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  • 14/04/2025
Professora Maely Gouveia aponta principais assuntos que a FGV deve cobrar
Transcrição
00:00Olá, bem-vindo à Coluna Liberal Concurso, sou Karina Jax, professora especialista em concursos públicos e neste mês de abril a gente está entrevistando professores especialistas que trabalham para o concurso do MPU.
00:18E a entrevistada de hoje é a professora Maeli Gouveia. Bem-vinda professora, obrigada por aceitar meu convite.
00:25Pô, Karina, eu que te agradeço, viu? É um grande prazer estar aqui, poder falar contigo e com os concurseiros dando essas dicas aí para o MPU.
00:34É, a gente que vai falar de noções de equidade e gênero, né? Um tema super relevante, super atual.
00:41A gente fica muito feliz porque essas disciplinas, elas geram não só conteúdo para a gente aprender para a prova, mas para a gente aprender para a vida também, né?
00:49Para a vida, para a vida.
00:50Então, deixa eu falar um pouquinho sobre essa disciplina. Ela está dentro de noções de direitos humanos e fundamentais e de acessibilidade.
00:58Aí tem uma parte que é de direitos humanos, não é?
01:00Exatamente.
01:00E tem uma parte que é noções de equidade e gênero. Fala um pouco sobre essa parte de equidade e gênero. Que conteúdo ele fala? Que temas? Fala um pouquinho.
01:09Então, olha só. Na verdade, o Ministério Público da União, ele está puxando para o candidato aquilo que ele já está trabalhando institucionalmente, que é o quê?
01:21Uma capacitação dos seus servidores nesse sentido dessa temática de gênero e equidade.
01:27Então, em todo o Brasil, todos os ministérios públicos, eles estão organizando comissões que cuidam disso e oferecem treinamento, capacitação interna para os seus servidores.
01:37Aí ele está estendendo para esse público, que não é externo, né? Porque, na verdade, é candidato para ingressar.
01:43E está requerendo dele o quê? Esse conhecimento básico aí, mas, claro, ele vai focar principalmente na lei seca.
01:51Ou seja, essa teoria inicial, gênero e equidade, esse desenrolar, onde estará efetivamente?
01:59Como nós vamos tornar isso algo objetivo o suficiente para estar presente em uma questão?
02:03Será por meio das leis que eles colocaram no edital.
02:07Isso. E esse conteúdo, o que é que tu destaca?
02:10Quais as leis ou os assuntos? Não precisa trazer número de lei.
02:14Mas quais os assuntos que você destaca, que você acha que vai cair, que você aposta que vai cair?
02:19E é um tema relevante, mas é um tema relativamente recente essa discussão, não é?
02:25Se a FGV tem algum banco de questões, se já tem um histórico de questões sobre esse tema.
02:32Fala um pouquinho para a gente.
02:33Olha, Karina, na verdade, o banco de questões da FGV a esse respeito, especificamente de gênero e equidade,
02:39consiste em 24 míseras questões.
02:41É tudo muito recente. Mas por quê?
02:43O eixo, Ministério Público, Defensoria Tribunais, eles sempre inovam.
02:48E são eles os que investem nesse aspecto específico,
02:52que talvez ali os concursos do Poder Executivo normalmente não pegam.
02:56Então, qual seria a perspectiva específica?
02:59Ele coloca no edital assim, queremos Estatuto da Igualdade Racial,
03:04queremos Estatuto da Pessoa com Deficiência.
03:06Então ele vai desenvolvendo dentro dessas duas leis a temática de gênero e equidade.
03:11Porque ambas trabalham essa temática internamente.
03:15Então, o candidato vai ter, estudando essas 24 questões,
03:21ele pode buscar também outras bancas que possam, porventura, ter essas questões?
03:26Olha, ele pode, mas ele vai encontrar muito conteúdo mais voltado ali para o Enem, tu acreditas?
03:30Pega muito ciência política, ele vai encontrar nessa classificação.
03:34Vai desviar muito.
03:35Vai desviar.
03:35É preciso olhar para a lei seca.
03:38Porque, na verdade, o que aconteceu?
03:39Já positivaram.
03:40Se você tem o Estatuto que é protetivo, ele será cobrado.
03:44E ele tem sido cobrado porque, assim, Karina, é praticamente um letramento.
03:47É um letramento que está acontecendo.
03:49Vem da base.
03:50Então, o que será pedido para o candidato?
03:52A base dessas leis.
03:54Aqueles primeiros artigos mesmo.
