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  • há 5 dias
O programa pode até ser na quinta (17), mas a convidada é de primeiríssima categoria! Telma Rocha vai mostrar que só entrou em Pânico quando passou pela porta do estúdio, porque ela já está acostumada com fotografia de perícia criminal e vai falar tudo sobre os crimes mais chocantes que esteve envolvida. Assista à entrevista na íntegra!

Assista ao Pânico na íntegra:
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#JovemPan
#Pânico

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00Que a nossa convidada chegou!
00:02Na gama de hoje, uma mulher com mais de 30 anos atuando na perícia criminal.
00:08Tem alguns casos que é difícil de você começar a ter uma meada pra investigar.
00:14Eu sou culpado, é isso que quero ouvir?
00:17Fotógrafa técnica e fundamental para o trabalho da DHPP.
00:24Com vítimas que me marcaram, aí eu vou lembrar do rosto.
00:27Culpado.
00:27Auxiliou na elucidação de diversos crimes.
00:31Já cheguei em um local que tem um monte de jornalistas já.
00:37E sabendo que é um caso de repercussão.
00:39E os caras falaram, mano, te dou um dinheirinho aí.
00:42Entra com a minha máquina ou passa uma foto pra mim.
00:44Denúncia!
00:46Palmas para Thelma Rocha!
00:52Aqui está a nossa querida Thelma.
00:55Muito obrigado por você ter vindo.
00:56Você sabe que você tem um fã clube muito grande, todo mundo aí esperando.
01:00A primeira coisa que eu quero falar com você, que é de um assunto que aconteceu agora na Espanha com o jogador.
01:06E teve uma perícia lá.
01:08Você está por dentro do caso dessa perícia ou você não acompanhou?
01:12Não, acompanhei por cima, mas o que que ocorre?
01:16A gente tem uma ética, toda uma ética.
01:19Porque a perícia envolve muitos procedimentos, muitos estudos, muitos laboratórios.
01:26Mesmo aqui no Brasil você tem a autonomia dos estados, por mais que você tenha um protocolo.
01:32Então por ética eu não poderia nem estar comentando.
01:34Tá, mas pegando assim a perícia por cima.
01:37A perícia é a prova.
01:39Eu falo uma história, você vai lá, você fotografa aquilo lá e você fala, ó, não é isso, não é bem o que você está falando.
01:46Porque a prova não condiz com aquilo que você está, com o seu depoimento.
01:51Então pra gente entender como trabalha a perícia, a perícia ela vai ser acionada sempre que esse crime deixar vestígios, materialidade, né?
02:00Tá.
02:00Então aí você aciona a perícia.
02:03Em São Paulo ela funciona, no Brasil ela funciona como?
02:07É um instituto de criminalística que vai fazer essa perícia.
02:11E tem vários ramos.
02:12Então pro desabamento você tem um perito engenheiro.
02:16Pro incêndio você tem um perito especializado.
02:22Tá, pra cada acidente.
02:24Você é fotógrafa.
02:25Eu sou fotógrafa.
02:26Você chega no presunto lá?
02:28Meu Deus.
02:28Você chega no presuntão?
02:29Dá, faz o clico.
02:32Faz o ensaio.
02:33Outro dia eu brinquei e eu falei assim que uma marca famosa aí de laticínios poderia me contratar, né?
02:39Claro.
02:40Isso sim é presunto.
02:42É, é de verdade.
02:43E aí, não, porque eu tenho uma curiosidade.
02:46J.R.
02:46Durandos falecido.
02:47Não, a gente vê o filme e o policial, o cara que tem experiência, você vê aquilo
02:53e você já sabe mais ou menos o que aconteceu, né?
02:55É incrível isso aí.
02:57É, a nomenclatura do meu cargo é fotógrafa técnico pericial.
03:01E eu acho muito interessante esse fotógrafa técnico pericial.
03:06Eu sou técnica em perícia.
