O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que tarifas arbitrárias desestabilizam a economia internacional, e pediu mais união das nações sul-americanas e caribenhas diante de disputas por antigas hegemonias. Em discurso na cúpula dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Honduras, o petista frisou que “guerras comerciais não têm vencedores”. A bancada do LDF debateu o assunto.
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00:00Eu acho que tem um aspecto até, dialogando um pouco com o que a Mônica trouxe sobre isso,
00:05que de fato a China é o país que tem as maiores reservas internacionais do mundo,
00:103.2 trilhões de dólares.
00:12Grande parte dessas reservas estão aplicadas em títulos do tesouro americano.
00:19Então a China acaba tendo um poder muito grande como a principal credora dos Estados Unidos.
00:24E um dos pontos que tem sido colocado, que fez o Trump recuar, dar esses 90 dias e reduzir as tarifas para 10%,
00:36foi uma venda maciça de títulos norte-americanos.
00:40Isso assustou ao longo dessa semana o governo norte-americano, então fez com que os Estados Unidos recuassem.
00:48Então isso mostra como que as duas economias, não só comercialmente, mas também no mercado financeiro,
00:55no âmbito financeiro, são imbricadas, elas são muito interrelacionadas.
01:00E no mercado financeiro, os Estados Unidos internacionalmente tem uma relevância muito grande.
01:08Então tudo o que acontece nos Estados Unidos acaba repercutindo nas bolsas dos demais países
01:17e na oscilação e na volatilidade da taxa de câmbio das principais moedas, inclusive a do real.
01:27Então esse é um aspecto muito importante de se trazer.
01:32Então ao longo dessa semana a gente viu essa oscilação e nos Estados Unidos muito disso tem vindo
01:39por conta de que os principais operadores do mercado financeiro não estão conseguindo mensurar,
01:46entender qual que vai ser o impacto para as empresas.
01:49Impacto para o lucro, para o desempenho econômico financeiro.
01:52Isso tem feito aí um comportamento de aversão ao risco e que é muito comum em momentos de grande incerteza
01:59e que afetam aí a precificação, afetam negativamente a precificação aí de ativos financeiros
02:05e a cotação dessas moedas.
02:08Acrescentar algo aí, Rodrigo, para a gente?
02:10Sim, Kobayashi, assim, eu concordo com o André e também a Priscila fez um comentário muito bom
02:16que é sobre esse equilíbrio, sabe, entre o comércio e os impactos para o país.
02:21O mercado financeiro, Kobayashi, o que ele precisa?
02:25Ele precisa de estabilidade, de previsibilidade para ele poder performar bem
02:31e os investidores, ainda que tenham os especuladores, mas boa parte dos investidores no mundo afora
02:39são investidores que poupam seus recursos para poder obter os lá na frente com os seus rendimentos.
02:45E o mercado financeiro ainda vai continuar ou em queda, ou estagnado, ou andando de lado
02:51enquanto a gente não tiver um humor melhor de mercado, principalmente nessa questão dessa guerra tarifária.
02:58Quando essa guerra tarifária se acalmar um pouco mais, que os países entrarem em acordo,
03:03que os Estados Unidos revêem a sua posição, assim como a China,
03:07e o comércio começar a ter um diálogo melhor, um pouco mais decente,
03:12aí a gente vai ver o mercado financeiro, o Kobayashi, começar a se recuperar.
03:16Fala, Mônica.
03:17Vale lembrar que a Bolsa, ela é um termômetro, ela mede reação,
03:22ela mede o que o mercado está sentindo, ela não opera, né?
03:26A gente viu aí quando o dólar estava em alto, o pessoal dizendo,
03:28ai, isso é a Faria Lima fazendo, ou agora a imprensa americana estava falando que
03:33as Bolsas americanas, isso é Wall Street derrubando.
03:36Não, gente, as Bolsas reagem conforme o que o empresariado, conforme o que o mercado está sentindo.
03:43E o mercado não é um ente autônomo que está lá para sacanear.
03:46O mercado o que ele quer?
03:48Exatamente o que você falou, previsibilidade e estabilidade.
03:51Se a Bolsa reagiu mal, é porque o mercado não sentiu o que ele precisava sentir.
03:55Fala, fecha, Pri.
03:56Sim, a gente tem incerteza global, mas só que, você sabe que eu vejo um cenário não tão ruim,
04:00eu não sou, né, assim, economista, mas o que eu vejo é que a gente tem um alívio
04:04por uma penalização pequena, dentre outros países, que forem de 10%,
04:09e esses produtos que são exportados, né, que a gente exporta, por exemplo, para os Estados Unidos,
04:13ou produtos que são exportados, como, por exemplo, produtos agrícolas, petróleo,
04:17eu acho que a gente vai até ter uma certa competitividade nessa briga até se acertar.