03:56Você pega ali do 1 ao 3, do 1 ao 10.
03:58Dá um salto.
03:59Pega outras temáticas específicas da lei que abordam gênero e raça.
04:04As atribuições do Ministério Público nesse sentido.
04:07Então, essas leis específicas, ou seja, a lei seca, é a clássica lei seca.
04:13Por isso, eles colocaram lá.
04:15Então, a gente tem o Estatuto da Igualdade Racial.
04:18Estatuto.
04:18Tem também o Direito das Pessoas com Deficiência.
04:20Exatamente.
04:21Que o Direito das Pessoas com Deficiência tem o tratado e tem a legislação já própria brasileira.
04:26Exatamente.
04:26Então, trabalhar a lei seca.
04:28Esses tópicos, o MPU colocou o tópico assim.
04:31Direitos Fundamentais, Humanos e Acessibilidade.
04:33Porque eles fazem aquela retirada que antes tinha lá em Direito Constitucional.
04:37Fazia Direitos Humanos junto com o Constitucional.
04:39Eles apenas pegaram o fragmento, juntaram aqui e colocaram a acessibilidade junto.
04:44E aí, nesse contexto de acessibilidade, eles introduzem exatamente as duas leis.
04:49Leis muito importantes.
04:50Por quê?
04:51Porque elas já estão sendo cobradas de maneira específica em todos os concursos.
04:54Ou seja, aquele candidato que sabe o básico ali, ele consegue desenvolver.
04:59E quando eu falo em básico, eu até consultei aí o mestre Celso Flecha.
05:04A gente, transmissão de pensamento.
05:06Que eu ia já te perguntar sobre discursivas.
05:08Exatamente.
05:09A gente, transmissão de pensamento.
05:11Foi telepatia.
05:12Celso Flecha.
05:13O que aconteceu, Karina, que eu conversei com ele sobre isso.
05:16Porque a dificuldade do candidato é saber desenvolver isso na redação.
05:21E ele falou exatamente isso pra mim.
05:23Olha, a FGV tem esse histórico que eles chamam de temas sociais.
05:27E aí, vai falar genericidade.
05:29Vai falar de etarismo.
05:30A questão da faixa etária e da discriminação ligada a isso.
05:34Que tá dentro do estatuto da pessoa com deficiência.
05:37Porque ele também fala da pessoa com mobilidade reduzida.
05:40Isso.
05:41Nesse contexto de eduísmo.
05:43Exatamente.
05:44Mais especificamente, eu vou comparar pra ti.
05:46E o professor Celso Flecha, ele me ajuda muito.
05:49Porque sempre eu tenho que dar a dica pro aluno.
05:51Nesse caminho da discursiva.
05:52E foram essas ênfases que ele me deu.
05:55Por quê?
05:55Porque é dissertativa argumentativa, né?
05:58O modelo, o gênero cobrado aí pro MPU.
06:02Logo, é preciso que o candidato tenha muito cuidado e conheça efetivamente o que tá escrito na lei.
06:08Por quê?
06:08Pra ele não cometer erros básicos.
06:11Inclusive por não saber trabalhar o vocabulário básico.
06:15Aquelas palavras aplicáveis somente aos casos específicos.
06:19Sim, e então esse conteúdo, né?
06:22Ele vai servir, esse teu conteúdo vai servir pras questões, que na verdade as questões de noções de direitos humanos fundamentais e acessibilidade são cinco, né?
06:30Exatamente.
06:31Então pras questões objetivas que vão ser distribuídas, né?
06:35E pode ser usado também para a discursiva.
06:38Exatamente. E aí que mora o grande desafio.
06:41Por exemplo, o candidato precisa falar sobre corpo-normatividade.
06:46O corpo normal e o corpo anormal.
06:50Isso aí dá um fundamento, uma base, motiva o quê?
06:53A prática discriminatória do capacitismo.
06:56Que é a discriminação contra aquela pessoa que possui deficiência, onde em razão da sua deficiência ela é questionada a respeito de sua capacidade.
07:02Então são termos que o pessoal não está acostumado.
07:06É novo para todo mundo.
07:07Bacharéis em Direito, ah, me formei, mas aí o que a gente viu antes não conta agora.
07:11É, fazendo uma observação, até eu que sou professora de Direito Constitucional.
07:16A Constituição, quando ela foi escrita, o termo era pessoa portadora de deficiência.
07:21E isso carrega uma expressão pejorativa.
07:24Associada à doença.
07:24Isso, com a Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, é que mudou para a pessoa com deficiência.
