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  • 15/04/2025

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00:00:00Legenda Adriana Zanotto
00:00:30Legenda Adriana Zanotto
00:01:00Legenda Adriana Zanotto
00:01:30Legenda Adriana Zanotto
00:02:00Em 2023, por exemplo, as mulheres 40 a mais foram responsáveis por 4%, mais ou menos, tá, um pouco mais, de todos os nascimentos nos Estados Unidos,
00:02:11segundo uma pesquisa publicada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças, ultrapassando aí pela primeira vez a taxa de partos entre adolescentes, que ficou em 4%.
00:02:23E não foi só por lá, não, não, não, isso vale pro Brasil também, sabe por quê?
00:02:27Mais de 106 mil mães 40 a mais deram à luz em 2022.
00:02:32A influenciadora Graciele Lacerda, que é a companheira do Zezé de Camargo, pra quem não sabe, contextualizando, é só um dos rostinhos aí, ó, por trás desses números.
00:02:43Ela tá com 44 anos, tentou 5 vezes engravidar e realizou agora o sonho de ser mãe pela fertilização in vitro.
00:02:52Mas o que que leva tantas mulheres a adiar essa decisão? É falta de tempo? É liberdade? O que que é?
00:03:00Hoje, pra responder a este e outros questionamentos, a gente recebe no estúdio a doutora Adriana Silveira Gatti.
00:03:08Ela é médica, formada pela Faculdade de Saúde e Ecologia Humana, com especialização em Atenção Básica em Saúde da Família.
00:03:17É também pós-graduanda em Saúde Mental Integrativa e formada em Psiquiatria pela Faculdade IPMED de Ciências Médicas.
00:03:27Que currículo, hein?
00:03:28Seja bem-vinda, doutora.
00:03:30Obrigada.
00:03:31Muito bom tê-la com a gente, tá? Fazendo seu debut aqui.
00:03:34Tô dividindo a bancada com as jornalistas. Renatinha Nunes!
00:03:38Ei, gente, um beijo pra todo mundo que tá acompanhando o Interessa.
00:03:42Eu fiquei impressionadíssima com o currículo da doutora.
00:03:46Da doutora, né?
00:03:47Nossa, tem uns...
00:03:48E também eu queria te dar um biscoito.
00:03:51Ai, me dá biscoito!
00:03:51Vou te dar.
00:03:52Gente, quem tá ouvindo no Spotify, vai lá no YouTube, vê a Renata Zacarone, que é muito bonita.
00:03:59Eu tô falando sério.
00:04:00Eu fico aqui sentada no programa, olhando ela falar.
00:04:03Nossa, como ela é bonita.
00:04:06Aí ela fala assim, muito prazer, eu sou a Renata Zacarone.
00:04:10Aí eu penso assim, né?
00:04:11Eu vou falar assim, aí no dia que eu tenho que substituir e sentar ali, eu falo, muito
00:04:15prazer, eu sou a Renata Zacarone.
00:04:17Mas não funciona igual, porque eu não tenho essa cutis, tá?
00:04:20Tem sim, maravilhosa.
00:04:21Adorei o biscoito, gente.
00:04:23Você que tá novinha aí, você pode fazer isso também?
00:04:24Manda, manda que a gente gosta.
00:04:27Quem também tá aqui é a Flaviane Paixão.
00:04:29Ei, gente, tudo bem com vocês?
00:04:33E hoje ela foi tirando a blusa, né, Renatinha?
00:04:35Eu até levei um susto.
00:04:36Caraca.
00:04:36Meu Deus do céu, o que é isso aqui?
00:04:38Nessa que ela tá não, é a outra.
00:04:40É a outra, tá, gente?
00:04:41Não é a outra.
00:04:41Eu achei que ela tava sem nada por baixo.
00:04:43Eu sofri muito, muito.
00:04:44É blusa cor da pele.
00:04:45Dessa blusa, viu, gente?
00:04:47Tanta gente assustou, perguntou, minha filha não tá usando nada por baixo.
00:04:50É blusa, amores.
00:04:51Isso é blusa.
00:04:52Agora lá, gente, falar do tema do dia, tá?
00:04:56Maternidade depois dos 40.
00:04:58Isso deixou de ser uma exceção pra se tornar uma realidade cada vez mais comum e cheia de nuances.
00:05:04Algumas mulheres escolhem adiar esse momento pra investir em si mesmas, na própria formação acadêmica, na carreira.
00:05:12Outras simplesmente não tiveram oportunidade antes, chance.
00:05:16E há também as que se sentiram pressionadas pelo relógio biológico ou por expectativas sociais.
00:05:23Sabe aquele climão durante os encontros da família?
00:05:26Em especial o jantar de Natal.
00:05:28Nossa, quando é que você vai ter filho?
00:05:31Tá ficando velha.
00:05:32Quem que vai cuidar de você quando você envelhecer?
00:05:34Eu não sei o que é pior nessa frase, inclusive, tá, gente?
00:05:39Eu acho um absurdo.
00:05:39O homem, coitado, claro que não escuta.
00:05:41Anyway, fato é que, apesar dos cenários todos distintos aí da escolha da maternidade pós-40,
00:05:48que todas essas mulheres têm em comum são as dúvidas, julgamentos também,
00:05:52e os riscos envolvidos numa gravidez tardia.
00:05:56Maternar após os 40 tem toda uma carga simbólica de conquista, mas também tem perrengue.
00:06:02São os riscos físicos, que são maiores, os tratamentos de fertilidade, que são caros,
00:06:07e o julgamento social, que segue firme e forte, gente.
00:06:12O rótulo de mãe velha, que eu trouxe agora há pouco, velha.
00:06:1640.
00:06:16Velha.
00:06:17Culpa de quem?
00:06:19Como é que é o nome daquele cantor que falou que panela velha que faz comida boa e a mulher tinha 30 anos?
00:06:24É sua culpa, Sérgio Reis.
00:06:25Brincadeira.
00:06:26Seja pela ideia de que demorou demais.
00:06:29Ao mesmo tempo, essas mães chegam como?
00:06:31Muito mais maduras, com recursos emocionais, nesse lugar.
00:06:35E isso também importa.
00:06:36Mas pouca gente fala.
00:06:38Pergunta que a gente tem que fazer hoje não interessa.
00:06:40A gente está escolhendo a maternidade tardia, sermos mães após os 40, em função de todos esses fatores que eu trouxe,
00:06:47ou a gente está sendo empurrada para esse caminho?
00:06:50Conversa hoje é sobre isso.
00:06:52Maternidade, tempo, corpo, desejo genuíno de maternar.
00:06:56Agora sim a pergunta do dia, tá?
00:06:59A boa hora para ter um filho é a nossa hora ou quando dá, Flaviane Paixão?
00:07:06Essa foi, inclusive, uma das perguntas que motivou essa pauta e é por isso que ela está aqui hoje.
00:07:12Ó, você pode mandar sua participação pelo nosso chat, aqui já está aberto para o debate, porque esse podcast tem a sua participação.
00:07:18Se faz parte da sua vida...
00:07:20Interessar!
00:07:21Nossa, eu fiquei meio balançada com essas perguntas aí.
00:07:27Bom isso, né?
00:07:28A de começar ainda tinha a responder, inclusive.
00:07:29Nossa, eu fiquei pensando aqui, não esperava essa pergunta, né?
00:07:36Porque eu acho que, na verdade, ela não tem uma resposta certa.
00:07:40Acho que essa é a grande questão.
00:07:41Não existe uma resposta certa para a maternidade.
00:07:44Não existe uma resposta certa para uma mulher, ou errada, que não quer ser mãe também, por exemplo.
00:07:50A sociedade romantizou muito a maternidade.
00:07:54Acho que isso foi um problema para todas nós, que somos mães, né?
00:07:58Ninguém, no meu caso, por exemplo...
00:08:01Quer dizer, as pessoas falam sempre muito bem.
00:08:03Ah, ser mãe, os filhos são sempre muito exaltados.
00:08:05Só que existem muitas dificuldades na maternidade, na gravidez, né?
00:08:10No processo de gerar um filho também, né?
00:08:14Tem gente que passa numa boa, tem gente que tem alguns problemas na gestação.
00:08:19Então, assim, é muito difícil a gente falar de uma forma muito específica.
00:08:24Ah, é melhor ser mãe aos 40, porque eu já tive minhas conquistas, eu já estou madura.
00:08:29Ou, quem falou, isso é a sua realidade, a sua vida, né?
00:08:34Ou é pior ser mãe aos 40, porque a mulher já está velha, aí vai ser avó de filho, aquela conversa toda.
00:08:41Quem falou, as pessoas estão vivendo cada vez mais, as mulheres estão cada vez mais potentes, né?
00:08:46Cheias de energia.
00:08:48Hoje a sociedade envelhece, entre aspas, mais tarde.
00:08:53Então, assim, existem muitas respostas para essa mesma pergunta, na verdade.
00:08:58Então, acho muito complicado a gente colocar as mulheres por idade em caixas, né?
00:09:04Acho que não cabemos.
00:09:06Acho que cada família, cada mulher tem a sua realidade, né?
00:09:10Por exemplo, eu tive um filho sem nenhum planejamento aos 27 anos, né?
00:09:15Eu era uma repórter na época, que tinha uma carreira muito...
00:09:21Uma carreira que ainda estava começando, estava crescendo, com muitas perspectivas.
00:09:25Eu pensava naquela ocasião em sair de Belo Horizonte, não sair.
00:09:29Mas nada me impediu de seguir a minha carreira, né?
00:09:31De crescer na minha área, né?
00:09:33O filho não foi um impeditivo para que eu crescesse na minha área.
00:09:36E, inclusive, eu, profissionalmente, naquela ocasião, aos 27 anos, ouvi de um homem, que também era um profissional da minha área,
00:09:48que me disse assim, você vai seguir com essa gravidez?
00:09:52Você tem uma carreira incrível pela frente?
00:09:55Você tem possibilidade de ir para um grande jornal fora de Belo Horizonte?
00:09:59E aquilo me assustou, né?
00:10:02Porque eu queria ser mãe.
00:10:03Eu já estava familiarizada com a notícia surpresa, né?