03:08É óbvio que eu sou uma fotógrafa, uma profissional em fotografia, mas eu tenho que ficar mais
03:13atenta pelo aspecto técnico pericial voltado à narrativa do perito.
03:20Então, eu sou a ilustração da fala do perito.
03:25Aquele laudo que é entregue no inquérito policial para compor as provas materiais, eu sou a ilustração dessa narrativa.
03:32Ele é o roteirista e você é a ilustradora.
03:34Ele é extremamente técnico, ele é o expert, né?
03:38Então, quando ele fala assim, trata-se de um tiro tangencial na deltóide com saída na escápula,
03:47talvez você fique um pouco na dúvida.
03:50Você vai lá, bate o olho na foto e você vê que é um tiro que pegou de raspão,
03:56entrou aqui atrás no ombro e saiu do outro lado.
04:00Fica mais fácil de você visualizar.
04:03Fica mais fácil de você visualizar toda essa parte científica, que é a prova material, né?
04:11Que o perito está narrando.
04:12Então, eu sou a ilustração do laudo.
04:15É o voto impresso, é o recibo.
04:17É o voto impresso, é o recibo, o cara vai lá e fala, você mostra o recibo.
04:21Ô Thelma, você já entrou numa cena assim, que foi criada uma narrativa e pela sua experiência você falou assim,
04:27Puta, eu estou achando que não foi isso daí não, hein?
04:31Sim, eu tenho a honra de estar servindo a perícia criminal de São Paulo há 31 anos.
04:40E, como eu falei que existem várias perícias especializadas,
04:43eu estou num departamento de crimes especializados, que é crimes de homicídio de autoria desconhecida.
04:51Então, há 31 anos, eu trabalho com homicídios de autoria desconhecida.
04:55Então, no começo, você fica impressionada com o corpo, né?
05:01Até tem uma fala minha aí, que eu ria muito no primeiro local.
05:06Nervoso.
05:07Mas era satisfação com o nervoso e o delegado falou assim pra mim, olha, tem parente aqui, né?
05:14Ela não é bacana.
05:15Chupa um limão, né?
05:17E, assim, a evolução que eu tive desde o primeiro contato com o corpo até hoje chegar no local e a última coisa,
05:29não digo a última, mas quem você menos presta atenção no início é o corpo.
05:35Sim.
05:36Como muda.
05:37Porque o ambiente fala, né?
05:39Uma porta pode ter um sangue que explodiu, né?
05:42Você observa tudo.
05:43É, tudo.
05:43E aí, quando acontece que vem a narrativa, você nota pelas suas experiências,
05:48você chega pro cara e fala assim, olha, eu acho que não foi isso.
05:50Como que funciona esse lance?
05:52Porque você falou, o cara vem e você ajuda as pessoas a visualizar aquilo que ele tá criando na história.
05:58E você dá o pitaco ali pra turma?
06:00Como que é?
06:01Então, eu trabalho numa equipe multidisciplinar.
06:05Então, quando tem um homicídio de autoria desconhecida em São Paulo,
06:09é acionado esse departamento especializado que é o DHPP.
06:13O DHPP possui um núcleo de perícia e vai todo mundo pro local.
06:17Quem?
06:18Delegado, investigadores, papiloscopistas, perito e fotógrafo.
06:24Tipo uma força-tarefa, né?
06:25É uma força-tarefa.
06:26O plantão é composto por esses profissionais.
06:29Certo.
06:30O delegado é quem vai comandar toda essa tropa, né?
06:35Os investigadores é quem vai tá colhendo informações, testemunhas, câmeras.
06:42E a perícia e a papiloscopia vão tá entendendo a dinâmica.
06:47Que momento que a gente dá um pitaco, né?
06:50O momento em que o investigador chega, por exemplo, e fala assim,
06:54vou dar um exemplo aqui.
06:56Olha, apareceu uma testemunha dizendo que
06:59ela ouviu dois disparos, né?
07:02E a gente fala assim, não, tem alguma coisa errada,
07:04porque o cara tomou uma facada.