07:31Mas como a Constituição ainda traz o texto, nos tópicos tem umas seis ou oito previsões, né?
07:37Como traz o termo antigo, as pessoas ainda usam o termo antigo, né?
07:41E aí você vai escrever isso numa prova, você já demonstra que está desatualizado, né?
07:47Inclusive, Karina, tocar nesse ponto é importante, porque na hora da discursiva, a pessoa deve iniciar ali pelo tópico da Constituição.
07:53Ela pode começar abordando a Constituição e aí entrar no Estatuto.
07:57Que é a parte mais detalhada.
07:59Exato, que é detalhada e específica.
08:01Desenvolvendo ali nos parágrafos.
08:02Agora veja, o que a gente precisa enfatizar é, esse Estatuto da Pessoa com Deficiência, só para ela não.
08:09Eu tenho também pessoa com mobilidade reduzida.
08:12E, por exemplo, tem a figura do obeso que foi inserida como pessoa com mobilidade reduzida,
08:16que as pessoas não sabem, elas erram nas questões disso.
08:19O obeso, né?
08:20FGV é uma banca que cobra assim.
08:22Pessoa com criança de colo é como está escrito no Estatuto.
08:25Ela bota assim, pai com criança de colo, mãe com criança de colo.
08:30Não, é pessoa qualquer pessoa, não necessariamente só o pai, só a mãe ou só o responsável, por exemplo.
08:36Ela faz coisinhas assim que acabam funcionando como pegadinha e ajuda aí na eliminação,
08:41porque a banca vai recorrer ao que ela puder, né?
08:43Para desempatar.
08:44Aí, essas pessoas, por exemplo, aí eu estou te perguntando, tá?
08:47Porque seriam enquadradas como mobilidade reduzida.
08:51Quais os exemplos?
08:51O obeso?
08:52É, pessoa com mobilidade reduzida.
08:54Gestante, lactante, pessoa com criança de colo, obeso e, claro, a figura da pessoa idosa, 60 a mais.
09:03Então, esses aí estão no rol principal das pessoas incluídas na mobilidade reduzida.
09:07E lembrando, o que a FGV vai cobrar de você é essa diferença entre pessoa com deficiência e pessoa com mobilidade reduzida.
09:13Veja, a pessoa com deficiência, ela tem um impedimento de longo prazo.
09:17Enquanto a pessoa com mobilidade reduzida, ela tem uma dificuldade de movimentação.
09:22E essa variável aí entre impedimento e dificuldade, impedimento e dificuldade,
09:27o pessoal confunde facilmente.
09:29Por quê?
09:29Não é difícil.
09:30Mas se eu nunca li, nunca ouvi falar, não dá pra chutar.
09:33Eu que li, estou aqui aprendendo.
09:34Já faz aí a confusão.
09:35É, eu que já estudei, estou aprendendo.
09:37Então, a FGV ataca aí.
09:39Fora que a pessoa com deficiência, ela pode ter deficiências que não são de mobilidade.
09:45Exatamente, aquelas que não são imediatamente vistas.
09:48E por isso você tem as deficiências que são ocultas e são aí representadas, na verdade.
09:54Eu não diria exatamente representado, mas aquele cordãozinho de girassóis, ele é muito cobrado, viu, na prova.
10:01Todos, todos cobrem.
10:02A FGV cobrou assim.
10:04O cordão de girassóis é uma obrigatoriedade?
10:08Pra uso daquela pessoa que possuiu uma deficiência oculta.
10:11Ou seja, por exemplo, a surdez.
10:12Já eu não vi imediatamente, não tenho certeza.
10:14Já tá oculto, certo?
10:16O transtorno do espectro autista, oculto também.
10:19Então, não é obrigatório o uso pra nenhum atendimento.
10:23É uma identificação pra que a sociedade consiga apoiar até essa pessoa.
10:26Agora, há uma obrigatoriedade de apresentar a carteirinha, caso ela seja solicitada, discricionar essa solicitação.
10:33Mas uma vez solicitada para comprovar, pra algum tipo de atendimento específico e prioritário, aí deve ser apresentado, sim, pela pessoa com deficiência oculta.
10:42Entendi.
10:42Tá?
10:43Então, o cordãozinho...
10:44Ah, o cordãozinho é obrigatório.
10:45Não, o uso não é obrigatório.
10:47Ele, sozinho, é suficiente.
10:49Ele auxilia.
10:50Porque você identifica, né?
10:51Eu já estive em atendimento e eu vi a pessoa e eu fui...