00:10:09O Lucas não foi uma criança planejada, mas foi uma criança desde sempre muito amada.
00:10:14Então, eu recebi isso e falei, eu vou dar conta.
00:10:17E vim embora.
00:10:17Hoje, eu consegui ter essa ascensão sendo mãe, uma mãe jovem.
00:10:22Isso vale para mim e para muitas outras mulheres.
00:10:24E acho, sim, que uma mulher de 40 anos, uma mulher já está mais madura para ter um filho.
00:10:32Tem algumas questões que eu tive que aprender muito na marra, que o sofrimento é maior,
00:10:37que talvez se eu fosse mãe de novo com 40 anos, eu tivesse experiências e vivências que me tornariam mais...
00:10:45Vou tentar achar a palavra certa aqui, mas que me tornariam mais madura nos processos com o meu filho.
00:10:52Que me permitiria tomar decisões sem bater tanto a cabeça.
00:10:58Talvez, mas isso não é uma garantia.
00:11:00Não é uma garantia de nada.
00:11:02Porque, principalmente, a primeira maternidade, quando ela acontece, é um aprendizado para uma mulher de 19,
00:11:08para uma mulher de 27, para uma mulher de 31 e para uma mulher de 39, 40 anos.
00:11:14Então, isso não é... não pode haver regras na minha avaliação.
00:11:18Não pode haver. Eu olho hoje para... eu estou com 50 anos, meu filho tem 23 anos hoje.
00:11:24Mas eu olho para as minhas amigas. Eu tenho muitas amigas com filhos pequenos, ali de 10, de 2, de 7, de 8.
00:11:32E eu olho para elas e quando eu vejo elas passando por algumas fases, eu falo...
00:11:37Ai, eu penso, graças a Deus, já passou, me dá um alívio muito grande.
00:11:44Principalmente, eu conversava aqui com a doutora Adriana antes do podcast Entrar no Ar,
00:11:48principalmente nessa fase que eu estou, que é da pré-menopausa, que os hormônios estão ali, um turbilhão,
00:11:53que a gente fica nervosa à toa.
00:11:56Eu fico pensando, eu com um filho adolescente nessa idade, o que eu ia fazer?
00:11:59Perder meu réu primário.
00:12:03Porque, assim, a gente tem essas fases que a gente precisa lidar como mulher também, né?
00:12:08A mulher tem questões fisiológicas que são muito importantes e que são determinantes, inclusive, também, para a gravidez, né?
00:12:15Para a gravidez e para ao longo da vida também.
00:12:17Nessa fase que eu estou, que é o fim desse ciclo, né?
00:12:21O carimbo que a gente ganha, que a gente se torna infértil.
00:12:25E eu acho que isso também mexe muito com a gente.
00:12:30Acho que hoje, ser mãe de uma criança de 10 anos, se eu tivesse tido um filho aos 40, seria mais difícil para mim.
00:12:36Mas continuo no machismo, porque eu não fui.
00:12:39É uma imagem, né?
00:12:40Não tem parâmetro para poder comparar.
00:12:44Eu acho essa pergunta que a Zacarone traz, ela é muito interessante, porque a boa hora, na minha opinião, é a hora que dá.
00:12:50Quando a gente quer.
00:12:51E se quiser.
00:12:52Ela é tão circunstancial que, assim, a Renatinha fala, né?
00:12:56Assim, não tem uma resposta, porque ela é muito subjetiva e única.
00:13:00Então, acho que cada um vai conseguir responder da forma, do momento que vive, sabe?
00:13:04Da forma como leva a vida naquele momento.
00:13:06Então, acho que ela é muito circunstancial.
00:13:08Então, assim, a boa hora é a hora que dá.
00:13:09E se a gente quiser.
00:13:10E se não quiser, tá tudo bem.
00:13:12E ao contrário da Renatinha, meu filho nasceu, e assim, depois de muita luta.
00:13:16Eu sempre quis ser mãe.
00:13:19Talvez, em um período aí, ficou, né?
00:13:23Assim, adormecido por falta de um companheiro, né?
00:13:25Naquela idealização da constituição de uma família.
00:13:28Aquilo não aconteceu.
00:13:29Até a hora que eu falei assim, agora vai, vai e vai.
00:13:32Vai com, vai sem, mas vai.
00:13:34A medicina tá avançada.
00:13:35Então, você consegue ser mãe solo, inclusive, com procedimentos, vamos dizer assim, laboratoriais.
00:13:43Então, foi uma gravidez extremamente planejada.
00:13:48E aos 39 anos.
00:13:49O Antônio nasceu, faltava 3 meses pra completar 40.
00:13:52E eu sempre fiquei nessa pira também, de falar, fazer essas contas.
00:13:57Que mãe eu vou ser quando meu filho tiver 10 anos?
00:14:0115.
00:14:0220, então?
00:14:04Eu não...
00:14:04Eu já vou ter entrado na classificação de estatuto do idoso, entendeu?
00:14:11Então, são coisas, assim, é a realização de um sonho.
00:14:16Mas, ao mesmo tempo, quando eu paro pra fazer projeções de futuro, é algo que mexe com a minha cabeça.
00:14:21Falei assim, que mãe eu vou conseguir ser pro meu filho?
00:14:23E até chegar lá.
00:14:24Porque tem esses aspectos da maturidade, talvez de uma, sabe, uma resolutividade pra algumas coisas.
00:14:31Mas faltam outras.
00:14:32Talvez a própria energia, né?
00:14:35O vigor da juventude, que faz você, sabe, se jogar pra muita coisa.
00:14:39E talvez você com 40, né?
00:14:41O apelido do meu companheiro, por exemplo, é vovô garoto.
00:14:43Tá deixando ser pai, é vovô.
00:14:46Vovô, os meninos, os amigos dele, tudo é eu, vovô garoto.
00:14:48É, eu acho...
00:14:49Mas tem que explicar, né, gente?
00:14:51Quem tá assistindo, é porque o Henrique, companheiro da Flaviana, ele tem cabelos e barbas grisales.
00:14:55Só o grisalho.
00:14:58Então, é...
00:15:00E é engraçado que quando a gente chegou, até brinhei, falava assim, ah, vamos ter mais um e tal.
00:15:03Eu falava assim, você que tá doido?
00:15:06Isso aqui...
00:15:07E como que muda, né, assim, são...
00:15:09Ele completou três anos.
00:15:11Em três anos, como que a gente mudou?
00:15:14Né, porque assim, a dinâmica também, né?
00:15:16A dinâmica da vida, as entregas...
00:15:19Vou falar uma coisa que eu acho que pode te animar.
00:15:21Eu acho que sim, se você pensar do ponto de vista da idade, realmente isso pode parecer distante.
00:15:26A energia pode parecer...
00:15:28Principalmente pra um filho pequeno, né?
00:15:29Mas olha que engraçado, como os avós criam energia da alma, né?
00:15:35Pra acompanhar esses netos.
00:15:38E uma outra coisa, eu acho que a gente...
00:15:39Por isso que eu falo tanto aqui, que a gente precisa acompanhar os tempos.
00:15:43A gente tem que ser contemporâneo.
00:15:45Quando a gente é contemporâneo, pode até nos faltar energia física.
00:15:49Mas o mais importante é que você tenha energia mental pra acompanhar seus filhos.
00:15:53Pra acompanhar as gerações que vão chegando.
00:15:55Porque se você tiver...
00:15:57E essa relação de afeto estiver bem estabelecida, não existe uma guerra entre pais e filhos que se amam, né?
00:16:05É.
00:16:06Eu acho que isso é o mais importante de ficar dentro desse contexto.
00:16:10Tem uma questão também importante, porque muitas vezes a gente define...
00:16:13O tempo que a gente vai estar com os filhos, diferente de quantidade, a gente tem que pensar um pouquinho em qualidade, né?
00:16:19Assim, não significa que você ser mãe aos 20, você vai chegar aos 60, vai ter 40 anos de convivência.
00:16:25Se essa convivência vai ser profunda, vai ser significativa afetivamente, né?
00:16:29E você mãe aos 40, quando chegar aos 60, você vai ter 20 anos de convivência, mas provavelmente com uma afetividade tão boa ou tão maior quanto aquela que teve um filho mais cedo, né?
00:16:40Então, a quantidade de tempo que você convive com a criança não é a mesma coisa da afetividade, da presença que você tem ali.
00:16:45Sendo mãe aos 20, ou aos 30, ou aos 40, o que vai definir a sua presença e a sua marca perante ao seu filho é a presença, é o tempo que você teve de qualidade com ele, não a quantidade de anos que você conviveu.
00:16:59É.
00:16:59Agora, ô doutora, deixa eu só fazer uma pergunta, porque eu quero trazer o meu lado rancoroso aqui.
00:17:04Não!
00:17:04Não!
00:17:04Não!
00:17:04Não!
00:17:05Não!
00:17:05Não!
00:17:05Não!
00:17:05Não!
00:17:06Não!
00:17:06É justo, é justo, inclusive!
00:17:07É, quando a Zaca estava trazendo a sua bio, ecologia humana, o que que ia ser isso?
00:17:13Ah, é o nome da faculdade, né?
00:17:15É, da faculdade.
00:17:16Ah, tá!
00:17:16É, era o nome da faculdade.
00:17:17É porque a faculdade que eu fiz é uma faculdade integrativa, então ela traz todo um contexto de vivência social, humana, pra dentro do conhecimento médico, né?
00:17:27Então a gente não fica ali apenas estudando o funcionamento do corpo, é o funcionamento do corpo perante a sociedade, perante aquilo que a gente vive, é um ambiente externo.
00:17:35Entendi, então por isso que eu vou trazer o meu rancor para a medicina.
00:17:40E assim, na verdade eu vou compartilhar, mas eu acho que é, enfim, eu acho que talvez seja comum a outras mulheres.
00:17:46Eu acho que também pode ser um alerta.
00:17:48Porque é o seguinte, a gente só descobre das nossas dificuldades para engravidar na hora que, assim, você está chegando no seu limite.
00:17:54E mesmo com a medicina muito avançada, o seu limite é deixado sempre para a última hora.
