Roberto França, diretor de agronegócio do Bradesco, afirmou durante a Tecnoshow 2025, que o cenário econômico para o agronegócio é muito bom. Apesar da Taxa Selic estar em 14,25% e poder chegar a 15%, o executivo avalia que negócios ainda estão acontecendo devido à boa realidade da produtividade da safra. "O campo está muito bem e a atividade está crescendo e isso anima o mercado financeiro", afirma o executivo. O Bradesco foi à Tecnoshow com expectativa de superar o volume de negócios do setor em 2024 em 30%, segundo Roberto França.
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00Olá amigos do Portal Rural News, continuamos aqui no stand do Bradesco na Tecno Show 2025,
00:07agora estou aqui do lado do Roberto França, diretor de agronegócio do Bradesco.
00:12Robertinho, nós estamos aqui numa das grandes feiras aí, Bradesco com expectativas animadoras
00:19para essa feira, você comentava antes com a gente aqui, mas a gente vê aí uma realidade do produtor
00:23rural difícil, né? Juro alto, pouco crédito, o produtor agora se animou um pouquinho aí com a safra,
00:29que a safra de verão veio cheia, a safra de segunda safra agora também está com boas previsões,
00:34mas a gente vê aí um desânimo, o início do ano um pouquinho complicado para o produtor rural.
00:39Como é que o Bradesco está vendo o segmento agora, a linha de crédito, a taxa selic alta?
00:44Fala para a gente sobre a expectativa do Bradesco com o agronegócio, que é como nós,
00:48Rural News, agro o tempo todo, a gente vê também que o Bradesco tem esse vínculo muito forte com o agronegócio, né?
00:53Bom, o cenário que você colocou, eu vejo ele mais positivo, né?
01:00O agronegócio no Brasil, grande parte do Brasil, a atividade agropecuária vem muito bem, né?
01:07A produção de soja, que a gente já concluiu aqui, que é a grande safra, né?
01:12A primeira safra foi uma colheita bastante grande, robusta, a gente deve chegar a 170 milhões de toneladas,
01:19e aqui o estado do Goiás, na verdade, chegou, passou de 20 milhões de toneladas,
01:23acho que foi recorde de produção da soja aqui no estado do Goiás.
01:27Então, a gente vê uma atividade de campo muito boa, atividade de campo acontecendo,
01:33o custo, de uma certa forma, ele se mantém, ele não vem subindo, né?
01:38Porque, na verdade, mesmo tendo atividade mais robusta, os insumos agropecuários, pelo que eu senti,
01:45não está se movimentando, não está subindo muito.
01:47Então, a margem para o produtor está garantida.
01:50Se tem um ponto, na verdade, que a gente percebe que traz intranquilidade, é a Selic, né?
01:56O custo do financiamento, quando a gente pensa, né?
01:59O custo real do dinheiro no Brasil, que está em 14,25, pode chegar a 15,
02:05e parte da produção agropecuária no Brasil não consegue se financiar com os recursos do plano safra,
02:11que nessa fase de abril, enfim, praticamente o plano safra terminando, já se esgotaram,
02:17e aí a realidade se faz presente.
02:19O custo do dinheiro para o produtor em atividade de custeio e investimento está em torno de 18,5%.
02:26Então, é isso que traz um incômodo, um desconforto, porque a gente sabe que, enfim,
02:32esta taxa é uma taxa que drena muito o recurso da atividade produtiva.
02:38Então, o produtor, ele tem dentro do seu endividamento recursos do plano safra,
02:44com uma taxa mais subsidiada, e recursos com uma taxa de Selic, enfim,
02:49que acaba sendo em torno de 18% a 20%.
02:52Quando você tem uma média desses financiamentos, ele ainda tem um estoque de dívida
02:56que não é tão oneroso, né?
02:59É o que o produtor fala, é muito melhor ter um campo produtivo que está trazendo retorno
03:05do que a taxa de juros muito alta.
03:09Este cenário é melhor do que ter um campo muito ruim com uma taxa de juros muito baixa, né?
03:14Então, é por isso que a feira está grande, por isso que a feira está movimentada,
03:18por isso que os negócios estão acontecendo, porque o campo está retabilizando, né?
