O IPCA registrou alta de 0,56% em março, segundo o IBGE, puxado principalmente pelos preços dos alimentos. Este é o maior índice para o mês em dois anos e reforça o alerta sobre a pressão inflacionária nos itens básicos de consumo.
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NotíciasTranscrição
00:00A inflação brasileira ficou em 0,66% em março e esse é o maior patamar para o mês em dois anos.
00:07Quem chega é a Danúbia Braga, nos explicando os motivos desta inflação.
00:12Danúbia, bem-vinda, boa tarde. Isso tem a ver diretamente com a alta do preço dos alimentos?
00:17Qual é a ligação? Bem-vinda.
00:19Boa tarde para você, boa tarde a todos. Exatamente, o grupo vilão por essa alta ficou o grupo de alimentos e bebidas.
00:30Mas essa alta de preços vem completamente na linha já esperada, inclusive pelo mercado financeiro, uma alta de 0,56% nos preços.
00:40E aí, de todos os nove grupos analisados pelo IBGE, a maior alta ficou com o grupo de alimentos e bebidas, que subiu 1,17% e foi, inclusive, o responsável pelo maior impacto em 0,25% no índice, respondendo cerca de 45% do IPCA de março.
00:58E aí, então, quais foram os alimentos que contribuíram para essa alta?
01:02A gente começa falando do tomate, que teve uma alta de 22,55%, seguido dos ovos de galinha, com 13,13% e o café moído, com 8,14%.
01:14O IBGE, então, informou que esse é o maior índice para o mês desde 2023, que há dois anos os preços subiram em 0,71%.
01:25Resultado, então, representa uma desaceleração de 0,75% da inflação em relação a fevereiro, quando a alta foi de 1,31%.
01:37No ano, então, o IPCA acumula uma alta de 2,04%.
01:42A gente sabe que é um assunto sensível, quando a gente fala em alta de alimentos, é para o governo federal, uma vez em que eles têm buscado ali caminhos para justamente fazer esse caminho inverso, né?
01:53Em reduzir o preço dos alimentos, mas não foi o que aconteceu neste mês de março. Volto com vocês.
01:59Muito obrigado, Danúbia Braga, trazendo todos os detalhes da explicação, dos motivos desta alta aí na inflação para esse mês de março.
02:06Obrigado, Danúbia. Já quero render. E aí, Segredo, explica pra gente.
02:10Alta do preço dos alimentos. O que eu quero saber, na verdade, é, vai ficar barato?
02:14Vou conseguir comprar café mais barato, ovo mais barato, as coisas que estão caras na minha compra?
02:19Porque esse número aí me desanima.
02:21Vai ter que esperar um pouquinho.
02:23É mesmo?
02:23Mas uma coisa é certa. A culpa não é do governo, é do Bolsonaro e do Trump.
02:28Com certeza. Se a gente escutar alguém, vai falar, não, a culpa é do Bolsonaro e do Trump.
02:32Mas olha que curioso. Em setembro de 2024, a alta de alimentos e bebidas foi 0,5%.
02:39Quando a gente faz o cálculo para outubro de 2024, 1,06%.
02:44Mas esses valores não são como se fossem a colocação de juros simples, não é?
02:500,50, 1,06. Aí teve a maior, novembro de 2024, 1,55.
02:57Depois, em dezembro de 2024, 1,18. E esse agora, o terceiro nos últimos meses mais alto.
03:05O problema é que quando você calcula, dava 10.
03:07Mas 100, vamos lá, 100. 1%, 101.
03:11Quando você calcula no mês seguinte, não é sobre 100, é sobre 101.
03:16Então você vai acumulando um índice inflacionário que é composto, é inflação da inflação passada.
03:23Então, três meses de 0,5% não dá 5%.
03:25Não, não, claro que não.
03:27Claro que não.
03:28Então, isso replica muito no bolso do consumidor.
03:33E eu vou no supermercado, gosto de ir no supermercado e você vê, por exemplo, ovos de Páscoa agora.
03:39Vai ter que comprar no crediário.
03:41100 reais um ovo de Páscoa.
03:42Tem muita gente que não vai conseguir comprar um ovo de Páscoa.
03:45E eu lembro que quando tem inflações elevadas, se distorce muito a questão, inclusive, do consumo.
03:52Eu vivenciei na Argentina com um alta que não tem comparação com essa.
03:58Devemos ser justos, não é a mesma coisa.
04:00Inflação muito elevada em que você ia no supermercado e comprava uma ou duas fatias de presunto ou de queixo.
04:10Um absurdo.
04:11Ou comprava o panetone através de uma fatia.
04:17Era uma coisa muito degradante para qualquer consumidor.
04:22Mas é importante entender o que provoca a inflação.
04:25Quando a gente fala de inflação, teoricamente a culpa é do empresário.
04:30Fala, o empresário quer aumentar os preços e tal.
04:32Se dão três até quatro inflações diferentes.
