No DOC JP, especialistas analisam os impactos crescentes das mudanças climáticas sobre a natureza, a produção agrícola e a saúde da população. O avanço do aquecimento global tem alterado ecossistemas, reduzido safras, aumentado o risco de doenças e agravado crises hídricas e alimentares.
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NotíciasTranscrição
00:00Os cafezais sofrem com o clima do Brasil.
00:03O calor e a irregularidade das chuvas castigam as plantações do país,
00:08que é o maior produtor e exportador mundial do grão.
00:12Com uma produção estimada de 55 milhões de sacas de café em 2024,
00:17mais de um terço da produção mundial,
00:19a produção brasileira dita o ritmo dos preços internacionais.
00:24Produtores vivem dias e tempos difíceis.
00:27Essa mudança climática, hoje ela está interferindo demais na nossa produção.
00:35E produtor que não se atentar para isso, dificilmente vai continuar na atividade.
00:46Frente ao clima diverso, alguns cafeicultores estão testando estratégias alternativas como solução.
00:52Em Divino Holândia, município cafeiro de São Paulo,
00:55O produtor Sérgio usa uma técnica milenar para combater o calor.
01:01Plantar os pés de café à sombra das árvores.
01:04É uma planta que veio de origem africana, né?
01:09De sub-bosque e tudo isso.
01:11Então, aqui, quando ela vê isso aqui, ó,
01:14ela encontra aqui o ambiente que ela queria.
01:18Eu estou fornecendo a ela o ambiente dela.
01:21Nada mais.
01:22Com a mudança climática, especialistas destacam que alguns cultivos são transferidos para outras regiões.
01:31Esta é uma transformação no mapa agrícola brasileiro.
01:35Nós estamos falando aqui de insegurança alimentar, né?
01:40Porque a partir do momento que você tem uma quebra das safras,
01:44por conta do aumento do calor, que elas não resistem,
01:48primeiro que você começa a ter uma imigração, uma migração da agricultura,
01:53do centro do Brasil, da região mais quente, do centro-oeste,
01:57da região do Pantanal, do Nordeste,
01:59e sub-migrando para o sul do país, que é uma região mais fria.
02:04Esse é um ponto.
02:05O outro ponto é que determinadas safras têm que fazer essa migração,
02:09porque elas não vão resistir a uma temperatura mais elevada.
02:13Então, já há estudos para o feijão, para o arroz, para o café.
02:17Café, por exemplo, está migrando para o sul,
02:20por conta de temperaturas mais elevadas da região mais central do continente.
02:24Então, tudo isso, no futuro, vai passar por uma reconfiguração,
02:29onde você vai ter novas áreas de plantio,
02:32que não são as atuais, utilizadas hoje.
02:40E mesmo que parássemos de emitir gases de efeito estufa hoje,
02:45os impactos ainda seriam sentidos por muitas décadas.
02:48Então, os gases de efeito estufa, eles permanecem, por exemplo,
02:54a questão do carbono, por 100 anos.
02:57Então, a possibilidade do planeta absorver isso já foi rompida,
03:02porque o que nós estamos vivendo hoje é um rompimento da capacidade
03:05do suporte do planeta de se equilibrar diante das emissões
03:10que são provocadas pela espécie humana,
03:12pela matriz fóssil que nós temos.
03:14Então, não há possibilidade de um equilíbrio do planeta nessa situação.
03:19Nós aqui temos que nos adaptar, deixando de emitir gases de efeito estufa.
03:25Senão, nós vamos colher as consequências.
03:30Não é opinião.
03:32É ciência.
03:33É evidência.
03:35É a ação humana que tem provocado esse desequilíbrio.
03:39É uma ação humana, sem dúvida.
03:41Você tem questões que podem aumentar o aquecimento do planeta.
03:47Mas nós vivemos uma realidade do antropoceno,
03:51que é que a quantidade de emissões provocadas pela humanidade,
03:56ela atingiu uma proporção que ela começou a afetar os ecossistemas vitais do planeta.
04:02Quer dizer, a humanidade atingiu uma capacidade de ação
04:07que ela acabou extrapolando os limites aceitáveis de alteração.
04:13A crise climática não é só ambiental.
04:16Ela também é uma crise de saúde.
