No Fórum Empresarial, Lula destacou o avanço da reforma tributária, o crescimento industrial de 3,4% em 2024 e a abertura de 303 novos mercados agrícolas. O discurso também trouxe críticas ao protecionismo global e defendeu uma integração comercial mais sólida entre os países da América do Sul.
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NotíciasTranscrição
00:00Agora com imagens ao vivo de Brasília, porque o presidente Lula está discursando no Fórum Empresarial.
00:06Vamos acompanhar.
00:07... nesse país.
00:10Nós conseguimos uma proeza maior ainda.
00:13Nós conseguimos aprovar uma política de reforma tributária,
00:19coisa que normalmente é feita em países em tempo de regime autoritário,
00:24porque é muito difícil.
00:26Com 27 governadores de Estado, com quase 6 mil prefeitos,
00:31com 513 deputados e 81 senadores,
00:35você estabelecer consenso sobre uma reforma tributária para o país.
00:41E nós conseguimos construir com os empresários,
00:44nós conseguimos construir com os trabalhadores,
00:47conseguimos construir com o Congresso Nacional
00:50e, a partir de 2027, o Brasil terá uma política tributária muito mais justa,
00:57muito mais equitativa e muito menos penalizante para o setor produtivo desse país.
01:04E também menos penalizante para as pessoas mais humildes que trabalham nesse país.
01:09Isso explica um pouco o que está acontecendo no Brasil
01:14e explica um pouco por que eu estou severamente preocupado com o que está acontecendo no mundo hoje.
01:22Eu dizia ao presidente Boric que era preciso que a gente tomasse muito cuidado,
01:28porque algumas guerras, elas começaram exatamente por conta das divergências comerciais.
01:42E vocês conhecem a história de muitas guerras que aconteceram no mundo.
01:47Então, eu que nasci na política nos anos 80,
01:55ouvindo o discurso de que o consenso de Washington era a solução
02:01para todos os problemas da economia mundial,
02:05depois o discurso de que a globalização era a solução para todos os problemas da humanidade,
02:12para o comércio, para os empresários, para os trabalhadores,
02:15que todo mundo poderia transitar de país para país,
02:19o capital transitava, o povo poderia transitar, o comércio transitava.
02:24O discurso do presidente Lula.
02:25Eu quero te confessar.
02:28Agora, dentro do jornal Times Brasil, com o Marcelo Torres.
02:31Uma boa noite para você.
02:32Continue aqui com a gente, no Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
02:36Essa esteira da democracia, essa esteira do livre comércio,
02:41tenha dado a guinada que deu nos últimos dias,
02:47propondo a maior política de taxação comercial que o mundo já tomou conhecimento.
02:54Em defesa de alguma coisa que não sabemos o que pode acontecer.
02:58na expectativa de que o multilateralismo pode estar sendo jogado no lixo
03:06para que tenha lugar o protecionismo que nunca ajudou ninguém.
03:14É importante que a gente saiba que o nosso crescimento se deve
03:17à possibilidade que nós temos de flexibilizar a nossa relação comercial
03:24com todos os países do mundo.
03:26E eu queria só dizer, Boric, que nem ao Chile, nem ao Brasil,
03:32e nem a um outro país do mundo, interessa Guerra Fria.
03:37Eu tenho certeza que o Chile não tem preferência por nenhum país.
03:41O Chile quer ter relação comercial com todos os países,
03:45desde que esteja respeitado, sabe, os interesses da soberania chilena.
03:50Da mesma forma que o Brasil, nós queremos ter interesse com todas as pessoas,
03:55só para você ter ideia, em dois anos de mandato, nós abrimos 303 novos mercados
04:03para os produtos agrícolas brasileiros.
04:06Eu vou repetir.
04:07Em apenas dois anos, abrimos 303 novos mercados para os produtos agrícolas brasileiros.
04:15Há muito tempo, a nossa indústria não crescia.
04:20E quando nós estabelecemos um programa de incentivar outra vez a indústria a crescer,
04:27que criamos um novo programa, a Nova Indústria Brasil, coordenada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin,
04:33com sérias novidades de programa de crescimento e incentivo das empresas,
04:37nós tivemos, no ano passado, um crescimento industrial de 3,4%.
04:43O ano passado foi o crescimento da indústria que pulsou, o crescimento da economia brasileira,
04:51diferentemente dos outros anos que quem puxava era a agricultura.
