Em entrevista ao Direto ao Ponto, o governador Mauro Mendes (União Brasil-MT) afirmou que Jair Bolsonaro (Pl) ainda é o maior líder da direita, mas reconheceu que nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) estão ganhando espaço. Mendes alertou que o presidente Lula (PT-SP) “não está morto" e que a oposição precisa de uma estratégia clara para as eleições de 2026.
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NotíciasTranscrição
00:00O governador ia perguntar se Mato Grosso seria a Xangai do Brasil, mas a minha pergunta ainda nessa rodada aqui de 2026,
00:08a gente tem a candidatura do Lula colocada, posta, a esquerda aparentemente organizada,
00:14por mais que o Lula tenha aí uma dificuldade muito grande de aprovação do seu governo,
00:18pesquisas recentes mostram que ele tem uma candidatura forte e terá, eu acredito muito que ele terá uma candidatura muito forte,
00:25justamente por isso, pela esquerda hoje ter uma candidatura consolidada, seus partidos ali muito coesos,
00:34e a direita, nesse momento, até os últimos atos que aconteceram, você vê uma figura importante,
00:41que é o ex-presidente Jair Bolsonaro, com muitos governadores ali à sua volta, enfim,
00:46mas a gente tem uma questão na política que se chama o timing, o que eu tenho de curiosidade é justamente assim,
00:53será que esse campo da direita, com muitos nomes, prováveis nomes, com condições reais aí de poder ocupar esse espaço,
01:00mas essa existência, talvez, do Bolsonaro com a candidatura dele,
01:03a gente enxergando que cada vez está mais difícil ele conseguir manter essa candidatura,
01:07principalmente pela questão do Tarcísio de Freitas, que para poder ser um potencial candidato,
01:13teria que deixar ali o governo do estado de São Paulo...
01:15Daqui um ano ele não pode acertar na cadeira.
01:17Ele não pode estar lá.
01:19É a questão do timing, dá para o Bolsonaro esticar essa candidatura tão longe,
01:23como é que a direita vai, como é que vai ser o timing da direita para essa definição
01:27de Bolsonaro pode ou não ser candidato, uma vez que um dos nomes fortes é justamente do Tarcísio,
01:33que precisaria sair da cadeira, e principalmente pelo tempo que ele perderia,
01:38porque não daria para o Bolsonaro fazer o que o Lula fez quando não estava preso,
01:41de manter a sua candidatura até uma hora que pode trocar.
01:44Então, como é que seria essa organização da direita?
01:46Olha só, Elias, primeiro é uma pergunta que é difícil de responder,
01:51porque ninguém sabe exatamente como o presidente Bolsonaro vai agir,
01:55como ele vai interagir até o próximo ano.
01:57Ele tem sido muito firme em dizer que vai ser candidato,
02:00já fez frases bastante de efeito e bastante forte,
02:03dizendo que não abre mão da candidatura.
02:05Ele é o maior líder da direita, ninguém tem dúvida disso,
02:09tem um papel importante aí na política brasileira nos últimos anos.
02:12Está ineligível, isso também é fato.
02:13E ele vai levar isso, vamos ver como é que ele vai,
02:17como é que vai ser essa possível mudança de postura dele.
02:21A gente percebe claramente que hoje tem muita gente disputando esse espólio,
02:26disputando essa herança,
02:27porque ele, além de ser o mais importante representante da direita,
02:32ele é o mais importante cabo eleitoral.
02:33que ele chegar e falar assim, vai ser o Mauro Mendes o candidato,
02:37esse Mauro Mendes pode bater a 30% de intenção de voto.
02:40Se ele falar aqui é o Tarciso, já bate a quase 40%, 40 e pouco.
02:43Se ele fala que é esse ou aquele,
02:45então assim, ele tem uma boa capacidade,
02:49além de ser o grande líder, de transferir,
02:51coisa que é muito difícil, essa tal transferência de voto.
02:55Ele é um dos poucos políticos brasileiros
02:56que tem essa capacidade hoje medida em pesquisa.
02:59Então, assim, nós vamos ter que aguardar um pouco mais,
03:03torcer para que haja uma definição clara.
03:07Eu também concordo com você,
03:08o presidente Lula não está morto,
03:10o governo é muito forte,
03:12tem aí mecanismos que podem estar sendo planejados
03:16para os próximos meses.
03:18Eu não vou dar dica aqui para ninguém,
03:20mas eu saberia um pouco o que fazer aí,
03:24mas cabe a eles fazer até,
03:25porque palpiteiro tem um monte por aí.