04:36Mas um é por aumento na demanda.
04:38Quando o governo enxerga dinheiro, isso provoca um aumento na demanda.
04:42A pessoa tem mais dinheiro e quer gastar.
04:44A outra é por um aumento do custo dos insumos que são utilizados para fabricar um produto ou a prestação de um serviço.
04:52O terceiro é por uma questão de infraestrutura.
04:55Lembrando, por exemplo, um exemplo muito recente do Brasil, as enchentes do Rio Grande do Sul.
05:00E tem o outro que é o pior de todos, que é a inflação projetada.
05:07Ou seja, eu me anticipo.
05:08Se denomina economicamente inflação inercial.
05:12Como eu sei que daqui a um mês vou comprar com 1% mais alto do que estou comprando agora,
05:18eu me anticipo e já coloco a inflação futura.
05:21Isso é um problema, porque esse espiral inflacionário só vai aumentando.
05:25O que o governo deve fazer?
05:27Conter a base monetária.
05:28Quando você contém a base monetária, breca a quantidade de dinheiro e aí restringe a inflação.
05:35Então, para entender, a inflação que você e eu e todos nós padecemos é consequência.
05:42O que é a base é a expansão monetária.
05:45E você, Fábio Piperno, o que explica sobre isso?
05:48Bom, tem muitos fatores.
05:50Primeiro que inflação, um aumento, enfim, continuado de preço e tal.
05:56Ele, ela é um...
05:59Aqui no caso do Brasil, você tem uma série de causas.
06:04Então, por exemplo, nesses últimos tempos, a grande vilã tem sido a inflação de alimentos.
06:11Então, vamos tentar fazer...
06:15Vamos mostrar para as pessoas algumas coisas que acontecem em relação a esse aumento generalizado de preço ou não.
06:23Você pega, por exemplo, tarifas de ônibus na cidade de São Paulo.
06:28Elas ficaram meia década congeladas.
06:32Então, o ônibus em São Paulo custava R$ 4,40.
06:35Ele foi em 2020, até o começo desse ano, ele ficou custando os mesmos R$ 4,40.
06:42Então, nesse caso, a inflação, nesse item, que compõe também a taxa, a inflação foi de zero.
06:51Esse ano até houve lá, enfim, um reajuste, mas que não repôs aí o que deixou de ser acrescentado nesse período todo.
06:58Muito bem.
06:58Mas aí você vai para a inflação de alimentos.
07:02Inflação de alimentos tem sido a grande vilã e tem crescido demais.
07:08E pior do que a inflação de alimentos, é a inflação de alimentos na mesa.
07:13Aqueles itens que realmente são mais consumidos.
07:16O arroz, por exemplo.
07:17Então, esse subiu bastante.
07:21Esses aí, para explicar a variação desses, também tem uma série de fatores.
07:27Ontem, no jornal Valor Econômico, tinha uma manchada...
07:31Ontem, antes de ontem, uma manchete assim.
07:36Embarque de cafés do Brasil cai 25%, mas só que as receitas subiram 42%.
07:47Então, ou seja, o café está ficando mais caro no mundo todo e muito mais caro.
07:54Então, não adianta, por exemplo, alguém do governo chegar e prometer a daqui a um mês vai baixar.
08:01Não vai depender da ação do governo.
08:04Como também, e aí onde eu queria chegar, não vai depender da ação do Banco Central.
08:09Então, não adianta, por exemplo, o Banco Central elevar mais ainda a taxa Selic,
08:14porque ela, por si só, não vai conseguir reduzir ou segurar cotações do café, da carne, da soja, do petróleo,
08:28porque isso independe da ação do Banco Central ou mesmo do governo.
08:34Até porque são preços ditados pelo mercado exterior.
08:38Agora, o governo, de certa forma, ele se orgulha quando monta uma caravana de empresários,
08:45leva lá para a China, para o Japão, Vietnã e tal.
08:48E olha, anunciamos aqui que vamos vender, conseguimos credenciar, mas não sei quantos frigoríficos
08:54e vamos vender café para não sei quem.
08:56Assim, eu se fosse um empresário, de fato, eu acharia ótimo.
09:00E para o país, tem lá uma série de benefícios.
09:04Agora, isso também significa que, à medida que você vai cada vez mais olhar para o mercado externo,
09:12podem ocorrer problemas no mercado interno, o que ajuda a explicar também essa inflação.
09:17Agora, 17 horas e 51 minutos, a gente vai para um rápido intervalo para você que está na rádio.
09:22Muito rápido, a gente já volta.
09:23Por aqui, você quer discordar de alguma coisa do Piper, não é isso, Segre?
09:27Não é discordar.
09:28Está pedindo que depois eu tenho uma pergunta interessante para vocês.
09:30Está bom, mas não é discordar.
09:32O governo é fato.
09:33O governo não tem culpa no aumento específico de café, de carne, de ovo, não tem culpa.
09:39Mas ele tem ferramentas que poderiam minimizar esse aumento.