07:06Então, errou.
07:07Né?
07:08Então, você fala, opa, essa testemunha tá mentindo?
07:12Essa testemunha se confundiu com o escapamento de uma moto?
07:16Até que ponto essa...
07:18Ou, vamos pegar um caso de suicídio.
07:24Onde, geralmente, o tiro, ele é muito encostado ao corpo, né?
07:29Ao local fatal.
07:32Quando você dispara, você tem elementos que falam
07:36o jargão popular foi um tiro a queima-roupa.
07:40Né?
07:40A gente não fala?
07:41É o disparo que vai fazer você saber disso.
07:45Porque ele, quando sai aquela labareda, ele vai causar outros ferimentos.
07:50Né?
07:50Então, ele não causa só perfuração.
07:53Ele causa outros elementos que dá a propriedade ao perito
07:57e ao médico legista falar o quê?
07:59Foi a curta, curtíssima ou encostado.
08:03E aí, você não encontra esses elementos.
08:05Nesse suposto suicídio, você, nesse momento...
08:08Suicidar o cara.
08:10Isso mesmo, suicidar o cara.
08:12Então, nesse momento, é que a gente consegue dar o famoso pitaco.
08:17Mas é uma opinião ali.
08:18Boa.
08:19Ainda não é a oficial.
08:21Sim.
08:21Mas a gente trabalha...
08:22Mas a evidência, é lógico.
08:23Isso mesmo.
08:23Há tanto tempo, né?
08:25Que da hora.
08:25É a elite da polícia, né?
08:27O teu...
08:28É a elite...
08:29É a inteligência da...
08:31Os departamentos especializados, né?
08:34Geralmente, são considerados departamentos de elite, né?
08:37Você tem aí o DEIC, que é especializado em crimes patrimoniais.
08:43Você tem o DENARC, especializado no tráfico.
08:46Você tem o DHPP, especializado em crimes contra a pessoa.
08:50Não só o homicídio de autoria desconhecida, mas crimes que envolvem a criança e o adolescente.
08:57Crimes que envolvem a intolerância, seja religiosa, seja até de time, né?
09:03Esportiva, pessoas desaparecidas.
09:07Então, é um departamento que cuida dessa parte da vida.
09:10O que que se...
09:11Desculpa.
09:11Depois não, faço questão.
09:12Bom, o que se repete?
09:14Quais são as mortes que se repetem?
09:16Por qual motivo?
09:17Adutério?
09:18Traição?
09:19O que que...
09:19Porque quando você vai montar o quebra-cabeça e vai fazer a investigação, o que que sempre
09:23aparece?
09:25Então, você...
09:26Por que as pessoas matam?
09:27Você tem, digamos que, épocas, né?
09:31Então, quando eu entrei em 1994, você tinha invasões de terras na periferia de São
09:42Paulo, né?
09:43Extremo Zona Leste, extremo Zona Sul.
09:46E lá você tinha uma constante briga entre grileiros, entre pessoas que estavam tentando
09:54comprar o seu terreno, entre pessoas ali da periferia que não queriam que se estabelecesse
10:00essas novas comunidades.
10:02Então, durante muitos anos, nós pegamos crimes voltado à periferia nessa parte de invasão
10:10de terras.
10:11Depois de um tempo, passou.
10:13Depois veio os crimes, quando você começou a ouvir com muita frequência o famoso Tribunal
10:23do Crime.
10:24Ah, sim.
10:25Então, você pegava um crime.
10:27E tudo a autoria é desconhecida.
10:29Você chega lá, ninguém sabe o que aconteceu.
10:31Difícil, né?
10:31Olha isso.
10:32É.
10:32Tribunal do Crime.
10:34Tribunal do Crime, você pegava e você já começava a ver o modus operandi daquela
10:40situação.
10:40Então, você falava, opa, peraí, já é o terceiro corpo que aparece com as mesmas
10:45amarras, do mesmo jeito de desova, com os mesmos ferimentos.