00:18:01Então assim, ah, você está nova. Ah, não, continua tentando. Ah, talvez eu estresse, você está muito estressada.
00:18:08Então por isso que eu só quis entender essa sua ecologia humana, para a gente tentar trazer sobre esse aspecto do feminino.
00:18:16Porque é uma coisa que eu percebi comigo e que eu vejo que há relatos de outras mulheres,
00:18:21que é só na hora que a gente está chegando, nessa hora limite, é que a gente vai ter que correr, investigar.
00:18:28Então você passa uma vida tentando, não recebe as respostas necessárias para conseguir reverter, ou operar, ou fazer o caminho que você achar melhor para você.
00:18:39Mas você é levado ao seu limite, para no limite você começar a, então, investigar.
00:18:45É, o que eu falo sempre com as minhas pacientes é o seguinte, se existe um desejo, mesmo que genuíno, e esse desejo está latente, mas está adormecido ainda,
00:18:53e você pensa lá na frente em engravidar, busca ajuda agora, busca ajuda com 30, pensa com 35.
00:18:58Você não tem que decidir engravidar naquele momento, mas você tem que ter recursos para conseguir engravidar quando você decidir.
00:19:04Se você decidir com 40, com 45, você vai estar lá, os seus recursos biológicos dos 30, dos 35, para justamente não ter essa dificuldade.
00:19:12Porque essa dificuldade é que gera ansiedade, é que gera angústia, é que traz um adoecimento.
00:19:16Mas doutora, quando essa investigação deve começar efetivamente, e eu queria que você explicasse também para as mulheres o que elas devem fazer nesse processo,
00:19:24para que ela não chegue numa situação aí de 37 anos e descubra que ela tem problemas para engravidar, né, nessa fase aí mais complexa para a mulher,
00:19:34que a gente, acho que isso é, as pessoas já têm mais conhecimento hoje que essa fase é de maior risco e de maior dificuldade para as mulheres terem filhos.
00:19:42Então, quando seria a hora certa de começar essa investigação e quais seriam os processos dessa segurança para quem quer deixar para depois?
00:19:57Primeiro lugar, primeiro você vai ter que analisar o seu momento de vida, né, se você já é uma pessoa que tem um relacionamento estável,
00:20:04que a sua decisão já está compartilhada com o seu parceiro, existe a possibilidade de um congelamento de embrião, por exemplo, né,
00:20:11você pode fazer a coleta de óvulos, a coleta do espermatozoide e congelar o embrião para aquele momento que você decidir você só implantar, né.
00:20:19Agora, se não, se o seu momento de vida você está solteiro, você não deseja ter esse embrião nesse momento, você pode se preservar,
00:20:26você pode fazer o congelamento de óvulos.
00:20:28Não existe uma idade mínima para se fazer, normalmente a gente faz depois dos 30, né, até os 30 ainda é um pouco cedo para fazer a coleta,
00:20:35até porque as suas decisões mudam, são muito voláteis ainda na juventude,
00:20:39mas a partir dos 30 já é possível se fazer e o congelamento de óvulos eu falo que é uma tranquilidade guardada no congelador.
00:20:46Se você não decidir ter, está lá, se você decidir também está, né, então o primeiro passo é tomar a decisão se você pensa lá no futuro em ter alguma coisa.
00:20:55Se não pensa, se é um desejo que não está ali latente, que é algo que você já decidiu que não, vai ter filhos,
00:21:01a vida vai seguir como se nada estivesse trazendo nenhum prejuízo ali, nenhum momento de angústia,
00:21:08mas se é algo que te traz ali um sentimento, ainda que pequeno, ainda como uma sementinha, eu acho que vale a pena o investimento.
00:21:16Agora, eu queria só fazer um parênteses ainda nisso, porque a gente está falando para um público muito privilegiado, né, desse congelamento.
00:21:22Porque a gente tem aí milhares de mulheres que não têm um plano de saúde, né, que não têm uma condição financeira de buscar uma clínica particular também,
00:21:34e eu queria perguntar, Sisi, como esses processos são realizados pelo SUS?
00:21:40São, existem, né, assim, o processo de congelamento de óvulos ele é mais restrito, não tem um acesso a todas as pessoas,
00:21:47mas o congelamento e a fertilização in vitro existe. Aqui em Belo Horizonte, o Hospital das Clínicas faz, existe uma fila,
00:21:54você faz um cadastro, você entra numa fila e você faz todo um processo ali de exames, de cuidados,
00:22:01para depois, lá na frente, você ter a possibilidade de gerar o embrião e fazer a implantação in vitro.
00:22:07Então, hoje já temos acesso aí para todo mundo. Não é fácil, não é simples, é um cadastro, é uma fila,
00:22:13mas você consegue ter um resultado, sim. Inclusive, eu estou com uma paciente que está em implantar um embriãozinho agora,
00:22:18pelo Hospital das Clínicas, com 43 anos de idade.
00:22:22Olha!
00:22:23É o primeiro?
00:22:23Segundo.
00:22:24Segundo?
00:22:25Segundo. O primeiro foi também fertilização in vitro, com 38, e ela só conseguiu um embrião durante o primeiro processo dela,
00:22:34implantou, o nenenzinho nasceu, está linda a menininha, agora ela vai fazer a segunda implantação pelo Hospital das Clínicas.
00:22:41Legal, né?
00:22:42A gente tem até uma participação na tela do Pedro Caldas, que ele falou,
00:22:45minha mãe me teve com mais de 40, ficou cardiopata cedo, quem me criou foi minha irmã mais velha,
00:22:51e eu tive que tomar conta da mamãe a partir dos meus 16 anos até os 41, é complicado ter filhos com essa idade.
00:23:00Acho que foi o próprio Pedro Caldas que também compartilhou com a gente,
00:23:02que o pai dele também já tinha uma idade mais avançada naquele programa que nós fizemos sobre o pai e a avó.
00:23:07Mas essa questão cardiológica a partir dos 40 anos é de fato uma questão, assim, porque há, obviamente, uma sobrecarga.
00:23:16Mas como monitorar? Porque é uma coisa que eu estava pensando outro dia, assim, até numa conversa totalmente aleatória aqui na redação,
00:23:21são poucas as pessoas que têm o hábito frequente de consultas ao cardiologista.
00:23:25Você vai ao ginecologista, a gente que usa óculos vai ao oftalmologista, mas a gente não vai no cardiologista.
00:23:30Eu vou.
00:23:31Dando exemplo.
00:23:35Mas, assim, por exemplo, eu nunca fui que não fosse para fazer o silicone, assim, né, um risco cirúrgico.
00:23:41Agora, uma consulta, uma consulta de rotina para saber se está tudo bem, blá.
00:23:44Mas a minha cardiologista é clínica também, né, e inclusive ela tem 80 anos.
00:23:50Ai, que legal.
00:23:52Agora, Marta.
00:23:53Essa questão cardiológica, ela é uma questão para as mulheres acima dos 40 em função da sobrecarga da gestação?
00:23:59Não necessariamente desenvolve uma cardiopatia pela gravidez, né?
00:24:03O que pode acontecer muitas vezes é o que você disse, é já ter a doença, já ter o adoecimento, mas durante a gravidez é aquele momento que você se cuida,
00:24:11é aquele momento que você faz exames, que você faz um cuidado maior para a sua saúde e você acaba descobrindo ali várias doenças, né?
00:24:18O hipotiroidismo é um deles também, normalmente a gente convive com ele aí e na hora que entra na gravidez ele instabiliza e você faz o diagnóstico.
00:24:25Não tem uma relação direta de gravidez após os 40 com maior risco de cardiopatia especificamente, mas há sim uma sobrecarga e por isso tem que ter um cuidado maior.
00:24:35É uma gravidez considerada, gravidez de um risco um pouquinho maior do que o risco habitual de uma mulher mais jovem.
00:24:40Então, aí a gente fala em gravidez de risco e descarta um pouco essa cardiopatia, né?
00:24:46Mas quais são os riscos reais dessa gravidez tardia, vamos dizer assim, né?
00:24:51A gente está falando de 40, gente, mas tem mulheres tendo filhos aos 43, aos 45, aos 46, né?
00:24:58Uma Cláudia Raia.
00:24:58Uma Cláudia Raia.
00:24:59A Viviane Araújo, ela até foi com 46?
00:25:02Não sei a idade exata, vamos conferir aí.
00:25:04É, você falou 46 aqui, mas eu acho que a Viviane Araújo, por exemplo, acho que foi com 46.
00:25:08Pois é, então assim, a gente tem visto cada vez mais esse perfil de gestante e antes isso é, esses riscos, eles eram muito efetivos, né?
00:25:18Uma mulher que se engravidava, que engravidava mais tarde, a gente falava, nossa, gravidez de risco, às vezes ela tinha que passar uma gravidez na cama, muitas vezes.
00:25:26Mas eu queria que você falasse como isso mudou com o avanço da medicina e também quais são efetivamente esses principais riscos.
00:25:35Mudou e muito, né?
00:25:36Hoje uma mulher de 40, ela está muito mais bem cuidada, muitas vezes, do que uma jovem de 20, né?
00:25:41Então, em termos de risco para a mulher, não se tem um risco pontual ali.
00:25:47Claro que é uma gestação que vai ter um cuidado maior, vai ter uma avaliação laboratorial, um cuidado de glicose, né?
00:25:54De dosagem hormonal, vai ter todo um cuidado por parte do obstetra, mas na maior parte das vezes, esse desfecho, ele é tão favorável quanto uma gravidez de risco habitual, né?
00:26:06O que a gente muitas vezes percebe na psiquiatria é o aumento da ansiedade nessas mulheres com 40 anos quando engravida.
00:26:13Isso é muito comum, a chance de desenvolver uma depressão pós-parto também é um pouco maior.
00:26:18A ansiedade acontece por vários fatores.
00:26:22Primeiro porque muitas vezes ela protelou a questão da maternidade e aí vem a questão da gravidez já numa fase um pouco maior e aí começa a viver.
00:26:31Ah, e se eu tivesse engravidado antes e por que eu não tentei? Por que eu não insisti um pouquinho? Por que eu não adiantei esse processo?
