.
36:45Entendi.
36:45Servir, assim, né?
36:46Servir.
36:46A igreja.
36:47Entendi.
36:48É como a gente pensar, assim, parece ser comum ainda hoje.
36:51Não é tão mentira, assim, não.
36:53A cada esquina.
36:55Não é mentira.
36:55Exatamente.
36:56Pra finalizar, eu queria que você falasse um pouco desses dois livros que você falou pra gente aí.
37:04Isso.
37:05Eu e a Kelly Paim, a gente escreve muito juntos,
37:07é como se a gente fosse uma duplinha, assim, né?
37:09Que escreve várias coisas juntos.
37:10A gente vai chamar ela pra mim.
37:11É uma querida.
37:13E a gente escreveu dois livros recentemente,
37:15que é o Sua História de Amor e o Armadilhas da Química Amorosa.
37:19Ambos eles vão falar sobre as nossas histórias de amor,
37:22sobre as escolhas amorosas que nós fazemos
37:25e o quanto que nós podemos estar próximos ou distantes
37:28das nossas necessidades emocionais fundamentais, básicas.
37:32Então, são dois livros de autoterapia
37:34em que eu consigo refletir e fazer exercícios ao longo dele
37:38pra que eu consiga entender a minha história,
37:41aquilo que eu recebi,
37:42aquilo que eu aprendi sobre o que era o amor ao longo da minha vida
37:45e como que eu consigo sair de relações
37:48que me trazem algum tipo de sofrimento.
37:50Então, durante todos os livros, né?
37:52Os dois, a gente vai trazendo estratégias na mente
37:55como a pessoa pode se fortalecer emocionalmente
37:57pra que ela consiga construir relações saudáveis, né?
38:01E que ela consiga identificar, por exemplo,
38:03quando as necessidades dela não estão sendo atendidas
38:05naquela escolha amorosa, por exemplo.
38:08Muitas pessoas, elas fazem escolhas
38:09baseadas nessas dores emocionais
38:13e elas se distanciam cada vez mais daquilo que elas precisam.
38:17Então, nesses livros, a gente aborda sobre isso,
38:20uma espécie de conversa com os leitores
38:22pra que eles possam refletir sobre as suas próprias histórias de vida.
38:26Os relatos que a gente já ouviu foram muito legais.
38:28Toda vez que a gente vai palestrar em algum lugar,
38:29o pessoal fala,
38:30nossa, eu amei, eu passo meus pacientes, eles amaram.
38:33Porque eles passam a refletir mesmo
38:35sobre a sua própria história de vida.
38:36Então, são dois livros aí bem legais.
38:39Quais são os nomes mesmo pra gente lembrar?
38:41Sua história de amor e Armadilhas da Química Amorosa.
38:45Tem na Amazon?
38:46Tem.
38:46Tem na Amazon, na Arte Média,
38:48tem na livraria...
38:51Qual o nome dela?
38:52Leitura.
38:53Leitura.
38:53Tem em vários lugares.
38:55Ah, legal, né, gente?
38:57Vamos lá olhar, né?
38:58Já vamos em rua.
38:59Vamos lá comprar.
39:00Vamos comprar.
39:00É, pra aquela amiga, né,
39:03que a gente tá mencionando aqui bastante.
39:07Ai, muito obrigada pela sua presença.
39:09A gente ficou muito feliz, assim,
39:10pra esse papo.
39:11Acho que foi bem legal, foi bem divertido.
39:13Muito bacana.
39:14Se você quiser dar uma dica final
39:17sobre relacionamento,
39:19sobre comportamento,
39:21que você achar plausível no momento.
39:23Muito obrigado.
39:24Primeiro, eu queria agradecer.
39:25Agradecer a vocês pelo convite.
39:27Foi um prazer, uma conversa.
39:28A gente nem viu o tempo passar.
39:29Sim, muito bom.
39:30Foi muito legal, muito confortável, agradável.
39:33Uma dica, pessoal,
39:34pra todos vocês que estão assistindo a gente
39:35é lembre-se,
39:36as suas necessidades emocionais são válidas.
39:39Aquilo que você precisa
39:41não é demais, né?
39:43Às vezes as pessoas podem pensar
39:44ah, eu sou carente demais.
39:45É a sua necessidade emocional.
39:47Respeite os seus momentos,
39:49respeite as suas necessidades emocionais
39:51e saiba que você é válido,
39:53você é especial
39:54e você merece receber.
39:55Afeto, amor
39:56e tudo que é de bom.
39:58Se a pessoa não tá te dando isso,
39:59entenda que isso é um problema dela,
40:01não é seu.
40:02Eu tô à disposição,
40:03tanto de vocês,
40:04quanto de quem quiser tirar alguma dúvida,
40:06depois podem ir lá no meu Instagram
40:08Bruno Lacardoso
40:10pra mandar uma mensagem,
40:11perguntar alguma coisa que tiver.
40:12E vai ser um prazer
40:13responder e conversar com vocês mais.
40:16Ah, eu queria tanto bater palma na vida.
40:19Não, não, não.
40:20Respeitem as informações.
40:22Eu não tô.
40:25Respeitem.
40:25Muito bem.
40:26O bom desse podcast
40:28que a gente sai daqui
40:28é como se fosse terapia.
40:31Ai, eu tô aqui perguntando,
40:33não, eu tô saindo da terapia.
40:35Só os macaquinhos trabalhando aqui dentro.
40:39Exatamente.
40:39Mas isso aí é ótima conversa, Bruno.
40:41Muito, muito obrigada pela presença.
40:43Foi incrível.
40:44A gente espera ter você aqui novamente.
40:46Claro.
40:47E sua amiga também.
40:48É.
40:48Tchau.
40:49Isso mesmo.
40:51Tchauzinho, gente.
40:52Muito obrigada pela audiência.
40:53Tchau.
40:53Tchau.
40:54Tchau.
40:54Tchau.
40:55Tchau.
40:55Tchau.
40:56Tchau.
40:56Tchau.
40:57Tchau.
40:57Tchau.
40:58Tchau.
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40:59Tchau.
41:00Tchau.
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