03:21No estado do Goiás, em específico, onde está a Tecno Show,
03:24a gente vê uma realidade muito positiva, uma realidade muito boa para o produtor.
03:33A gente voltou do Mato Grosso agora, também uma realidade de produção forte.
03:39Então, assim, o centro-oeste brasileiro não tem do que reclamar da atividade agropecuária, né?
03:44Tem uma questão de juros, que é uma questão estrutural,
03:46uma questão de política econômica, fiscal, mas, enfim,
03:50o importante é que o campo está muito bem, o produtor está ganhando dinheiro
03:53e está crescendo a atividade.
03:55Robertinho, tradicionalmente, o produtor rural busca crédito público, né?
03:58Como subsidiado pelo governo.
04:00Essa falta aí de conexão entre hoje, que a gente está vendo,
04:04entre o governo federal e o produtor rural e a classe produtiva,
04:07gera aí uma brecha para os bancos privados, aí eu falo do Bradesco,
04:12ampliarem sua participação nesse segmento?
04:15É, a gente... os grandes bancos operam as linhas do plano safra, né?
04:21Então, quais são as principais modalidades para o Flávio?
04:24Custeio com recurso obrigatório, as modalidades lá que vêm do BNDES,
04:28Moderagro, Inovagro, Moderfrota.
04:31Então, assim, esses são os recursos que todos os bancos acessam
04:36para financiar atividade.
04:37Só que esses recursos são escassos, enfim.
04:40Não são suficientes.
04:41Não são suficientes, até porque a atividade agropecuária no Brasil
04:44praticamente dobrou de tamanho nos últimos 10 anos.
04:47Então, a demanda por crédito cresce muito rápido.
04:51Mas não falta crédito, na verdade, né?
04:53O que falta ali é atender toda a demanda do produtor em taxas
04:59que tenham uma taxa subsidiada.
05:03Essa é a realidade.
05:04Então, hoje o plano safra financia de 30% a 40%, na melhor das hipóteses,
05:09a demanda de créditos para girar uma safra.
05:11E aí, os bancos vêm com os seus recursos de tesouraria, caixa, LCA, enfim,
05:16os depósitos que a gente tem, complementando esse financiamento.
05:21Então, assim, crédito não falta.
05:23Muitas vezes é a taxa que está um pouquinho acima daquilo que o produtor gostaria, né?
05:28Muito bem.
05:28E agora, para encerrar, Robertinho, você está animado aí?
05:31Negócios aqui no nosso show, em relação ao ano passado.
05:34Qual o crescimento?
05:35Certamente, a gente deve fazer mais do 30% do que fizemos no ano passado.
05:41Isso é um dado importante para a gente.
05:45Mostra que a feira continua em atividade.
05:48Esse ano vai ser, acho que, recorde de negócios anunciados pela administração da feira quando terminar.
05:57Eu acho que aqui o cenário é muito positivo.
05:59O sentimento que a gente fica é que o cenário para o produtor rural aqui no Estado ou no Centro-Oeste é bastante positivo.
06:08E o Brasil tem essa função de crescer produção agrícola, de alimentar o mundo.
06:13Então, essa é a nossa missão maior, de financiar esse setor que é relevante.
06:18O setor do agronegócio, na cadeia toda, é quase um terço do PIB nacional.
06:24Enfim, então, o agro de verdade é a locomotiva que puxa a economia desse país.
06:28Muito bem, Roberto.
06:29Conversei aqui com o Roberto França, diretor de agronegócios do Bradesco,
06:32que falou sobre a realidade de mercado e levando essa perspectiva aqui do Bradesco,
06:37que está atuando fortemente no ramo do agronegócio agora, especialmente aqui na Tecnoshow,
06:42com essa expectativa excelente aí de negócio, que mostra que o mercado, o produtor rural é resiliente
06:49e não adianta seca, não adianta juros altos.
06:52Ele sempre vai produzir, sempre vai trabalhar, né, Roberto?
06:54Pensando em superar...
06:55O agro o tempo todo.
06:56Exatamente.
06:57O agro o tempo todo, sempre resiliente e sempre superando seus problemas.
07:01E eu continuo aqui na Tecnoshow, levando para você, produtor rural,
07:04que acompanha o portal Rural News, novidades, tecnologia e muita informação.
07:07E aí
07:12E aí