10:51Então, você acende um alerta.
10:56E aí, então, esses crimes, eles sempre...
10:59Se repetem.
11:00Eles variam.
11:01De tempo em tempo, você tem...
11:03Hoje, você tem um número...
11:05Hoje, infelizmente, o que está bastante em evidência são os crimes patrimoniais, os
11:13latrocínios.
11:14Aonde o indivíduo, a qualquer preço, ele quer obter o bem material.
11:20Inclusive, tirando a sua vida para obter esse bem.
11:23Seja um Rolex, seja um celular, né?
11:26Seja uma aliança.
11:28Então, ele sai e é um dos crimes mais difíceis.
11:32De rua, salto, você está falando mais nessa linha.
11:35O difícil é chegar, né?
11:37Não, mas sabe onde está o mais difícil?
11:39Você não tem uma ligação entre a vítima e o autor, a não ser o bem patrimonial.
11:46Não tem praticamente uma cena formada, né?
11:49Porque...
11:49Deixa eu só fazer um break para quem está no rádio agora, o papo está muito bom.
11:54A gente vai continuar, você que está na TV, nas plataformas, a Thelma Rocha está
11:58aqui com a gente.
11:59O Instagram dela é arroba Thelma Rocha, a gente está acompanhando, é Thelma Rocha
12:04Forense.
12:05Tudo junto para você acompanhar as redes sociais e o trabalho que a Thelma faz na polícia.
12:11Vai lá, Reginaldinho.
12:13Pode concluir, pode concluir.
12:15Não tem...
12:16O cara sai a caça.
12:18Para cometer um delito, um...
12:20Então, é um Uber que você pede no local aonde ele estava ali caçando.
12:27Então, não tem nenhuma ligação direta com você.
12:31E no campo pericial, muitas vezes, é um campo precário.
12:37Porque muitas vezes não tem o contato entre a vítima e o agressor.
12:42E apenas a imposição armada me passa o seu bem.
12:46E a perícia, muitas vezes, ela busca esse contato para conseguir uma prova material.
12:53Fragmentos, essas coisas todas, né?
12:55É difícil.
12:56Nossa, complexo.
12:57Você só tem uma pessoa morta e aí resolve aí.
13:00É uma cena.
13:01Muitas vezes, muitas vezes, ele é roubado no local que ele nem trabalha lá, ele nem mora lá.
13:09Está passando.
13:10Isso mesmo.
13:10E vice-versa, a pessoa que está também cometendo.
13:14E aí tem que fazer uma investigação para trás.
13:17Isso mesmo.
13:18Muito longa.
13:19Para entender por que aquela pessoa estava ali.
13:22Isso que eu ia perguntar da reconstituição.
13:24Como é que é que faz a reconstituição com a equipe inteira?
13:27Porque aí você tem aquela imagem e você fica...
13:32Deve ser um negócio que...
13:34Não, essa pessoa, ela veio daqui.
13:36E como é que é feito esse trabalho em conjunto com vocês?
13:39Quando se fala em reconstituição, tem duas hipóteses.
13:43A primeira é, você precisa fazer esse reverso.
13:48Da onde a vítima veio, se ela já estava sendo seguida e mesmo a outra pessoa.
13:53Hoje, nós temos as câmeras de segurança.
13:56É um grande aliado da polícia.
13:59Então, a polícia, que daí é a parte dos investigadores, do delegado,
14:02eles vão reconstituir por onde essa pessoa passou.
14:07Até achar alguma coisa.
14:09Outra coisa que é a reconstituição, vulgarmente chamado de reconstituição,
14:15é a reprodução simulada dos fatos.
14:19Que também é feita pela perícia.
14:21É quando eu tenho...
14:23Vou dar outro exemplo aqui.
14:25Agressor, testemunha e vítima falando línguas diferentes.
14:30Peraí.
14:33Alguém está mentindo e alguém não está...
14:39Precisa ser acariado.
14:41Entendi.