04:55E eu não tenho, eu não tenho, ô Mário, nenhuma preferência de quem é que vai fazer o PIB crescer,
05:02se é o serviço, se é o comércio, se é a agricultura, se é a indústria.
05:06Eu quero que todos façam o Brasil crescer.
05:12Pois bem, esta situação me levou a entender uma coisa, Boric,
05:19que nos últimos dois anos aconteceu um fenômeno nesse país de atração de investimento de capital no Brasil.
05:29Havia muitas décadas que a indústria automobilística brasileira não manunciava um novo produto.
05:38Quando eu deixei a presidência em 2010, entre 2010 e 2012,
05:44o Brasil produzia 3 milhões e 600 mil automóveis por ano.
05:52Quando eu voltei em 2023, o Brasil só produzia 1 milhão e 600 mil automóveis por ano.
06:01Ou seja, nós caímos mais da metade do que produzíamos.
06:06E nesses dois anos, já teve muito anúncio da indústria automobilística brasileira,
06:11que anunciaram até 2028, 139 bilhões de reais de investimento até 2028.
06:20E ela já voltou a produzir 2 milhões e 600 mil automóveis
06:27e que nós queremos chegar aos 3 milhões,
06:30porque o nosso propósito em 2010 era que em 2015 a gente chegaria a 6 milhões de carros produzidos no Brasil.
06:38Ora, por que que isso está acontecendo no Brasil?
06:43E se está acontecendo no Brasil, porque as pessoas começam a perceber
06:47que as coisas estão sendo muito previsíveis na economia brasileira.
06:53Inclusive a nossa geopolítica internacional,
06:56a nossa construção de relação internacional.
06:59Eu dizia para o presidente Boric que é indescritível
07:02e que a gente não tenha na América do Sul inteira um bloco formado como a União Europeia,
07:08um bloco formado como a ASEAN,
07:11uma coisa mais forte, uma coisa mais consolidada,
07:14uma coisa com instituições que deem seguridade.
07:18A economia de um país, ela não pode ter uma grande política de comércio exterior
07:23por causa do presidente ou por causa do ministro da Fazenda, não.
07:26Ela tem que ter por conta da estrutura institucional
07:29que vai fazer o país funcionar independentemente de quem seja presidente da República.
07:36Porque são essas instituições que garantam o funcionamento da democracia.
07:42Não importa que hoje esteja o Boric, que amanhã esteja outra pessoa,
07:45hoje esteja o Lula, amanhã esteja outra pessoa,
07:47é preciso que o comércio entre Brasil e Chile seja um sólido,
07:52que tenha parâmetro, previsibilidade, regras estabelecidas
07:56que ninguém pode mudar do dia para a noite.
08:00É isso que pode garantir a solidez econômica do nosso país
08:05e é isso que pode garantir a solidez econômica e o crescimento da América do Sul.
08:10Eu dizia para o Boric que eu não consigo me conformar
08:13por que que na América Latina, na América Central, nenhum país conseguiu ficar rico?
08:20Do lado, do lado ali, encostado na mesma fronteira,
08:24o Canadá ficou muito rico e o México não conseguiu ficar rico?
08:30O Brasil não conseguiu ficar um país rico?
08:34Nenhum país latino-americano conseguiu crescer?
08:38Eu fico imaginando se a gente não merecia ter na América Central
08:41uma Holanda, uma Bélgica, uma Finlândia, uma Noruega, uma Dinamarca, uma Áustria,
08:49países pequenos que poderiam ter crescido com incentivo dos países grandes,
08:53que não aconteceu.
08:55O que me chama a atenção?
08:57O que me chama a atenção é que nós precisamos descobrir
09:00de que o nosso crescimento econômico, que o nosso enriquecimento econômico
09:05depende única e exclusivamente da nossa disposição de querer crescer
09:11e de querer estabelecermos relações que sejam eficazes do ponto de vista político,
09:18do ponto de vista econômico,
09:19e que a gente possa discutir com muita profundidade as nossas similaridades.
09:25Os empresários brasileiros precisam viajar ao Chile para pesquisar as possibilidades
09:32empresariais do Chile, as possibilidades de investimento do Chile,
09:38a possibilidade de receber investimento do Chile,
09:41as possibilidades das chamadas terras raras do Chile,
09:45do avanço científico e tecnológico do Chile.
