A Polícia Civil do Rio realiza, nesta terça-feira (15), uma operação na Ladeira dos Tabajaras, na Zona Sul, para capturar os suspeitos de matar o policial civil João Pedro Marquini, de 38 anos. Ele era marido da juíza Tula Mello e foi assassinado ao reagir a um assalto no dia 30 de março. Durante a operação, houve intenso tiroteio e bloqueio de ruas próximas.
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NotíciasTranscrição
00:00A gente acaba de receber informações ao vivo aqui, pessoal, de um confronto que acontece nesse exato momento ali na ladeira dos Tabajaras, no bairro de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.
00:08Ninguém é menor que o nosso repórter Rodrigo Viga, ali nas imediações e traz mais informações aqui na medida que esse momento de pânico aí vem acontecendo e se instalando.
00:17Viga, traz pra gente aí como é que tá a situação.
00:20Tudo bem, Marinho? Bom dia pra você, pro nosso convidado, pro Gui, depois pra ele me imitar, pro nosso ouvinte, espectador internauta da Jovem Pan.
00:26Mas o Rio de Janeiro, a gente espera que não seja imitado o Brasil afora, o mundo afora, porque sucessivamente são ações criminosas, cada vez mais ousadas.
00:36E hoje, no coração, no seio da zona sul do Rio de Janeiro, a área mais nobre aqui da capital.
00:42Uma operação da polícia desde cedo na ladeira dos Tabajaras, que é uma comunidade que fica em Botafogo.
00:47Na verdade, entre Botafogo e Copacabana, zona sul, área nobre do Rio de Janeiro, para tentar prender traficantes que estariam envolvidos na morte de um policial.
00:56O policial civil da Core, que é a tropa de elite dessa corporação, que aconteceu no final do mês de março, numa falsa blitz na Serra da Grota Funda, na zona oeste do Rio de Janeiro.
01:05O João Pedro Marquini, ele estava no carro dele, na frente, ou melhor, atrás, estava o veículo da esposa dele, a juíza Tula Correia.
01:15Os dois foram alvos de uma falsa blitz.
01:17Ela conseguiu escapar, estava em um outro carro, mas o João Pedro não teve a mesma sorte e acabou sendo executado.
01:23E o objetivo dessa operação, na ladeira dos Tabajaras, nós temos imagens aí mostrando o helicóptero da polícia sendo alvo de ações dos criminosos, disparos de fuzil metralhadora feitos por criminosos.
01:34Tem como objetivo justamente tentar prender os traficantes, bandidos, que participaram dessa falsa blitz que resultou na morte do agente da Core no final do mês de março.
01:42O Rio é muito tenso, é de pânico, não só as pessoas dentro de suas casas, mas na rua e também em escolas públicas e privadas.
01:51Essa é uma região de muitas escolas aqui do Rio de Janeiro.
01:54Algumas delas, inclusive, suspenderam as atividades ao ar livre no pátio, alunos confinados dentro da sala de aula e algumas ruas próximas à ladeira dos Tabajaras,
02:05já do lado de Botafogo, também na zona sul do Rio de Janeiro. Você conhece muito bem, Marinho, Pinheiro, Guimarães e Real Grandeza tiveram um trânsito interditado
02:12para que não houvesse risco das famosas e temidas balas perdidas aqui no Rio de Janeiro.
02:18Portanto, um clima muito difícil, muito tenso nesses dois bairros que são símbolos da cidade do Rio de Janeiro.
02:25Copacabana, talvez o mais conhecido do Brasil, em Botafogo, que é um bairro vizinho, por conta dessa grande operação da Core para tentar prender criminosos
02:33que mataram o agente da Core no final do mês passado numa falsa blitz na Serra da Grota Funda, na zona oeste da capital do Rio de Janeiro.
02:42É o Rio de Janeiro que não merece ser imitado, viu, meu caro Marinho?
02:45Pelo contrário, é. Está aí mais um capítulo aí dessa insanidade que o nosso amado e armado Rio de Janeiro continua protagonizando.
02:52Eu estudei ao longo da minha infância inteira ali na Rua Real Grandeza, coração de Botafogo.
02:57Lembro bem desses dias aí de conflagração, de tudo obstruído por conta de operações policiais.
03:02E isso vem muito na esteira, né, Viga, do reflexo ali da revisão da DPF 635.