14:42Cada um falando uma coisa.
14:43Cada um dando a sua versão.
14:45Cada um falando uma coisa, cada um dando uma versão
14:48e cada um falando uma coisa que não condiz com a prova técnica.
14:53Então, a autoridade policial vai requisitar,
14:55o Ministério Público vai requisitar,
14:57a defesa vai requisitar a reprodução simulada dos fatos.
15:01Aí a gente leva todas as pessoas novamente para a cena do crime
15:05e deixa fluir.
15:07Onde você estava?
15:08E você fez o quê?
15:09E você está aqui só observando.
15:11E aí depois você vai fazer uma constatação.
15:14A dinâmica que ele deu, do posicionamento dele,
15:19não condiz com as provas técnicas baseadas nisso, nisso, nisso, nisso.
15:23Agora tem uma coisa, né?
15:25Não adianta você mentir para a polícia, né?
15:27Eu acho que não.
15:28A polícia é danada, né?
15:30Como não?
15:30É o treinamento.
15:31Não é, porque não adianta...
15:32Pergunta para os meus filhos.
15:33Não adianta...
15:34Não adianta você contar uma história,
15:38porque o cara, ele chega ali,
15:39pela experiência, tal, pelo treinamento, né?
15:43Ele já sabe.
15:43E muita gente tenta contar uma história.
15:46Não, é para se safar.
15:47Não, a tendência do ser humano é se safar de qualquer situação.
15:51Lógico.
15:51É a sobrevivência, nossa.
15:54É essa.
15:55Natural.
15:55E a gente sempre vai tentar se livrar de uma...
15:59E isso é o que a gente mais gosta, né?
16:03É a parte que a gente mais gosta.
16:04Mas você já viu algum crime perfeito?
16:06Você falou, não, esse cara se safou porque ele conseguiu.
16:10Existe o crime perfeito?
16:12Olha, é uma pergunta que todo mundo faz,
16:15e o jargão é, não existe crime perfeito,
16:18existe crime mal investigado.
16:19Todo mundo diz isso, né?
16:21Mas eu acho que o crime perfeito,
16:24ele está naquele momento que não tem planejamento.
16:30É um roupante.
16:32Então, imagina eu, numa estrada,
16:36indo para um sítio que eu aluguei.
16:39Tá.
16:40Aí uma pessoa tenta me assaltar,
16:43ela vem para me ferir,
16:45eu consigo me desvencilhar disso,
16:48e eu acabo ferindo-a, certo?
16:51Tá.
16:52E vou embora.
16:54Não tem uma câmera,
16:55não tem uma testemunha,
16:58ninguém sabe que eu estava lá,
17:00ninguém sabe que ele estava lá,
17:02e eu acho que isso é quase um crime perfeito.
17:06A situação.
17:07A situação.
17:08Você entendeu?
17:09Então, não tem uma marca de pneu,
17:11porque estava chovendo, vamos supor.
17:13Não tem nada.
17:15Você vai buscar o quê?
17:17Você não tem um estojo no local,
17:19você não tem um projétil no local,
17:22você não tem um contato,
17:23você não tem uma busca de DNA,
17:25então...
17:26E tem muito crime assim?
17:28Raros.
17:29É?
17:29Raros, porque eu acho que
17:31quanto mais você planeja,
17:33mais você dá elementos
17:34para a contradição.
17:36E quais ferramentas que vocês têm,
17:38ou tecnológicas, ou não,
17:39por exemplo,
17:40para fazer a...
17:42Toda a...
17:43Não, porque tem sangue,
17:45os caras lavam o negócio.
17:47Cia sai, cia sai.
17:48É, cia sai.
17:50Eu me empolgo,
17:51porque assim,
17:52novamente citando o ano que eu entrei,
17:54eu entrei em 1994 com uma máquina analógica.
17:57Puts!
17:57Então você tinha uma máquina de filme,
18:00que muita gente nem sabe, né,
18:02o que é.
