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00:00:00Linha de Frente
00:00:30Linha de Frente
00:01:00Mas o Ministério do Comércio da China afirmou que pretende lutar até o fim e que a guerra comercial terminará em fracasso para os Estados Unidos.
00:01:10Vamos começar essa rodada aqui com os nossos economistas?
00:01:14Rodrigo, quero começar com você pedindo um panorama geral, dar uma explicação sobre o que é essa guerra comercial.
00:01:22Começou com o Donald Trump mesmo? É ele o principal responsável por essa treta generalizada entre as taxações, retaliações, reações mundo afora? Bem-vindo.
00:01:32Bom, fazendo um panorama geral, Kobayashi, o que que acontece, né?
00:01:37Essa questão da guerra tarifária, da guerra comercial, ela tem início não agora só, mas ela começou desde o primeiro mandato do Donald Trump.
00:01:47Por quê? Porque os Estados Unidos, ele tem um percentual que ele cobra dos países, tá? Uma regra de tarifas.
00:01:55E os países também cobram dos Estados Unidos de acordo com as suas exportações e importações.
00:02:00Só que existe um desequilíbrio nessas cobranças, tanto da parte dos Estados Unidos, como da parte dos países que compram ou que vendem para os Estados Unidos.
00:02:10Então, o que que isso significa? Tem gerado um grande desequilíbrio na balança comercial americana.
00:02:17E aí, o presidente Donald Trump, o que que ele tem que fazer, né? Tem buscado a fazer?
00:02:23É querer equilibrar esse déficit comercial buscando tarifar, em maior parte, os países que os Estados Unidos vendem ou compram.
00:02:32E isso tem causado um grande problema na economia como um todo, né? Principalmente para os países.
00:02:37Quero também a sua opinião, André Paiva Ramos, também economista.
00:02:42Hoje, a gente, vocês viram aqui que a gente está recheado de especialistas sobre essa questão.
00:02:47Porque, se engana quem pensa que essa guerra comercial, principalmente entre Estados Unidos e China, não afeta o brasileiro.
00:02:54Afeta, né?
00:02:55Tem impacto direto aqui para o cidadão brasileiro, para o trabalhador, principalmente?
00:02:59Tem, tem um impacto muito grande, acho que para o mundo inteiro, né? Para todos os países.
00:03:04O que a gente verifica é que não só as medidas estão sendo colocadas, mas a forma como elas estão sendo apresentadas tem gerado um grande grau de incerteza.
00:03:14E hoje, na economia, o que que a gente tem?
00:03:16Uma inter-relação muito grande entre mercados financeiros e economia real, né?
00:03:21Então, no mercado financeiro, o que a gente tem visto aí, né?
00:03:25Oscilações muito grandes nas bolsas de valores e também nas cotações das principais moedas, né?
00:03:33E, na esfera produtiva, as tomadas de decisões que as empresas têm, em termos produtivos, elas demandam um tempo para poderem serem feitas.
00:03:44Então, tem gerado um grau de incerteza muito grande para que as empresas consigam aí entender o que está acontecendo e como que elas vão se colocar.
00:03:52Então, em um cenário, né?
00:03:53É, trazendo para os brasileiros.
00:03:57Acho que um dos principais impactos que a gente já pode trazer, além da incerteza e dessa deterioração das expectativas para as empresas, em termos de realização de investimentos,
00:04:07o impacto aí, uma projeção de impacto para a nossa inflação, né?
00:04:10Então, uma desvalorização da taxa de câmbio que já vem ocorrendo vai ter um impacto aí, direto aí nos preços aos consumidores.
00:04:21Ô, Mônica Rosenberg, e a questão política envolvendo aí a figura do Trump?
00:04:26Porque isso parece, parece, pode gerar uma grande onda de impopularidade também, né?
00:04:33Porque o resultado imediato, me corrija se eu estiver errado, é a inflação nos Estados Unidos, é falta de acesso a produtos nos Estados Unidos, né?
00:04:39É a dificuldade de um país que se formou pela, justamente pela globalização e cresceu em cima disso,
00:04:47é dificuldade de acesso a materiais básicos, a muitos dos produtos que hoje são importados, principalmente da China e da Ásia, para os Estados Unidos,
00:04:58e isso vai começar a gerar uma insatisfação na população.
00:05:01Explica.
00:05:01Pois é, Koba, muito bom estar aqui com vocês todos, com você que nos acompanha aqui na Jovem Pan,
00:05:07mas é importante entender o contexto, o que está acontecendo hoje nos Estados Unidos.
00:05:11Não está uma maravilha a economia lá, eles já estão preocupados, a alta da inflação já foi o que fez com que o Biden não conseguisse eleger a Câmara,
00:05:19o Trump entra nessa narrativa de que ele vem para reconstruir a América, para reindustrializar, ele tem um problema de preços muito altos lá,
00:05:29então a impopularidade consequente desse aperto que o americano certamente vai sentir, vai ser contrabalanceada por essa história toda
00:05:39de que ele está fazendo isso para lutar pela indústria americana, então sim, certamente ele vai ter uma dor do americano,
00:05:48que se a inflação crescer ou se vier uma recessão, porque agora depende de como o Banco Central dele vai reagir,
00:05:54o que eles vão fazer com os juros, para saber o tamanho da dor que o americano vai sentir,
00:05:58de qualquer jeito, essa narrativa de que ele está fazendo isso pelo americano, pela indústria americana,
00:06:04continua funcionando, e aí a gente tem que ver o que vai ser o passo seguinte,
00:06:08porque essa briga com a China, até onde isso vai escalonar, até onde isso vai crescer,
00:06:12e para onde isso vai levar os Estados Unidos?
00:06:14É capaz que ele esteja dando um passo atrás para dar dois à frente, e se for isso, o americano vai ficar bem feliz.
00:06:20Priscila Silveira, minha amiga, como eu advogada também, assim como a Mônica,
00:06:24qual a sua visão sobre isso tudo?