10:56Eu vi que ela tava meio perdida, né?
10:59E eu vi que ela tava com o cordão.
11:01Eu tenho um sobrinho que é autista, né?
11:03Tem um espectro autista.
11:04E aí eu fui e eu ajudei.
11:06E teve uma outra vez num restaurante, tinha uma criança muito agitada e eu tava conversando com uma amiga.
11:10E aí a gente tava, tipo assim, inconveniente.
11:13Porque a mãe...
11:13Aí depois, quando ela veio perto, ela tava com o cordão.
11:16Muito comum.
11:16Eu digo, não, entendeu?
11:17Não, ela tá com o cordão.
11:19Aí eu identifiquei.
11:19Por quê?
11:20Aí a gente...
11:21Aumenta a tolerância.
11:22Isso.
11:23A gente passa a entender o que tá acontecendo efetivamente.
11:25Não aquela coisa de tá culpando os pais ou algo assim, né?
11:28Isso.
11:28Não é só porque tá num ambiente que tá agitando, né?
11:31Um ambiente que, em tese, seria calma.
11:33Porque, né?
11:34É uma pessoa, né?
11:35O especial, né?
11:36No termo genérico que a gente fala.
11:38E olha, Karina, ainda que nós tenhamos um histórico pequeno em relação especificamente
11:43a gênero e equidade por parte da FGV, porque esse histórico é composto por 24 questões,
11:49nós temos no âmbito das leis, estatuto da igualdade racial e estatuto da pessoa com
11:55deficiência, nós temos mais questões.
11:57E a abordagem gira em torno disso.
11:59Por exemplo, pessoa com deficiência, qual é a minha prioridade?
12:02Eu tenho que saber o básico.
12:03Ali do artigo terceiro.
12:04Acessibilidade.
12:06Eu preciso saber o que é desenho universal.
12:08Eu preciso saber o que é tecnologia assistiva.
12:10Ênfase pra tecnologia assistiva, viu?
12:13Olha, então...
12:13Vi muitas questões da FGV.
12:14Vamos lá.
12:15Vou te cortar aqui pra pedir pra você que tá assistindo.
12:19Se tem alguém que vai fazer MPU, seus amigos, no grupo da família, um primo, compartilha
12:24esse vídeo, porque isso é uma aula que a professora Maeli tá dando.
12:27É uma aula gratuita.
12:29Isso vai cair na prova.
12:30Então, comenta aí, Mãe.
12:31Com certeza.
12:31O que vai cair na prova efetivamente?
12:34Conceitos básicos, iniciais, introdutórios, porque é uma fase de letramento.
12:38Ou seja, tá ensinando a sociedade.
12:40E o candidato também, aquele básico.
12:43E aí vai chegar pra ti e vai perguntar, o que é acessibilidade?
12:46Então, você consegue, às vezes, ali numa objetiva, matar, vai chutando, vai dando
12:50um jeitinho, vai lendo, mas como é que você escreve sobre acessibilidade?
12:54Aí você precisa ter lido a lei, porque efetivamente, como está positivado, é aquilo ali que vai
13:00te respaldar.
13:01Vai respaldar a tua escrita na discursiva.
13:04Então, acessibilidade, o desenho universal, que na verdade, conceituou o seguinte, diz
13:09assim, olha, é preciso que haja a produção de equipamentos, produtos, serviços que
13:15sejam universais e que não demonstrem uma discriminação.
13:18Por exemplo, a minha cadeira, ela precisa ter um desenho universal.
13:21Como uma cadeira tem um desenho universal?
13:23Ela é totalmente adaptável, ou seja, a pessoa mais alta, mais baixa, a pessoa acima do peso
13:32ou não.
13:33Estatura maior ou menor.
13:34Estatura, tudo isso aí, a pessoa chega, adapta conforme a sua necessidade, sem precisar
13:39ter a cadeira menor, a cadeira maior.
13:42Um exemplo mais prático disso são os nossos banheiros.
13:45Sabe os banheiros da pessoa com deficiência, por exemplo?
13:47Ele é separado.
13:49Aquela separação ali contradiz o desenho universal.
13:51O desenho universal diz, nós não vamos separar ninguém pra atendimento melhor nem nada.
13:57Constitucional puro, né?
13:58Isso.
13:58Não vamos separar, porque quando a gente separa, a gente segrega.
14:02Nós temos que ter banheiros internos dentro ali do pacote dos banheiros coletivos, que
14:07possuam uma estrutura de desenho universal onde qualquer pessoa possa acessar.
