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Em entrevista ao Real Time, a sócia-diretora da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, analisou o superavit da zona do euro em fevereiro. Apesar da alta de 4,5%, o dado ainda não capta os impactos da guerra comercial global.

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Transcrição
00:00O superávit comercial da zona do euro cresceu 4,5% em fevereiro e chegou a 21 bilhões de euros no mês.
00:07Mas isso ainda não reflete as consequências da guerra comercial.
00:11A gente vai conversar agora com a Alessandra Ribeiro, que é sócia diretora de Macroeconomia e Análise Setorial da Tendências Consultoria.
00:18Ela fala com a gente diretamente da Alemanha.
00:21Boa tarde para você, Monique e Alessandra. Seja bem-vinda ao Real Time.
00:26Bom dia, Marcelo. Bom dia a todos.
00:28Obrigada pelo convite.
00:31Alessandra, o que esse crescimento do superávit comercial em fevereiro nos diz nesse momento?
00:38É, Marcelo. Na verdade, ainda é um espelho olhando de maneira aí pelo retrovisor.
00:45Ainda não captura o efeito de toda essa turbulência recente que a gente tem observado com a política anunciada pelo governo Trump
00:57em relação ao comércio internacional, ainda que estamos no processo de pausa,
01:02o fato é que toda essa história aumentou de maneira expressiva as incertezas, né?
01:10Aí, obviamente, não só para a economia americana, mas para as principais regiões, inclusive como a Europa.
01:16E, de forma geral, é isso, né?
01:19Em ambiente de incerteza, a gente tem os efeitos negativos para a atividade econômica.
01:25E, pensando especificamente na Europa, a gente já vem de um quadro de crescimento aí bastante limitado.
01:32Esse ano deve ser mais um ano de crescimento limitado.
01:36O que, olhando pelo lado da balança comercial, isso limita as importações também.
01:43Então, nesse contexto, né?
01:45Obviamente que a Europa e a Alemanha, em especial, sofrem bastante no contexto de guerra comercial,
01:52mas, do outro lado, a gente tem aí com essa atividade enfraquecida os efeitos também para as importações, né?
02:00Então, a gente tem que olhar aí os dois lados, mas, de forma geral, os resultados para Estados Unidos, Europa
02:06e para o mundo desse ambiente são resultados negativos.
02:10Você trabalha com o cenário de recessão na Europa?
02:17Não é o nosso cenário na tendência.
02:19O nosso cenário ainda é de um pequeno crescimento para a região.
02:25Isso, depois de anos de crescimento, também é bastante limitado.
02:30Mas, ainda não é o cenário mais provável, porque a gente ainda tem um quadro de incerteza muito grande
02:35em relação ao que vai ser negociado com os Estados Unidos, né?
02:40A gente vê aí uma, pelo menos de ambos os lados, uma tentativa de aproximação para uma negociação.
02:50Então, ainda é muito cedo a gente falar em recessão aqui para a economia europeia
02:55e, especificamente, para a economia alemã.
02:58Ainda, como vocês bem mostraram pela matéria do Fundo Monetário Internacional,
03:04olhando o PIB global, obviamente, que, ainda que a gente tenha essa incerteza,
03:10como eu falei, com o fato de cada incerteza,
03:13e a gente não tem o resultado final dessa negociação,
03:17já é negativo para a economia global,
03:20com efeitos aí, obviamente, também para a economia brasileira, né?
03:23Alessandra, como é que você acha que Trump e Xi Jinping poderiam chegar a um acordo
03:29que eles pudessem cantar como vitória, cada um na sua casa?
03:33O que seria esse meio termo possível aí?
03:38Pois é, mas acho que ainda a gente tem um nível de incerteza bastante grande,
03:44mas eu acho que, no fundo, as duas economias vão ter que entender
03:49quais são os pontos de maior sensibilidade dessa guerra tarifária,
03:54pensando nas suas economias domésticas, e, a partir disso, partir para uma negociação.
04:01Tem ficado muito claro que os efeitos para uma das economias
04:06são efeitos muito expressivos e negativos.
04:11Para os próprios Estados Unidos, aí, começou a discussão.
