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O Conselho Apontador do FGTS aprovou nesta terça (15) a ampliação do ‘Minha Casa, Minha Vida’ para famílias com renda de até R$12 mil mensais. O teto do financiamento subiu para R$ 500 mil com prazo de 420 meses. O governo federal aprovou um reajuste da renda máxima permitida para as faixas do programa.

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Transcrição
00:00Olha só, virando a página aqui, parece que dessa vez, meu amigo e minha amiga, parece que o governo federal tá querendo agradar a classe média, pelo visto, Mano Ferreira.
00:08Me ajuda a entender esse movimento, até porque, pelo visto, o Conselho Curador do FGTS aprovou a ampliação do programa Minha Casa Minha Vida pra famílias com renda de até 12 mil reais.
00:20Que, com certeza, configuraria ali, no mínimo, a classe média brasileira. O que que muda exatamente com isso, hein?
00:24É, exatamente, Marinho. O que muda é a tentativa do governo de agradar a parcela da sociedade que o rejeita de forma sistemática, né?
00:34A gente tá falando Minha Casa Minha Vida, todo mundo sabe, é o programa habitacional que busca dar juros subsidiados, ou seja, com condições melhores do que a média de mercado, para a compra de imóveis.
00:48Nesse caso, né, quando o programa surgiu, a justificativa social do programa era ajudar pessoas de baixa renda a adquirirem o sonho da casa própria.
01:01Nesse caso, a gente tá falando da criação da faixa 4. Por que 4? Porque existe a 1, que são realmente aquelas pessoas de baixa renda,
01:10a faixa 2, que é a classe média baixa, a faixa 3, que é a classe média, e a faixa 4, que é, vamos ser sinceros, Marinho,
01:19pra quem, no contexto brasileiro, tá entre os mais ricos.
01:22Porque quem ganha 12 mil reais no Brasil já se encontra na faixa dos 5% mais ricos do nosso país.
01:30Então, a gente tá falando do governo estendendo uma política pública pra atender pessoas que, num país com condições econômicas minimamente saudáveis,
01:41teriam condições de buscar o financiamento do seu imóvel no mercado privado.
01:46E não está tendo, efetivamente, por quê? Porque os juros estão disparados.
01:52E por que os juros estão disparados?
01:53Porque o governo não controla suas próprias contas.
01:57Mais uma vez, no lugar de fazer o dever de casa, fechando a torneira dos gastos, controlando as despesas,
02:05fazendo o corte na própria carne, para, dessa forma, as condições de mercado favorecerem o progresso do Brasil via mercado privado,
02:14o governo vai aumentar os gastos, dando juros subsidiados para uma faixa de renda que, em tese, não deveria ser contemplada por um programa social.
02:26É isso aí.
02:27Faixa 2 subiu pra 4.700 reais mensais.
02:30O da faixa 3 foi pra 8.600 reais mensais.
02:33Agora, com essa nova faixa de renda, a número 4, que vai contemplar as famílias com renda de 8.600 reais,
02:39a 12 mil reais, né, Jess Peixoto.
02:40Mais uma ou duas faixas, daqui a pouco o programa, o governo vai começar a lançar o programa Minha Mansão, Minha Vida.
02:46Não é possível.
02:47Pelo amor de Deus.
02:49Essa foi muito boa.
02:51Mas então, André, essa é uma tentativa clara de melhorar a situação da popularidade do governo em relação a uma crise de imagem recente.
03:00Então, não vamos nos enganar.
03:02A razão pelo Minha Casa Minha Vida está crescendo aí pra novas faixas,
03:06e possivelmente, quem sabe, em breve, alcançando o Minha Mansão, Minha Vida,
03:11que o André também sugeriu aqui com um ótimo nome pro governo.
03:14O programa é impressionante.
03:16João Dória, quem sabe, vai se cadastrar aí.
03:19Vai ser legal.
03:20Mas a realidade é que essa é uma tentativa de contornar a opinião pública com crédito, né.