14:11Cadeira, antio, não, já até temos alguns, né?
14:13Que são aqueles maiores internamente.
14:15Aquilo ali se aproxima mais do desenho universal.
14:18Seria um modelo, um formato que todos possam acessar e que não pareça de cara.
14:22Olhou e falou, ah, esse aqui é pra pessoa com deficiência, esse aqui é pra pessoa normal.
14:26Entende?
14:27Entendi.
14:27Que a gente ainda tem muito isso.
14:28Ah, não vou ali pro pessoal de deficiência.
14:32É, seria, você acredita que a FGV possa trazer, além dessas questões sobre conceitos, uma
14:39questão com uma situação hipotética pro candidato aplicar?
14:42Perfeito, perfeito, Karina.
14:43Porque, na verdade, foi isso que eu encontrei nas questões.
14:45Tá?
14:46A questão do banheiro é uma, né?
14:48É uma.
14:48Ele faz uma narrativa, coloca um personagem diante de uma situação.
14:52Como solucionar o problema dessa pessoa que possui uma deficiência e está com uma barreira
14:57que a impede de acessar, aí entra a acessibilidade.
15:01Como nós vamos reduzir e resolver isso?
15:03Por exemplo, há vários tipos de barreira previsto na lei.
15:06Uma das principais que a FGV já abordou foram as barreiras atitudinais.
15:11No que consiste?
15:12Atitudes, comportamentos de pessoas.
15:13Ou seja, quando as próprias pessoas dificultam o acesso para aquela pessoa que já tem um
15:17impedimento de longo prazo, que já tem ali a sua mobilidade reduzida e, portanto, dificuldade
15:22com a movimentação.
15:24Então, existe conceito de acessibilidade, desenho universal, que eu preciso ler.
15:28Eu preciso estudar sobre tecnologia assistiva, que seriam tecnologias que facilitam o acesso
15:35a qualquer produto, a qualquer meio, a qualquer bem.
15:38A pessoa, por exemplo, que tem surdez.
15:40Uma tecnologia assistiva seria o quê?
15:42O equipamento específico que ajudaria ela a escutar melhor.
15:45num ambiente amplo, de repente numa palestra, num evento, numa aula.
15:49São tecnologias que auxiliam.
15:51E é assistiva e não assistida.
15:54Assistiva.
15:55E veio aqui uma dúvida.
15:58Quando tem, por exemplo, uma palestra, um discurso, um show, que tem ali a pessoa
16:02fazendo a tradução em libras.
16:04Isso poderia ser uma tecnologia assistiva?
16:07É um meio de comunicação para quebrar a barreira, mas não chega a ser a tecnologia, não.
16:11Porque ali ele não precisa.
16:13Mas ele quebra a barreira da comunicação, favorecendo ali, tornando possível que a pessoa
16:17compreenda.
16:18Eu venho achando muito interessante que shows, festivais, tem a...
16:24Essa pessoa.
16:25É, eu acho muito interessante.
16:26É mesmo?
16:26É, festivais.
16:27Eu vou te mandar.
16:29Pelo Instagram.
16:29Que legal.
16:29Tem, inclusive, uns tradutores, uns professores de libras que são contratados por grandes artistas
16:36brasileiros que fazem muito sucesso.
16:38Porque, assim, traduzir...
16:39Vou aqui, traduzir uma música da Anitta em libras.
16:43Entendeu?
16:44Gente.
16:45Imagina, tá?
16:46Imagina.
16:46Realmente de muito talento essa pessoa.
16:48Mas essa pessoa que tá num show e que tem surdez, ela quer...
16:53Ela não tá obrigada.
16:54Ela tá porque ela gosta da artista e ela quer ter ali a linguagem.
16:59É direito dela.
17:00Carina, esse é o ponto da inclusão.
17:02É quebrar as barreiras.
17:04Eu preciso quebrar as barreiras pra incluir.
17:06Então, eu tenho vários tipos de barreiras previstos na lei.
17:09Eu que ouço.
17:10Ouço tudo aquilo.
17:11Se eu quero assistir, por que a outra pessoa não pode?
17:13Exatamente.
17:14Então, assim, eu achei, assim, incrível, né?
17:17Disruptivo mesmo, né?
17:18Porque quebrou não só a barreira de comunicação, mas quebrou, assim, convenções.
17:24Vou pensar assim, ah, por que, né?
17:26Achei muito interessante.
17:27Eu vou mandar pra ti isso.