00:06:26Porque o Donald Trump parece ser um jogador, ele é de fato alguém que vem desse mercado,
00:06:32da iniciativa privada, tem esse estilo de negociação, de fazer apostas, de trocar,
00:06:39inclusive ele usa muito esse tipo de linguagem, de ter ou não ter as cartas, enfim,
00:06:43e você acha que ele está blefando em algum momento, ou o Trump pode levar até as últimas consequências?
00:06:51Olá, Koba, meus colegas aqui da bancada, toda a nossa audiência, satisfação estar com vocês.
00:06:56Koba, ele já fez isso, salvo o melhor juízo, no ano de 2018, com essas questões de colocar uma questão mais aguerrida,
00:07:04e depois tirar um pouco o pé, a gente observa que ele tem aí o mesmo modus operandi,
00:07:09então eu não acho que é bem um blefe, mas também não deixa de ser um blefe,
00:07:13eu acho que é uma forma dele trazer de novo, ou tentar trazer novamente, o poder econômico,
00:07:18a importância que os Estados Unidos teve e tem na questão global,
00:07:22então ele faz isso não só para poder voltar à relevância, segundo ele, dos Estados Unidos,
00:07:27mas ele entende que há uma questão deficitária também, num desequilíbrio fiscal,
00:07:32então ele coloca isso para poder, como se ele estivesse trucando mesmo,
00:07:37mas a gente observa que quando ele coloca, por exemplo, valoração, tarifas, porcentagens em determinados países,
00:07:45ele tira um pouco o pé, ele vai colocando, hora sobe, hora desce,
00:07:48eu vejo o Trump como um jogador mesmo, eu vejo um jogo, e aí ele tira, e ele é muito inteligente,
00:07:55a gente não pode deixar de levar em consideração que ele é realmente inteligente,
00:08:00mas eu não sei se neste momento, a forma como ele tem feito para incentivar a produção doméstica,
00:08:04dos produtos internos, elevar o nome dos Estados Unidos,
00:08:08se está sendo realmente a melhor cartada, a melhor jogada a ser feita,
00:08:13porque ele está mexendo, como a gente tem observado, com uma outra potência,
00:08:16os Estados Unidos tinham uma potência muito grandiosa mesmo,
00:08:19a gente vê que perde espaço, talvez seja isso a vontade do Trump,
00:08:22devolver aquela relevância mundial dos Estados Unidos,
00:08:26e só que ele está mexendo nesse meio tempo com a China,
00:08:29que hoje, na minha opinião, é uma grande potência, talvez a maior que a gente tem mundial.
00:08:34Pediu, Mônica.
00:08:34É que em relação a essa questão do blefe, claro que a gente já viu que é blefe,
00:08:38porque ele já foi, já voltou mais de uma vez, então ele fala,
00:08:41vou taxar tanto e volta para trás, e esse vai e vem é típico de quem realmente está tentando ver até onde dá para ir.
00:08:48Mas tem um jornalista americano do New York Times, que se chama Ezra Klein,
00:08:51que fez uma análise que eu acho muito válida, quando o Trump fez aquele discurso para o Congresso americano,
00:08:57o Ezra falou, ele está medindo lealdade, ele quer ver quem está com ele e até onde quem está com ele vai,
00:09:04porque ele está falando umas coisas tão radicais, e tem gente ainda batendo palma,
00:09:08e esse é o jeito que ele está separando, quem continua batendo palma para ele,
00:09:12agora, no Tarifácio Mais ainda, as pessoas que continuam lá batendo palma,
00:09:15ele sabe que são as pessoas absolutamente leais,
00:09:18e acho que é mais nesse sentido que ele está testando o limite da lealdade a ele,
00:09:23do que realmente o blefe do jogo.
00:09:25O blefe a gente está vendo que está lá, mas tem alguma coisa por trás,
00:09:28porque o Trump não dá pontos sem nó, a Priscila falou bem, ele é muito inteligente,
00:09:31mas ele também é muito doido, com todo o respeito ao presidente dos Estados Unidos,
00:09:35ele é capaz de coisas que a maioria das pessoas não faz,
00:09:38ele vai em lugares onde os outros não vão,
00:09:39e ele está um pouco vendo até onde vai a lealdade do americano que está com ele.
00:09:43Rodrigo, agora eu quero entender do outro lado, dessa queda de braço, desse cabo de guerra,
00:09:51porque do outro lado, principalmente China e União Europeia, estão intensificando esta guerra,
00:09:58eles têm mantido ali retaliações em algum nível,
00:10:02não vem de ameaças, enfim, de medidas,
00:10:06até onde vai também o poder da União Europeia,
00:10:09e principalmente o poder da China de estabelecer tensão nesse relacionamento com os Estados Unidos.
00:10:15Muito bem, Kubayashi, eu concordo aqui com algumas colocações dos nossos colegas,
00:10:19e assim, o Donald Trump, ele tem uma experiência de empresário,
00:10:24mas ele não conhece a China.
00:10:27A China tem 5 mil anos,
00:10:29Donald Trump é empresário há 40 anos,
00:10:31e a China, ela é paciente,
00:10:33na busca pelos seus planos,
00:10:36e a China tem um plano de desenvolvimento econômico
00:10:40que foi feito de 2020 a 2050.
00:10:43Então, como bem disse aqui a Mônica,
00:10:47o Trump está esticando a corda
00:10:50para poder testar, ver quem está do seu lado e quem não está.
00:10:54Mas só que este não é o caminho que esse mundo, hoje em dia, ele precisa.
00:10:59O mundo hoje precisa de relações diplomáticas equilibradas e de apoio mútuo.
00:11:06Por quê?
00:11:07Depois da pandemia, e principalmente depois desses conflitos,
00:11:11que a gente vê em toda essa questão geopolítica,
00:11:13até mesmo na questão da Rússia,
00:11:15mexeu muito nas cadeias produtivas,
00:11:18desequilibrou.