03:07Talvez seja precoce a gente colocar já uma relação de causalidade, mas o fato é que houve essa revisão.
03:13Talvez assim as forças policiais se sentem menos inibidas e mais, enfim, instadas a mostrar serviço
03:20e a desbaratar esses esquemas todos, né?
03:23Você vê alguma relação ou é muito precoce colocar na mesma frase?
03:28Pode até usar o helicóptero, né?
03:29Porque o helicóptero recentemente estava restrito pelas forças de segurança aqui do Rio de Janeiro.
03:34Tinha uma série de protocolos, aí você tinha que avisar.
03:37Imagina você, Marinho.
03:38Ó, Viga, vou te contar um segredo.
03:39Mas eu tenho que passar um documento, passar uma informação dizendo que esse segredo nosso
03:46é de conhecimento de mais 50, 100, 150, 200 pessoas.
03:51E aí não existe segredo entre mais de duas pessoas.
03:55Pelo menos essa é a minha visão.
03:56Ô, Marinho, o fato é que a polícia do Rio de Janeiro tem trabalho todo dia, tem toda hora.
04:01Esse é mais um capítulo de uma história que a gente vem contando sucessivamente aqui no Rio de Janeiro.
04:05Do jeito que estava, não podia continuar segundo as forças de segurança daqui,
04:09porque tinham todos esses protocolos, todas essas regras, todas essas limitações,
04:13todas essas restrições.
04:15E o objetivo agora é tentar, se não minimizar, pelo menos tentar conter o avanço
04:21das principais facções criminosas do Rio de Janeiro,
04:23que já estão aliados com a facção aí de São Paulo, o PCC,
04:26já estão também botando suas garras no continente sul-americano.
04:30É uma campanha, eu diria, territorial, não só nacional,
04:33mas também internacional, das principais facções criminosas do Rio de Janeiro,
04:37que acabaram deitando e rolando, literalmente, desculpa a expressão,
04:40enquanto havia todo esse protocolo de restrições nas ações,
04:45nas áreas conflagradas, dominadas aqui no Rio de Janeiro.
04:47Eu lembro até, meu caro Marinho, que outro ponto da cidade,
04:50foi a ação muito ousada, no Rio das Pedras, na zona oeste da capital,
04:54os traficantes, os criminosos, melhor dizendo, os milicentros,
04:56começaram a instalar portões em vilas e vielas para cobrar.
05:00R$ 400 de chave de acesso e depois facilitar a taxa de segurança.
05:05Por que isso aconteceu?
05:06Porque, enfim, o poder estava limitado das forças de segurança estabelecidas por ali.
05:11Iam instalar 100 portões.
05:13Já tinham instalado 18 para cobrar R$ 400 de cada morador por chave,
05:17mais R$ 50 de taxa de segurança, meu caro Marinho.
05:20Chegamos a esse ponto por aqui.
05:21É o fim da linha, mas talvez seja mais, só mais um dia no Rio de Janeiro,
05:27dando pinta de faixa de gás.
05:28É lamentável demais, mas a gente torce para que haja uma reversão.
05:32Chega a ser irônico também a gente mencionar a Ladeira dos Tabajaras,
05:35sendo ali a praça onde esteja acontecendo essa ação toda,
05:39Ladeira dos Tabajaras essa, que é o local onde o filme Vitória,
05:44que está sendo um baita de um sucesso,
05:46protagonizado ali, a personagem em si, pela Fernanda Montenegro,
05:50de uma, enfim, moça que gravou por muito tempo a onda de crime
05:54instalada na Ladeira dos Tabajaras, entre Copacabana e Botafogo,
05:57se tornando um baita filme aí do cinema nacional,
05:59mostrando que os problemas parecem que vêm os mesmos fantasmas
06:03que nos assombravam nos anos 2000,
06:05seguem aí firmes e fortes em pleno 2025.
06:08David de Tarso, a gente segue em frente.
06:10Não, é um trabalho assim imenso que agora a polícia vai ter
06:13dessa retomada de territórios,
06:14porque desde a pandemia essas operações, elas estavam suspensas,
06:19aí teve a DPF das favelas, que justamente estabelecia isso.
06:22Cinco anos, cinco anos, cinco anos.
06:24Então assim, as milícias agindo, o crime organizado agindo,
06:27cobrando por itens básicos, acesso à comunicação e tudo mais.
06:31E o Comando Vermelho cresceu 25%.