17:28Perfeito.
17:29Perfeito.
17:29Adorei isso.
17:30Vamos lá.
17:31Eu ia te fazer uma terceira pergunta sobre o que você indica pro aluno estudar pra se
17:37preparar pra essa prova.
17:38Lei seca, né?
17:40Mas, pensando na discursiva, outros conteúdos, textos sobre esses assuntos, você indicaria
17:49também?
17:49Olha, hoje...
17:50Algum autor, doutrina ou não?
17:52Ou só a lei seca?
17:53Eu vou te confessar que as questões da FGV que eu vi, elas não fazem uma abordagem
17:57doutrinária em conjunto.
17:59Ela vai direto, ela taca na lei.
18:02Ela taca na lei.
18:03Por quê?
18:04Porque é desconhecida.
18:05Então, a FGV nem precisa fazer esforço e incluir doutrina.
18:09Falando em termos práticos, o algoritmo das questões, o que ele me dá, ele me dá a lei seca.
18:15Então, eu diria assim, faça por bloco.
18:18Você pega a lei seca, estuda, por exemplo, do 1 ao 3, que é o básico pros dois estatutos,
18:23tanto da pessoa com deficiência quanto da igualdade racial.
18:26Pega ali do 1 ao 3, do 1 ao 5, até do 1 ao 9.
18:30Eu tenho dois filhos, não dá.
18:31Do 1 ao 3, tá bom.
18:33Foque ali nos principais.
18:35Você pega, lê aquela lei seca e faz imediatamente, pelo menos ali umas 10, 20 questões.
18:40E vai fazendo por bloco imediatamente, porque a gente não conhece os termos que estão aplicados ali.
18:45Então, não dá pra chutar.
18:46Não, ser bacharel em direito não resolve nesse caso.
18:49É.
18:50E aí também assim, a gente tá falando de reta final, então é melhor ficar só na lei seca mesmo.
18:54Só na lei seca.
18:56Tá.
18:56Então aí eu quero falar de um tema que a gente até conversou ontem, né?
19:00Que é uns recortes de conteúdo que você aposta como importantes pro MPU,
19:06pela prática que ele vem se mostrando.
19:08Aí você deu ênfase pra questão da mulher negra.
19:11E pra diferença que você já falou de pessoa com deficiência e pessoa com mobilidade reduzida.
19:17Desenvolve um pouquinho isso pra gente, tá?
19:19E quem tá assistindo precisa saber.
19:23Adentrando essa pauta aí mais da igualdade racial.
19:27O que nós temos?
19:28Nós temos o conceito de desigualdade racial, desigualdade de gênero e raça e a discriminação.
19:35É fundamental saber distinguir os três, tá?
19:39Por quê?
19:39Porque eu vou precisar escrever.
19:41Imagina numa discursiva eu precisando escrever a distinção entre eles.
19:44Como assim?
19:45Trazendo, puxando aí da desigualdade de gênero e raça,
19:47ela é focada na figura da mulher negra e não nas mulheres em geral.
19:51Olha que interessante.
19:52Por quê?
19:53Claro, porque o estatuto tá protegendo especificamente a população negra.
19:57Lembrando que a população negra, ela é composta por pretos e pardos.
20:01Então você pode escrever sim população negra.
20:03Não precisa escrever só preto ou pardo.
20:06Falou população negra, tá incluindo os dois.
20:08E essa mulher aí, ela estaria numa posição de desvantagem, de distanciamento em relação
20:14aos segmentos da sociedade mais do que as demais mulheres.
20:17Pela cor e pelo gênero.
20:19Pela cor e pelo gênero.
20:20São dois elementos aí excludentes que dificultam, que prejudicam o acesso dessa mulher a mercado
20:28de trabalho.
20:28Por exemplo, e mantém ela numa posição de desigualdade, tá?
20:31Então o foco é desigualdade de gênero e raça fala só do gênero mulher mais mulher negra.
20:39As pessoas erram porque as questões acabam fazendo a pegadinha aí.
20:42Mulher não são mulheres em geral.
20:44A mulher negra.
20:45A desigualdade racial, você já vai observá-la em paralelo com a discriminação.
20:51Qual é a diferença?
20:51A desigualdade, ela é uma situação.
20:54A discriminação, ela é um comportamento.
20:58Ou seja, imagina aqui falando a questão prática da nossa vida.
21:03Pessoa que mora na periferia de Belém e tem ali uma condição de vida de ensinamento
21:08básico muito precário.