00:11:20Hoje você tem insumos e produtos
00:11:23que às vezes você só tem um fornecedor no mundo,
00:11:25ou dois, no máximo.
00:11:26Isso desequilibrou totalmente os preços.
00:11:28E a inflação, e fez o quê?
00:11:30Que a inflação subisse em todos os países.
00:11:33Então, o que acontece?
00:11:34Não só a China, mas a União Europeia,
00:11:37eles vão se organizar.
00:11:39Os países vão se reorganizar,
00:11:41porque é impossível você seguir
00:11:43numa parceria com um país
00:11:46onde ele taxa demasiadamente,
00:11:49porque isso vai gerar inflação interna
00:11:52para cada um desses países.
00:11:53E assim, Donald Trump tem todos os seus méritos,
00:11:56mas eu acredito que ele é um jogador
00:12:00que eu acho que ele não está no lugar certo.
00:12:02Eu acho que a política você tem que deixar para os políticos
00:12:04e os empresários ficarem com as empresas.
00:12:07Qual é a grande diferença que você enxerga
00:12:08nesse método empresarial
00:12:11sendo utilizado na política
00:12:12e principalmente na presidência dos Estados Unidos?
00:12:15O André.
00:12:16Eu complementaria o que o Rodrigo trouxe
00:12:19numa questão que, principalmente da década de 90,
00:12:23você tem um processo de globalização.
00:12:25Então, as empresas, principalmente as empresas norte-americanas,
00:12:28passaram a operar sob uma lógica global
00:12:33e não sob uma lógica de um país só.
00:12:37Então, como o Rodrigo colocou,
00:12:39é grande parte de partes, peças e componentes
00:12:42que as empresas norte-americanas
00:12:44e todas as empresas, principalmente as transnacionais,
00:12:47as empresas multinacionais,
00:12:48passaram a adquirir,
00:12:51são compradas de vários países,
00:12:53são produzidas em vários países diferentes
00:12:54e são montadas, geralmente,
00:12:58muito próximo ao país que vai ser comercializado.
00:13:02Então, quando o Trump,
00:13:03ele cria esse nível de incerteza
00:13:07e aumenta sobremaneira as tarifas,
00:13:09ele não só está esticando a corda com os outros países
00:13:13e confrontando a maior parte dos países,
00:13:17principalmente uma grande potência como a China,
00:13:19que hoje é o principal país que opera no comércio internacional,
00:13:24mas também ele está impactando as empresas norte-americanas.
00:13:29É porque as empresas norte-americanas,
00:13:31elas importam e produzem partes, peças e componentes
00:13:34em vários países do mundo,
00:13:36principalmente na China, que é um grande parceiro.
00:13:38Então, isso vai encarecer sobremaneira,
00:13:41vai encarecer muito a aquisição
00:13:44desses componentes que são utilizados
00:13:48e que as empresas vão ter que repassar para preço,
00:13:51ao consumidor final,
00:13:53e muitas vezes, se subir muito o preço,
00:13:56não só a inflação vai aumentar,
00:13:58como os juros nos Estados Unidos podem ser pressionados,
00:14:01como pode diminuir a capacidade de consumo
00:14:04de itens aí, bens que os americanos entendem como essenciais.
00:14:10Então, é uma jogada que, ao não entender a lógica global,
00:14:14ao não considerar toda essa lógica global,
00:14:17acaba impactando muito o próprio país dele.
00:14:21Agora, eu quero entender o seguinte,
00:14:23alguns especialistas têm dito que,
00:14:24a partir dessa guerra toda formada,
00:14:27teremos oportunidades para o Brasil.
00:14:29Vocês enxergam assim também?
00:14:30Vamos começar com o Rodrigo?
00:14:32Porque, se alguns mercados se inviabilizam,
00:14:36outras portas se abrem.
00:14:39Enfim, quem vende precisa vender para algum lugar,
00:14:41quem compra precisa comprar de algum lugar também.
00:14:44E se as relações vão se estremecendo,
00:14:46se dificultando,
00:14:47quem compra de um lugar passa a comprar do outro,
00:14:49quem vende para um lugar passa a vender para o outro.
00:14:50Tem oportunidade sendo gerada para o Brasil nessa guerra toda?
00:14:54Como é que vocês veem?
00:14:55Vamos lá.
00:14:56Vamos lá, como eu acho.
00:14:57Tem sim.
00:14:58É um grande momento, até mesmo para o Brasil,
00:15:00para o Brasil, poder fazer a lição de casa,
00:15:02de começar a criar muito mais laços de comércio internacional,
00:15:07principalmente com a Ásia, com a China e com a União Europeia,
00:15:10para que esse acordo, de fato, a gente consiga concluir.
00:15:14E aí, todos os países, diante desse cenário,
00:15:18o que acontece?
00:15:18Vão também começar a se organizar.
00:15:20Já tem países falando que vai montar comitês
00:15:23para poder ir na Organização Mundial do Comércio,
00:15:26buscar reclamar sobre essa postura do Donald Trump.
00:15:29O Brasil também aqui, já tem aqui pelo Itamaraty,
00:15:33pelo Ministério do Comércio Exterior,
00:15:36tentando buscar também estudar quais são os impactos
00:15:40que nós teremos e como nós podemos abrir novos mercados.
00:15:43Porque, veja só,
00:15:44é importante a economia dos Estados Unidos para o mundo?
00:15:47É, a população americana, os Estados Unidos,
00:15:50eles são grandes consumidores de produtos no mundo inteiro.
00:15:54Renda per capita altíssima.
00:15:56Se os Estados Unidos param de consumir,
00:15:58a segunda, a terceira, a quarta, até a sétima economia,
00:16:01entra em frangalhos se os americanos deixam de consumir.
00:16:05E não é isso que o mundo quer.
00:16:07O que o mundo quer é equilíbrio.