18:03E você tirava aquela foto,
18:06e muitas vezes você ficava na dúvida.
18:09Mano, será que vai vir uma foto?
18:11Ah, você esperava.
18:12Tem que revelar a foto,
18:14para vir a foto.
18:15Então assim,
18:17hoje nós temos um...
18:19Eu comento que nos últimos 10, 15 anos,
18:23nós demos um salto tecnológico,
18:26a superintendência de polícia técnico-científica,
18:30ela deu um salto tecnológico de 50 anos.
18:33Então hoje você tem exame de constatação de sangue humano,
18:37na hora, no local.
18:39Caramba!
18:39Então, e é para...
18:41Eu carrego no meu cinturão, entendeu?
18:44O que é?
18:45Um spray ou líquido que você joga no negócio?
18:47É quase um teste de gravidez, né?
18:49Ele é cromatográfico, né?
18:56Então, você tem uma...
18:59O contato vai mostrar...
19:01Você tem uma gotinha, isso.
19:03Você tem uma gotinha, você fala,
19:04será que é sangue ou não?
19:05Então você passa ali, coloca,
19:08e ele vai subir naquela fita colométrica,
19:12e vai indicar se é positivo para sangue,
19:16e esse exame é necessariamente positivo para sangue humano.
19:21Ah, legal.
19:21E deixa eu perguntar um negócio para você.
19:23Nos Estados Unidos, se é fichado hoje em dia,
19:25você já deixa lá o seu DNA.
19:27Nos Estados Unidos já tem um banco de...
19:29Sim.
19:29Fez lá, você pegou no trânsito.
19:31Sim.
19:32Só que vai, deixa ali, ó.
19:34O cara lá passa, você já tem o DNA.
19:36No Brasil, tem banco de DNA?
19:38Tem.
19:38Já temos isso?
19:39Já temos.
19:40Mas é pequeno, né?
19:41Olha, quando ele iniciou, ele era bem fraquinho.
19:45Só que quem mais abastece hoje o CODIS, né?
19:49Que é o banco de dados genético brasileiro,
19:53é a população carcerária.
19:55Então ele deu, ele está muito bem abastecido.
20:00Nós já temos resultados desse banco.
20:02Então, recentemente, a equipe atendeu um local
20:06onde foi coletado um perfil genético no local.
20:10Assim que bateu o confronto no CODIS, que deu o match,
20:15deu com um ex-presidiário que havia cometido já vários furtos à residência.
20:21Nesse sentido...
20:22É, o DNA é uma coisa que ajudou bastante, né?
20:25Muito, muito, muito.
20:25Nesse sentido de tecnologia, eu mexo muito com inteligência artificial
20:29e tem uma área que é diagnóstico por imagem.
20:32Então tem pessoas usando diagnóstico de raio-x do tórax para ver patologias.
20:38Faz o Emílio de mulher.
20:40Quando você tira uma foto na cena do crime,
20:44existe alguém que já está usando inteligência artificial
20:47para tentar contar a história daquilo?
20:51Ou por enquanto ainda é feito da forma meio humana?
20:56Por enquanto é feito, em fotografia, é feito de uma forma meio humana.
21:00Quando veio a máquina digital,
21:02o Estado sentiu até a necessidade de fazer um protocolo
21:05uma vez que já estavam existindo aplicativos de correção.
21:11Então, como eu falei que aquela labareda vai determinar
21:15se é um tiro à curta distância,
21:17eu vou na foto, tiro aquela zona de tatuagem,
21:22tiro aquela zona de esfumaçamento
21:24e eu transformo um tiro à longa distância.
21:27Então, de uma qualificadora, eu tirei.
21:30Não. Hoje você tem um protocolo de como você deve fotografar,
21:37como que você tem que arquivar
21:39e quantas vezes você tem que arquivar essa foto.
21:42Muitas vezes o juiz manda uma cota para a equipe dizendo assim,
21:47que sejam entregues todas as fotos que foram confeccionadas no local
21:52e não apenas só as que foram utilizadas no laudo.