04:20Crianças e idosos são os mais frágeis.
04:22O aquecimento eleva a temperatura e a umidade do ar.
04:26Corpo mais quente e com mais dificuldade de transpirar.
04:30Os extremos das idades, os idosos, pelo próprio envelhecimento
04:36e, consequentemente, uma dificuldade maior de manejo de líquidos no seu organismo,
04:42e o bebê pequeno, exatamente pela sua imaturidade
04:46e também pelo excesso de água corpórea,
04:49proporcionalmente com o adulto saudável,
04:51são os grupos que mais sofrem com aquecimento.
04:54As crianças com a desidratação, com diarreia,
04:57e os idosos, muitas vezes, apresentando mais infecções urinárias,
05:02mais cálculos pedra nos rins em função da desidratação,
05:06aumenta a incidência também com o calor.
05:08Há uma dificuldade de hidratação dessa população mais velha,
05:11levando a alterações de confusão mental,
05:14alterações no próprio cognitivo dessas pessoas.
05:17Então, o impacto relacionado à saúde, especialmente ao calor,
05:21atinge, de maneira desproporcional, os extremos das idades.
05:26Quando você tem uma temperatura acima de 36 graus,
05:31acima do corpo humano,
05:33e fora do organismo, você tem um nível de umidade muito elevado,
05:37isso pode acontecer devido a mais evaporação de água,
05:41fica difícil para o organismo fazer uma troca de calor para ele refrigerar.
05:48E nessa condição, o organismo começa a colapsar internamente,
05:53os órgãos vão colapsando.
05:56E esse fenômeno, que é uma associação entre nível de calor e temperatura externa,
06:04e mais temperatura do organismo, e mais umidade,
06:09pode levar a uma situação de quebra das condições vitais.
06:13No ano passado, o Ministério da Saúde da Tailândia confirmou que 61 pessoas morreram no país
06:19por causa do calor extremo.
06:22Em abril, durante quase uma semana,
06:25as autoridades da capital Bangkok emitiram avisos diários à temperatura.
06:30Em alguns momentos, a sensação térmica foi superior a 52 graus.
06:35Eu sinto quase como se fosse desmaiar quando trabalho ao ar livre ultimamente,
06:43mas não consigo escolher, não tenho outras ocupações.
06:52Às vezes sinto tonturas, mas ainda não como se estivesse desmaiando.
06:57Beber água gelada pode ajudar.
07:00Os brasileiros também sofrem com as altas temperaturas em todos os cantos do país.
07:05Moradores de Porto Alegre enfrentaram uma onda de calor em fevereiro deste ano.
07:11Os termômetros bateram recorde, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia,
07:16marcando 40 graus.
07:18Está difícil, de fato, o sol faz 40 graus em Porto Alegre,
07:23mas é o trampo que o cara tem, é o corre do cara fazer o dinheiro.
07:27É isso, é se hidratar e trabalhar.
07:30O aumento da temperatura afeta o avanço de doenças.
07:33Dengue, zika, chikungunya estão se espalhando.
07:38As mudanças climáticas que o planeta vem enfrentando
07:42têm afetado a saúde da população mundial, de uma maneira geral, em diversos aspectos.
07:49Desde a questão da desidratação, ou seja, o aumento das temperaturas,
07:55o aumento do número de mortes por pessoas por desidratação,
07:58até questões relacionadas à disseminação de vetores, transmitores de doença,
08:04como, por exemplo, a dengue, a febre amarela, o oropuxi, a zika vírus e a chikungunya.
08:10Associado, obviamente, a catástrofes, como enchentes, como secas,
08:14que também, vamos dizer, contribuem para que a insegurança alimentar
08:19de muitos que vivem em regiões especialmente com maior vulnerabilidade,
08:23sofram os impactos desse aquecimento global.
08:26Ou seja, as mudanças climáticas atingem individualmente e coletivamente
08:31toda a saúde da população mundial.
08:34O número de vítimas aumenta, mas a resposta ainda é tímida.
08:39Há também a questão da justiça climática.
08:42As populações mais vulneráveis, que historicamente menos contribuíram para a crise,
08:46são as que mais sofrem os impactos.
08:49Políticas públicas precisam garantir que a transição ecológica seja também inclusiva.