09:48Nós precisamos pesquisar, aprofundar, como se estivéssemos procurando petróleo,
09:53como se estivéssemos procurando alguma coisa no subsolo ou no fundo do mar,
09:58para que a gente possa utilizar todas as nossas complementariedades
10:02e fazer a nossa economia voltar a crescer.
10:06O Boris citou um número aqui que é muito importante, ou seja,
10:10o fluxo comercial do Chile, embora esteja muito dependente do cobre e do petróleo,
10:16ele chegou no ano passado a 11 bilhões e 600 bilhões de reais.
10:21é mais do que a França, é mais do que a Inglaterra,
10:25tanto para o Chile quanto para o Brasil, é mais do que a Itália.
10:31Ou seja, por quê?
10:33É porque nós estamos muitos próximos uns dos outros,
10:36nós temos muita coisa de interesse do nosso povo,
10:39da nossa cultura, do nosso empresariado.
10:41O que nós precisamos é procurar o que a gente pode estabelecer
10:47de encontro entre nós, de contato entre nós.
10:51O mundo desenvolvido não quer comprar os produtos de indústria nosso
10:55porque eles são tecnologicamente mais avançados do que nós.
10:59Onde é que nós temos construção de parceria?
11:01Entre nós.
11:04Nós temos a terceira maior empresa de avião do mundo,
11:07aqui na América do Sul, aqui no Brasil.
11:13E que poderia construir parceria, sabe, em toda a América Latina,
11:19em vários países poderia ter um pouco de alguma coisa para fazer da Embraer
11:23e todo mundo aqui utilizar avião da Embraer.
11:27Se fosse um avião como o Airbus, que é um avião europeu,
11:30nós poderíamos ter na Embraer um avião latino-americano,
11:33um avião sul-americano.
11:35Mas nem as próprias empresas brasileiras, nem a Latam e nem as outras,
11:43compram o avião da Embraer.
11:45Preferem comprar aviões grandes, quando a gente poderia ter,
11:49se não a primeira, a segunda empresa da aviação do mundo,
11:55com tecnologia avançada.
11:58E assim, a questão do satélite, a mesma coisa,
12:00a questão da inteligência artificial, a mesma coisa.
12:03Nós não temos o direito de ficar copiando as coisas, sabe, das grandes nações
12:10sem fazermos o esforço envolvendo as nossas universidades,
12:14envolvendo os nossos pesquisadores, os nossos cientistas, os nossos trabalhadores,
12:19os nossos empresários, para saber o que a gente pode fazer entre nós, a partir de nós.
12:25Esse é o desafio que está colocado para nós.
12:29Porque durante muitos séculos...
12:31que os Estados Unidos da América do Norte
12:40sejam nosso parceiro principal,
12:43que ele goste muito da gente
12:44e que ele faz a gente ficar rico.
12:46Outra vez, a gente ficou olhando para a União Europeia,
12:51achando que a União Europeia vai fazer a gente ficar rico.
12:54Outra vez, a gente ficou olhando agora, todo mundo olha para a China.
12:58E ninguém vai fazer a gente ficar rico.
13:01Eles vão ficar ricos.
13:03O que nós precisamos é nós queremos ficar ricos.
13:06É nós, a partir da nossa capacidade, do nosso investimento.
13:10Por isso, assim, nós temos que dar um crédito a nós mesmos, Boric.
13:17Um crédito.
13:20Eu vou contar uma coisa para você, querido amigo Boric.
13:23Eu, desde a presidência do Fox, no México,
13:27eu tive relação com muitos presidentes no México.
13:31Eu nunca consegui entender por que o empresariado do México
13:35tinha tanto medo do empresariado brasileiro.
13:38Medo.
13:40Eu fui fazer muitas conferências no México
13:42e não tinha medo do empresariado americano,
13:46que é quem está lá dentro se focando em ele,
13:48não é o empresariado brasileiro.
13:51Eu não consigo entender.
13:54E com todos os presidentes, cansei de fazer debate,
13:58cansamos de fazer coisa com o empresário no México
14:00e não dava certo.
14:01É uma coisa muito devagar, pelo tamanho dos dois países.
14:05E eu dizia para o presidente Boric que agora,
14:09depois dessa decisão do Trump,
14:11sabe, com o México, com o Canadá,
14:14pela primeira vez eu senti uma expectativa
14:18de que a presidenta Cláudia vai olhar um pouco mais
14:22para outras possibilidades para o México,
14:26além dos Estados Unidos.