00:26:38Isso muitas vezes gera uma angústia, gera um pouco de ansiedade.
00:26:41A parte da depressão é viver esse passado, né? Aí se eu tivesse tido filho mais jovem, eu teria tido mais energia ou não.
00:26:49Então é uma questão que da parte emocional, ela traz um apelo maior.
00:26:54Do ponto de vista físico e biológico, não. É muito individualizado.
00:26:57Até os partos hoje, né gente? Antigamente essas mulheres de 40 anos, elas tinham partos por parteiras em casa, né?
00:27:03Em fazendas, enfim. Era tudo muito diferente, né? O próprio parto mesmo era muito menos assistido.
00:27:09Com certeza. E tem aqui a resposta.
00:27:13Viviane Araújo. Você tem aí? Pode falar.
00:27:1647, né? Ela nasceu aos 47 anos.
00:27:19Olha que incrível, é.
00:27:21E viu ela na avenida, no Salgueira?
00:27:24Você viu?
00:27:24Porque é pertinho dela lá, naquele shape, foi títico com ela na quadra de Salgueira.
00:27:30Tem uma coisa que eu achei interessante também na nossa matéria, que está na versão impressa e no online, né?
00:27:34O tempo.com.br barra interessa.
00:27:36Mas que a demógrafa Raquel Zanata Coutinho, fazendo um resgate histórico, e ela fala assim,
00:27:44mulheres sempre engravidaram aos 40.
00:27:46Não só que elas engravidavam aos 40, do sexto, do sétimo, do sétimo, do sétimo.
00:27:51Hoje eu li o resultado de uma pesquisa que traz justamente esse dado.
00:27:55que as mulheres com a mesma idade lá, né, 1958 a 1970, os filhos de mães mais novas se saiam melhores em testes cognitivos.
00:28:04Por quê?
00:28:05As mães mais velhas não eram tão escolarizadas, tinham maior tendência a fumar durante a gravidez,
00:28:12não estavam tão estabilizadas profissionalmente.
00:28:14Aí nesse estudo.
00:28:15Porém, contudo, em 2018, uma outra pesquisa coordenada pelo Journal of Epidemiology...
00:28:22Ai, você não fala uma mentira, tá, gente?
00:28:24Eu coloquei, porque eu não sabia falar o resto.
00:28:27Trouxe que as crianças britânicas de 10 e 11 anos, nascidas em 2001,
00:28:31os filhos de mães mais velhas tinham a tendência a sair melhor em testes do que as mães mais jovens de 25 e 29.
00:28:38Justamente porque elas eram o quê?
00:28:40O quê?
00:28:41O quê?
00:28:41Escolarizadas.
00:28:42Ah!
00:28:42Elas viveram em outro contexto.
00:28:44Elas viveram em outro contexto.
00:28:46Totalmente oposta.
00:28:47Só isso é muito simples.
00:28:48É matemática.
00:28:49É, tem mais informação, né?
00:28:51Hoje a mulher tem muito mais acesso à informação.
00:28:53Ela se prepara à sociedade, né?
00:28:54Hoje também é uma opção, não é?
00:28:56Até excesso de informação, né, doutora?
00:28:58Porque a gente recebe uma chuva de conteúdo que, vamos combinar, deixa a gente até um pouco pirada,
00:29:05porque o que é verdade, muito mito, todo mundo tem um pitaco pra dar na sua gravidez, vamos combinar, né?
00:29:13Na criação do seu filho.
00:29:14Isso em qualquer idade.
00:29:17Eu ia trazer aqui também que isso é uma coisa, voltando àquela relatividade, né?
00:29:23Eu fiquei gravada aos 27 anos e eu perdi durante a minha gravidez 5 quilos, porque eu só vomitava.
00:29:30Então, eu tive uma... a questão hormonal foi... mexeu muito com o meu organismo e eu tive muito enjoo.
00:29:38Não foi mais ou menos enjoo, assim, foi muito enjoo.
00:29:41Eu não consegui comer, eu ter que tomar soro na veia, porque eu tava com uma pressão muito baixa.
00:29:49Então, assim, até o quase quinto mês de gravidez, eu perdi 5 quilos e eu pesava 50.
00:29:56Então, vocês imaginam, uma menina jovem, de 27 anos, que pesava 50 quilos e tava com 45.
00:30:03Eu tava parecendo doente, pele e osso, né?
00:30:05E só depois do quinto mês, ainda assim, com medicação, que eu fui retomando o meu peso
00:30:11e conseguindo curtir a minha gravidez, porque antes eu só enjoava.
00:30:16Então, assim, pra você ter ideia, eu comia, eu dava... a minha médica falava assim,
00:30:22come o que você conseguiu, o que ficar aí dentro é lucro.
00:30:26Então, eu comia, eu comia no meio do prato, eu tinha que parar pra ir no banheiro vomitar.
00:30:30E aí, eu ia lá, bochechava e tal, voltava pro mesmo prato pra continuar comendo,
00:30:35pra ingerir alguma coisa de qualidade pra poder passar pro meu filho.
00:30:40E aí, eu consegui... aí fui ganhando um pouquinho de peso ao longo do finalzinho da gravidez,
00:30:47mas eu saí da maternidade pesando 50 quilos, que era o que eu ganhei,
00:30:53mas o bebê que nasceu com 3 quilos e quase 500, 3 quilos, 400 e pouquinho,
00:30:58e eu saí da maternidade.
00:30:59Então, assim, esteticamente, pra mim, foi uma maravilha.
00:31:05Mas, assim, a muito custo, assim, eu falava, não vou ser mãe, nunca mais vou ser mãe de filho único.
00:31:10Toda vez que eu tava no vado, eu pensava, vou ser mãe de filho único,
00:31:13porque foi muito difícil, eu tive uma gravidez que não foi fácil, assim, né?
00:31:19Eu trabalhava, eu não conseguia trabalhar, não podia...
00:31:21Eu era repórter, eu não podia ir pra rua, porque eu passava mal, né?
00:31:25Nenhum motorista queria sair comigo, porque todos tinham medo que eu vomitasse nos carros deles.
00:31:30Então, assim, é...
00:31:33E existia uma imaturidade, existia um medo.
00:31:37Apesar de eu ser uma pessoa muito corajosa, por exemplo,
00:31:39eu acho que eu era mais corajosa jovem do que hoje.
00:31:43Hoje eu tenho mais sensatez, então eu tenho...
00:31:46Eu dou pé... O pé vai atrás pras coisas.
00:31:48Naquela época, receber um filho, pra mim, foi uma alegria muito grande.
00:31:53Eu ter coragem, vou ser uma ótima mãe, aquele impulso todo emocionalmente.
00:31:58Mas eu tinha questões, tanto que quando ele nasce, eu falo,
00:32:01e agora eu faço o que com essa criança? Eu não sei ser mãe.
00:32:04Então, isso pesou muito pra mim, na minha idade.
00:32:07Mas fomos aprendendo juntos, né?
00:32:09Eu fui aprendendo junto com meu filho, com meu marido, como ser mãe.
00:32:14Mas é engraçado, a Renatinha trazer esse relato dela aos 27 ou aos 39, era assim, né?
00:32:18Até parir...
00:32:20Não, deixa comigo, né?
00:32:21Bata no peito, e aqui, ó...
00:32:22O quê?
00:32:23Foi, gente...
00:32:24É...
00:32:25Botão!
00:32:25Ah, nasceu!
00:32:27Cadê minha mãe?
00:32:27Elas lá, acho que eu falei, porque não teve essa certeza, essa convicção.
00:32:32Porque quando eu fui mãe aos 19, eu ficava o tempo todo tipo,
00:32:35gente, o que eu vou fazer da minha vida?
00:32:37Muito difícil.
00:32:38Mas eu fui o contrário.
00:32:40Assim que o João nasceu, parece que eu liguei o modo mãe turbo 9 mil paçoca.
00:32:45E fui a melhor mãe que eu fiz.
00:32:46Mas na minha volta, na minha volta, eu também, quando ele nasceu, eu falei,
00:32:50eu vou pra minha casa.
00:32:51Minha mãe, não, vai lá pra casa.
00:32:53Falei, não, eu vou pra minha casa, eu dou conta, eu dou conta, eu dou conta.
00:32:56Ah, até que eu tive hipofagia, né?
00:32:59No pós-parto, assim.
00:33:01O meu útero não foi...
00:33:02O útero vai voltando...
00:33:03Hipotonia.
00:33:04Hipotonia, desculpa.
00:33:05É, meu útero foi voltando devagar...
00:33:08É, o útero volta devagarzinho, né?
00:33:10Tanto que muitas mulheres têm sangramentos após o parto.
00:33:15O meu não voltou, não tive sangramento nenhum.
00:33:17Até um belo dia, o útero fez assim, tchuf!
00:33:19E, assim, parece que tinha um...
00:33:21Se vocês entrassem lá no apartamento que eu morava, parecia que tinha tido um crime.
00:33:24Eu ia andando pela casa, bolhas de sangue pelo chão, assim, o sangue saiu todo.
00:33:30E eu tive que fazer, inclusive, uma curetagem.
00:33:32Tive que voltar com o bebê de uma semana pro hospital e internar de novo.
00:33:35Aí, a fodona que não queria ir pra casa da mãe de jeito nenhum foi obrigada a ir pra casa da mãe.
00:33:42O que também foi muito...
00:33:43Uma sensação de impotência mesmo, porque realmente eu queria conseguir fazer tudo sozinha.
00:33:50Eu queria não precisar de ajuda.
00:33:52E eu tive muita ajuda e foi ótimo.
00:33:54E ter ajuda não é um problema, gente.
00:33:56Não é menos mãe por ter ajuda, né?
00:33:59Ele é maravilha, não existe, né, gente?
00:34:01Gente, aliás, a rede de apoio, ela vai diminuindo à medida que a nossa idade avança, tá?
00:34:05Eu fico observando que o João Vitor, ele teve a vovó Neymar, que foi como ele batizou a minha mãe.
00:34:11Porque aos 50 anos, ela jogava bola com ele.
00:34:13É, eu não consegui, minha mãe tava lá dando embaixadinha.