00:16:08Só que o Donald Trump, ele com essa questão das tarifas,
00:16:14para poder colocar a casa em ordem, financeiramente falando,
00:16:18eu acho que esse caminho acaba sendo um tiro no pé e não é legal.
00:16:21Mas eu vejo oportunidade para o Brasil,
00:16:24principalmente em aumentar até mesmo o comércio com a China.
00:16:27E diante disso, a China vai inundar o mundo com seus produtos.
00:16:31Você concorda, André?
00:16:32É, concordo.
00:16:33Eu acho que a China já tem, analisado,
00:16:36já tem tido conversas com vários países
00:16:38para estreitar laços comerciais
00:16:43com muitos desses países que estão se sentindo muito insatisfeitos
00:16:47com essa postura norte-americana.
00:16:49Os Estados Unidos é a principal potência.
00:16:52Para o Brasil, é o segundo maior parceiro comercial brasileiro.
00:16:57Principalmente tem segmentos que são muito...
00:16:59Os Estados Unidos têm uma relevância muito grande,
00:17:02como o aço, como o petróleo, como aviões, por exemplo.
00:17:08Então, são setores que tendem a ser mais impactados,
00:17:11mas, por um outro lado, tem outros setores
00:17:14que tendem a conseguir estreitar mais os laços com a China,
00:17:18principalmente em outros países,
00:17:19como, por exemplo, o complexo agromineral.
00:17:22Então, agropecuária, indústria extrativa,
00:17:25tende a ter um potencial reposicionamento
00:17:30e exportar mais para a China.
00:17:32Mas, também, por outro lado,
00:17:34a China que exporta para o Brasil
00:17:37produtos manufatorados e da indústria de transformação,
00:17:41aí vai buscar vender muito mais para o Brasil
00:17:45e para os outros países,
00:17:47porque vai diminuir a relevância dos Estados Unidos
00:17:51no comércio dela.
00:17:52E aí, como é que fica, então, Mônica Rosenberg,
00:17:54a situação dos Estados Unidos
00:17:55nessa situação em que parceiros,
00:17:57que hoje são parceiros dos Estados Unidos,
00:17:59começam a intensificar suas relações com a China,
00:18:02que é o principal opositor ali,
00:18:04principal adversária na briga pela liderança mundial,
00:18:09principalmente da economia.
00:18:12Como é que você vê?
00:18:13Cobas, a China não só é o principal opositor,
00:18:16mas a China também é o maior credor dos Estados Unidos.
00:18:20E isso é um ponto importantíssimo.
00:18:22Porque o que acontece?
00:18:23Hoje nós temos Estados Unidos,
00:18:24primeira economia do mundo,
00:18:25China, segunda, as duas disputando.
00:18:28Eu tenho uma teoria muito diferente
00:18:30de tudo que eu tenho ouvido dos economistas por aí,
00:18:32advogada se metendo a ter teoria econômica.
00:18:34Mas a minha teoria é o seguinte,
00:18:36que ele está vendo que a situação está caótica,
00:18:39ele está vendo,
00:18:40o Trump está vendo que os Estados Unidos estão endividados,
00:18:42está num caminho que não vai dar bom,
00:18:44não tem como ele ganhar essa disputa com a China,
00:18:47que é mais eficiente, que é mais produtiva,
00:18:49que é tecnologicamente muito superior.
00:18:51Então, o que ele está vendo?
00:18:53Que em algum tempo X, que nós não sabemos qual é,
00:18:56fatalmente os Estados Unidos vão perder essa disputa.
00:18:59E o que eu acho que ele está fazendo hoje?
00:19:01O Rodrigo falou muito bem,
00:19:03arrumar a casa.
00:19:04Ele entendeu que ele precisa arrumar a casa,
00:19:05e é mais fácil ele começar a arrumar a casa agora,
00:19:08do que ele esperar ter mais dívida,
00:19:10ter mais uma situação muito pior economicamente.
00:19:13e nós sabemos que arrumar a casa é sempre doloroso para o cidadão.
00:19:17A gente está vendo o que está acontecendo na Argentina,
00:19:19como está doendo no argentino.
00:19:21Ele sabe que o americano vai sofrer,
00:19:23vai ter um custo em todos os sentidos para o povo americano.
00:19:27Minha opinião é que ele está se posicionando de uma forma
00:19:31que ele possa, politicamente e não economicamente,
00:19:34não porque não tem dinheiro,
00:19:35mas porque ele vai dizer para a China,
00:19:37olha, a gente aumentou, vocês aumentaram a tarifa,
00:19:39chegou num limite que não tem mais condições,
00:19:41e ele está se preparando para dar um calote na China,
00:19:44segurar esse dinheiro,
00:19:45anota aí, você já vem para depois me mandar um ADE.
00:19:48Isso vai continuar.
00:19:48Vão te cobrar, hein, Mônica?
00:19:50É a minha hipótese.
00:19:52Aposta.
00:19:53Minha aposta.
00:19:54Um calote na China,
00:19:55botar tudo, segurar,
00:19:57isso que ele está fazendo,
00:19:59já começa a reindustrializar os Estados Unidos,
00:20:01vai dar dois passos para trás,
00:20:03vai doer, vai ser difícil,
00:20:04mas permite aos Estados Unidos,
00:20:06num prazo menor,
00:20:08se reerguer, se reconstruir
00:20:09e voltar para essa disputa,
00:20:11porque ele vai esperando até quebrar efetivamente,
00:20:14para você entender,
00:20:15é como uma família,
00:20:16onde a família gasta muito mais do que recebe,
00:20:19está endividada, endividada,
00:20:20devendo dinheiro para o mercado da esquina,
00:20:22que o dono é um chinês,
00:20:23e ele sabe que ele não vai poder pagar aquele chinês.
00:20:26O que ele tem que fazer?