08:56O Brasil está comprometido em sair da COP30 com o mapa do caminho
09:01para atingirmos 1,3 trilhão.
09:04Além disso, todo um esforço voltado para criar sinergia entre as três COP.
09:10A COP do clima, a COP da biodiversidade e a COP da desertificação.
09:15E um programa que é de implementar as decisões já tomadas.
09:20Será que o Brasil está pronto para liderar a mudança?
09:24Enquanto o planeta esquenta, outra pergunta permanece.
09:28O país está preparado para enfrentar essa nova realidade?
09:33Por enquanto, há metas.
09:35O Brasil já apresentou sua NDC,
09:37que está propondo uma redução entre 59% a 67% das emissões
09:44para todos os gases e para todos os setores da nossa economia.
09:49O Brasil quer e está liderando pelo exemplo,
09:52porque nós temos também uma meta de desmatamento zero.
09:56Já conseguimos uma redução de desmatamento de 45% na Amazônia,
10:02de 77% no Pantanal, segundo os dados do DT,
10:06e uma redução de 47% no Cerrado,
10:12além de 26% aqui na Mata Atlântica.
10:15Mas para especialistas, o Brasil ainda não está no caminho da resiliência climática.
10:22O Brasil não está preparado.
10:24O Brasil é muito vulnerável.
10:26O Brasil é vulnerável na Amazônia,
10:28o Brasil é vulnerável no Pantanal,
10:31no Nordeste, na região da Caatinga.
10:33E nós temos que trabalhar principalmente uma perspectiva de atenção,
10:40de preparo das comunidades para os eventos extremos.
10:44Porque não basta você avisar que você vai ter uma chuva intensa,
10:50ou vai ter um episódio de muito calor.
10:52É preciso ensinar a comunidade a lidar com isso.
10:56Ela tem que saber o que ela vai fazer.
10:58Ela tem que saber que, em caso de rota de fuga,
11:01para onde ela vai, onde ela vai se abrigar.
11:04Então, o grande problema que se coloca hoje
11:08é você trabalhar alerta precoce,
11:11que o alerta precoce é meteorologia,
11:14dizendo que vai acontecer.
11:16Comunidade provendo a resposta.
11:18A crise climática é real.
11:37O desmatamento também.
11:39A derrubada da floresta na Amazônia Legal aumentou 68% em janeiro de 2025,
11:46em relação ao mesmo período do ano anterior,
11:49segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento.
11:54Os números servem como alerta para a necessidade
11:57de fortalecer as ações de monitoramento na região
12:00e firmar políticas que incentivem a proteção
12:03e o uso sustentável da floresta.
12:06Nós temos que melhorar.
12:08Nós temos que melhorar.
12:09Não há outra solução.
12:11Se nós chegarmos em 2050 com 2,5 graus,
12:16nós podemos disparar o Englishman Tipping Points,
12:21que a gente vai perder a Amazônia,
12:23joga 250, 300 bilhões de toneladas de gás carbônico,
12:27a gente vai descongelar grande parte do que é chamado permafrost,
12:31o solo congelado da Sibéria, norte do Canadá.
12:36A Amazônia é o pulmão do mundo.
12:38É um conceito errado do ponto de vista biológico,
12:41porque o nosso oxigênio, na verdade, vem dos oceanos,
12:46mas a floresta tem um papel primordial na regulação do clima do mundo.
12:51E até tem uma questão muito bacana, que é romântica até,
12:58que o movimento de rotação do planeta
13:01pega todos aqueles sais e nutrientes do deserto do Saara
13:06e, através das correntes de ar e oceânica,
13:10vão trazer aqui para o Brasil.
13:12Então, esse ar que está passando pela Amazônia
13:14e caindo na forma de chuva,
13:17acaba nutrindo essa floresta.
13:19Essa floresta nutrida tem aquelas árvores muito altas
13:23que a gente conhece e que transpiram muito.
13:27A planta também transpira.
13:28A gente vive esquecendo isso,
13:30achando que ela só produz oxigênio,
13:32mas ela também transpira.
13:33É um ser vivo.
13:34E nessa transpiração, ela enche de umidade esse ar.