14:28E assim o Canadá também começa a olhar outras possibilidades.
14:34Todo mundo começa a procurar o seguinte,
14:36eu preciso procurar um espaço.
14:39Eu quero uma sombra.
14:42Eu não posso ficar dependendo apenas de uma única área.
14:44Eu quero procurar um espaço.
14:46E esse é um momento extraordinário.
14:49Esse não é o momento da gente ficar com medo.
14:52Esse não é o momento da gente ficar preocupado.
14:55Esse é o momento da gente criar coragem.
14:57E a partir da nossa inteligência,
15:00a gente decidir o que a gente quer ser.
15:03O que a gente vai ser.
15:05Como é que a gente vai fazer comércio.
15:07A gente não quer guerra fria.
15:08A gente não quer privilegiar a China.
15:10A gente não quer privilegiar os Estados Unidos.
15:12A gente quer privilegiar os interesses soberanos do nosso povo
15:17que querem viver bem.
15:19Que querem produzir bem.
15:21Que querem ter acesso à ciência, à tecnologia.
15:23Que querem ter acesso às coisas sofisticadas
15:26que o ser humano pode produzir.
15:28É isso que cabe a nós.
15:30Temos competência de provocar o debate na sociedade.
15:35E não dá para ficar esperando.
15:38Não dá para ficar esperando que apareça alguém
15:41do outro canto do mundo e fale
15:42agora, Chile, eu vou cuidar de vocês.
15:45Bora que não se preocupe
15:47que nós vamos colocar dinheiro lá.
15:50Não vai acontecer.
15:52Não vai acontecer.
15:54O Brasil é a mesma coisa.
15:56O Brasil fica pensando
15:57eu sou grande,
15:58eu tenho 8 milhões e meio de quilômetro quadrado,
16:00eu tenho o melhor futebol do mundo
16:02que já vem mais,
16:03eu tenho o melhor carnaval do mundo
16:05que ainda é,
16:06eu tenho o povo mais inteligente do mundo
16:07que é igual outros povos,
16:09eu tenho o povo mais alegre do mundo,
16:10tudo isso é verdade.
16:12Mas não é isso que vai fazer ninguém trazer investimento para cá.
16:16Não vai.
16:17O que vai trazer,
16:19fazer as pessoas trazerem investimento para cá,
16:21nós precisamos ter alguns quesitos básicos.
16:24Nós temos que ter muito investimento em educação,
16:28nós precisamos ter muito investimento
16:30na formação de novos cientistas nesse país,
16:33de novos pesquisadores,
16:34nós precisamos ter muito investimento
16:37preparar novos milhares e milhares de engenheiros nesse país
16:42e nós temos que preparar uma mão de obra altamente qualificada
16:47para que a gente seja competitivo
16:49e ao mesmo tempo o mercado consumidor.
16:52aqui no Brasil,
16:53Boric,
16:54eu tenho uma máxima,
16:56eu não sei se o Chile fala máxima,
16:57aqui no Brasil fala,
16:59mas aqui no Brasil eu tenho uma tese
17:00que é o seguinte,
17:02eu sempre tive vontade de ser economista,
17:04mas nunca pude ser,
17:08porque eu não consegui fazer universidade,
17:10então eu não fui economista,
17:11mas eu acho bonito no economista
17:12é porque o economista,
17:14quando ele é da oposição,
17:15ele sabe tudo,
17:19ele sabe tudo,
17:22você pega o economista da oposição,
17:24não tem tarefa difícil,
17:26não tem tarefa difícil,
17:28está tudo resolvido,
17:31porque é muito fácil quando você fala
17:33eu acho,
17:34eu penso,
17:35eu acredito,
17:37duro começa com o que você tem que fazer,
17:38eu faço ou não faço,
17:40eu decido,
17:41eu não decido,
17:42aí é que começam as coisas
17:44a ficarem difíceis para você,
17:46mas eu aprendi uma coisa de economia agora,
17:48que é o seguinte,
17:53na mão de poucos,
17:58significa pobreza,
18:01significa miséria,
18:04significa fome,
18:06significa baixa qualidade de educação,
18:08baixa qualidade de formação profissional,
18:10se eu pego pouco dinheiro na mão de muitos,
18:16significa exatamente o contrário,
18:19eu conto sempre o seguinte exemplo,
18:21imagina que eu tivesse 100 mil dólares aqui no bolso,
18:24acorde,
18:25tem mil dólares aqui no bolso,
18:27eu escolhesse,
18:29essa ministra sua aqui da frente,
18:32está com essa blusa laranja,
18:33e eu resolvesse entregar na mão dela,
18:36100 mil dólares,
18:38o que é que ele ia fazer,
18:40Bólico?