00:20:27Ele vai lá e vai arrumar uma briga,
00:20:29e vai dizer,
00:20:29eu não vou mais te pagar,
00:20:30porque você estacionou seu carro na porta da minha casa,
00:20:32então eu não pago mais o que eu te devo.
00:20:34E com isso ele se reconstrói ali,
00:20:36e depois vai voltar a fazer as pazes,
00:20:37e vai voltar ao comércio,
00:20:39porque é assim que as coisas vão funcionar.
00:20:41Ele já conseguiu o grande milagre
00:20:42de reunir inimigos históricos,
00:20:45a China, a Coreia do Sul e o Japão,
00:20:48num bloco econômico,
00:20:51e isso aí, gente,
00:20:52o desdobramento não tem como ser outro.
00:20:54Então, anota aí,
00:20:55essa é a minha teoria.
00:20:56Não tem nada que una mais um ao outro
00:20:58do que um inimigo comum,
00:21:00não é verdade, Priscila Silveira?
00:21:01Você quer unir duas pessoas,
00:21:03você coloca um inimigo comum para elas duas,
00:21:05que elas se unem,
00:21:06como um irmão siamês.
00:21:07Fala aí, Priscila,
00:21:08para fechar essa pergunta.
00:21:09Só fazendo aqui uma ponderação,
00:21:11quando você perguntou se o Brasil vai sofrer,
00:21:13a gente observa,
00:21:13tem visto aí vários economistas dizerem
00:21:15que a gente está diante de uma possível
00:21:17recessão em relação à inflação,
00:21:21as coisas subirem,
00:21:22e eu queria aqui ponderar
00:21:23que o Brasil não bateu de frente,
00:21:26de frente mesmo,
00:21:27com esse tarifácio colocado.
00:21:29Inclusive, o presidente Lula pediu,
00:21:31segundo o ministro da Fazenda,
00:21:32pediu cautela,
00:21:33isso pediu para o ministro da Fazenda,
00:21:35segundo Haddad,
00:21:37mas nos discursos públicos aí recentemente
00:21:39foi um pouco mais incisivo, né?
00:21:40Sim, eu achei que no início
00:21:42ele queria também fazer igual o Trump.
00:21:44Eu penso que o Trump,
00:21:45ele tem tido essa conduta agressiva
00:21:47para tentar, de fato,
00:21:48mostrar a força que os Estados Unidos têm,
00:21:50não deixa de ter, enfim,
00:21:51mas eu percebi que o Brasil
00:21:52quis bater de frente,
00:21:54tirou um pouquinho o pé
00:21:55e acabou que,
00:21:56percebi que vários economistas,
00:21:58o Rodrigo e o André,
00:21:59que me corrigem se eu estiver errado,
00:22:01comemoraram o fato do Brasil
00:22:02não ter elevado, eventualmente,
00:22:04a tarifa,
00:22:05porque acaba sendo o que a Mônica disse aqui, né?
00:22:08Não bateu de frente,
00:22:09ficou quietinho,
00:22:10e aí acabou,
00:22:11eu vou falar a palavra,
00:22:12se dando bem, né?
00:22:13No final das contas,
00:22:14porque quem não fez isso
00:22:15foi tido,
00:22:17como a Mônica aqui colocou,
00:22:18como um inimigo, não é?
00:22:19E acabou sendo prejudicado,
00:22:21como foi o caso da China.
00:22:22Então, o Brasil,
00:22:23eu acho que é uma oportunidade
00:22:25dele ter outras relações
00:22:26com outros países
00:22:26que, eventualmente,
00:22:27ele não tinha anteriormente.
00:22:29Quando a gente está no pior,
00:22:30a gente tem que se valer
00:22:32para poder tentar achar saída,
00:22:34eu acho que o Brasil vai fazer isso.
00:22:36Mas, pelo fato do Brasil
00:22:37não ter sofrido tanto,
00:22:38não quer dizer que nós não vamos sofrer.
00:22:40A gente tem visto
00:22:41que tem nos atingido,
00:22:43com relação à inflação, enfim.
00:22:45Mas eu acho que, nesse ponto,
00:22:47o Brasil mandou muito bem
00:22:48ficar mais quietinho,
00:22:50não bater de frente.
00:22:52Não estou dizendo que o Brasil
00:22:53não deva fazer isso,
00:22:55eu não estou falando que o Brasil
00:22:55tem que ficar parado, quieto,
00:22:57mas eu acho que uma reaçãozinha pequena,
00:22:59na medida do possível,
00:23:02fez bem para o Brasil.
00:23:03Olha só,
00:23:03e a disputa tarifária
00:23:05entre os Estados Unidos
00:23:06e países que foram afetados
00:23:07pelo tarifácio do presidente Donald Trump
00:23:09causou uma forte oscilação
00:23:12no mercado financeiro global.
00:23:14À medida em que o presidente americano
00:23:15anuncia mais tarifas,
00:23:17as bolsas pelo mundo
00:23:18sofrem forte queda.
00:23:20Nessa semana,
00:23:21Trump chegou a anunciar
00:23:22que as taxas voltariam
00:23:23para 10% universais,
00:23:25com exceção da China.
00:23:27O mercado reagiu novamente,
00:23:28dessa vez,
00:23:29as principais bolsas
00:23:30voltaram a operar em alta.
00:23:33Ou seja,
00:23:34agora eu quero começar com você,
00:23:35André.
00:23:36Cada passo dessa novela
00:23:38mexe com o gráfico das bolsas,
00:23:40mundo afora,
00:23:41principalmente lá nos Estados Unidos.
00:23:44Inicialmente,
00:23:45com uma queda baixíssima.
00:23:47Todo mundo meio receoso.
00:23:48Como é que você projeta agora
00:23:50as próximas cenas
00:23:51dessa novela?
00:23:53Eu acho que tem um aspecto
00:23:54até dialogando um pouco
00:23:56com o que a Mônica trouxe
00:23:57sobre isso.