04:23Eu vejo isso, não estou falando que é um cenário maravilhoso,
04:25mas dentro do cenário ruim que nós estamos observando,
04:29o fato do Brasil ter sido, né, recebido aí uma porcentagem de 10%,
04:33vai fazer com que ele haja, né, ou tenha competitividade dos produtos
04:36em que ele possa, então, exportar.
04:38Então, a gente tem que aguardar, e as cenas, porque como bem colocou aqui o Cobo,
04:42uma hora fala uma coisa, uma hora fala outra, isso mexe com o mundo todo, não é?
04:47Mas eu vejo uma certa positividade com relação aos produtos que nós exportamos
04:52e espero que, né, isso não nos afete tanto quanto a gente tenha aí visto que poderá realmente afetar.
05:00A gente falou há pouco do que tinha dito o ministro da Fazenda, falou isso na quinta-feira,
05:05mas no dia anterior, praticamente, o presidente Lula fez críticas, né?
05:10Ou seja, em um dia ele faz críticas públicas, no outro dia ele pede para o ministro
05:14tratar com responsabilidade, com cautela.
05:17Lula, em seu discurso a lideranças da América Latina e do Caribe durante cúpula da CELAC em Honduras,
05:26o presidente Lula afirmou que as tarifas arbitrárias desestabilizam a economia internacional
05:32e pediu que, diante das disputas por antigas hegemonias,
05:37as nações sul-americanas e caribenhas tenham mais união.
05:42Lula afirmou ainda que guerras comerciais não têm vencedores.
05:46destacando que aí, como você vê nas imagens, um discurso escrito pela equipe econômica,
05:53pelo Itamaraty, enfim.
05:55Que bom, ótimo.
05:56É o jeito mais seguro de um discurso internacional a respeito do tema, né, Mônica?
06:03Exatamente, porque o dano oral, quando ele fala algumas coisas...
06:07Dano oral? Essa é nova, hein?
06:08Dano oral, hein?
06:09Tá certo.
06:10O presidente anterior já tinha e que bom que ele está lendo, é bom para o Brasil.
06:14Fala, como você enxerga? Qual é o impacto de um discurso como esse para outros líderes, né?
06:21Porque a CELAC são mais de 30 países, se eu não me engano, que compõem ali o grupo, o bloco.
06:27Isso mesmo. O presidente Lula, a gente tem que entender que ele é uma figura política e ele precisa dialogar com seus eleitores.
06:36Ora, eleitores que são mais partidários dele, né, que são mais afetivos ali à sua política econômica, outros não.
06:45Mas ele precisa, ora, fazer uma comunicação de uma forma, ora de outra.
06:49Isso é política, só que nos bastidores, né, nos bastidores, vai-se dando as ordens, ou para o Ministério da Fazenda, ou para o Ministério das Indústrias.
06:58E o que acontece? Essa tarifa, esse problema tarifário, ele realmente é um problema, desequilibra as economias, tá?
07:06Prejudica o mercado financeiro e prejudicando essa guerra tarifária, prejudicando de toda essa forma, principalmente os consumidores, o que que isso acontece?
07:16As empresas acabam perdendo o faturamento, os produtos ficam mais caros, tá?
07:21As empresas perderam o faturamento, gera-se desemprego, tá?
07:25E a população sofre com desemprego e também com inflação.
07:29Então, o que que eu vejo? Eu vejo que é uma boa oportunidade para o Brasil fazer o seu comércio, buscar parcerias.
07:38Gente, a gente tem que entender que é o seguinte, a China, usando o exemplo da China, a China, ela quer fazer comércio com o resto do mundo.
07:46Ela não quer impor nada, ela não quer impor o modelo dela, ela não quer impor, sei lá, o programa político e social dela.
07:54Ela quer fazer comércio com o mundo inteiro.
07:56Ela está investindo na África, está investindo na América do Sul, claro que nenhum país é bonzinho, nem nada é dado de graça, tá?
08:05Não existe almoço grátis, mas o Brasil também precisa se organizar, organizar a casa interna, tá?
08:12Buscar, sim, a sua industrialização, que hoje nossa indústria é muito pequena, a participação do PIB é muito baixa.
08:18Pra quê? Pra que a gente não dependa tanto de produtos importados e a nossa inflação vai lá em cima.
08:24Por quê? Porque a gente depende de dólar e pra ter dólar pra também poder comprar os produtos.