18:41Ele ia pegar esse dinheiro,
18:43ia correr para o banco,
18:45ia abrir uma conta bancária,
18:47bem remunerada,
18:49ia depositar o dinheiro,
18:50ia ficar vivendo dos lucros,
18:52dos juros dela,
18:53e o restante continuaria,
18:56igualzinho está agora,
18:58agora imagina,
18:59se eu pego esses 100 mil dólares,
19:01e ao invés de dar só para ela,
19:03eu desse mil dólares para cada um,
19:06o que que ia acontecer?
19:08Todos,
19:10e eu saí para comprar alguma coisa,
19:12meia hora depois,
19:14ia comprar uma coisa para comer,
19:15uma coisa para vestir,
19:16um sapato para calçar,
19:17um caderno,
19:18alguma coisa,
19:19tomar uma cerveja gelada,
19:20todo mundo tem direito de tomar uma cerveja,
19:24se fosse um cheio,
19:25tomar um vinho,
19:27bem,
19:27o dinheiro ia circular,
19:29o dinheiro circulando no comércio,
19:32vai provocar mais produção na indústria,
19:34a indústria tendo provocado a produzir mais,
19:37vai gerar mais emprego,
19:39vai gerar mais funcionário,
19:40que vai gerar mais um consumidor,
19:42esse consumidor vai gerar mais um cliente do nosso comércio,
19:48a economia começa a rodar,
19:50não tem nenhuma dificuldade,
19:54o que precisa é fazer o dinheiro circular na mão de todos,
19:58e não concentrá-lo na mão de muitos,
20:01é por isso que aqui no Brasil,
20:03nós temos a maior política de inclusão social,
20:07da história desse país,
20:10eu posso dizer orgulhosamente,
20:12o que eu dizia a vida inteira nos meus mandatos,
20:15nunca antes na história do Brasil,
20:17houve a política de inclusão social,
20:21que nós temos agora,
20:26só para você ter ideia,
20:27nesse país,
20:33que não tinha reajuste da refeição escolar,
20:38da comida que as crianças recebiam na escola,
20:42são 40 milhões de refeições,
20:46há sete anos não tinha reajuste,
20:49há sete anos não tinha reajuste do salário mínimo,
20:58há sete anos as bolsas de estudo,
21:01no norte das universidades,
21:03não tinha reajuste,
21:04então o dinheiro não circulava nesse país,
21:11só para você ter ideia,
21:12ontem a notícia de que,
21:14nesses últimos dois anos,
21:16os mais pobres tiveram um crescimento na renda de 10,7%,
21:20e os mais riscos decresceram um pouquinho,
21:247,6%.
21:25É isso que vai fazer mais turista brasileiro ir para o Chile,
21:31é isso que faz mais turistas chilenos virem para o Brasil,
21:35é isso que faz mais gente querer comprar passagem de avião,
21:38é isso que faz mais gente querer viajar de ônibus,
21:42é isso que faz mais gente querer viajar de navio,
21:44ou seja,
21:45porque na hora que o dinheiro começa a circular,
21:48as pessoas vão em frente,
21:50as coisas se resolvem.
21:54Ô, Bori,
21:55eu tinha um programa chamado Minha Cada Minha Vida,
21:58esses dias eu contei uma história, Mário,
22:00que é o seguinte,
22:01em 1974,
22:05o Brasil
22:06teve uma campanha política
22:10em que o partido da oposição,
22:13que tinha sido quase destruído nos anos 70,
22:18elegeu muita gente em 1974.
22:22E a campanha
22:23era a campanha que dizia assim,
22:25o Brasil nasceu para todos,
22:28mas também nasceu para mim.
22:30E tinha uma propaganda
22:31de construção de habitação popular.
22:35Você sabe qual era o déficit habitacional no Brasil
22:38em 1974?
22:40Você sabe qual era o déficit habitacional?
22:45Dito nessa campanha eleitoral,
22:47o déficit habitacional
22:48era de 7 milhões
22:51de casas.
