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Pedro Lupion, Deputado Federal (PP-PR) e presidente da FPA, Frente Parlamentar da Agropecuária, analisa como discursos enviesados podem levar a erros de interpretação sobre as reais causas da alta inflação.

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Transcrição
00:00Deputado, vamos começar pela questão principal.
00:02A inflação vem trazendo o brasileiro a um galo de desespero.
00:07Todo dia que ele vai ao supermercado, ou a feirinha, ou a quitanda, preço de alimento subindo.
00:13O que nós podemos fazer para frear essa inflação dos alimentos?
00:18Bom, primeiro eu acho que é importante a gente vencer as narrativas.
00:22Uma narrativa muito fácil de ser vendida é colocar a culpa disso no produtor rural.
00:27Falar que o produtor está exportando demais, que não fica comida aqui no Brasil e isso faz com que os preços subam.
00:32Uma mentira completa.
00:34O Brasil tem uma grande balança comercial dado o trabalho do agronegócio, da agropecuária, dos produtores rurais,
00:41mas não há desabastecimento, não há falta de produtos, o produto está na gôndola do mercado.
00:46O que nós temos é uma macroeconomia completamente falha, um problema seríssimo global em relação a questões econômicas
00:55e a macroeconomia brasileira, que é um gasto exacerbado do governo, uma máquina cada dia mais inchada, cada dia maior.
01:02Problemas com a taxa de juros, que antes era o presidente do Banco Central, agora não sei qualquer justificativa,
01:07mas subindo todos os dias taxa de juros e a gente falando com praticamente 15 de Selic de volta.
01:13Sem contar as questões cambiais, ou seja, não há confiança do mercado na equipe econômica,
01:18no trabalho, da economia, da fazenda brasileira, e isso faz com que essa desconfiança faça chegar o preço no bolso do consumidor.
01:26Primeiro impacto sempre é nos alimentos, sempre é no dia a dia do supermercado.
01:30Então, da nossa parte, nós continuamos trabalhando, o agro continua produzindo,
01:33continua botando comida na mesa dos brasileiros e de praticamente 2 bilhões de outras pessoas no mundo.
01:38Isso não é responsabilidade nossa, nossa responsabilidade é continuar trabalhando.
01:42E continuar todo esse ganho de produtividade extraordinário que o agro vem ganhando há tantos anos,
01:47porque vem fazendo a lição de casa.
01:49Sem dúvida, é muita economia, é muita pesquisa, muita tecnologia, muito trabalho de desenvolvimento do setor.
01:56Nós temos a agropecuária mais sustentável do mundo, nós temos uma responsabilidade socioambiental gigantesca
02:02e mesmo assim a gente mantém toda a competitividade que a gente mantém.
02:05Conseguimos colocar produtos lá na Europa, nos Estados Unidos, na Ásia principalmente.
02:08Vamos falar de China aí, China mais da metade de tudo que a gente exporta vai para lá, 52%.
02:13Isso tudo porque a gente consegue manter competitividade, tendo cada dia mais ganho produtivos
02:19e, obviamente, mantendo o mínimo de rentabilidade para os produtores, que essa é a grande preocupação.
02:24Não adianta nada a gente ter bastante produção se não tiver produtor tendo condição de viver, né?
02:28É verdade. Bom, então o primeiro mito a gente resolveu em dois minutos de conversa aqui.
02:32A subida do preço de alimentos tem a ver com o gasto irresponsável do governo, expansão da base monetária
02:38e é isso que gera inflação. Não tem nada a ver com o produtor, tá certo?
02:42Então esse é o primeiro mito que nós quebramos.
02:44O segundo que nós vamos ter que quebrar este ano, deputado, é a COP30.
02:49É a péssima reputação do agro, como se fosse um dilema que se você preservar não tem espaço para o agro.
02:57E como você bem colocou aqui, o agro é o agro mais sustentável do mundo.
03:02Ninguém tem preservação das suas reservas, das suas APPs, 25% aqui, 35% no Cerrado e 80% no Norte.
03:12Como o agro vai atuar nessa história da COP30 para não sair como vilão da história,
03:18que é o rótulo que eles querem empregar para vocês?
03:21Mais uma vez, um dos nossos grandes desafios de vencer uma narrativa.
03:25A narrativa deles é que é a COP da floresta, a COP do meio ambiente, a COP da sustentabilidade.
03:32A gente concorda que é uma COP num estado que está no bioma amazônico,
03:35porém não é uma COP da floresta.
03:37É uma COP na floresta de um grande país produtor.
03:42Ou seja, um país que produz alimentos para o mundo inteiro com sustentabilidade e com responsabilidade.