00:34:18O Carlos, que é meu afiliado e tá com 9 meses, a minha irmã hoje tava fazendo o desabafo da vida.
00:34:23Ela, é muito difícil, Renata, porque eles são absolutamente sozinhos.
00:34:27Hoje eu estou indo lá pra casa dela pra ajudá-la, by the way.
00:34:30Mas a rede de apoio diminui, as pessoas se mudam, elas têm as suas famílias também.
00:34:36Eu acho que a gente podia falar um pouquinho desse lado.
00:34:37Aliás, eu vou aproveitar essa deixa, até os avós também estão mais velhos, não é isso?
00:34:42A minha mãe tá com 66 anos, sabe?
00:34:45É, completamente diferente, assim, não é nem só disposição, aspecto físico mesmo, a mobilidade às vezes tá comprometida.
00:34:51Menor chance da minha mãe fazer uma embaixadinha hoje.
00:34:53Menor, carregando, carregando o contato.
00:34:55Ainda bem que ela já fez, sabe?
00:34:56É, exatamente dela.
00:34:58Olha só, as jornalistas Renata Brita e Cíntia Castro, que são nossas coleguinhas aqui de redação,
00:35:03e no tempo elas estão contribuindo com o programa de hoje e abriram o coração, não interessa.
00:35:09As duas foram mães, depois dos 40, a Brita ainda tem uma peculiaridade que aí deixa que ela conta.
00:35:15E elas vão falar dessa decisão, dos medos que elas enfrentaram e como que elas encaram a maternidade na maturidade.
00:35:22Bora ver.
00:35:23Oi, pessoal!
00:35:24Olha só, quem é vivo sempre aparece, né?
00:35:26Pra quem não me conhece, eu sou Renata Brita, jornalista, mãe de Lucas e de Mateus.
00:35:32Mãe de Lucas aos 37, mãe de Mateus agora aos 41 anos.
00:35:37No mês que vem ele nasce e eu completei 41 anos ontem, com corpinho de 34, né?
00:35:44Pessoal, pois é, a gente decidiu ter filhos mais tarde porque simplesmente a gente não pensava sobre isso.
00:35:50A gente se sentia super jovem, aproveitava a vida doidado.
00:35:54Meu marido fazia, estava em um momento de reposicionamento de carreira, né?
00:35:57Fazendo outra faculdade.
00:35:58Então, o filho, a ideia do filho não passou muito pela nossa cabeça.
00:36:04Até que quando eu tinha 37 anos, no meio da pandemia, o meu marido, eu falei com ele, falei,
00:36:09olha, eu já estou com 37, se a gente quiser ter mais de um filho, eu acho bom a gente começar.
00:36:13Não sei se eu vou ter facilidade de engravidar, né?
00:36:16Como é que vai ser.
00:36:17Ele concordou, tentamos e engravidamos a primeira tentativa.
00:36:21O segundo filho também foi a mesma coisa, decidimos, vamos ter o segundo, veio com muita facilidade.
00:36:28Eu acho que eu posso servir como inspiração, mas não como um exemplo.
00:36:32Por quê?
00:36:33Não quer dizer que isso vai acontecer com todas as pessoas.
00:36:35Não quer dizer que todas as pessoas vão ter essa facilidade de engravidar, né?
00:36:39De manter a gestação, porque a gente sabe que por mais que a gente se sinta jovens, o nosso relógio biológico é o mesmo de milhões de anos atrás.
00:36:50Então, isso continua igual.
00:36:55Então, quem deseja ter filhos depois dos 35, depois dos 40, eu aconselho sim que quem tiver oportunidade faça.
00:37:05Às vezes, se não tiver ali a vida pronta, um parceiro ou uma parceira, enfim.
00:37:10Se não tiver com tudo certinho, você pode fazer sim congelamento de óvulos.
00:37:15Tem várias coisas que podem ser feitas, né?
00:37:17Melhor que não fazer nada, então que pode aumentar a sua chance de maternidade.
00:37:22Porque não é uma ciência exata.
00:37:24Não quer dizer que você vai fazer, que vai engravidar e que vai dar tudo certo, entendeu?
00:37:30Eu acho que eu tive muita sorte e hoje eu me pego pensando.
00:37:36Poxa, será que eu não deveria ter começado antes?
00:37:38Porque eu ainda quero ter mais um.
00:37:39Então, eu vou ter que ter lá com os 43.
00:37:41Eu não vou ter muito tempo entre um filho e outro.
00:37:42Eu vou ter que dar uma emendada.
00:37:44E eu achei muito bom esse tempo aí, entre 3 anos, quase 4, entre um filho e outro.
00:37:50Mas agora eu não tenho mais essa alternativa.
00:37:54Então, assim, eu acho muito lindo ser mãe aos 40 anos.
00:37:59Sou uma mãe muito plena, me dedico muito a ele.
00:38:01Não tem necessidade, quando eu era mais jovem, talvez teria de sair, de estar em algum lugar.
00:38:06Não, hoje eu me dedico plenamente à maternidade.
00:38:08E recomendo nesse ponto.
00:38:11Mas acho, sim, que tem que ser pensado, tem que ser programado e planejado.
00:38:17Um beijo, meninas.
00:38:18Obrigada pela oportunidade.
00:38:19Olá, eu sou Cintia Castro, mãe de Clarice.
00:38:23Minha filha tem 6 anos, faz 7 no mês que vem.
00:38:25E eu tenho 47, vou fazer 48 no mês que vem.
00:38:28Eu fui mãe aos 41, engravidei aos 40.
00:38:31E foi uma gravidez muito tranquila.
00:38:34A gravidez depois dos 40, ela é considerada uma gravidez de risco.
00:38:37Então, assim, eu fiz um pré-natal muito certinho.
00:38:40Foi o período mais saudável da minha vida.
00:38:42Que eu fazia minha hidroginástica sem faltar.
00:38:45Que eu me alimentei de uma forma muito saudável.
00:38:47Porque eu tinha na minha cabeça, assim, estou produzindo um ser humano.
00:38:50Então, eu preciso dar o meu melhor.
00:38:52E, realmente, ali começou pra mim a transformação, a revolução da maternidade.
00:38:56Na mudança dos meus hábitos durante a gravidez.
00:39:00Então, assim, foi uma gravidez tranquila.
00:39:02Eu não tive nenhuma intercorrência, nada mais grave.
00:39:05Tudo.
00:39:06Eu queria muito parto normal.
00:39:07Tentei até o último momento.
00:39:09Minha bolsa rompeu quase 23 horas depois.
00:39:12Eu ainda não tinha dilatação.
00:39:13Tinha um centímetro e meio de dilatação.
00:39:15Morrendo de dor, de contração.
00:39:16E teve que ser a cesárea.
00:39:18Mas, no geral, foi uma gravidez tranquila.
00:39:20E foi uma gravidez, assim, ela não foi planejada.
00:39:23Eu já fui casada em outra situação.
00:39:26Passei mais de 10 anos casada.
00:39:28Morei com uma outra pessoa.
00:39:29Já tive namoros muito sólidos.
00:39:32Propícios pra se ter um filho.
00:39:34E nunca quis.
00:39:34Sempre adiano, adiano, querendo a minha liberdade e tal.
00:39:37Quando eu me engravidei, eu tava numa relação que não era tão estável.
00:39:40Era um namoro recente, com uma pessoa de 13 anos mais nova.
00:39:44E aquele relógio biológico, né, chegando.
00:39:46E eu falando, será que eu vou ser mãe?
00:39:47Será que eu não quero?
00:39:48O que eu faço com a minha liberdade?
00:39:49O que eu faço com as minhas viagens?
00:39:50O que eu faço com o meu dinheiro?
00:39:51Com o meu lazer?
00:39:51Não sei o quê.
00:39:52Acabei me permitindo engravidar.
00:39:55Ele queria muito que eu engravidasse.
00:39:56Porque ele achava que eu ia ser uma mãe legal e tal.
00:39:59E eu acabei relaxando e engravidei.
00:40:01Então, foi uma gravidez permitida.
00:40:03E o que eu acho mais interessante, assim, é como ela é realmente revolucionária e transformadora.
00:40:09Porque eu achava que, assim, a melhor coisa da vida era viajar.
00:40:12Ainda acho.
00:40:14Mas, assim, a partir do momento eu lembro que quando eu cheguei com a minha filha,
00:40:16entrei com ela dentro de casa, passou aquele filme na minha cabeça de tantas coisas legais que eu já fui.
00:40:22Shows incríveis.
00:40:23Viagens incríveis.
00:40:24Nada era maior do que aquele sentimento.
00:40:27É clichê, eu sei.
00:40:28Falar de maternidade é clichê.
00:40:29Mas, realmente, aquele sentimento, aquele amor transformador.
00:40:33Aquele amor que transforma a nossa essência, né?
00:40:36Não só os nossos hábitos, mas transforma o nosso olhar pela vida, a nossa empatia com o outro.
00:40:40Isso, realmente, pra mim, foi algo muito transformador.
00:40:43Muito maior do que qualquer outra experiência que eu tenha vivido até então.
00:40:49Lindas.
00:40:50Lindas.
00:40:51Maravilhosas.
00:40:51Obrigada pelas contribuições.
00:40:53Míssimos depoimentos.
00:40:54E acho bonito ouvir, né?
00:40:56Ouvi-las falar isso.
00:40:57A Cintia especial que eu acompanhei, né?
00:41:01E a vi jovem depois vendo ela, mãe.
00:41:05E é bonito da gente que convive com ela, que vê esse amor pela filha, né?
00:41:10Esse amor que a maternidade fez que ela levasse pra vida também.
00:41:14Muito bonito.
00:41:15É, eu acho interessante quando ela destaca essa revolução e transformação.
00:41:18Porque é isso que acontece nas nossas vidas e independentemente da faixa etária, né?
00:41:22Revoluciona de maneiras diferentes.
00:41:24Agora, a Brita trouxe um aspecto, doutora, que eu queria...
00:41:28Não sei se isso vai ser relacionado à idade, mas sobre o andamento da gestação, né?
00:41:33Não sei se com mais idade você tem mais risco de perder o bebê?