00:23:58Que, de fato,
00:23:58a China é o principal,
00:24:00é o país que tem
00:24:01as maiores reservas
00:24:02internacionais do mundo.
00:24:033,2 trilhões de dólares.
00:24:06Grande parte dessas reservas
00:24:07estão aplicadas
00:24:08em títulos do tesouro americano.
00:24:12Então, a China,
00:24:13ela acaba tendo um poder
00:24:14muito grande
00:24:15como a principal credora
00:24:16dos Estados Unidos.
00:24:19E um dos pontos
00:24:20que tem sido colocado,
00:24:22que fez o Trump recuar,
00:24:25dar esses 90 dias
00:24:27e reduzir as tarifas
00:24:28para 10%,
00:24:29foi uma venda maciça
00:24:30de títulos norte-americanos.
00:24:33Isso assustou,
00:24:35ao longo dessa semana,
00:24:36o governo norte-americano.
00:24:39Então, fez com que
00:24:40os Estados Unidos
00:24:41recuassem.
00:24:42Então, isso mostra
00:24:43como que as duas economias,
00:24:45não só comercialmente,
00:24:46mas também no mercado financeiro,
00:24:48no âmbito financeiro,
00:24:49são imbricadas.
00:24:51Elas são muito interrelacionadas.
00:24:53E no mercado financeiro,
00:24:54os Estados Unidos,
00:24:55internacionalmente,
00:24:57tem um poder,
00:24:59tem uma relevância muito grande.
00:25:01Então, tudo o que acontece
00:25:02nos Estados Unidos
00:25:03acaba repercutindo
00:25:06nas bolsas dos demais países
00:25:10e na oscilação,
00:25:12e na volatilidade
00:25:13da taxa de câmbio
00:25:14das principais moedas,
00:25:16inclusive a do real.
00:25:20Então, esse é um aspecto
00:25:22muito importante
00:25:23de se trazer.
00:25:27Então, ao longo dessa semana,
00:25:29a gente viu essa oscilação
00:25:30e nos Estados Unidos,
00:25:31muito disso tem vindo
00:25:32por conta de que
00:25:34os principais operadores
00:25:35do mercado financeiro
00:25:36não estão conseguindo
00:25:37mensurar,
00:25:39entender qual vai ser
00:25:40o impacto para as empresas.
00:25:42Impacto para o lucro,
00:25:43para o desempenho
00:25:44econômico financeiro.
00:25:45Isso tem feito
00:25:46um comportamento
00:25:48de aversão ao risco
00:25:49e que é muito comum
00:25:51em momentos
00:25:51de grande incerteza
00:25:53e que afetam
00:25:54a precificação,
00:25:55afetam negativamente
00:25:56a precificação
00:25:57de ativos financeiros
00:25:58e a cotação
00:26:00dessas moedas.
00:26:00Acrescentar algo aí,
00:26:02Rodrigo, para a gente?
00:26:03Sim, Kobayashi.
00:26:04Assim, eu concordo
00:26:05com o André
00:26:06e também a Priscila
00:26:08fez um comentário
00:26:09muito bom
00:26:09que é sobre esse equilíbrio,
00:26:11sabe, entre o comércio
00:26:12e todo tal
00:26:13e os impactos
00:26:14para o país.
00:26:15O mercado financeiro,
00:26:16Kobayashi,
00:26:17o que ele precisa?
00:26:19Ele precisa de estabilidade,
00:26:21de previsibilidade
00:26:22para ele poder performar bem
00:26:25e os investidores,
00:26:26eles, ainda que tenham
00:26:28os especuladores,
00:26:29tudo, mas boa parte
00:26:30dos investidores
00:26:31no mundo afora
00:26:32são investidores
00:26:33que poupam
00:26:34seus recursos
00:26:35para poder obter
00:26:36os lá na frente
00:26:37com os seus rendimentos.
00:26:38E o mercado financeiro,
00:26:39ele ainda vai continuar
00:26:41ou em queda,
00:26:42ou estagnado,
00:26:43ou andando de lado
00:26:44enquanto a gente
00:26:45não tiver um humor
00:26:47melhor de mercado,
00:26:49principalmente nessa questão
00:26:50dessa guerra tarifária.
00:26:51Quando essa guerra tarifária
00:26:52se acalmar um pouco mais,
00:26:55que os países
00:26:55entrarem em acordo,
00:26:56que os Estados Unidos
00:26:57reverem a sua posição,
00:26:59assim como a China,
00:27:00e o comércio
00:27:01começar a ter
00:27:02um diálogo melhor,
00:27:04um pouco mais decente,
00:27:06aí a gente vai ver
00:27:06o mercado financeiro
00:27:07Kobayashi começar
00:27:08a se recuperar.
00:27:09Fala, Mônica.
00:27:10Vale lembrar que a Bolsa,
00:27:12ela é um termômetro,
00:27:13ela mede reação,
00:27:15ela mede o que o mercado
00:27:17está sentindo,
00:27:18ela não opera,
00:27:19a gente viu aí
00:27:20quando o dólar
00:27:20estava em alta,
00:27:21o pessoal dizendo
00:27:21isso é a Faria Lima
00:27:23fazendo,
00:27:24ou agora a imprensa americana
00:27:25estava falando que
00:27:26as bolsas americanas
00:27:27isso é Wall Street
00:27:28derrubando,
00:27:29não gente,
00:27:30as bolsas reagem
00:27:32conforme o que
00:27:33o empresariado,
00:27:35conforme o que
00:27:35o mercado está sentindo,
00:27:36e o mercado
00:27:36não é um ente autônomo
00:27:38que está lá
00:27:39para sacanear,
00:27:39o mercado o que ele quer,
00:27:41exatamente o que você falou,
00:27:42previsibilidade
00:27:43e estabilidade,
00:27:44se a bolsa reagiu mal
00:27:45é porque o mercado
00:27:46não sentiu
00:27:47o que ele precisava sentir.
00:27:48Fala, fecha, Pri.
