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  • 15/04/2025
O comentarista político Cristiano Beraldo analisa a conexão entre o PL da Anistia e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Beraldo argumenta que os condenados pelos atos de 8 de janeiro estão sendo utilizados como "bucha de canhão” e afirma que a base governista não quer votar o projeto para manter o julgamento do ex-presidente por suposta trama golpista.

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Transcrição
00:00Você, Beraldo, me lembro quando a gente falava sobre os caminhos possíveis para o PL da Anistia e lá atrás vocês ainda falavam sobre a dificuldade em avançar com esse texto, caso ali no meio do processo alguns deputados sugerissem alterações, ajustes, emendas, jabutis, e isso vocês falavam, bom, vai dificultar a tramitação.
00:22A impressão que se tem é que o jabuti, pelo menos em uma versão dos textos, já foi incluído, já está lá, essa redação talvez mais abrangente que possa vir beneficiar outras figuras que não tenham participado do ato do dia 8 de janeiro de 23.
00:42Você acha que esse ajuste é determinante para aprovação ou não? Talvez esse seja, inclusive, o ponto de discórdia entre aqueles governistas que até entendem que dificilmente vão conseguir brigar contra esse grupo gigantesco na Câmara, mas que é preciso fazer esse ajuste?
01:02Talvez essa seja a questão crucial a ser debatida talvez no Colégio de Líderes?
01:08Caneto, veja que situação que os presos no 8 de janeiro se encontram.
01:17Eles, na verdade, estão servindo de bucha de canhão, de uma discussão que não tem absolutamente nada a ver com eles, na sua essência.
01:25O que está em jogo aqui e o papel para o qual eles estão sendo usados diz respeito a um esforço para se punir pessoas que estavam,
01:38ocupando o Palácio do Planalto até o dia 31 de dezembro de 2022.
01:45Só que o modelo encontrado para pegar não apenas o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas também outros que ali estavam com ele,
01:56é justamente fazer uma conexão de que as tramas que aconteceram dentro do Palácio do Planalto
02:02foram responsáveis pelo que aconteceu no 8 de janeiro, como se o 8 de janeiro tivesse sido a concretização
02:12da execução do plano que foi tramado ali dentro do Palácio do Planalto.
02:19Então, se o PL da anistia estabelece que no 8 de janeiro não houve tentativa de abolição do Estado de Direito,
02:33tentativa de golpe, todos os nomes técnicos e formais adequados para descaracterizar aquela ação
02:42de baderneiros e responsáveis que invadiram os prédios mais importantes da nação sem serem contidos.
02:50Registremos.
02:51Mas invadiram aqueles prédios e destruíram não só patrimônio público,
02:57mas uma parte relevante do patrimônio histórico do Brasil.
03:01nós cortamos este elo com o que aconteceu dentro do Palácio do Planalto.
03:08E aí a acusação contra Jair Bolsonaro e os seus parceiros ali naquela confabulação
03:16se enfraquece, porque podem comprovar que houve o planejamento, mas não houve execução.
03:23E, até onde sabemos, no Brasil você não pune a discussão a respeito de um crime eventual.
03:31Então, Caniato, essas pessoas que estão presas ali, elas estão no centro de uma disputa
03:39que não tem absolutamente nada a ver com elas, e a situação delas, para elas se livrarem
03:44das penas absurdas e incompatíveis que estão recebendo, é muito difícil.
03:50Por que mesmo que o PL seja discutido, aprovado?
03:55E que o Senado, com muita pressão, já disse o senador Roberto Marinho,
03:58que não há, Rogério Marinho, desculpe, não há ali uma maioria para aprovar,
04:05então terá que ser na base da negociação, mas vamos supor que seja aprovado no Senado.
04:10Por fim, este PL vai acabar no Supremo Tribunal Federal,
04:15que até aqui tem demonstrado toda a tendência a não colocar este PL,
04:21não colocar essa anistia, sob efeito para liberar da cadeia aquelas pessoas que estão presas.
04:27Então, é um embrólio gigantesco, Caniato, só que os deputados e os líderes precisam fazer o seu trabalho.
04:35E o trabalho que lhes cabe neste momento é pressionar para que a vontade da maioria prevaleça,
04:41como deve ser em qualquer situação, e que este PL seja finalmente colocado para discussão e votação no plenário.
04:47Então, vamos lá.

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