03:27Então, eu vou cuidar do meu Estado,
03:28vou cuidar do meu Mato Grosso,
03:30que graças a Deus está indo bem,
03:32e eu tenho um compromisso de entregá-lo muito bem,
03:35muito melhor, inclusive,
03:36do que eu peguei há praticamente seis anos, sete anos atrás.
03:40Vamos lá, Jason Vira.
03:42Bom, uma coisa importante que nós observamos na direita
03:45é exatamente essa tentativa de união
03:47que está acontecendo agora.
03:49Mas o debate, nós sabemos bem
03:51que o debate com o presidente Lula e o presidente Bolsonaro,
03:53ele é nitidamente mais polarizado.
03:55Será que não ter o presidente Bolsonaro
03:59não vai ser automaticamente a derrocada do presidente Lula?
04:03Ou seja, a esquerda também vai ter que se mobilizar em outro candidato?
04:07Porque, de certa maneira,
04:09pelos polos políticos,
04:11os dois se retroalimentam
04:12nos seus extremos.
04:14E aí, a dificuldade fica naquela conquista do centro.
04:17E talvez um candidato vindo mais ao centro,
04:21ele talvez possa garantir retirar da esquerda
04:25uma parcela significativa daquilo que eles imaginariam
04:27que o presidente Lula,
04:29neste processo de polarização,
04:31poderia arregimentar.
04:33O que o senhor acha?
04:34Olha, Jason,
04:35é muito claro isso,
04:37que essa polarização entre direita e esquerda,
04:40ela tem dois grandes ícones,
04:42um de direita, que é o presidente Bolsonaro,
04:45e um de esquerda.
04:46Muitos de nós,
04:47e isso é uma análise muito fácil de ser feita,
04:50e muita gente percebeu isso,
04:52parece que em 2022,
04:53o Lula escolheu o Bolsonaro,
04:54e o Bolsonaro escolheu o Lula.
04:56Um queria o outro,
04:57porque um tinha certeza que ganhava do outro,
04:59porque eles eram antagônicos,
05:01e aí o resultado todo mundo já conhece.
05:03Entretanto,
05:04essa polarização muito radical,
05:07de só falar de direita,
05:09porque quem está na direita
05:10acha que na esquerda não tem nada que presta,
05:11quem está na esquerda
05:12não acha que nada que está à direita presta.
05:14Gente,
05:15a virtude,
05:16ela está na capacidade de você compreender os problemas,
05:20os desafios,
05:21e de construir soluções.
05:23E o diálogo é fundamental,
05:24porque nós vivemos numa democracia.
05:26Eu citei aqui a China,
05:28um exemplo,
05:28de eficiência na escolha dos seus gestores,
05:32mas lá eles vivem um outro regime.
05:34Aqui no Brasil é democracia,
05:35você tem que ter uma grande capacidade de dialogar,
05:38de entender as coisas,
05:40de construir soluções para os graves problemas no Brasil.
05:43E um dos graves problemas no Brasil é a política brasileira.
05:46Olha o Congresso Nacional.
05:47Ele foi lá e meteu a mão em 50 bi,
05:50ficou o ano inteiro brigando por causa desses 50 bi,
05:52conversa vai,
05:53conversa vem.
05:54Enquanto isso,
05:55o Brasil paga por ano,
05:57por ano,
05:57só de juros,
05:59só de juros,
06:0020 vezes o valor desses 50 bi.
06:03O Brasil vai pagar por ano de juros,
06:06esse ano,
06:07praticamente 4 megacenas da virada,
06:10aquela que todo brasileiro sonha em ganhar no final do ano,
06:13por dia,
06:14de juros,
06:15da sua dívida.
06:16Você não vê ninguém discutindo isso.
06:18Olha que coisa grave.
06:21Isso é muito grave.
06:22Isso vai destruir a economia brasileira.
06:25Porque se o governo federal quebrar,
06:27o meu estado está bem.
06:29É o estado de Mato Grosso,
06:30é o estado ter a menor dívida líquida entre todos os estados.
06:33É o estado de Mato Grosso.
06:34Mas se o governo federal quebrar,
06:36ele nos arrasta junto,
06:37como arrasta todo o país
06:38e grande parte da economia brasileira.
06:41E nós todos sofremos a consequência disso.
06:43E ninguém discute esse assunto.
06:44É o estado de Mato Grosso.