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  • 14/04/2025
Especialista aborda desde a importância de uma alimentação.
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Transcrição
00:00Pessoal, vamos falar de saúde agora? Nossa entrevista especial de hoje é um assunto que interessa a muitos, tá?
00:08Formas de emagrecimento. Se você está em busca de orientações para perder peso de maneira saudável e eficiente,
00:18você não pode perder a nossa conversa hoje sobre, principalmente também, sobre as famosas canetas emagrecedoras, né?
00:26Que a gente tem visto se tornar bastante famosas e populares. Você de casa, com certeza, já deve ter ouvido falar dessas canetas, né?
00:37E aí, elas funcionam? Dá para usar várias vezes, de várias formas? Eu estou recebendo aqui hoje no estúdio a médica endocrinologista,
00:47a doutora Roberta Portugal, que a gente já agradece a presença aqui no nosso estúdio. Obrigado, viu, doutora?
00:53Obrigada pelo convite, é um prazer.
00:54Que bom, prazer é nosso. Doutora, para quem está nos acompanhando agora, né? A gente fala de dieta, a gente fala de exercício físico,
01:04a gente fala de várias formas de tentar perder peso e manter uma saúde, uma vida saudável, né?
01:11Aí, de repente, vem e aparece uma caneta que era para uma doença e que, de repente, ela começa a ser utilizada também para perda de peso.
01:22Como é que a gente deve lidar com essas facilidades e com as opções que a gente tem também de outras formas de emagrecer?
01:31Então, na verdade, a gente tem que entender que obesidade é uma doença crônica, né? Embora muitas vezes a obesidade seja vista como uma coisa estética, né?
01:40A obesidade é uma doença e que traz muitos riscos ali em torno dela. E como uma doença crônica, a gente não tem uma solução que seja imediata e que resolva aquilo ali.
01:52Então, a gente vai ter que acompanhar, assim, ao longo da vida daquele paciente. E para isso, a gente vai ter que abordar de várias formas.
02:00Não existe um único tratamento. E, assim, quando a gente pensa nas mudanças de estilo de vida que precisam ser feitas, muitas vezes elas, isoladamente, não vão ser suficientes para resolver.
02:11E aí que entra o papel da medicação. Mas eu costumo dizer que não existe pílula mágica, nem canetinha mágica que conserte um estilo de vida ruim.
02:19Então, assim, essas medicações, elas são complementares. E elas tornam, talvez, um pouco mais fácil da gente fazer as mudanças que precisam.
02:28Mas o que a gente vê hoje em dia, que são as pessoas usando essas canetinhas sem acompanhamento nenhum e que chega e compra porque a amiga usou, porque o vizinho usou e falou que era muito boa, porque achou na internet.
02:39Não é bem assim, né?
02:39Não é bem assim. Porque, como qualquer outra medicação, a gente também tem efeitos colaterais, a gente também tem algumas situações que a gente não deveria usar,
02:48ou deveria ter um pouco mais de cautela. E sem a mudança do estilo de vida que deva vir juntas, muitas vezes a gente tem até alguns prejuízos.
02:56Certo. Entendeu?
02:57Então, para quem está pensando em usar a tal da canetinha, é importante entender que não é só a caneta, não é só esse medicamento.
03:07É todo um processo e é todo um cronograma ali de utilização de tratamentos e medicamentos que vai trazer um resultado.
03:18Exatamente. Na verdade, a caneta é um complemento, ela é parte muito importante, muitas vezes, do tratamento.
03:25Quando a gente olha estatisticamente, a gente aumenta muito a chance do paciente, principalmente aqueles pacientes com um real excesso de peso, uma quantidade maior ali de peso que precisa perder.
03:35É muito importante que a gente tenha também um tratamento medicamentoso.
03:38E, assim, eu vejo que existe ainda um certo preconceito quando a gente pensa no tratamento da obesidade, que as pessoas falam, mas você vai tomar remédio para emagrecer?
03:47Como se fosse uma coisa errada.
03:48Sim.
03:48E eu falo, a gente, às vezes, quando trata a obesidade e usa um medicamento, muitas vezes o paciente deixa de usar remédio para hipertensão, para o colesterol, para outras coisas.
03:58Então, a gente não pode olhar para esse remédio como se fosse uma coisa ruim.
04:03Sim.
04:03O medicamento, ele é excelente. Os estudos que a gente tem são, assim, de muita segurança, diminui risco de doença cardiovascular, de infarto, de AVC, né, o derrame.
04:12Então, assim, são medicações que protegem o paciente.
04:15Só que isso não significa que seja para todo mundo, que seja sem controle, que seja da maneira como, muitas vezes, a gente tem visto.
04:22E essas medicações, elas foram inicialmente desenvolvidas para o tratamento do diabetes, mas elas têm, sim, indicação em bula, indicação formal para a obesidade.