03:47Ninguém no mundo, e você falou muito bem há pouco,
03:49ninguém no mundo tem a responsabilidade que nós temos de preservar o mínimo de 20% no bioma Mata Atlântica,
03:55chegando a 80% lá no bioma amazônico,
03:58de ter que fazer CAR, cadastro ambiental rural,
04:00de esperar o Estado, a boa vontade do Estado, para fazer um programa de regularização ambiental,
04:04da manutenção de nascentes, da manutenção de matas ciliares,
04:07o distanciamento entre produção.
04:09Essas questões todas que nós, produtores rurais brasileiros,
04:12fazemos e fazemos muito bem, com georreferenciamento,
04:15com exposição clara do que nós produzimos,
04:18onde nós produzimos, a quantidade que nós usamos,
04:20e principalmente a ocupação de solo.
04:22Nós temos, isso é dito pelo mundo todo,
04:24nós temos no Brasil o único país do mundo que tem condições de triplicar
04:28a produção de alimentos nas próximas décadas,
04:31sem ter que fazer nada ilegal,
04:33sem ter que ter desmatamento ilegal,
04:35sem abrir áreas ilegalmente,
04:36sem ter que danar, vamos dizer assim, o meio ambiente.
04:39Nós temos todos os planos de manejo necessários,
04:42nós conseguimos fazer isso com muita responsabilidade,
04:44e é isso que irrita tanto os nossos concorrentes,
04:46porque o nosso produto chega lá na União Europeia,
04:48nos Estados Unidos, mais barato que o deles.
04:50E aí é óbvio que as narrativas vêm,
04:52ficam apontando os dedos,
04:54dizendo que a gente não faz direito,
04:55que a gente faz errado,
04:56que a gente usa demais,
04:57que a gente usa muito pesticida,
04:58que a gente desmata,
04:59que a gente faz,
05:00porque obviamente é uma questão concorrencial,
05:01por isso poderem fazer os embargos todos que estão fazendo,
05:03essas questões todas.
05:04Depois da natureza da agricultura tropical,
05:07não tem nada a ver com a agricultura em paz temperado,
05:10também é outra história.
05:11Ninguém faz agricultura tropical do jeito que a gente faz.
05:13Exatamente.
05:14Tem situações no Brasil que na mesma propriedade
05:16a gente chega a ter três safras.
05:18Então é óbvio que eles não conseguem competir com isso.
05:22E a COP é uma oportunidade que a gente tem que aproveitar.
05:24Já vai ser aqui, ou seja, a Inês é morta,
05:26vai acontecer aqui no Brasil de qualquer jeito.
05:28A gente não pode deixar ela ser um palco
05:30contra o grande legado da economia brasileira
05:32e o grande setor que carrega a economia brasileira.
05:34A gente precisa ter espaço, voz e vez
05:36para colocar o nosso tema também nessa COP.
05:39Espero que a gente consiga, muito na cotovelada,
05:43na furada de olho ali,
05:44mas a gente conseguir chegar lá em Belém
05:46e apresentar o que é a produção,
05:48não só da produção de alimentos,
05:50mas principalmente a questão da bioenergia.
05:52Que o Brasil é o maior produtor do mundo
05:54de energias renováveis.
05:56Não existe ninguém que faça como a gente faz.
05:58E o agro contribui com boa parte disso
06:00através dos biocombustíveis.
06:02E esse biocombustível, que seja na cana-de-açúcar,
06:04seja no biodiesel, seja no etanol de milho,
06:07seja em qualquer uma delas, até no SAF,
06:10na aviação sustentável,
06:12que a gente tem trabalhado com a nova lei
06:14do combustível do futuro, transição energética.
06:17Isso tudo passando pelo agro
06:18e tendo na gente uma oportunidade de mercado futuro maravilhosa.
06:22Agora, deputado, tem uma questão importante para o agro
06:25que nós poderíamos aproveitar,
06:26essa COP30 para pressionar,
06:28que é a questão da regularização fundiária.
06:30A gente sabe onde tem título de terra,
06:31está tudo bonitinho, está tudo preservado.
06:33O problema é a história que nós temos dessas terras devolutas
06:39que não sabemos muito bem quem é o dono e tal.
06:41Não dá para a gente fazer uma grande pressão aí
06:43para que esse CAR funcione,
06:45que a gente tenha regularização fundiária
06:47e que essa seja uma bandeira importante,
06:49inclusive, para levar para a COP30?
06:50Dá, Vila, quando foi feito o Código Florestal lá atrás,
06:53ficou de responsabilidade dos estados
06:54a regulamentação e a execução do CAR.
06:56Os produtores fizeram a sua parte,
06:58ou seja, todos nós nos cadastramos.