21:55Então, até a sequência fotográfica há de se falar
21:59de ser um protocolo de cadeia de custódia.
22:03Para não depender do profissional.
22:04Isso mesmo.
22:05Hoje a gente trabalha...
22:07Hoje não, né?
22:08A gente trabalha baseado na cadeia de custódia.
22:10Tudo eu preciso documentar.
22:12Eu vou recolher essa caneta do local.
22:14Aonde ela estava?
22:16Como ela estava?
22:17Em que lacre que ela foi armazenada?
22:19Para que laboratório ela foi?
22:21Ela voltou com qual resultado?
22:23Então, essa cadeia de custódia é que vai dar uma credibilidade
22:28e uma legitimidade da prova,
22:30desde o local até o julgamento final.
22:34É, porque o O.J. Simpson se livrou.
22:37Ele se livrou pelo erro da perícia.
22:39Isso mesmo.
22:39A perícia errou e aí o julgamento foi anulado.
22:43Quem quer entender sobre cadeia de custódia,
22:45eu sempre recomendo o O.J. Simpson e a Amanda Knox.
22:50Amanda Knox também é um erro pericial de quebra de cadeia de custódia.
22:55É muito interessante.
22:55Amanda Knox foi na Itália.
22:57Na Itália, né?
22:58A menina lá, né?
22:59Universitária.
23:00Isso, isso.
23:01Que sumiu.
23:02Teve uma...
23:03Daí ela foi encontrada morta dentro de casa,
23:06mas eram vários estudantes que frequentavam a casa, né?
23:10E por quebra de cadeia de custódia,
23:12é muito interessante assistir essa série.
23:15Ô, Thelma, a gente tem falado bastante aqui da parte técnica,
23:19da tecnologia, de como é feito e tal.
23:21Mas e a parte emocional?
23:22Já teve algum caso de você chegar lá e, sei lá,
23:25ver uma pessoa totalmente espatifada,
23:28ou criança, ou idoso,
23:30que você ficou sentida, ficou mexida com aquilo
23:32e até repensou a carreira, sei lá?
23:36Nunca repensei a carreira.
23:37Nunca.
23:38Eu sou filha de fotógrafo pericial, né?
23:41Eu sou sobrinha de fotógrafo pericial,
23:44sou prima de fotógrafo pericial,
23:46mas esse é um outro programa.
23:47A família deve ser legal.
23:49Tem três cadáveres.
23:50A família é só no...
23:51A família é presunto.
23:53É, a família é presunto.
23:54É, nunca repensei.
23:57Mas assim...
23:58É o Lone Tunes.
24:00O que...
24:01Por hoje é só, pessoal.
24:02As pessoas sempre perguntam isso.
24:05O ferimento te choca?
24:07Não.
24:08Não que não choca.
24:09Mas a motivação te arrebenta.
24:13As histórias, né?
24:13Imagino.
24:14Te arrebenta.
24:16Você saber, no caso Renan,
24:19que ele foi defender a namorada,
24:22isso foi bem repercutido,
24:24ele foi defender a namorada
24:26num furto de telefone,
24:28quando eles estavam voltando,
24:29ele foi buscá-la num cursinho à noite
24:32e ele se põe na frente dela
24:34e toma um tiro na cabeça.
24:37Nesse momento,
24:38você não tem como
24:40você não ficar
24:42mexido.
24:44Você entendeu?
24:45Ah, foi um tiro na cabeça.
24:47Então, a cena,
24:48ela não é tão
24:49horrível
24:51de ver enquanto ferimento.
24:53Mas ela te destrói
24:54enquanto motivação.
24:56A motivação
24:57faz com que você
24:59chegue em casa e
25:00coloque seus filhos
25:02na sua frente
25:03e fale, olha, é o seguinte,
25:05a senha do banco é essa,
25:06vocês vão ter que se virar
25:08sozinhos,
25:09se acontecer tal coisa,
25:11se vocês estiverem comigo,
25:14por eu sempre estar armada,
25:16vocês correm,
25:17não olham para trás,
25:18deixa comigo.