09:43Por exemplo, diminuição dos impostos vinculados a esse alimento.
09:47E pode ser uma diminuição dos impostos por um período de tempo.
09:51Quando foi o negócio da gasolina, na época do presidente Bolsonaro, imediatamente cortou impostos.
09:58Um dos projetos do então ministro da Fazenda, Paulo Guedes, era detonar o IPI.
10:06Era distorsivo.
10:07Tem que acabar o IPI.
10:08E, de fato, começou a diminuir o IPI.
10:11Então, isso é uma ferramenta que o governo pode fazer.
10:13Claro, concordo com o Piperno, se você está tentando minimizar o aumento de um produto em função da inflação,
10:21que é um aumento constante e generalizado de preços,
10:25então você está vendo que aumentando a oferta ao exterior, diminui a oferta local.
10:31Se você diminui a oferta local e não precisa aumentar a demanda,
10:34como a demanda é estável, você tem 10 pessoas que querem comprar ovos.
10:38E aí tem 10 pessoas que queriam vender, só que 5 agora estão olhando que ganham mais dinheiro
10:44mandando esses ovos para o exterior.
10:46Pô, diminui a oferta na metade.
10:48E quando você tem 10 pessoas que querem comprar ovos e 5 que só vendem, o preço só vai crescer.
10:54O nosso auditor, meu pai, Hugo Segre, me mandou agora um print,
10:59dizendo que a melancia, uma semana atrás, estava R$ 4,99 o quilo,
11:04ou o fiscal do Sarney da época, e agora está R$ 9,99.
11:09Eita.
11:10Tem quase 100% de aumento em uma semana.
11:12Tá, pode ser estacional, mas não adianta explicar em todo mundo, está aumentando o produto,
11:19porque, não, eu quero saber o que acontece com o meu bolso,
11:22e se eu preciso de mais dinheiro para comprar a mesma coisa, eu vou xingar quem seja.
11:26Quem está primeiro nesse xingamento? O governo.
11:29Olha só, eu tenho uma pergunta para vocês interessante,
11:30porque, nessa semana, eu ouvi algumas análises de economistas, dizendo o seguinte,
11:35a guerra tarifária, ela pode aumentar ainda mais o preço dos alimentos no Brasil.
11:40Isso vai fazer com que os preços dos alimentos se tornem ainda mais caros,
11:44justamente por conta de uma alta do dólar.
11:48E aí, eu tentei entender por que vai ficar mais caro,
11:51e a explicação que me veio, o Segre, que era a sua opinião e a do Piperno também,
11:56é o seguinte, diante da insegurança, quem tem dólar segura.
12:00Quem tem dólar não investe nos Estados Unidos, principalmente daí porque é a queda da bolsa.
12:05E aí, diante do dólar em pouco mais de escassez,
12:09há um aumento do preço do dólar, porque é mais difícil de acessar.
12:13O aumento do preço do dólar aumenta tudo o que os produtores rurais aqui precisam de importar,
12:19como, por exemplo, os agrotóxicos, fertilizantes,
12:24aquilo tudo que eles precisam trazer de fora, enfim,
12:26além, é claro, do combustível, do transporte, isso tudo.
12:29Vocês acham também que essa guerra tarifária vai aumentar o preço do dólar
12:34e, por consequência, aumentar o preço dos alimentos?
12:36Precisamos nos preocupar? E aí?
12:39O dólar é um bem transável, seguia pela oferta e a procura,
12:42salvo em países como a China, em que o governo determina,
12:46vou desvalorizar a moeda, o yuan, e vou colocar o preço que quiser.
12:50Se hoje você tem um dólar a 6, para dar um número, valor redondo,
12:56estava 5,70, a desvalorização do real foi de 6%.
13:00Se você tiver uma taxação do produto brasileiro nos Estados Unidos de 10,
13:05então você tem 10% que o americano pagará mais para comprar um produto brasileiro.
13:10Porém, se você avalia como exportador que o que você vai receber seria em reais,
13:17eu poderia estar vendendo em dólares o mesmo produto que na semana passada estava vendendo a 100,
13:23com 6% de desconto.
13:25Porque em reais eu vou ganhar a mesma coisa,
13:27com um dólar de 5,70, com um valor de 100,
13:30ou um dólar de 6, com um valor de 94, números redondos.
13:34Então, não deveria impactar.
13:35Onde se impacta é na importação de produtos se o Brasil não é suficiente
13:39para abastecer a demanda local, ou insumos.
13:43E aí vem outra ponderação.
13:45Conheço muito bem um projeto para trazer fertilizantes biológicos da Itália.
13:50A empresa, há mais de um ano, não consegue autorização do Ministério da Agricultura
13:54porque não tem histórico de importação desse produto.
13:57Poderia haver um produto, ou melhor, mais barato,
14:00que incide nos custos do agropecuarista
14:03e que por uma burocracia não está sendo liberado.