03:26Isso é sempre a tentativa deles.
03:27Vale mencionar que a situação do FGTS lá atrás foi crédito,
03:32os incentivos que eles estão dando são de crédito,
03:35as melhorias em relação a um benefício como Minha Casa Minha Vida é crédito.
03:39Então, esse governo, ele é um governo que vive do crédito
03:42pra corrigir um descrédito com a população, se me permite trocadilho.
03:47Então, no final das contas,
03:49é um programa que já tem bancos privados em relação a financiamento de casas
03:53e que não era necessário, de fato, o governo ir pra essa faixa de renda em termos práticos.
03:58Com certeza, né, Jess, tem a ver com a última pesquisa, né,
04:02feita aí em relação a esse governo que caiu imune.
04:07Quando a água começa a bater no traseiro.
04:10Eu ia falar, mas você falou traseiro.
04:12Traseiro.
04:13Eu vi...
04:14Você viu que a minha boca...
04:15Eu usei...
04:16Eu usei aquela expressão de filme dublado, né.
04:20Quando a água começa a bater no traseiro, são os tiras, vamos cair fora.
04:23Eu adoro as suas imitações.
04:25Eu acho que você é incrível.
04:27Eu fico muito ilusionado.
04:28É uma conversa...
04:30Mas, olha, gente, será que não seria o momento de ajudar a baixa renda ao invés de...
04:35Né?
04:36Né?
04:36Eu pergunto pro Mano isso.
04:38Mano, porque assim, o governo do presidente Lula sempre foi muito populista, né?
04:42Baseado nessa coisa do ajudar o mais pobre, de ajudar o que mais precisa,
04:47de que tirou milhões da fome.
04:48E, de fato, isso aconteceu, né, nos primeiros mandatos dele, né?
04:52Exatamente.
04:53Agora, o problema tá indo um pouquinho mais além, né?
04:56O pobre continua com ele, mas ele precisa alcançar esse que tem aí, que tá na classe média.
05:01Você acha que isso vai funcionar, Mano?
05:03Não vai.
05:04Porque a mentalidade do Brasil mudou.
05:07E as pessoas sabem que a solução pras suas vidas e pros seus sonhos não vem do governo.
05:13Elas sabem que é o esforço individual, o esforço das famílias,
05:18que são o ponto essencial pra prosperar e progredir na vida.
05:22Então, o que elas esperam do governo é que consigam criar um ambiente de negócios propício
05:28para que a iniciativa privada possa se desenvolver.
05:33Nesse caso, o governo tá fazendo o oposto.
05:36Ele tá tentando, via governo, fazer com que o sonho das pessoas se torne mais próximo da realidade.
05:43Só que, ao mesmo tempo, como a gente tá falando de um cenário em que as contas públicas não fecham,
05:50a gente tá falando, portanto, de um aumento de gastos do governo.
05:5415 bilhões, né, Déssia?
05:56E, de um ponto de vista macro, isso quer dizer mais inflação, corrosão do poder de compra do trabalhador brasileiro.
06:04E as pessoas entendem isso, que a inflação tá corroendo o poder de compra toda vez que as pessoas vão...
06:10Ao supermercado.
06:11Ao supermercado, tá terrível.
06:12E me surpreende a facilidade que o governo federal tem de mudar as regras ao seu bel prazer,
06:18de acordo com os seus próprios critérios que eles mesmos inventam,
06:21com um dinheiro que não é dele, né, de todo trabalhador com carteira assinada nesse país.
06:25Mas isso é papo pra outra hora.
06:26O fato é que a gente tem que lidar aqui direto com essa situação, meu Deus do céu.
06:30Tá tendo grade em supermercado pra você pegar café.
06:34Acho que essa é a imagem do mês, no momento que escancar da situação atual.
06:38E ficar com esse saudosismo achando que as soluções, os malabarismos econômicos da década retrasada vai poder funcionar nesse contexto atual,
06:47é pura fantasia.

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