04:15A gente está vendo revisões baixistas para a atividade econômica,
04:20revisões altistas para a inflação,
04:22o nível de incerteza que está paralisando decisões de consumo e investimento,
04:28e a China, do outro lado, que também já vem lidando com questões estruturais importantes,
04:35tentando, através de estímulos,
04:37tentar manter sua demanda doméstica um pouco mais aquecida.
04:41Então, no fundo, eu acho que eles têm que focar, vamos ver,
04:45mais em pontos que são de extrema sensibilidade para as suas economias domésticas,
04:51e, a partir daí, chegarem a um acordo mínimo,
04:55que ainda, obviamente, acho que a gente ainda fala de um ambiente de tarifas altas,
05:00mas muito menores do que 145% ou 125%, aí, os níveis atuais.
05:06É, são níveis, como eu disse Scott Besson para a CNBC, níveis insustentáveis.
05:11Agora, os mercados aí na Europa, hoje, estão operando no azul,
05:14um dia de bastante otimismo, ontem foi assim também nos Estados Unidos.
05:18Você acha que, por parte do grosso dos investidores,
05:21existe a sensação ali de que o pior já passou, no caso da guerra comercial?
05:25Estão respirando aliviados?
05:29Marcelo, sinceramente, acho que não.
05:31É, na verdade, um movimento ainda muito pontual.
05:36Os investidores e os economistas, de forma geral,
05:39que fazem cenário econômico, estudam aí os impactos desse ambiente
05:44para a economia no curto prazo e também no longo,
05:48ainda é um momento, assim, extremamente pontual
05:52e que não permite um alívio, não permite.
05:55A gente está vendo muita volatilidade,
05:57na posição dos agentes, né, em especial do governo americano,
06:02e essa atividade não dá nenhuma certeza
06:06em relação ao que ainda virá.
06:09Então, eu diria que é um respiro muito pontual ainda.
06:14E o que você acha que vai acontecer no caso
06:17da negociação dos Estados Unidos com o Brasil?
06:20A gente sabe que o Brasil não foi afetado com taxas muito altas,
06:24mas o vice-presidente Alckmin, que está conduzindo essa negociação,
06:27diz que mesmo esses 10% não são desejáveis, né?
06:33Pois é, Marcelo.
06:34Não são, apesar do Brasil ter ficado no mínimo aí das tarifas,
06:39obviamente que tem efeitos para as nossas exportações
06:43para o mercado americano.
06:45Alguns mercados muito mais expostos do que outros, né,
06:49mas claro que tem efeito.
06:52Eu acho que, assim, o governo brasileiro,
06:55acho que deve focar muito na questão principalmente mais industrial,
07:00das nossas exportações para o mercado americano,
07:04quase 80% estão ligados à indústria de transformação.
07:09Então, a gente tem exportação aí relevante de máquinas e equipamentos,
07:13equipamentos, aeronaves, peças.
07:17Então, acho que vai ter uma negociação um pouco mais focada
07:21nesses segmentos.
07:25Agora, em relação, por exemplo, ao setor agropecuário,
07:29o que nós estamos aí atentos,
07:31nem é tanto a discussão direta Brasil e Estados Unidos,
07:35mas é muito mais em relação à discussão Estados Unidos e China,
07:39porque isso pode fazer muita diferença para repercussões aqui
07:44pensando no setor agropecuário,
07:46que, de maneira geral, o Brasil é muito bem posicionado, né,
07:50no setor agropecuário,
07:52dado um nível muito elevado de produtividade
07:54e o mercado consegue reagir a essas mudanças.
07:58Mas pensando aqui, especificamente aí no tete-a-tete Brasil e Estados Unidos,
08:03acho que a gente deve ter um foco muito grande
08:06na parte de bens industriais.
08:09Eu sou a Alessandra Ribeiro,
08:11sócia diretora de Macroeconomia e Análise Setorial
08:13da Tendências Consultoria.
08:16Muito obrigado pela sua participação hoje aqui no Real Time
08:18e boa estada para você na Alemanha.
08:22Obrigada, Marcelo.
08:24Eu agradeço aqui.
08:25Obrigado.
08:26Obrigado.
08:27Obrigado.

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