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Em meio a um racha no partido, o deputado federal Rui Falcão registrou nesta sexta (25) sua candidatura à presidência do PT. A sucessão tem sido marcada pela disputa entre diferentes alas da legenda. Dora Kramer e Cristiano Vilela comentam.

Assista ao programa completo: https://www.youtube.com/watch?v=J7B544ArehA

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Transcrição
00:00Em meio a uma disputa pelo comando da legenda, o deputado federal Rui Falcão registrou oficialmente a candidatura à presença do Partido dos Trabalhadores.
00:09A nota divulgada diz que Rui Falcão reafirma com esse gesto a disposição de construir um PT ainda mais conectado à luta do povo brasileiro e completa.
00:21A candidatura tem como bandeiras a reorganização do partido a partir da militância, o enfrentamento à extrema-direita e a defesa de um programa transformador voltado à redução das desigualdades e à construção de uma sociedade mais justa, democrática e solidária.
00:39O PT realiza o processo de eleição direta no dia 6 de julho com a escolha das novas eleições nacional, estadual e também municipais do PT.
00:49Bom, Dora, de qualquer forma, Rui Falcão, a gente já sabia, ele só oficializou a candidatura dele, mas esse racha é normal na situação partidária, mas isso pode respingar no governo também, porque ele não é o candidato preferido do presidente Lula.
01:04Pois é, nem ele, nem outros, me parece que quatro, né? Outros três, além do Rui Falcão, porque tem o predileto do presidente Lula, Edinho Silva, tem o Quaquá e tem mais umas pessoas de menos expressão.
01:20Não, não posso o nome, me desculpe. Opa, quem? Ah, o Valter Pomar não é de menor expressão.
01:25O Humberto Costa, que a gente tinha falado, né?
01:26Não, Humberto Costa não é candidato, não é candidato.
01:30Ele está na...
01:31Ele é o presidente.
01:32Sim.
01:32Entendido, exato, exato.
01:34Agora, esse tipo de divergência, ela não é comum, aliás, ela não é incomum no PT. Aliás, o partido todo o tempo tem esse tipo de divergência. Antes de assumir o poder, tinha muito mais. Agora, a diferença é que está no governo e num momento muito ruim para o governo.
01:53Porque, você imagina, né? Os partidos que são base, mas não tropo, mais ou menos, ali, olham para a confusão no PT e diz assim, vem cá, se nem o PT concorda com o governo, se nem o PT se une em torno do candidato predileto do presidente da República, por que que eu, que estou aqui no meio de campo, vou fazer esse esforço todo e vou assumir o desgaste? De jeito nenhum.
02:20Então, esse é um problema. E o problema, porque não é... Olha, o Quaquá, que é o outro candidato, ele fez aqui no Rio muitas filiações, inclusive contestadas. O Rui Falcão já presidiu o PT por duas vezes e quando ele fala na luta do povo brasileiro, ele está querendo falar a luta à esquerda.
02:40Ele já foi explícito a isso. Ele defende uma inflexão absolutamente à esquerda do partido, o que contraria a linha moderada do Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, que é o predileto do presidente Lula.
02:55Agora, se eu tivesse de apostar, temerariamente, ninguém me pediu para apostar, né? Olha eu me antecipando aqui, mas enfim, eu vou logo apostando de maneira irresponsável.
03:06Mas, se eu tivesse de apostar, pelo silêncio do presidente Lula em público sobre esse assunto, eu diria que no fim tudo vai se ajeitar e sairá da forma como o presidente quer.
03:21É, são cinco os candidatos, não é, Dora? E faltaram dois que a gente não citou. Romênio Pereira, né? E o Walter Pomar, que é um petista histórico também.
03:32Então, são cinco os candidatos. O Humberto Costa está esquentando a cadeira para o futuro presidente com a saída de Gleisi Hoffmann, que foi para o governo.
03:39Não é, Vila? Ela, de qualquer forma, é um racha que pode respingar no governo, mas a Dora já fez a posse dela.
03:45Pois é, Tiago. Eu concordo também totalmente com a visão da Dora nesse sentido.
03:51Um partido governista que está em vias de entrar num processo eleitoral importante e difícil, não pode realmente apresentar fraturas na hora do vamos ver.
04:00Agora, me parece que essa questão da candidatura de Rui Falcão, ela é decisiva dentro do viés que o PT representará no próximo processo eleitoral.
04:08Caso aconteça uma reviravolta e o grupo de Falcão ou a candidatura de Falcão seja a vencedora, nós teremos talvez um PT mais isolacionista.
04:19O que pode trazer consequências muito graves diante da candidatura à reeleição do presidente Lula, dentro de um contexto de baixa popularidade e da necessidade de se dialogar com setores mais ao centro dentro do espectro político.

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