13:39Então, esse movimento, esse ar úmido,
13:42pela formação geológica da América do Sul,
13:44então, esse ar, ele bate ali na Cordilheira dos Andes,
13:48vem até o Rio Grande do Sul,
13:50sobe para o litoral norte e nordeste do Brasil.
13:54Então, você tem ali todo um redemoinho climático
13:57que lentamente ajuda, inclusive,
14:00a esfriar toda a temperatura do mundo.
14:03E também perdemos a cura para doenças.
14:06Para o biólogo, é na natureza que encontramos tratamento.
14:10Recentemente, nós passamos por uma pandemia.
14:15Vírus.
14:17E surgem notícias que na natureza tem vírus em cavernas e tudo mais.
14:24A biodiversidade, ela tem vírus, mas ela também tem a cura.
14:29Então, remédios, por exemplo, para tratamento de câncer,
14:32para tratamento de doenças hoje graves,
14:35elas estão lá nessa biodiversidade.
14:37Para você ter uma ideia, nós, cientistas, não sabemos ainda
14:41a quantidade de espécies e quais são que tem,
14:46por exemplo, na Mata Atlântica, na Amazônia, no Pantanal.
14:49Então, a biodiversidade, a riqueza dessa biodiversidade,
14:52ela também está incorporada nesse material genético.
14:55Material que pode desenvolver moléculas para novas drogas de cura.
15:00Mas o que se vê é o colapso climático,
15:03um desequilíbrio ambiental que já começou e exige medidas urgentes.
15:09Um relatório da plataforma de monitoramento MapBiomas
15:13revelou que o Brasil enfrenta uma redução contínua na superfície de água
15:17por causa da exploração da terra e eventos climáticos.
15:21O país contém 12% da água doce do planeta, especialmente na Amazônia,
15:29e perdeu 2% do território coberto por água.
15:32Essa é uma tendência constante.
15:35Desde 1985, a área dos rios e lagos do Brasil teve uma redução de 15%.
15:43Quase dois terços da superfície de água do país estão localizados na Amazônia,
15:49que desempenha um papel crucial na regulação do clima local e mundial,
15:54por causa da capacidade de absorver dióxido de carbono.
15:58Atingida por uma seca extrema,
16:00a região perdeu quase 4% dos recursos hídricos no ano passado,
16:06em comparação com a média histórica.
16:08Este fenômeno é consequência de secas,
16:12superexploração dos aquíferos,
16:14desenvolvimento urbano ou modificação de canais naturais.
16:20A maior dificuldade é o transporte,
16:23ficar longe para trazer o produto,
16:26trazer o alimento e a água aqui para a gente beber também.
16:29As pessoas idosas não conseguem acessar o rio.
16:34O Pantanal foi o bioma mais afetado.
16:38Com 61% de perda da superfície da água,
16:41em relação à média, desde 1985.
16:45Os incêndios que devastaram a maior área úmida do planeta,
16:51aceleraram essa redução.
16:54Vários estudos, nós publicamos um estudo agora,
16:57alguns meses atrás, na revista Nature,
16:58que mostra que se continuar aquecimento global,
17:01e também a gente não parar totalmente o desmatamento,
17:09a degradação e os incêndios,
17:11até 2050 a gente terá passado do ponto do retorno.
17:15Mas não estamos de mãos atadas.
17:18Há caminhos possíveis e viáveis.
17:20Para frear o aquecimento e proteger vidas,
17:24não basta só diminuir os impactos.
17:27É preciso transformar, mudar o modelo,
17:31apostar em ciência, inovação e em políticas públicas.
17:36Rever prioridades e redefinir como será o desenvolvimento
17:40e também o consumo.
17:45Reducir, mitigar o impacto da mudança climática.
17:49Então, quando eu digo mitigar a mudança climática,
17:53é dizer, bom, o problema está aí,
17:55nós temos que nos enfrentar para não suprir muito.
17:58Então, aí que tem, por exemplo, políticas
18:00como o Plano Nacional de Adaptação,
18:04no qual, se o clima está mudando,
18:06nós temos que nos adaptar.
18:07Por exemplo, se o clima está ficando mais seco,
18:10a Embrapa está desenvolvendo variedades de sementes
18:14de feijão de milho que resistem o clima seco vigente.
18:18Como consequência da mudança climática,
18:19você pode ter elevação do nível do mar.