21:09Ela está vivendo numa situação de desigualdade, se eu compará-la com quem?
21:13Com quem mora mais no centro e tem mais condições onde há mais desenvolvimento,
21:18a asfalto, ou seja, a situação daquela pessoa é de desigualdade.
21:23E eu acabo discriminando essa pessoa, ou seja, a minha atitude, o meu comportamento é discriminatório
21:28em razão da condição, da situação de desigualdade dela.
21:33Percebe?
21:33Quando a gente traz essa realidade pra raça, aí você tem o agravante.
21:38Então perceba que é algo que você, gente, assim, parece difícil de pronto, mas eu
21:43te falo principalmente pra você que tem ali a dificuldade de escrever a respeito.
21:48Às vezes o pessoal tá na reta final só pegando redação.
21:51A gente precisa saber escrever sobre isso.
21:53Não dá pra chutar como na objetiva.
21:56E a lei seca, ela te dá tudo.
21:59O legislativo positivou com muito cuidado pra garantir que lá a maior abrangência
22:04estivesse presente nessa lei.
22:05E só uma curiosidade.
22:07Agora, você falando, são os dois tratados internacionais que têm status de emenda.
22:13Perfeito.
22:13Por enquanto, são os únicos dois, que é a pessoa com deficiência e o tratado de
22:18Marrakech, que é da igualdade racial.
22:21Por isso que tá fazendo a associação.
22:22Então, tu viste que a pessoa tendo a base ali de constitucional, ela desenvolve também.
22:25É.
22:26Só que ela precisa especificar.
22:27E na hora de especificar, precisa do estatuto.
22:28Pois é, mas esses conceitos, por exemplo, os conceitos de pessoa com deficiência, eu
22:31até domino um pouco mais porque eu já dei aula sobre isso.
22:34Mas do estatuto de igualdade racial, por exemplo, eu tô aprendendo.
22:37Tô aqui caladinha só, aprendendo.
22:40Olha, todo mundo tá aprendendo.
22:42Realmente é novo pra todo mundo.
22:44E é importante, né?
22:45Não só pra ele levar pra prova, pra ele levar pro dia a dia como servidor do MPU, quando
22:52ele passar, mas pro dia a dia pra ter uma atitude antirracista.
22:56Esse é o objetivo.
22:57Tu falaste a palavra-chave.
22:58O pacote antirracista tá sendo cobrado em todos os concursos e será cobrado com muita
23:03frequência e, na verdade, ganhou força quando, em 2022, aqueles três policiais rodoviários
23:08federais, cometeram aquele homicídio contra o Genivaldo, dentro da viatura, que transformaram
23:13em uma câmara de gás.
23:14A partir dali, a Advocacia Geral da União entrou na jogada e fez um acordo com a PRF,
23:19determinando que ela deva cobrar, obrigatoriamente, como forma de reparação de danos morais em
23:25relação à população negra, cobrar em todas as provas e cursos de formação.
23:28Daí, foi se expandindo.
23:30Poderiam.
23:31Todas as carreiras policiais.
23:32Toda.
23:33Muito provavelmente será.
23:34Já temos que nos preparar pra isso.
23:36Claro, sabemos que o eixo tribunal MPs já trabalha essa perspectiva, mas agora com
23:42maior força dentro da administração pública, ou seja, eles querem que seja uma pauta institucional.
23:48Por isso, eu, inclusive, recomendo, viu, Karina, como é muito novo e os termos, fazer o cursozinho
23:56de nove horinhas, cinco horinhas, lá da Escola Superior do MPU, online, aberto ao público,
24:02pra que você consiga obter essas informações e desenvolver.
24:06Tá, dá, dá.
24:06Presta atenção aqui que ela vai orientar.
24:08Qual é o site?
24:10O site do MPU, você entrando lá, existe a Escola Superior dentro do site do MPU.
24:14Você procura lá cursos livres.
24:16Eles são abertos pra população em geral.
24:17Faz sua inscrição, em nove horinhas você finaliza.
24:21Já tem até lá um certificadinho.
24:23Ótimo.
24:23E aprende dentro do foco do MPU, porque o que eles vão cobrar?
24:28Lá eles colocam muito.
24:29A atuação do MPU em relação à acessibilidade, é um dos cursos.
24:32A atuação do MPU em relação à violência contra a mulher, outro curso.
24:36Então eu vou fazendo ali, pega esse abril aí e faz esses cursinhos.
24:39Isso é perfeito.
24:41Porque é muito provável essa visão do MPU ser cobrada pela FGB na prova.