08:29Fala você também, André.
08:31O que é importante entender é que a gente está diante de uma nova reorganização internacional, tanto comercial como geopolítica.
08:41Então, a gente está vivendo um período aí que os principais países estão dialogando de como que eles vão se colocar diante de toda essa escalada aí, dessa guerra comercial, desse protecionismo dos Estados Unidos.
08:56E é muito importante entender que a forma como foi definida as tarifas, né?
09:04Foi uma fórmula que foi apresentada, que é uma fórmula que muitos têm chamado aí de uma fórmula de padaria, né?
09:10E que acaba penalizando demais os países, as menores economias que comercializam com os Estados Unidos.
09:17Então, os países mais pobres acabam sendo muito impactados.
09:22Então, quando a gente vê grandes economias, como a economia brasileira, né?
09:27Se colocando diante de outros países pra incentivar uma abertura de diálogo, uma maior abertura comercial entre esses países,
09:39e a gente, é um passo que eu entendo que vai ser fortalecido em várias regiões.
09:45Então, com a União Europeia, com os países asiáticos, com a América Latina, né?
09:50Então, uma nova organização aí internacional e produtiva tem acontecido e tem, vai ser, vai ser fortalecida.
10:01E vale só ressaltar que isso já vinha acontecendo desde a pandemia.
10:05Então, essa lógica de globalização, daquelas empresas que operavam com os estoques, né?
10:11Chamados just-in-time, por exemplo, já começaram a priorizar a produção mais próxima, independente dos custos,
10:18mais próxima do seu mercado consumidor.
10:21Porque as empresas começaram a entender que o insumo ou as partes, as espécies de componentes mais caras
10:28são quando você não tem acesso a esses insumos.
10:32É mais caro você não ter para você ofertar do que você pagar mais caro na sua produção.
10:37Então, isso já vinha acontecendo dentro das empresas, das grandes empresas,
10:41repensar essa lógica de cadeias globais de valor, né?
10:45E agora, com essa nova reorganização geopolítica, isso tende a se intensificar,
10:51tanto no âmbito diplomático entre os países, como também no âmbito produtivo entre as empresas.
10:57Pri?
10:58Eu vou concordar aqui com a Mônica.
10:59Mônica quer falar?
11:00É dano oral, né? É dano oral.
11:02Eu achei que o presidente foi bem prudente, né?
11:05Exerceu a diplomacia, como ele é bem dele mesmo, né?
11:08Claro que às vezes dá umas falhadas.
11:10A Mônica discordou.
11:11É, não.
11:12A gente percebe que às vezes...
11:1435 minutos para a gente ter a primeira discordância nessa vez, hein?
11:18Não, não.
11:18Eu não acho que ele é totalmente fora.
11:20Eu acho que ele é bem político, eu acho mesmo.
11:23Ele tem um poder de persuasão bem grande.
11:25Eu não vou...
11:26Assim, claro, eu estou aqui para discordar.
11:28Não fique tranquilo com isso, Mônica.
11:30Mas eu acho que ele não é de todo o pior para falar de forma diplomática, sabe?
11:35Eu acho que ele tem, assim, um poder de agregar.
11:38E essa é a minha opinião.
11:39Eu vejo assim como isso.
11:40E vi ali que ele foi bem prudente na hora dele falar.
11:43E aqui eu quero dizer, né?
11:44Trazer algumas falas dele.
11:45Quando ele fala que o Brasil, né?
11:47Ele está esperando que se de fato tiver alguma coisa que prejudique o Brasil, ele vai aplicar
11:54reciprocidade, mas com parcimônia, porque ele vai negociar.
11:57Então, ele bateu e assoprou, né?
12:00Na fala dele.
12:00Ele fala que diante desse cavalo de pau na ordem global.
12:04Ele usou essa palavra por aspas aqui, né?
12:05Ele dá um cavalo global.
12:07Eu até concordo, porque parece, né?
12:09Que vai e tira e não sabe para onde está indo diante desse cenário instável.
12:15E aí o presidente fala que vai ter negociação.
12:17Mas aqui uma coisa que eu achei também interessante ele dizer, Koba, foi que ele pediu para os países
12:23latino-americanos que eles tivessem uma integração, porque na verdade nós somos fortes.
12:28Ele não quis dizer que o Brasil, o Brasil é forte.
12:31E aí, em razão dessa integração, pedindo união, né?
12:35Para poder mostrar a força, ele disse, olha, nós vamos fazer a reciprocidade desde que
12:39não mexam tanto conosco, mas a gente também vai negociar.