00:41:39Tem, tem.
00:41:40A gente tem uma curva biológica, né?
00:41:41Não tem jeito.
00:41:42O relógio biológico, ele traz pra gente o nosso topo de fertilidade, né?
00:41:47À medida que a gente vai envelhecendo, essa fertilidade vai caindo.
00:41:50Mas também os riscos de uma complicação e o risco de um abortamento vai aumentando.
00:41:54É uma curva inversamente proporcional.
00:41:56A gente fica menos fértil e a gente tem mais riscos.
00:41:59Isso acontece, as gravidezes, elas podem não ter um desfecho favorável.
00:42:03Elas não podem chegar até o fim com uma maior prevalência, sim, do que quando a gente engravida mais cedo.
00:42:08Mas isso é explicado pelo quê, assim?
00:42:11É simplesmente um número?
00:42:12Ou qual é a questão biológica?
00:42:14O que afeta pra você?
00:42:15São várias justificativas.
00:42:17Uma delas é porque a maior parte dos abortos que a gente tem são abortos decorrentes de má formação do bebê.
00:42:23Essa má formação acontece quando a gente tem um envelhecimento dos nossos óvulos,
00:42:28de um ponto de vista evolutivo.
00:42:30Então, à medida que a gente tá mais velho, o nosso corpo também está, os óvulos também estão.
00:42:34Então, a chance de acontecer uma conjunção ali entre os cromossomos, digamos assim,
00:42:41e trazer uma má formação que não resulta à vida, é maior.
00:42:44Então, é mais uma questão genética mesmo.
00:42:47E no homem, esse envelhecimento, como é que funciona, né, essa questão biológica no homem?
00:42:52Acho importante a gente lembrar aqui porque normalmente a mulher é sempre responsabilizada.
00:42:58Somos.
00:42:58É, infelizmente, né, porque os homens, eles têm uma produção e não é uma produção para a vida inteira.
00:43:05A mulher é.
00:43:06A mulher nasce com a quantidade de óvulos e aquela quantidade de óvulos ela vai ter.
00:43:09Ela não vai produzir ao longo da vida mais.
00:43:12O homem não.
00:43:13O homem vai produzindo ao longo da vida.
00:43:15Mas a qualidade de menino.
00:43:16É, a qualidade de menino.
00:43:17Sim, mas a quantidade não.
00:43:20Então, na maior parte das vezes, a disfunção que acontece, ela está relacionada aos óvulos.
00:43:27Pode acontecer também dos espermatozoides.
00:43:29Não é uma questão que não, obrigatoriamente, é taxada ali como a culpa da mulher, não.
00:43:35Mas a chance é maior, sim.
00:43:36Doutora, e no seu consultório hoje, quando você recebe esse perfil de pacientes com mais de 40 anos, né,
00:43:43essas mulheres, elas normalmente têm dificuldade para engravidar, é só um congelamento de óvulos facilitar.
00:43:53E o que que, qual que é o perfil das pacientes que você recebe nessa faixa etária?
00:43:58Tem.
00:43:58A maior parte das pacientes que eu atendo, elas chegam com muita angústia.
00:44:02A angústia por ter esperado, a angústia será que vai dar certo, será que eu quero, será que eu adio um pouco mais,
00:44:09ou será que eu já adiei demais.
00:44:11Então, essas mulheres, elas vêm muito angustiadas, elas vêm muito ansiosas.
00:44:16E essa ansiedade, muitas vezes, até prejudica a fertilidade.
00:44:20Então, a gente precisa tratar a ansiedade para que ela consiga estar mais tempo fértil.
00:44:25Então, às vezes, o problema não é nem a fertilidade em si pela idade.
00:44:28É a fertilidade sendo como uma consequência da própria ansiedade.
00:44:34Porque a ansiedade, ela altera também a fertilidade.
00:44:37Então, elas vêm muito angustiadas.
00:44:39É um processo que traz muita dúvida para todas, né.
00:44:43E essa questão, muitas vezes, que a gente vê,
00:44:45a mulher com 40 é uma mulher mais madura,
00:44:48é uma mulher que sabe o que quer,
00:44:49que já passou por várias transformações,
00:44:52que já chegou ali com uma vida profissional mais avançada,
00:44:55que tem um autoconhecimento, que tem uma estabilidade emocional.
00:45:00Isso tudo é muito bem-vindo, é ótimo.
00:45:02Mas também tem um outro lado.
00:45:04Tem uma autocrítica por trás muito maior do que a mamãe jovem, né.
00:45:08A mulher aos 40, ela é muito mais crítica consigo mesma.
00:45:11Então, os e se estivesse engravidado?
00:45:13E por que eu deixei?
00:45:14Eu não sei se eu quero também.
00:45:16Não sei se eu vou, se eu não vou.
00:45:17Isso gera muito mais angústia na mulher aos 40 anos
00:45:20do que numa mulher com 20.
00:45:22Com 20, ela não tem que pensar nisso.
00:45:23Com 30, também não.
00:45:24Com os 35, ela começa a pensar.
00:45:27Será?
00:45:27Será que eu tenho que pensar?
00:45:28Existe uma idade limite pra que a gente fale,
00:45:31agora eu vou congelar meu óvulo.
00:45:33Deu uma...
00:45:34Tô na fase final.
00:45:36Não, não tem.
00:45:37Claro que a partir dos 40, você tem menos reserva ovariana.
00:45:40Então, é muito mais difícil o congelamento.
00:45:42Então, seria mais interessante fazer esse congelamento
00:45:44por volta dos 35, por exemplo.
00:45:47Ou antes.
00:45:47Ou antes, é.
00:45:48O que eu acho curioso, a minha irmã,
00:45:50ela me disse que...
00:45:51Ela foi mãe agora aos 36, né?
00:45:54E ela me disse que aos 30,
00:45:56ela nunca tinha demonstrado que queria ser mãe.
00:45:59Lá em casa, sempre o discurso foi
00:46:00eu vou ter um time de futebol,
00:46:02e a Bárbara falava, não quero ter filhos.
00:46:04Até que ela foi a uma consulta com o ginecologista,
00:46:07e ele a orientou.
00:46:09Durante a consulta, ele abordou essa questão do
00:46:11vai querer ser mãe?
00:46:12Sim ou não?
00:46:13Se sim, congela.
00:46:14Se não, congela.
00:46:15Aí você vai ter essa garantia.
00:46:16Mas essa abordagem, ela não é comum nos consultórios.
00:46:19Eu nunca ouvi essa pergunta.
00:46:20Eu também nunca ouvi essa pergunta.
00:46:23Nem pra segundo filho, por exemplo.
00:46:25Porque a gente já tinha um filho.
00:46:27Exato.
00:46:27Ninguém nunca me perguntou se eu queria ser mãe de novo,
00:46:29se eu deveria...
00:46:30Também não.
00:46:31Comento algum.
00:46:32Eu acho que quando a Renatinha pergunta
00:46:33sobre essa questão do consultório,
00:46:36quando mulheres nessa faixa etária procuram,
00:46:38elas já vêm com um histórico.
00:46:39Elas tentaram ou não conseguiram?
00:46:41Ou agora eu quero engravidar?
00:46:43Porque isso também faz muita diferença
00:46:45na condução do que vai ser feito.
00:46:47Já tentei, tentei, tentei e não deu certo.
00:46:49Não, agora que eu quero...
00:46:51A mulher que chega e fala assim,
00:46:52agora eu quero engravidar aos 40.
00:46:55E aquela que...
00:46:56Eu vou falar dessa.
00:46:57Não tentou.
00:46:58Ela não tentou.
00:46:58Agora eu quero.
00:46:59Aos 40.
00:47:00Agora eu quero engravidar.
00:47:01Minha irmã foi assim.
00:47:03Ela resolveu.
00:47:04Ela era como a irmã da Renata,
00:47:06não queria ter filhos.
00:47:07Já era decidida.
00:47:08E é essa coisa, né?
00:47:09A gente mais jovem tem decisões
00:47:11e acha que aquilo não...
00:47:13É pra vida inteira.
00:47:14Pra vida inteira, né?
00:47:15Isso, vai mudar.
00:47:16E quando ela ganhou dois sobrinhos,
00:47:18ela já tinha três sobrinhos nessa época,
00:47:20mas ganhou os dois sobrinhos das irmãs.
00:47:22E aí ela falou,
00:47:23ah, acho que bateu, né?
00:47:24E fez 40 anos.
00:47:26E agora?
00:47:27E agora?
00:47:29E agora?
00:47:30Ela nunca parou pra tentar com muita ênfase, né?
00:47:35Seguiu as coisinhas, né?
00:47:36As datas e tal.
00:47:39Além da promessa, o que mais que a gente...
00:47:41O que mais que a gente...
00:47:42Porque essa mulher tem que fazer?
00:47:44Uma...
00:47:45Na verdade, a gente tem que se cercar
00:47:47de todos os cuidados possíveis, né?
00:47:48Se você vai tentar e nunca tentou,
00:47:50a primeira coisa são todos os exames necessários
00:47:52ali pré-gestacionais, né?
00:47:54Antes da gestação.
00:47:55E um cuidado maior,
00:47:57se por acaso esse tempo aí,
00:47:58porque a gente não pode esperar um ou dois anos
00:48:00com essa mulher com 40,
00:48:02tentando engravidar naturalmente, né?
00:48:04A investigação, ela vai ser muito mais profunda.
00:48:06Ela vai ser muito mais afunda.
00:48:07São vários exames que precisam ser feitos
00:48:09pra ter um cuidado pra não esperar ainda mais.
00:48:12Se a decisão já tá tomada,
00:48:14a gente não pode esperar muito.
00:48:15Mas o que seria se esperar?
00:48:17Quanto tempo?
00:48:18Tentou o quê?
00:48:18Seis meses, não deu?
00:48:19Vão partir pro...
00:48:20É muito individual.
00:48:22É muito individual.
00:48:22É, depende muito da história,
00:48:24até mesmo familiar dessa mulher,
00:48:27da história obstétrica dela,
00:48:29se ela tem alguma alteração ali ao longo da vida,
00:48:31por exemplo,
00:48:32se tem ou não uma intervenção mais precoce
00:48:34que pode ser feita.