07:00A gente fez o nosso CAR,
07:01o nosso georreferenciamento apresentou a nossa propriedade,
07:04mostramos o que a gente faz, o que a gente não faz e tal.
07:06Cabe aos estados analisarem esses dados
07:08para abrir uma oportunidade de regularização
07:10para aqueles que precisam.
07:12O estado de São Paulo fez isso muito bem,
07:15de alguns governos aí,
07:16mas, especialmente agora,
07:18terminou de fazer essa análise de CAR
07:20e o estado de São Paulo está de parabéns por isso.
07:22O Mato Grosso está bem avançado e tal.
07:25Mas tem estados como o meu, por exemplo, o Paraná,
07:26que está muito aquém
07:27por causa de uma incomunicabilidade entre os sistemas.
07:33Ou seja, um que usa o MapBiomas,
07:35outro que usa o Google Maps,
07:36outro que usa o CIDES,
07:39outro que usa outros sistemas.
07:40Ou seja, a gente não consegue fazer essa comunicação.
07:43A Federação de Agricultura trabalhando bastante,
07:45a gente tentando resolver.
07:46Esse é um dos problemas.
07:47Segundo problema.
07:48Nós temos algumas questões de regularização fundiária
07:51de terras federais,
07:52de áreas da União,
07:53que precisam ser encaradas com muita seriedade.
07:56É o caso, por exemplo, das terras indígenas,
07:58dos assentamentos e das terras de interesse de reforma agrária
08:02e, principalmente, das terras de fronteira internacional.
08:06Para você ter uma ideia,
08:08a regulamentação da lei,
08:09o prazo de regularização das terras de fronteira,
08:13vem-se em outubro.
08:14Ou seja,
08:15todas as terras da costa oeste do Brasil
08:17estão irregulares a partir de outubro.
08:19O que a gente está fazendo lá?
08:20Arrumando mais prazo.
08:21Olha as manias de brasileiros, né?
08:22Em vez de resolver o problema,
08:23a gente arruma mais um prazo
08:25para resolver mais um pouco mais pra frente.
08:27Como é a questão também das terras indígenas
08:28e a questão dos assentamentos.
08:31O atual governo
08:32transformou várias áreas de interesse de reforma agrária
08:35em florestas,
08:36em florestas,
08:37em áreas de floresta pública.
08:39O que isso faz?
08:40Faz com que aquela área seja
08:42impedida de desapropriação.
08:46Ou seja,
08:46ela é praticamente uma expropriação
08:48e aquele que tem o título
08:49não consegue regularizar.
08:50Ou seja,
08:50o cara que está sentado numa área dessa,
08:52ele não consegue receber o título.
08:53Qual que é o interesse?
08:55O interesse é fazer o contrário
08:56do que nós fizemos no governo passado,
08:58de distribuir título
08:58para essas famílias
08:59terem uma carta de alforria
09:00e serem produtores rurais de fato.
09:02O interesse agora
09:03é exatamente o contrário,
09:04que essas famílias
09:05tenham que voltar para o movimento
09:06e ficar fazendo
09:07o movimento político
09:08porque a gente sabe
09:09que a teoria desse povo
09:09nunca foi por reforma agrária,
09:11sempre foi um movimento político.
09:12Então é isso que a gente está cuidando
09:14e tentando
09:14aperfeiçoar a legislação
09:17para garantir que a gente consiga
09:19fazer uma regularização fundiária de fato.
09:20O projeto está aprovado.
09:22Nós corremos atrás,
09:23resolvemos,
09:24boa parte tem um problema sério
09:25das terras lá
09:26no bioma amazônico,
09:28que é algo que precisa ainda
09:28ser resolvido,
09:29os estados fazendo meio por conta.
09:31Essa questão da costa oeste
09:32e dos imóveis de fronteira internacional,
09:34que a gente está prorrogando o prazo
09:35e as questões
09:36de sem terra e de indígena,
09:37nós estamos em pleno abril vermelho,
09:39que é uma vergonha
09:39em 2025 a gente falar
09:40de abril vermelho,
09:42sem contar que
09:43os interesses de demarcação
09:45de terras indígenas
09:45na costa oeste do Paraná,
09:47por exemplo,
09:47do Mato Grosso do Sul,
09:48tem Paraguai entrando
09:49no território brasileiro,
09:51indo no escritório da FUNAI,
09:52sai com um RANI,
09:54que é um documento
09:55de identificação indígena,
09:56se julga brasileiro
09:57e invade a terra dos outros.
09:58Então,
09:59problema sério
10:00que a gente enfrenta ainda
10:01em 2025.

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