12:42Então, ele deu um tapinha e assoprou e com isso foi, de alguma forma, premiado.
12:47E ele falou desse, usou essa expressão, cavalo de pau, quando ele, antes ele explica que
12:53os Estados Unidos, economicamente, não é um carrinho pequeno, é um navio extremamente
12:58carregado, muito grande, que para ter qualquer mudança de direção é preciso um tempo, né,
13:05Mônica?
13:06Não é assim do dia para a noite, não é num cavalo de pau, como ele disse lá.
13:10Mas eu quero voltar para a parte que você discorda.
13:12Vamos lá.
13:13Vamos inaugurar um debate nesse programa.
13:15Primeiro, eu discordo da doutora Priscila de que ele tem a prudência e diplomacia em
13:21suas falas.
13:22Vejo raríssimas ocasiões...
13:24Eu não falei que ele tem, eu falei que ele teve nessa.
13:26Então, nessa, quem escreveu o discurso dele, parabéns a quem escreveu o discurso, mostrou,
13:31sim, nessa situação o Brasil está mostrando prudência, até porque seria uma burrice,
13:35sendo que a gente ficou na linha dos 10%, que é a linha mínima para todo mundo, sendo
13:39que vai sobrar produto para a gente, vai sobrar comprador para a gente, seria uma burrice
13:43a gente querer entrar numa briga onde a gente não está perdendo nada que os outros não
13:47estejam perdendo.
13:49Agora, vou discordar frontalmente do discurso de que na guerra comercial não há vencedor.
13:54Assim como em qualquer guerra, todo mundo perde, há mortos, feridos e perdas, todo mundo
14:00perde, mas há sempre um vencedor, ainda mais nesse caso em que está se disputando mercados
14:04e mercados internacionais, claro que alguém vai vencer.
14:07É uma corrida econômica para ver qual país vai ter mais desenvolvimento, para ver qual
14:11país vai sair com mais possibilidades de fazer mais trocas, mais vendas.
14:17Então, certamente alguém vai ser vencedor e aí é que ele foi inteligente e disse, vamos
14:22montar aqui o nosso bloco, porque nesse bloco o Brasil é muito grande e pode se alavancar
14:27mais ainda para se colocar com força nessa nova ordem de comércio mundial.
14:32Mas, ah, claro que existe, não é uma guerra onde todo mundo perde, alguém vai ganhar
14:35dinheiro.
14:36Então, já vamos inaugurar aqui a nossa rodada de apostas aqui.
14:38Quem é que vai sair ganhando nessa guerra comercial?
14:40Vai lá.
14:41Agora a China.
14:42A China sai ganhando.
14:43Para mim, a China sai ganhando agora e no longuíssimo prazo os Estados Unidos, porque
14:47vai conseguir, de alguma forma, se reestruturar e voltar para esse jogo, porque se ele deixasse
14:54do jeito que estava, ele estava indo para um lugar muito ruim, ele tem que voltar uns 20
14:57anos para trás e reconstruir os Estados Unidos.
15:00De imediato a China, então.
15:01E você, Priscila, qual que é a sua aposta?
15:02Sim, a China é forte e eu acho que ela está apostando todas as fichas, ela nem sequer
15:08recuou, Coba, nesse momento importante onde todos recuaram com um pouco de medo, penso
15:13eu, enfim, com cautela, com prudência, seja o nome que seja dado aí.
15:18Eu acho que ela vai com todas as fichas, não vai recuar, essa é a minha opinião.
15:22Inclusive, ela vai com as fichas sul-coreanas e ela vai com as fichas japonesas, gente,
15:26são fichas gigantescas, olha o bloco que eles formaram ali.
15:30É, tanto que me esclareçam que os especialistas, nessa semana a gente teve o Japão vendendo
15:35títulos da dívida, não é?
15:36Que significa uma perda de confiança na economia americana, não é isso?
15:41O Japão perdendo a sua confiança?
15:43Explica aí, Rodrigo.
15:45Bom, muito bem.
15:46Eu tive a oportunidade de trabalhar com orientais, e orientais pensam muito diferente dos ocidentais.
15:54Sabe como é que os orientais enxergam essa atitude do Trump?
15:58Somente como um presidente que tem mais três anos e meio de mandato.
16:02Os orientais enxergam tudo a longo prazo.
16:04Então, quando você tem um grande player no mundo, que é um grande jogador, como os
16:12Estados Unidos, que é importante, sim, para o mundo.
16:15Os Estados Unidos é importante, a economia americana é importante por quê?
16:18Porque é grande consumidor de todos os países.
16:21Os Estados Unidos é muito importador.