22:55Você sabe qual é o déficit
22:56hoje em 2025?
22:587 milhões de casas.
23:05Ou seja,
23:06praticamente 50 anos depois
23:08do déficit mesmo.
23:10Apesar de, no meu governo,
23:12nós temos feito
23:138 milhões de casas
23:15no governo da Dilma.
23:188 milhões de casas
23:20nós tivemos
23:20em 13 anos.
23:22E agora vamos entregar
23:23mais 2 milhões de residentes
23:25feitas no nosso governo.
23:29Porque se você
23:30não colocar isso
23:31na ordem do dia,
23:33a economia não cresce.
23:36Não há incentivo
23:37para a economia crescer.
23:39Então,
23:39esse dinheiro
23:40precisa circular.
23:42Então,
23:43o Lula economista,
23:45sabe,
23:46tem essa seguinte frase.
23:48Dinheiro tem que circular.
23:51Dinheiro parado,
23:52dinheiro não resolve nada.
23:53dinheiro bom no governo,
23:55ah, tem 30 bilhões de costas.
23:57Não.
23:58Dinheiro tem que estar
23:59transformado em obra.
24:02Dinheiro tem que estar
24:02transformado em ferrovia,
24:04em portos,
24:04aeroportos,
24:06rodovia.
24:08Tem que estar transformado
24:08em política de inclusão social,
24:10em educação,
24:11em saúde.
24:12É isso que faz as coisas
24:13acontecerem no país,
24:15em qualquer país do mundo.
24:18Então, Boric,
24:21o meu discurso
24:22eu não li.
24:23Falei demais.
24:25Falei demais.
24:27Mas, de qualquer forma,
24:29eu só queria
24:30dizer para vocês, gente,
24:32que eu,
24:33eu,
24:34com a minha experiência,
24:37eu acho que não tem
24:37outra saída
24:38para nós.
24:40Um presidente da República,
24:41como o Boric,
24:42e eu,
24:43a gente não faz negócio.
24:46Sabe,
24:46o que a gente pode fazer
24:48é abrir as portas
24:49para que os empresários
24:51que sabem fazer negócio
24:52façam negócio.
24:54Mas que os empresários
24:55chilenos
24:56e que os empresários
24:58brasileiros saibam
24:59que o bom negócio
25:00é aquele que os dois
25:02países ganham.
25:05Não é conveniente
25:06um Brasil ter um déficit
25:07comercial muito grande
25:09com o outro.
25:09é importante que
25:12o comércio
25:13seja uma rodovia
25:14de duas mãos.
25:16Eu compro
25:17e eu vendo.
25:18Eu ganho
25:19e o meu
25:19parceiro ganha.
25:22Porque,
25:22senão,
25:23as pessoas
25:24não querem fazer negócio.
25:25E o Brasil,
25:27como a maior economia
25:29da América Latina,
25:30o Brasil
25:31tem obrigação.
25:33Veja aqui,
25:34quem está dizendo
25:35é o presidente
25:35da República do Brasil.
25:36O Brasil tem obrigação.
25:39Não é de ser generoso
25:41com os outros.
25:43Mas ele tem
25:43a obrigação
25:44de entender
25:44que,
25:45como maior economia,
25:47ele é obrigado
25:48a flexibilizar
25:50para que as coisas
25:51possam acontecer.
25:53Ô, Bórico,
25:54nós passamos
25:54uma vez
25:55de dois anos
25:56para importar
25:57água do Uruguai.
25:59Água, água,
26:00água mineral.
26:01Água mineral.
26:02Porque sempre aparecia
26:04um burocrata brasileiro
26:05que dizia
26:05não pode.
26:06Essa água
26:07tem não sei
26:07que tipo de gás.
26:09Essa água
26:09tem não sei
26:10que tipo,
26:10não sei das contas.
26:11E a gente
26:11não importava.
26:13O que é importar
26:15um pouquinho
26:15de água
26:16do Uruguai?
26:19Sabe,
26:20o café
26:22da Colômbia,
26:23o Brasil
26:24é o maior
26:24produtor
26:25de café
26:25do mundo.
26:27O Vietnã
26:28é o segundo
26:28maior produtor
26:29de café
26:29do mundo.
26:31A Colômbia
26:31é um bom
26:31produtor,
26:32mas não chega
26:33perto do Brasil.