00:48:36É muito individual.
00:48:37Muito individual.
00:48:38É, vocês falaram da coisa que eu não tinha pensado,
00:48:41das mães, né?
00:48:43Antigas, entre aspas,
00:48:44mas...
00:48:45Tô lembrando aqui,
00:48:47eu sou a filha caçula de quatro.
00:48:49Minha mãe me teve com 36 pra 37 anos.
00:48:52Só que a diferença do meu irmão pra mim
00:48:55são de 10 anos.
00:48:57Então, assim,
00:48:58minha avó teve 12 filhos,
00:49:00minha avó paterna.
00:49:02E aí, a diferença do meu pai pra minha tia
00:49:04é de mais de 20 anos, praticamente.
00:49:07Então, a gente às vezes esquece disso também,
00:49:09que as mães já eram mães,
00:49:11em outras épocas,
00:49:12só que elas eram mães dos filhos
00:49:15de 12, 10, 9 filhos.
00:49:17Isso era muito comum.
00:49:19Gente...
00:49:19E não gera tanta angústia, né?
00:49:22Quando é o décimo,
00:49:22mas quando é o primeiro,
00:49:23a angústia é maior.
00:49:24É isso mesmo,
00:49:25faz muita diferença nesse caso, né?
00:49:28Agora, só um parênteses,
00:49:29se você me permite, tá?
00:49:30Tá bom.
00:49:30Tá, Carole.
00:49:32Essa é uma conversa que eu me arrependo
00:49:34de não ter tido, sabe, Renatinha?
00:49:35Por exemplo,
00:49:36dessas famílias muito grandes,
00:49:38que são coisas que eu acho que a gente
00:49:39não vai viver mais, assim, né?
00:49:42Ninguém tem mais 12 filhos.
00:49:4320.
00:49:44Ninguém tem dois, Flaviane.
00:49:4522, entendeu?
00:49:49É, que assim,
00:49:51eu não troquei muito com a minha avó
00:49:53como foi passar uma vida grávida,
00:49:55assim, né?
00:49:56Porque, sabe,
00:49:57é mesmo.
00:49:57É passar uma vida grávida.
00:49:59E eu lembro, assim,
00:50:00ela faleceu, eu acho que com 94, 95 anos,
00:50:03ela sempre falava muito da gente, né?
00:50:04Porque o máximo que os filhos chegaram
00:50:06foi quatro filhos.
00:50:08E meu pai foram três.
00:50:10E ela sempre falava assim,
00:50:11mas vocês meninas não arrumam menino?
00:50:13Que casa vazia?
00:50:14Por que vocês não arrumam filhos, gente?
00:50:16Vamos engravidar.
00:50:17E a gente sempre sai.
00:50:18Outros tempos são outros.
00:50:20Não tem isso.
00:50:21Meninada, filharada.
00:50:23E é isso.
00:50:23Aí dá a diferença do meu pai
00:50:25pra irmã mais nova,
00:50:27são mais de 20 anos.
00:50:28É igual o meu.
00:50:29E ele falava muito disso.
00:50:30Pô,
00:50:30minha mãe me colocava
00:50:31pra ficar tomando conta da tia Ana.
00:50:33Eu saí do casa.
00:50:34Olha que engraçado.
00:50:35Olha que engraçado, né?
00:50:36As visões diferentes, né?
00:50:38A minha avó
00:50:39teve filho,
00:50:42esse tanto de filho,
00:50:43e o meu pai conta,
00:50:45ele contava isso pra ele,
00:50:46que ele, como mais velho,
00:50:47saiu primeiro da fazenda
00:50:49pra estudar,
00:50:49de onde eles moravam, né?
00:50:50No interior.
00:50:52E quando ele voltava,
00:50:53todas as férias,
00:50:54minha avó tava grávida de novo.
00:50:55Nossa.
00:50:56E ele conta que isso mexia
00:50:57muito com ele,
00:50:58do ponto de vista até negativo, né?
00:51:00Porque ele fala,
00:51:00poxa, toda vez que eu volto,
00:51:02tem um filho novo aí,
00:51:03sendo gerado.
00:51:05É engraçado.
00:51:07É engraçado.
00:51:07Não, mas isso mexia com ele.
00:51:08E a minha avó
00:51:09era muito mulherengo,
00:51:10e ele teve
00:51:11uma outra família.
00:51:13Nossa.
00:51:13E a minha avó
00:51:13descobriu isso.
00:51:14Foi sã de menino.
00:51:16Descobriu isso.
00:51:16Então, se você fizesse
00:51:17a mesma pergunta pra minha avó,
00:51:19ela ia falar,
00:51:19tenho menos filho possível.
00:51:20O contrário.
00:51:22Porque ela pegou
00:51:22essa turma toda,
00:51:23essa meninada toda,
00:51:25botou de bar do braço
00:51:26e veio morar em Belo Horizonte
00:51:27e largou meu avô.
00:51:28Isso, na época dela,
00:51:29era um verdadeiro escândalo.
00:51:31Mas ela
00:51:31manteve a maternidade,
00:51:33teve a garra
00:51:34de uma mulher forte,
00:51:35potente,
00:51:35veio costurar pra fora.
00:51:37Muita coragem, né?
00:51:39Mas não aceitou
00:51:40aquela traição.
00:51:43Mas a maternidade
00:51:44era algo importante pra ela,
00:51:45mas foi sofrida demais.
00:51:48Então, ela já falava assim,
00:51:49não, segura aí,
00:51:51tenha poucos filhos,
00:51:52porque filho dá trabalho,
00:51:54filho tem que ter muito apoio.
00:51:56Ela apoiou muito as filhas,
00:51:57ela foi muito rede de apoio
00:51:59para as filhas dela,
00:52:01cuidando dos netos, né?
00:52:03Então, assim,
00:52:04isso varia muito
00:52:05da experiência vivida,
00:52:07né, doutora?
00:52:08Com certeza.
00:52:09Maternidade não é fácil, né, gente?
00:52:11Com 20, com 30, com 40, né?
00:52:14Mas o que você tem visto
00:52:15sobre esse desejo?
00:52:16Assim, igual a Zacarone falou assim,
00:52:18a 2 já é muito.
00:52:20Esse é o limite
00:52:21que tem sido mesmo
00:52:22hoje na sociedade?
00:52:23Vez ou outra,
00:52:24você vê uma que quer ter 3, 4,
00:52:26como é que...
00:52:26Muito raro ser 3, 4.
00:52:29Muito caro.
00:52:30Mais comum é filho único.
00:52:32Mais comum.
00:52:32Maior parte das minhas pacientes
00:52:34é um, dois no máximo
00:52:36e estão super satisfeitas.
00:52:37Minha mãe teve 4 filhos,
00:52:40todos nós lá em casa
00:52:41temos um filho só.
00:52:42Então, ela tem um neto
00:52:43de cada filho.
00:52:44São 4 filhos únicos.
00:52:46E, mas eu falo isso,
00:52:48falo muito isso com todo mundo
00:52:49que me pergunta,
00:52:50eu teria,
00:52:51se eu pudesse voltar atrás hoje,
00:52:52eu teria tido outro filho.
00:52:54Eu acho que o filho único,
00:52:56ele, embora seja
00:52:57para a dinâmica familiar
00:52:58muito bom e tudo,
00:53:00eu acho que ter irmão
00:53:02é muito valoroso
00:53:03na vida da gente, né?
00:53:05Agora o meu tempo já passou,
00:53:06foi isso mesmo,
00:53:07acho que os filhos únicos
00:53:08se viram e eles vão encontrando
00:53:10vida afora irmãos, né?
00:53:12Seja ele primo,
00:53:13seja ele amigo,
00:53:14mas eles se encaixam,
00:53:16a gente não pode sofrer com isso,
00:53:18mas eu acho que ter irmãos
00:53:21gera muito aprendizado, né?
00:53:23Até para a mãe,
00:53:24para essa mãe que tem ali
00:53:25que lidar com mais de um filho,
00:53:28é um aprendizado materno diferente
00:53:30e que eu nunca vou passar.
00:53:32É, eu fico pensando
00:53:33que se eu arrumasse um filho
00:53:34nessa altura do campeonato,
00:53:35eu com 37 anos,
00:53:37cada um ia ter tido uma mãe.
00:53:39Com certeza.
00:53:40O João Vítor,
00:53:41ele teve uma mãe
00:53:42e o bebê que chegasse hoje
00:53:43ia ter uma mãe
00:53:44completamente diferente.
00:53:46Não dá para dizer
00:53:46se é melhor ou pior.
00:53:47É, mas diferente.
00:53:49Mas muito diferente.
00:53:51A gente lançou uma enquete hoje
00:53:52e o pessoal participou.
00:53:54Legal, é.
00:53:54Contamos, mulher,
00:53:56o que te faria ser mãe mais tarde?
00:53:58Realização ou cobrança?
00:54:00Adivinhem a resposta?
00:54:01Manda.
00:54:02Empate técnico.
00:54:03Ah, não.
00:54:0450% realização,
00:54:0650% cobrança?
00:54:08Jura.
00:54:09Justifiquem.
00:54:09O espaço do chat
00:54:10está aí aberto,
00:54:11para o debate.
00:54:12Eu acho isso tão...
00:54:14Não sei qual que é o adjetivo
00:54:15que eu vou colocar,
00:54:15mas você tomar uma decisão
00:54:16como essa,
00:54:17por pressão, né?
00:54:19Porque isso diz respeito
00:54:20a muitas vidas, né?
00:54:20A sua,
00:54:21daquela que você está colocando
00:54:22no mundo,
00:54:22talvez a do seu companheiro
00:54:23ou companheira,
00:54:24sei lá,
00:54:24mas assim...
00:54:26Ah, Flaviano,
00:54:27mas eu acho que existe muito,
00:54:28acho que a gente pode dizer
00:54:29que existe.
00:54:29Demais.
00:54:30A gente vive numa sociedade
00:54:31extremamente comparativa, né?
00:54:33A gente está aí,
00:54:34todo mundo conta a sua vida
00:54:36com recortes, né?