00:27:49Sim, a gente tem
00:27:49incerteza global,
00:27:50mas só que,
00:27:51você sabe que eu vejo
00:27:51um cenário não tão ruim,
00:27:53eu não sou, né,
00:27:54assim, economista,
00:27:55mas o que eu vejo
00:27:55é que a gente tem
00:27:57um alívio
00:27:57por uma penalização
00:27:58pequena
00:27:59dentre outros países
00:28:00que forem de 10%,
00:28:02e esses produtos
00:28:03que são exportados,
00:28:04que a gente exporta,
00:28:05por exemplo,
00:28:06para os Estados Unidos,
00:28:06ou produtos que são exportados
00:28:07como, por exemplo,
00:28:08produtos agrícolas,
00:28:09petróleo,
00:28:10eu acho que a gente vai
00:28:10até ter uma certa
00:28:12competitividade
00:28:13nessa briga
00:28:15até se acertar,
00:28:16eu vejo isso,
00:28:17não estou falando
00:28:17que é um cenário
00:28:18maravilhoso,
00:28:19mas dentro do cenário
00:28:20ruim que nós
00:28:21estamos observando,
00:28:22o fato do Brasil
00:28:23ter sido recebido
00:28:24uma porcentagem
00:28:26de 10%,
00:28:27vai fazer com que ele
00:28:27tenha competitividade
00:28:29nos produtos
00:28:30em que ele possa
00:28:30então exportar,
00:28:31então a gente
00:28:32tem que aguardar
00:28:33e as cenas,
00:28:33porque como bem
00:28:34colocou aqui o Kobo,
00:28:35uma hora fala uma coisa,
00:28:36uma hora fala outra,
00:28:37isso mexe com
00:28:38o mundo todo,
00:28:40mas eu vejo
00:28:41uma certa positividade
00:28:43com relação
00:28:43aos produtos
00:28:44que nós exportamos
00:28:45e espero que
00:28:46isso não nos afete
00:28:48tanto quanto
00:28:49a gente tem aí
00:28:50visto que poderá
00:28:51realmente afetar.
00:28:53A gente falou
00:28:54há pouco
00:28:54do que tinha
00:28:55dito o ministro
00:28:56da Fazenda,
00:28:57falou isso
00:28:57na quinta-feira,
00:28:58mas no dia anterior
00:29:00praticamente o presidente
00:29:01Lula fez críticas,
00:29:03ou seja,
00:29:03em um dia ele faz
00:29:04críticas públicas,
00:29:05no outro dia ele pede
00:29:06para o ministro
00:29:07tratar com responsabilidade,
00:29:10com cautela,
00:29:11em seu discurso
00:29:13a lideranças
00:29:14da América Latina
00:29:16e do Caribe
00:29:16durante cúpula
00:29:17da CELAC
00:29:18em Honduras,
00:29:19o presidente Lula
00:29:20afirmou que
00:29:21as tarifas arbitrárias
00:29:23desestabilizam
00:29:24a economia internacional
00:29:26e pediu que
00:29:27diante das disputas
00:29:28por antigas hegemonias,
00:29:30as nações
00:29:31sul-americanas
00:29:32e caribenhas
00:29:33tenham mais união.
00:29:35Lula afirmou ainda
00:29:36que guerras comerciais
00:29:38não têm vencedores,
00:29:39destacando que aí,
00:29:41como você vê
00:29:41nas imagens,
00:29:42um discurso
00:29:43escrito
00:29:44pela equipe econômica,
00:29:46pelo Itamaraty,
00:29:47enfim.
00:29:49Que bom, ótimo.
00:29:49É o jeito mais seguro
00:29:52de um discurso
00:29:53internacional
00:29:54a respeito do tema,
00:29:55né, Mônica?
00:29:56Exatamente,
00:29:57porque o dano oral,
00:29:58quando ele fala
00:29:59algumas coisas
00:30:00e tem previsto...
00:30:00Dano oral?
00:30:01Essa é nova, hein?
00:30:01Dano oral.
00:30:02Tá certo.
00:30:03O presidente anterior
00:30:04já tinha e que bom
00:30:06que ele está lendo,
00:30:07é bom para o Brasil.
00:30:08Fala,
00:30:09como você enxerga,
00:30:11qual é o impacto
00:30:12de um discurso
00:30:12como esse
00:30:13para outros líderes, né?
00:30:14Porque a CELAC,
00:30:15são mais de 30 países,
00:30:16se eu não me engano,
00:30:17que compõem ali
00:30:18o grupo,
00:30:20o bloco.
00:30:20Isso mesmo.
00:30:21O presidente Lula,
00:30:22a gente tem que entender
00:30:23que ele é uma figura política
00:30:25e ele precisa dialogar
00:30:28com os seus eleitores.
00:30:29Ora,
00:30:30eleitores que são mais
00:30:31partidários dele, né?
00:30:33Que são mais ali
00:30:34afetivos ali
00:30:35à sua política econômica,
00:30:37outros não.
00:30:38Mas ele precisa,
00:30:39ora,
00:30:39fazer uma comunicação
00:30:40de uma forma,
00:30:41ora, de outra.
00:30:42Isso é política,
00:30:43só que nos bastidores,
00:30:45né?
00:30:45Nos bastidores,
00:30:46vai se dando
00:30:47às ordens,
00:30:48ou para o Ministério
00:30:48da Fazenda,
00:30:49ou para o Ministério
00:30:50das Indústrias.
00:30:51E o que acontece?
00:30:52Essa tarifa,
00:30:53esse problema tarifário,
00:30:55ele realmente é um problema,
00:30:57desequilibra as economias,
00:30:59tá?
00:30:59Prejudica o mercado financeiro
00:31:01e prejudicando,
00:31:03essa guerra tarifária,
00:31:04prejudicando de toda essa forma,
00:31:06principalmente os consumidores,
00:31:08o que que isso acontece?