26:35Ora,
26:35não custa nada
26:35do Brasil
26:36comprar um pouco
26:37de café
26:37da Colômbia
26:38para achustar
26:40um pouco
26:40o comércio,
26:41para que a gente
26:42não tenha muito
26:42superávit
26:43e exportar
26:44o café
26:45da Colômbia.
26:46Qual é o problema?
26:48Comprar
26:48uma banana
26:49do Equador,
26:50pelo amor
26:50de Deus,
26:51a gente tem
26:51um superávit
26:52de quase
26:52um bilhão
26:53com o Equador,
26:54eles querem vender
26:5430 milhões
26:55de dólares
26:56de banana,
26:57nós não
26:57queremos comprar.
27:00Assim,
27:00é difícil
27:01fazer negócio.
27:04Assim,
27:04é difícil.
27:06É preciso
27:06que o Brasil
27:07tenha,
27:08sabe,
27:08no meu governo,
27:09todo mundo está
27:10orientado para isso,
27:11é preciso
27:12que a gente
27:12tenha sensatez.
27:13não é fazer
27:15favor,
27:17não é ser
27:17generoso,
27:19é ser justo,
27:21porque a nossa
27:21economia,
27:22comparada
27:23a outras economias,
27:24é muito maior
27:25e a gente pode.
27:27Muitas vezes
27:28nós agimos
27:29de forma menor
27:30e eu acho
27:31que não.
27:32Eu quero
27:33que o Chile
27:33importe carne
27:34no Brasil.
27:36Eu quero
27:36carne boa.
27:38Você não tem
27:38noção
27:39você tomar
27:40um vinho
27:40chileno
27:41com a carne
27:41brasileira
27:42que não vai
27:43melhorar
27:43a tua vida
27:44lá no Chile.
27:45Eu não tenho
27:46noção.
27:47Mas,
27:48eu preciso
27:50saber
27:50e comprar
27:51alguma coisa
27:51do Chile.
27:53Ah,
27:53eu quero
27:53que o Chile
27:54compre a minha
27:55carne.
27:56O Chile
27:56falou,
27:56também quero
27:57vender
27:57o meu
27:57vinho
27:57para vocês.
28:00É justo.
28:01E é justo
28:02que a gente
28:02compreenda
28:03que a gente
28:03tem que
28:03comprar
28:04um vinho.
28:06Outra coisa
28:06qualquer,
28:07não pode
28:07ficar só
28:08no cobre
28:08e no petróleo,
28:10porque um dia
28:10pode acabar
28:11o petróleo
28:11e pode acabar
28:12o cobre
28:12e a gente
28:13vai fazer
28:13o quê,
28:14Maric?
28:15Você ainda
28:16vai estar
28:16muito jovem,
28:17mas eu vou
28:18estar com 119
28:19anos,
28:19porque eu vou
28:19viver até 120.
28:21Você sabe
28:22que eu estou
28:22predestinado a viver
28:23há 120 anos.
28:25Quem não gosta
28:26de mim
28:26está desgraçado.
28:30Mas,
28:30quem gosta
28:31vai viver
28:31fraderosamente
28:33muito tempo.
28:35Então,
28:35eu queria
28:36dizer ao meu
28:37companheiro
28:38Mário
28:38que a CNI
28:42tem um papel
28:43muito importante
28:44para fazer,
28:44Mário.
28:45Não é o governo
28:46que faz negócio.
28:48Eu,
28:48em todos os meus
28:49governos,
28:50toda vez
28:50que eu viajei,
28:52eu sempre fiz
28:53questão de levar
28:53muitos empresários.
28:56Muitos empresários.
28:58Porque são os
28:59empresários que sabem
28:59fazer negócio.
29:02Nós temos
29:03no Brasil
29:03o Sebrae
29:05que pode ter
29:06uma contribuição
29:07muito grande
29:07com pequena
29:08e micro
29:09empresa
29:10no Chilena.
29:11Nós temos
29:12no Brasil
29:13o Apex
29:14que é
29:15uma espécie
29:16de agência
29:17de exportação
29:18brasileira
29:19que tem
29:19muita competência
29:21para fazer
29:21as coisas
29:21acontecerem.
29:23E nós temos
29:24interesse
29:24em transformar
29:25a América do Sul,
29:26Boric,
29:26numa coisa
29:27muito forte.
