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A relação entre o Vaticano e a China tem sido conturbada no último século. A morte do papa Francisco é motivo de dor e também de incerteza sobre o futuro da Igreja no gigante asiático após um período de aproximação sob a influência do Santo Padre argentino...

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Transcrição
00:00Uma pequena igreja, em uma rua secundária na província chinesa de Hebei, vive o luto
00:06pelo Papa Francisco, morto esta semana, aos 88 anos.
00:11O pontífice argentino inspirou devoção no gigante asiático, mas foi alvo de duras
00:16críticas de tradicionalistas durante seus 12 anos de papado.
00:21A China rompeu relações com a Santa Sé em 1951, dois anos depois de os comunistas chegarem
00:27ao poder.
00:28Estima-se que os 12 milhões de católicos do país tiveram que escolher entre se juntar
00:33à Associação Católica Patriótica, controlada pelo Estado, ou às igrejas clandestinas leais
00:39ao Papa.
00:40Para um católico humilde como eu, o Papa é definitivamente um modelo.
00:46É muito triste, na missa realizada em memória do Papa Francisco, muitos católicos choraram.
00:50Também fiquei muito triste.
00:52Sob o pontificado de Francisco, um acordo histórico foi alcançado em 2018 entre Pequim e o Vaticano.
01:01O texto permite que as duas partes participem da nomeação dos bispos.
01:06O conteúdo do acordo não foi publicado, mas gerou reações mistas dentro da Igreja.
01:11Alguns consideraram uma forma de governo comunista fortalecer seu controle sobre os católicos
01:16chineses.
01:17Outros elogiam o tratado como uma reaproximação com o Vaticano.
01:21O Vaticano e a China não mantêm relações diplomáticas formais e alimentam alguma tensão política.
01:44A cidade-estado reconhece Taiwan e Pequim reivindica a Ilha Autônoma como seu território.
01:50Apesar disso, o Papa Francisco foi reconhecido por especialistas como responsável pela melhoria
01:57das relações entre a Santa Sé e o governo chinês nos últimos anos.
02:01O Papa Francisco desempenhou um papel fundamental na reformulação e redefinição do diálogo
02:10com a China.
02:11Insisto, essa transformação não diz respeito apenas aos católicos chineses.
02:16Trata-se de uma colaboração entre estados, entre a Santa Sé, o Papa e a China, entre
02:21os dois, o Vaticano e Pequim.
02:23Francisco conseguiu transformar uma situação que não estava dando em nada quando assumiu
02:27o cargo.
02:28Hoje existe uma espécie de estrutura de colaboração.
02:30A China deve estar entre os tópicos a serem discutidos pelos cardeais reunidos no conclave
02:41para designar o sucessor de Francisco.
02:44A Constituição chinesa reconhece oficialmente a liberdade de crença religiosa, mas não menciona
02:50a liberdade religiosa de forma mais ampla.
02:52Segundo organizações civis, as práticas religiosas são cada vez mais monitoradas e restringidas,
02:59uma tendência intensificada sob a presidência de Xi Jinping.
03:08Em termos de política internacional, a Santa Sé não pode se dar ao luxo de não ter uma
03:13relação de trabalho com uma segunda potência mundial.
03:16A Santa Sé não pode, e não quer, estar apenas aliada com o Ocidente ou com os Estados Unidos.
03:22O Vaticano constrói a própria soberania e, para sua capacidade de servir aos assuntos
03:26internacionais, precisa de uma relação de trabalho com a China.
03:30O próximo Papa, seja quem for escolhido, será escolhido com base na sua capacidade de se
03:34envolver com a China.
03:35Em meio à tristeza pela partida do Papa Francisco, uma certeza segue entre fiéis e estudiosos
03:47da Igreja Católica.
03:49A necessidade da fé na origem da palavra religião, que no latim indica a ideia de ligação ou vínculo
03:56especialmente com o divino.

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