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VAR ilegal não é legal!

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Esportes
Transcrição
00:00Olá, amigo do futebol, particularmente da arbitragem, que nos acompanha no blog da Gazeta Esportiva
00:09e também nas redes sociais. Sou o Manuel Serapel Filho e vou conversar com vocês sobre as diretrizes
00:15que estão sendo traçadas para esta temporada pela comissão de arbitragem da CBF, sobre particularmente
00:24o VAR. A filosofia do VAR é da mínima interferência e do máximo benefício. Isso significa que
00:32o VAR só deve interferir em lances claramente equivocados, em decisões claramente equivocadas
00:41e nos limites do protocolo, nos lances de cartão vermelho, aplicados e não aplicados, de gols
00:50marcados e não marcados, de pênaltis marcados e não marcados e também no erro da identificação
00:56dos jogadores. Pois bem, a filosofia da mínima interferência está casada com o objetivo da
01:06não interrupção do jogo, da celeridade do jogo, da fluidez do jogo e também da não
01:12dependência do árbitro em relação ao VAR. Porque toda resistência que sempre houve
01:22contra o uso da tecnologia, inclusive nós tivemos conversa com o Joseph Blatter, com o João
01:29Avelange sobre isso e daí porque o protocolo tinha que ser estabelecido para a mínima interferência,
01:38era exatamente para evitar a interrupção do jogo e também a não dependência do árbitro
01:46da tecnologia. Ele tinha que decidir em campo e quando decidisse claramente errado, ele seria
01:55socorrido pelo VAR. E no nosso projeto sequer havia o monitor porque era para lances absolutamente
02:03indiscutíveis. Mas os ingleses acham que a autoridade do árbitro não podia ser arranhada
02:09por uma decisão externa. O que eu não concordo, porque a autoridade que se atribui a uma determinada
02:17autoridade é para praticar atos legais. E se o ato praticado por ele, por incapacidade ou porque
02:25ele não pôde ver é absolutamente legal, não tem porquê ele ter que revisar o seu próprio
02:32erro para dizer, é, de fato eu estou errado, quando ele não pode dizer de modo diferente.
02:37Se a teoria e o princípio máximo de erro claro óbvio prevalecesse como estava o nosso projeto.
02:48Mas tudo bem, foi posto o monitor, mas a filosofia persistiu. O protocolo diz que o VAR só atua
02:56para corrigir erros claros, erros óbvios. Então a CBF agora está buscando a melhor decisão.
03:03Primeiramente nós temos que dizer que as coisas são como são e não como nós queremos que sejam.
03:12Ora, se o protocolo estabelece com rigidez o princípio do erro claro e óbvio,
03:18a CBF não pode, sob pena de ferir, como vai ferir o protocolo,
03:25estabelecer que o VAR deve buscar a melhor decisão. Primeiramente porque a melhor para você pode ser uma
03:33e para mim pode ser outra. E se a coisa está dividida, é exatamente o que impede o VAR de atuar,
03:44porque não se trata de erro claro, de erro óbvio. Então a consequência é que a CBF está ferindo o protocolo,
03:53violando a regra, talvez imitando a Federação Carioca que traçou linhas com 12 centímetros de largura.
04:00Então um gol com 12 centímetros de impedimento vai valer e o de 13 centímetros não vai valer.
04:07Quer dizer, a distância de um centímetro para mais ou para menos é que vai fazer a diferença igualmente como é hoje com a regra.
04:16Parte do corpo adiantado, impedimento. Essa é uma grande questão.
04:22Então a CBF está inventando essa moda, vai criar uma dependência dos árbitros para o VAR,
04:28vai haver muita interferência e pior, haverá muitos casos de que deveria interferir e vão ser julgados
04:37como uma decisão adequada e outros que haverá interferência e que a decisão vai ser errada.
04:46O árbitro vai ficar refém do VAR, o jogo vai ser paralisado e nós não vamos, o que é mais importante de tudo,
04:56resolver o problema. O problema se resolve da seguinte forma.
05:00Arbitragem é uma atividade complexa. Há lances claríssimos que sim e claríssimos que não.
05:07Os que estão no meio dependem da capacidade do árbitro, da sua percepção em campo.
05:12Então inovar, ferindo o protocolo, é um grande erro e que causa espanto,
05:19porque o Zioli, que é um ato internacional da Itália, o Sandro Ritchie, que participou de Copa do Mundo
05:26e também o Pitana, vão concordar com essa sistemática? Será que eles pensam assim?
05:34Enquanto não houver modificação da regra, não pode haver modificação do protocolo.
05:38A CBF está dando um tiro na regra, no princípio da legalidade e isso é absolutamente imperdoável.
05:48Vamos esperar e ver para as ações indevidas do jogo e muitos erros também.
05:55Que pena, CBF!
05:57Torcedor, muito obrigado pela sua atenção e até uma próxima oportunidade.

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