16:23Então, o que que acontece?
16:25Quando você tem um player que não te passa segurança nas negociações, não te dá previsibilidade,
16:33e deixa você, sem saber, com aquele nevoeiro, nos seus planejamentos, no planejamento de
16:39economia nacional, das empresas, isso faz com que o Trump, ele vai acelerar uma reorganização.
16:48Uma reorganização do comércio mundial.
16:50Infelizmente, eu não desejo mal para os Estados Unidos, nem mal para a China, mas
16:55olhando de forma correta e equilibrada, assim como a gente ensina, até mesmo dentro da
17:01universidade, Kobayashi, a gente não é partidário, mas a gente mostra os dois lados da moeda,
17:07que quando você toma uma decisão, existe um certo contraponto, existe o outro lado da
17:12sua decisão.
17:13E aí, como diz aquele ditado, cada escolha, uma renúncia.
17:17Então, assim, o Trump está acelerando e vai acelerar esse novo comércio global, e
17:24olha, eu acredito que ele está jogando o mundo no colo da China, a China pode sair
17:29ganhando.
17:29Então, você concorda aqui com as meninas de que quem ganha e quem perde na guerra, você
17:33apostaria que a China sai ganhando?
17:35Eu acredito que a China, sim.
17:36Eu também.
17:36Será que a gente tem uma opinião divergente ou vai ser unânime aqui?
17:39Eu concordo, a China olha muito mais o longo prazo.
17:44Se você pegar a história da China, o que era a China na década de 80?
17:48Que a China hoje, a mudança estrutural que a China teve foi algo impressionante.
17:55Tanto aspectos socioeconômicos, a pobreza que diminuiu significativamente, por exemplo,
18:00como a sua capacidade de primeiro exportar produtos é de menor intensidade tecnológica,
18:05e depois, hoje, ela é um player gigantesco global, produzindo e vendendo produtos de
18:15baixa intensidade tecnológica a produtos de elevadíssima intensidade tecnológica.
18:20Isso foi fruto de um planejamento.
18:22Se você pega os indicadores socioeconômicos da China, ao longo dessas décadas, melhoraram
18:26significativamente.
18:28E o que a China tem feito?
18:30Não só ela tem se colocado para ampliar o comércio com outros países, já procurando
18:37diálogo com outros países para fortalecer o seu lado do comércio exterior, as suas
18:41exportações, mas ela já anunciou que para sustentar o seu objetivo de crescimento econômico
18:49de 5% em 2025, é que ela vai fazer um impulso ao mercado interno, por meio de um impulso
18:59fiscal.
19:00Então, ela já está anunciando que pretende fazer um déficit fiscal de 4% do PIB para
19:07ampliar o seu mercado interno.
19:09isso para contrabalancear o peso das suas exportações, que é o seu principal motor para vários setores
19:19da sua economia, mas também fortalecendo o seu mercado interno, e concordo com o Rodrigo,
19:25numa perspectiva de que ela está olhando aí três anos e que nesse período ela vai se
19:31fortalecer muito no seu posicionamento internacional estratégico.
19:35A gente precisa lembrar que a China já está vencendo a guerra, nós já estamos numa
19:41curva, se você olhar os gráficos, de como está crescendo a economia chinesa e como está
19:46crescendo a economia americana, você já vê que é uma guerra, que hoje não é uma
19:51guerra, hoje existe uma estabilidade, ou existia até alguns dias atrás, mas a China já estava
19:57mais acelerada, já estava ameaçando a hegemonia americana no mundo, então é muito fácil
20:02nós quatro apostarmos isso, porque se a China já estava com melhores condições, agora
20:06que isso aconteceu.
20:07E qual é o problema dos Estados Unidos?
20:08O Rodrigo disse muito bem, como é um país importador, é um país que imprime moeda,
20:13é um país que é dono da moeda de troca internacional, quem não se lembra quando começou aquela
20:18conversa de que os BRICS iam ter uma moeda própria, iam sair do dólar, o piti que o Trump
20:22já deu.
20:23Porque para ele, e eu falei aqui no Linha de Frente, que ali era o início do declínio do
20:28Império Americano, que ali marcava que, assim, os Estados Unidos iam ter que fazer
20:32alguma coisa, porque estava começando um processo de declínio da hegemonia americana,
20:37até agora eu vejo que está se acelerando.
20:39Era um país importador, era muito fácil existir o dinheiro, eles compravam tudo.
20:43A indústria americana ficou preguiçosa, foi ficando mole, foi ficando ineficiente, tudo
20:47isso precisa ser revertido, porque senão a China ia dar um baile.