25:19Então, assim,
25:20você para,
25:21isso te destrói.
25:22fragilidade,
25:23reflete a vida.
25:24Espiritualmente também,
25:25nunca passou nada?
25:26Não, espiritualmente,
25:28tem algumas coisas que eu morro
25:30de medo na vida.
25:34Espírito,
25:35óbvio.
25:35Está mexendo, né?
25:37E grilo.
25:37Não vou te apresentar
25:38os caça-fantálicos.
25:39Mas tem lá os espíritos.
25:40Tem?
25:41Você já teve alguma
25:41experiência mediônica?
25:43Não, graças a Deus,
25:45não.
25:45Ainda não.
25:46Um pé me...
25:46Não, não, não.
25:47Tem locais que você sente
25:49um clima muito pesado.
25:51Energia pesada.
25:52Eu nunca tinha visto
25:53um morto, né?
25:54Vocês na religião católica,
25:55quando vem um caixão
25:56aberto assim,
25:57para mim é sem alma,
25:58é muito...
25:59A pessoa é oca,
26:00assim que eu senti,
26:01pelo menos.
26:01Sim, porque está morto.
26:02Eu sei.
26:03Pericialmente.
26:04Você não acredita nisso,
26:05mas...
26:05Ninguém é obrigado a crer.
26:06Você não acredita em nada.
26:07Você não acredita em nada.
26:08Ele só acredita em dinossauro.
26:10Eu acredito na rapazgada.
26:12Acredita na granja.
26:14Você entende o que eu falei?
26:15Não é uma pessoa...
26:16Pericialmente, para mim,
26:19não é um ente
26:20que está no local.
26:21É mais um objeto
26:23que compõe a cena de crime.
26:24Sim.
26:25É isso.
26:26O corpo...
26:27O que vai bater a história
26:28é o que está por trás daquilo lá.
26:30Perfeito.
26:31Olha, Telmo, muito obrigado.
26:32Curioso, hein?
26:32É muito legal.
26:33É muito legal
26:34e é muito importante o trabalho, né?
26:36A gente tem que sempre
26:37ter uma reverência especial
26:39aos policiais, né?
26:40Sim.
26:41Porque o policial...
26:41Ah, que legal.
26:42O policial é um cara que...
26:44Pô, aqui...
26:45Vocação.
26:45A trincheira.
26:46É vocação.
26:47Nasceu com isso.
26:47É vocação.
26:48É vocação.
26:49E é um cara que defende a sociedade,
26:51é um cara que a gente está sempre vendo
26:53e às vezes não dá tanta importância, né?
26:56E sim.
26:57Existe uma perícia de qualidade, sim,
27:00principalmente em São Paulo.
27:02Existe.
27:02E a gente sempre,
27:03quando assiste lá o CSA,
27:04a gente acha que sempre...
27:05Está pagando...
27:06É, acha que sabe alguma coisa.
27:08Somos tão bons quanto.
27:09Sem dúvida.
27:09Os americanos são os melhores
27:10e a gente tem uma polícia
27:11muito capacitada aqui.
27:13Muito.
27:13E muito boa.
27:15Obrigada.
27:15Parabéns pelo seu trabalho.
27:16Obrigada.
27:17Obrigada mesmo.
27:18E a gente tem uma polícia de elite também.
27:20Não deve nada.
27:21Obrigado.
27:22Obrigado por você ter vindo.
27:23Obrigado.
27:23Valeu.
27:24Você tem um fã-clube muito grande aqui
27:26porque é um assunto que interessa muito.
27:27É muito barato.
27:28Eu vou passar o Instagram da Thelma
27:29para você acompanhar o trabalho da Thelma.
27:32É Thelma Rocha Forense
27:34a que ela participou aqui do Pânico Especial.
27:37Obrigado.

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