04:32Então, inicialmente foram para isso, com a perda de peso que se viu durante os estudos, foram feitos mais estudos, onde isso foi liberado para o tratamento da obesidade.
04:43Então, às vezes, ainda fica aquilo, ah, porque eu uso o remédio que é para diabetes para emagrecer.
04:46Sim.
04:47Mas não, é uma medicação em bula para o tratamento da obesidade.
04:50E quem, e quem, para quem é indicado a utilização dessa caneta, por exemplo?
04:58São pessoas ali que já têm um grau de obesidade significativo e que acende o alerta para a saúde dessa pessoa?
05:07Ou qualquer pessoa pode usar?
05:08Não, na verdade, a indicação do uso de medicamentos no tratamento da obesidade, ela é principalmente, né, para aqueles pacientes que têm o IMC acima de 30,
05:17que seria a obesidade realmente, ou um sobrepeso, né, com alguma outra condição, algum outro fator de risco.
05:26Então, tem sobrepeso e tem colesterol alto, tem sobrepeso e tem diabetes, enfim, tem sobrepeso e hipertensão, assim.
05:33O IMC, ele tem caído um pouco em desuso, que é aquele cálculo que a gente faz só do peso pela altura, né, pelo quadrado da altura,
05:39porque a gente, às vezes, tem pacientes, por exemplo, musculosos que vão ter o IMC alto sem ter obesidade.
05:45Mas a gente pode usar também outros fatores.
05:48Então, a própria bioimpedância com percentual de gordura muito elevado, a cintura abdominal com a circunferência aumentada ali, né,
05:56Então, a gente tem que avaliar se esse paciente tem, de fato, obesidade ou um sobrepeso com mais fatores de risco.
06:02E aí, seriam esses os pacientes com indicação de fazer uso de medicamentos.
06:05A Maria Antônia está perguntando aqui, olha só, doutora, essa caneta é bastante cara, né,
06:12ao utilizar pela primeira vez, eu vou utilizar para o resto da vida?
06:16Então, o tratamento da obesidade é um tratamento de doença crônica.
06:20Isso significa que a gente vai acompanhar para a vida toda.
06:22Mas isso não significa que você vai usar o mesmo remédio necessariamente a vida inteira.
06:27Então, alguns pacientes que conseguem modificar muito o estilo de vida, talvez consigam depois ficar sem medicamento.
06:33Talvez a gente utilize outras medicações, porque a gente tem, né, outras medicações que podem ser utilizadas.
06:39Mas, em alguns pacientes, sim, ele vai usar para a vida toda.
06:42Olha, o Antônio está perguntando, ele é daqui de Vitória, está perguntando o seguinte,
06:47doutora, essas canetas podem causar dependência?
06:50Não, não. Na verdade, isso é até uma coisa muito interessante, que todo mundo pergunta,
06:55ah, mas e o efeito rebote? Porque aí eu vou parar a medicação e vou ganhar todo o peso de novo.
07:01E, na verdade, o efeito rebote não existe no tratamento da obesidade.
07:04Eu costumo dizer que é igual usar óculos. Eu ponho óculos e enxergo bem.
07:07Sim.
07:08Eu tiro óculos e eu deixo de enxergar.
07:09Não foi o óculos que me deixou cega, porque ele funciona enquanto ele está no rosto.
07:13Então, a medicação é a mesma coisa.
07:15Como doença crônica, a partir do momento que eu deixo de tratar, eu tenho tendência a reganhar o peso.
07:20Mas não importa se eu perdi esse peso com cirurgia bariátrica, se foi com uso de medicamento,
07:25se foi sem medicamento nenhum.
07:26A tendência sempre vai ser de reganho e por isso eu preciso de acompanhamento para a vida toda.
07:31Então, as pessoas, às vezes, param o remédio e reganham e acham que foi do remédio.
07:35Mas não é. Isso é da própria doença obesidade que tende a ter reganho de peso.
07:39Ou seja, deixou de usar o medicamento, deixou de fazer a dieta, deixou de comer bem.
07:45Tudo isso vai contribuindo para que ela possa, para que o corpo volte, a saúde volte como era antes.
07:52Exatamente.
07:52Tá certo. Olha só, quero agradecer a doutora pela participação aqui, doutora Roberta Portugal.
07:58A senhora tem rede social, para que as pessoas possam acompanhar.
08:01Fica à vontade.
08:01Tem, sim. É arroba doutora Roberta Portugal.
08:04D-R-A Roberta Portugal. Tudo junto.
08:06Tá certo. Muito obrigado pelos esclarecimentos.
08:08Volte mais vezes.
08:09Volte.
08:10Conversa fácil, explica fácil.
08:12A gente consegue entender.
08:13É assim que a gente gosta.
08:14Obrigado, viu, pela sua participação.
08:16Obrigada.
08:16E a gente, vamos.

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