24:46Específico.
24:47O MPU.
24:48Tu vai me contar depois, tá?
24:49Quando acontecer a prova.
24:51Olha, por favor, o corte, né?
24:53O corte específico.
24:54Isso, tu vai me contar.
24:56Eu sei que vai cair.
24:57Essa é a tendência.
24:58Acredito sim.
24:58E dentro da perspectiva que tu trouxeste de trazer pra vida, né?
25:01Eu te falo, Karina, que hoje a gente até tá enfrentando algumas limitações dentro
25:06de sala de aula exatamente em relação a isso.
25:08A pessoa não traz já da sua vida.
25:10Por exemplo, trazendo pra ti uma frase de um aluno, abre aspas.
25:16Professora, eu até consigo aceitar a pedofilia como doença, mas a obesidade, não.
25:25Obesidade é falta de vergonha na cara.
25:27Fecha aspas.
25:30Por quê?
25:30Porque a pessoa é confrontada ali, ela aprende algo completamente, não faz paz do dia a
25:35dia dela.
25:36Ela vem de uma outra construção social e de repente...
25:38Tem as crenças dela.
25:39Tem as crenças.
25:40E ela não...
25:41E ela se vê, sou candidata ao MPU.
25:43Puxa, eu tenho que ser outra pessoa, senão MPU não me aceita.
25:46Porque a discursiva vai ser o quê?
25:47Vai ser um psicotécnico, né?
25:49E aí a pessoa coloca coisas que ali não caberiam.
25:53Então, essa esfera aí do desconhecido e também das suas crenças particulares e dos
25:59seus elementos, ele precisa o quê?
26:01Ser desconstruído pra que essa pessoa, imagina, consiga escrever.
26:04Porque quando eu pego uma questão objetiva, eu me viro.
26:07Mas e quando eu preciso escrever?
26:09Tirar de mim, de dentro...
26:11Uma coisa que não tá dentro de mim, né?
26:12Então, a Escola Superior do MPU oferece esses cursos que podem ajudar demais todas
26:17essas pessoas.
26:18Perfeito, perfeito.
26:20Uma aula aqui, viu?
26:22Agora eu quero te perguntar, que é aquela última pergunta.
26:25Eu quero que tu converse com esse candidato que tá se preparando, tá nessa reta final.
26:31Que mensagem de incentivo, de estímulo, de apoio, que dicas finais você dá pra esse
26:38candidato que tá se preparando agora, tá no mês de abril, prova agora no início de
26:42maio.
26:42Fala com ele ali.
26:44Gente, dica objetiva e técnica pra passar na prova.
26:47Peguei a Lei Seca, li.
26:49Não quero ler tudo, não precisa ler tudo.
26:51Leia os trechos principais introdutórios, tá?
26:54Os primeiros artigos.
26:55Pesquise sempre dentro da Lei Seca, Ministério Público, pra você verificar as partes ligadas
27:02ao acesso à justiça.
27:03Então, eu pego toda a parte inicial, mais acesso à justiça, onde o Ministério Público
27:09atua.
27:10Faço questões, diariamente você verá.
27:13É possível.
27:14As questões não são difíceis, mas elas são baseadas estritamente na Lei Seca.
27:18Então, eu recomendo, gente, fortemente, Lei Seca e o estudo, a realização desses
27:24cursos que estão disponíveis pra todo e qualquer cidadão lá no site do MPU.
27:28Obrigada, querida.
27:30Foi um prazer te ouvir.
27:32Foi um prazer todo meu.
27:32Foi uma aula, aprendi um monte de coisa e vou até...
27:34E uma troca, né?
27:35Porque aí é mistura constitucional que já tá...
27:37É, eu fico me metendo aqui.
27:38Não, porque constitucional é a base, né?
27:39Esse candidato que tá te assistindo vai querer saber agora na reta final se tu vai
27:44dar alguma revisão, alguma coisa, vai querer te seguir nas tuas redes sociais.
27:47Então, eu quero saber o teu arroba pra quem quiser te seguir.
27:50Gente, Maeli Gouveia Professora.
27:53Maeli com Y.
27:54Maeli com Y.
27:56Repete.
27:56Maeli Gouveia Professora.
27:59Maeli Gouveia Professora.
28:01Essa é a nossa professora de Noções de Equidade e Gênero.
28:05E a gente vai agora encerrar essa entrevista.
28:08E eu te espero na próxima segunda-feira com outro professor falando sobre Ministério Público
28:13da União.
28:13Até lá.

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