00:54:38Essa comparação,
00:54:39essa pressão
00:54:40por família perfeita,
00:54:42por corpo perfeito,
00:54:44por filhos perfeitos,
00:54:45e nada disso existe.
00:54:46Mas ainda assim,
00:54:48sabendo e conscientes
00:54:49de que não existe
00:54:50nada disso,
00:54:51a gente ainda cai,
00:54:52a gente ainda é inserido
00:54:54nesse contexto
00:54:55e a gente ainda sofre
00:54:56com coisas que a gente
00:54:57não precisaria sofrer tanto.
00:54:59E fora que a mulher,
00:55:00quando ela toma essa decisão,
00:55:01algumas das vezes
00:55:01ela pode ser muito tratada
00:55:02de uma maneira
00:55:04muito pejorativa, né?
00:55:05A da Titi,
00:55:06como ela traz no texto dela, né?
00:55:08Assim...
00:55:08Eu tenho esperança
00:55:09que isso vai melhorar
00:55:11a cada dia.
00:55:11Eu tenho muita esperança,
00:55:12acho que já melhorou um pouco,
00:55:14e tenho esperança
00:55:15de que as mulheres
00:55:16tenham cada vez mais liberdade
00:55:18pra viver da maneira
00:55:19que elas acreditam, né?
00:55:21Que elas querem.
00:55:23Alguém que está na live,
00:55:24assistindo a live,
00:55:26foi desempatar.
00:55:27Ah!
00:55:28Deu o quê?
00:55:29Deu o quê?
00:55:29Deu o quê?
00:55:30Deu realização.
00:55:31Ah!
00:55:33Acho que depois
00:55:34da sua reflexão aí, né, Flamengo?
00:55:35Ela não olha,
00:55:36acho que era pesado.
00:55:37Era induzidado.
00:55:38Pelo contrário,
00:55:39cada um com o seu quadrado, né?
00:55:41E seu quadrado, mas...
00:55:42Eu não sou a favor,
00:55:43mas eu entendo, né?
00:55:44Porque a gente é um fruto do meio, né?
00:55:47E eu achei ótimo
00:55:48ter uma médica e psiquiatra.
00:55:50É!
00:55:51E um psiquiatra.
00:55:52Isso deve ser muito favorável
00:55:53pras pacientes, né, doutora?
00:55:55Porque é uma forma mais ampla
00:55:58de tratamento, né?
00:55:59De humanizada, né?
00:55:59De humanizada, é.
00:56:00Mais humanizada.
00:56:02E nesse caso, né,
00:56:03se tratando de gravidez,
00:56:05principalmente de gravidez tardia,
00:56:06esse apoio emocional,
00:56:08ele é muito importante, né?
00:56:09Sem dúvida.
00:56:10A maternidade por si só, né,
00:56:12ela é um fator de risco
00:56:13pro adoecimento.
00:56:14Principalmente o adoecimento mental, né?
00:56:16Assim, o fato da mulher
00:56:18nunca ter tido uma doença
00:56:20psíquica na vida,
00:56:21só o fato de ela ter engravidado,
00:56:23ela já tem um risco maior
00:56:23do que a outra que não engravidou.
00:56:25Mesmo que ela tivesse tido
00:56:26uma vida e uma estrutura
00:56:29idêntica à outra.
00:56:30Se ela engravidou,
00:56:31ela tem um risco maior.
00:56:32Só pelo fato de estar grávida, né?
00:56:34Então, isso desajusta
00:56:36muita coisa do ponto de cerebral.
00:56:37Dá tempo só de perguntar por quê?
00:56:38Claro, hormônio.
00:56:39Claro, então eu quero saber, uai.
00:56:41Por quê?
00:56:43Hormônios também tem a ver,
00:56:45mas também com a própria estrutura
00:56:47de saber que vai gerar uma vida,
00:56:49que vai trazer ali alguém pro mundo,
00:56:51a responsabilidade que vem junto com isso.
00:56:53E a arquitetura mesmo cerebral,
00:56:55dos neurotransmissores,
00:56:57das substâncias que são produzidas
00:56:58na gravidez,
00:56:59ela tem um fator de risco
00:57:00pro adoecimento.
00:57:02A responsabilidade não é pequena, né?
00:57:04É não.
00:57:05É isso, galerinha.
00:57:06Só mandar um beijo pro Nelly,
00:57:07solta o nosso produtor,
00:57:08que mandou uma informação.
00:57:09Em 2000, o número de bebês nascidos
00:57:11de mulheres a partir dos 35 anos
00:57:12foi de 9,1%.
00:57:14Em 2020, o número de mulheres
00:57:16que engravidaram com 35 ou mais
00:57:18foi de 16,5%.
00:57:19Quase que duplicou.
00:57:21Ainda, aí nos Estados Unidos
00:57:24passou o número de adolescentes,
00:57:27mas no Brasil ainda não.
00:57:28É, ainda estamos pau a pau, não.
00:57:30Menos, na verdade, né?
00:57:32Gente, o Interessa Podcast
00:57:33está caminhando pro fim.
00:57:35Queria muito agradecer
00:57:36a sua presença, doutora.
00:57:38Hoje recebemos a doutora
00:57:39Adriana Silveira Gatti,
00:57:40que é uma gata.
00:57:42Uau!
00:57:42Você achou que eu ia perder
00:57:43a oportunidade, doutor?
00:57:44Você sabe que no começo do programa
00:57:46eu pensei a mesma coisa.
00:57:47Aí eu falei, ah, mas eu não vou falar isso.
00:57:50Eu ia perguntar se na escola
00:57:53sofreu algum bullying.
00:57:56Bullying?
00:57:56Não, esse sobrenome veio depois.
00:57:58Ele é do marido.
00:57:59Ah, errou.
00:58:00Porque criança não ia
00:58:02se caber no lábido.
00:58:03Não, não ia.
00:58:04Doutora, muito obrigada, viu?
00:58:05Por todos os esclarecimentos,
00:58:07pela sua boa vontade
00:58:08de estar aqui com a gente.
00:58:09Eu que agradeço.
00:58:10Foi uma delícia participar.
00:58:11Viu?
00:58:12Nem doeu, não é verdade?
00:58:13Nada, nada.
00:58:14Vai voltar mais vezes.
00:58:15Quero, quero voltar.
00:58:17Deixa seu arroba, então,
00:58:18o pessoal te seguir
00:58:19nas redes sociais.
00:58:20Ah, eu tô lá no Instagram,
00:58:21Adriana, dr,
00:58:23adriana.s.gat.
00:58:25Muito bem.
00:58:26Gat com dois t's.
00:58:27Com dois t's.
00:58:27Dois t's, dois t's, gente.
00:58:29Gat com dois t's.
00:58:30Porque é muito gata.
00:58:33Flaviane Paixão.
00:58:34Ai, gente.
00:58:35É isso aí, né?
00:58:36Volte e reveja esse programa,
00:58:38mas eu queria só fazer
00:58:39uma observação
00:58:40sobre essa questão
00:58:40da pressão, assim.
00:58:42Enfim, cada um tem
00:58:43a sua decisão e eu acho,
00:58:44eu quero voltar nessa resposta
00:58:46sobre a boa hora.
00:58:47A boa hora é quando a gente quer
00:58:49e quando dá, quando pode.
00:58:51Essa é uma decisão,
00:58:52ela é muito única, sabe?
00:58:54Pra você, sabe,
00:58:56ouvir tudo que todo mundo
00:58:58acha que tem o direito
00:58:59de falar na sua cabeça.
00:59:01É, porque falam, falam
00:59:02o tempo inteiro,
00:59:03mesmo você não querendo
00:59:04ouvir, você não dando
00:59:05o consentimento pra que
00:59:06essas pessoas falem
00:59:07sobre você e sobre a sua vida.
00:59:09Então, ai, se permita
00:59:12ouvir você mesmo,
00:59:13em primeiro lugar.
00:59:15Brilhou.
00:59:15Renatinha Nunes.
00:59:16Eu acho que complementando,
00:59:18eu acho que é isso mesmo,
00:59:20é se permitir ouvir.
00:59:22E eu queria dizer
00:59:23pras mulheres
00:59:24que vão compartilhar
00:59:27conosco esse programa,
00:59:28é pra acolher
00:59:29essas outras mulheres, né?
00:59:31Acolher no...
00:59:32Quem já é mãe,
00:59:32quem não é mãe.
00:59:34Acolher num lugar
00:59:35de se tornarem
00:59:37potência juntos, sabe?
00:59:40Acho que uma mulher
00:59:40tá ali pra ajudar
00:59:41muito a outra,
00:59:42pra dar a mão,
00:59:43pra respeitar
00:59:45os desejos
00:59:46daquela outra mulher.
00:59:47Pra ser apoio mesmo
00:59:48da outra mulher.
00:59:49Então, nesse sentido,
00:59:51eu acho que a gente
00:59:52tem que ouvir,
00:59:53aconselhar e dar a mão
00:59:55mesmo pra mulher
00:59:56que tá precisando.
00:59:56Quantas amigas
00:59:57estão aí na dúvida,
00:59:58estão sentindo
00:59:59essa pressão,
01:00:00que às vezes a gente
01:00:01pode ser,
01:00:02não decidir por elas,
01:00:03mas ser afeto
01:00:05e abraçar mesmo.
01:00:07Eu acho que seja
01:00:08abraço pra uma amiga,
01:00:10pra uma irmã,
01:00:11pra uma parente,
01:00:13seja abraço
01:00:13pra outra mulher,
01:00:14porque eu acho que
01:00:15todos nós crescemos
01:00:16com isso, né?
01:00:17É isso.
01:00:18Quem interessa,
01:00:19pode que é,
01:00:19chegou ao fim,
01:00:20segue a gente lá
01:00:20no Instagram,
01:00:21que tem mais
01:00:22da nossa beleza
01:00:23pra você contemplar.
01:00:24Arroba programa
01:00:25interessa.
01:00:26Beijo e até a próxima.
01:00:27Beijo, gente.
01:00:28Tchau.
01:00:28Tchau.
01:00:28Tchau.
01:00:29Tchau.