29:28Eu queria terminar
29:29dizendo uma coisa
29:30para vocês.
29:31Eu,
29:32quando fico
29:33pensando em democracia,
29:35eu fico imaginando
29:36que a construção
29:37da União Europeia
29:39é um patrimônio
29:40democrático
29:41da humanidade.
29:43Porque depois
29:43do que aconteceu
29:44na Segunda Guerra Mundial,
29:46aqueles caras
29:47terem a capacidade
29:49de construir
29:50uma forma
29:51de organização
29:52em que eles
29:53conseguem construir
29:55um Estado
29:56de bem-estar social,
29:57conseguem construir
29:58um Parlamento Europeu,
30:00conseguem construir
30:01uma moeda única
30:02e conseguem construir
30:03um Parlamento
30:04e várias comissões
30:06que funcionam.
30:08Várias comissões
30:09que funcionam.
30:10Às vezes,
30:11as comissões
30:11mandam mais
30:12do que os dirigentes.
30:14O Mauro sabe
30:15que eu me queixo
30:16muito.
30:17Eu me queixo muito
30:18a ter que negociar
30:19o comércio
30:19do Brasil,
30:20da América do Sul,
30:21do Mercosul,
30:22com a União Europeia,
30:23com a Úrsula
30:24Van der Leyen.
30:25Mas por que não
30:26com o Macron?
30:27Por que não
30:27com o Olavo Schulte,
30:28que agora já não está mais?
30:29Por que não com...
30:30Não, porque ele não manda.
30:31O que manda é a comissão.
30:34E nós precisamos
30:36fazer isso
30:36na América do Sul,
30:37gente.
30:39A gente não pode
30:40ser pego de surpresa.
30:41A cada eleição,
30:43troca de presidente,
30:44desmancha tudo aquilo
30:45que tinha sido feito
30:46no governo anterior.
30:48Aí constrói outra coisa.
30:49A cada eleição,
30:50desmancha tudo outra vez.
30:51Nós não temos sequência
30:54no nosso crescimento
30:56econômico conjunto,
30:58na nossa integração.
31:00E a integração
31:01aqui é um sonho
31:02de 500 anos.
31:04Eu acho,
31:05companheiros e companheiras
31:06empresários,
31:07companheiros ministros
31:08e ministras,
31:09que nós temos
31:10mais uma chance.
31:12Nós temos uma chance
31:13de consolidar
31:14uma integração
31:15na América do Sul.
31:17A gente não quer
31:18ficar isolado,
31:19mas se a gente
31:19agir conjuntamente,
31:21nós temos
31:22muito mais força.
31:24imagina o potencial
31:25do Brasil e do Chile
31:26na questão dos chamados
31:28minerais críticos.
31:31Imagina o potencial nosso.
31:33Imagina se a gente
31:34começar a discutir
31:35com as nossas universidades,
31:36com os nossos bancos de dados,
31:38a questão da inteligência artificial
31:40numa linguagem,
31:42sabe, latino-americana.
31:44Isso aqui não precisa copiar
31:45nem da China,
31:46nem dos Estados Unidos.
31:48Mas tudo isso
31:49está à nossa disposição.
31:51Nós só não faremos
31:53se a gente não tiver coragem
31:54de fazer,
31:55se não tiver decisão
31:56de fazer.
31:57Por isso,
31:58eu queria dar os parabéns
31:59à CNI
32:00por trazer o cumprimento
32:01Bórica aqui
32:02para fazer um debate.
32:04Acho que mais presidentes
32:05de outros países
32:06deveriam vir aqui.
32:08Viver aqui por quê?
32:09Porque aqui é o centro
32:10da indústria nacional.
32:12Não é São Paulo,
32:12não é Santa Catarina,
32:13não é Pernambuco,
32:14não é o Ceará.
32:15É aqui.
32:16Aqui é que você congrega
32:17todas as indústrias brasileiras.
32:20E aqui,
32:20como os presidentes
32:21já estão aqui em Brasília,
32:23isso aqui poderia virar
32:24um palco.
32:26Um palco, sabe,
32:28para desfile
32:29de todos os presidentes
32:30que vieram ao Brasil
32:31descobrirem
32:33o que os empresários brasileiros
32:35têm para oferecer
32:36e o que os brasileiros
32:37querem comprar.
32:39É isso.
32:39Muito obrigado, gente.
32:40Obrigado, gente.