00:31:09As empresas acabam
00:31:10perdendo o faturamento,
00:31:12os produtos ficam mais caros,
00:31:14tá?
00:31:14As empresas perderam o faturamento,
00:31:16gera-se desemprego,
00:31:18tá?
00:31:18E a população sofre
00:31:20com desemprego
00:31:21e também com inflação.
00:31:23Então,
00:31:24o que que eu vejo?
00:31:24Eu vejo que é uma boa oportunidade
00:31:26para o Brasil
00:31:28fazer o seu comércio,
00:31:29buscar parcerias.
00:31:31Gente,
00:31:31a gente tem que entender
00:31:32que é o seguinte,
00:31:34a China,
00:31:35usando o exemplo da China,
00:31:36a China,
00:31:37ela quer fazer comércio
00:31:38com o resto do mundo.
00:31:39Ela não quer impor nada,
00:31:40ela não quer impor o modelo dela,
00:31:42ela não quer impor,
00:31:44sei lá,
00:31:44o programa político e social dela,
00:31:47ela quer fazer comércio
00:31:48com o mundo inteiro.
00:31:49Ela está investindo na África,
00:31:51está investindo na América do Sul,
00:31:53claro que nenhum país
00:31:54é bonzinho,
00:31:56nem nada é dado de graça,
00:31:58tá?
00:31:58Não existe almoço grátis,
00:32:00mas o Brasil também precisa
00:32:01se organizar,
00:32:03organizar a casa interna,
00:32:05tá?
00:32:05Buscar, sim,
00:32:06a sua industrialização,
00:32:07que hoje a nossa indústria
00:32:08é muito pequena,
00:32:10a participação do PIB
00:32:10é muito baixa,
00:32:12pra quê?
00:32:12Pra que a gente não dependa
00:32:13tanto de produtos importados
00:32:15e a nossa inflação
00:32:16vai lá em cima,
00:32:17por quê?
00:32:18Porque a gente depende de dólar
00:32:19e pra ter dólar
00:32:20pra também poder comprar
00:32:21os produtos.
00:32:22Fala você também, André.
00:32:24É, o que é importante
00:32:26entender que a gente está
00:32:28diante de uma nova
00:32:29reorganização aí
00:32:31internacional,
00:32:32tanto comercial
00:32:33como geopolítica,
00:32:34né?
00:32:34Então a gente está vivendo
00:32:35um período aí
00:32:37que os principais países
00:32:39estão dialogando
00:32:40de como que eles vão
00:32:41se colocar diante
00:32:44de toda essa escalada aí
00:32:46dessa guerra comercial,
00:32:48desse protecionismo
00:32:48dos Estados Unidos.
00:32:51E é muito importante
00:32:53entender
00:32:53que a forma
00:32:54como foi definida
00:32:56as tarifas,
00:32:57né?
00:32:57Foi uma fórmula
00:32:58que foi apresentada,
00:33:00que é uma fórmula
00:33:00que muitos têm chamado
00:33:01aí de uma forma
00:33:02de padaria, né?
00:33:03e que acaba penalizando
00:33:05demais os países,
00:33:07as menores economias
00:33:09que comercializam
00:33:10com os Estados Unidos,
00:33:11né?
00:33:11Então os países mais pobres
00:33:12acabam sendo muito
00:33:14impactados.
00:33:15Então quando a gente vê
00:33:16grandes economias
00:33:19como a economia brasileira,
00:33:20né?
00:33:20Se colocando
00:33:21diante de outros países
00:33:23pra incentivar
00:33:26uma abertura
00:33:27de diálogo,
00:33:28uma maior abertura
00:33:30comercial
00:33:30entre esses países,
00:33:32a gente é um passo
00:33:33que eu entendo
00:33:35que vai ser fortalecido
00:33:37em várias regiões.
00:33:38Então com a União Europeia,
00:33:40com os países asiáticos,
00:33:41com a América Latina,
00:33:43né?
00:33:43Então uma nova organização
00:33:46internacional e produtiva
00:33:49tem acontecido
00:33:50e vai ser fortalecida.
00:33:54E vale só ressaltar
00:33:56que isso já vinha acontecendo
00:33:57desde a pandemia.
00:33:58Então essa lógica
00:34:00de globalização
00:34:01daquelas empresas
00:34:02que operavam
00:34:03com os estoques,
00:34:04chamados Just-in-Time,
00:34:06por exemplo,
00:34:06já começaram a priorizar
00:34:07a produção mais próxima,
00:34:10independente dos custos,
00:34:11mais próxima
00:34:11do seu mercado consumidor.
00:34:14Porque as empresas
00:34:15começaram a entender
00:34:15que o insumo
00:34:18ou as partes
00:34:19para esses componentes
00:34:20mais caros
00:34:22são quando você
00:34:22não tem acesso
00:34:23a esses insumos.
00:34:26É mais caro
00:34:26você não ter
00:34:27para você ofertar
00:34:27do que você pagar
00:34:28mais caro
00:34:29na sua produção.
00:34:30Então isso já
00:34:31vinha acontecendo
00:34:32dentro das empresas,
00:34:34das grandes empresas,
00:34:35repensar essa lógica
00:34:36de cadeias globais
00:34:37de valor.
00:34:38E agora,
00:34:39com essa nova
00:34:40reorganização geopolítica,
00:34:43isso tende a se intensificar,
00:34:44tanto no âmbito
00:34:45diplomático
00:34:46entre os países,
00:34:47como também
00:34:47no âmbito produtivo
00:34:49entre as empresas.
00:34:50Pri.
00:34:51Eu vou concordar
00:34:52aqui com a Mônica.
00:34:53Mônica quer falar?
00:34:53É dano oral, né?
00:34:54É dano oral.
00:34:55Eu achei que o presidente
00:34:56foi bem prudente,
00:34:58exerceu a diplomacia,
00:35:00como ele é bem dele mesmo.
00:35:01É claro que às vezes
00:35:02dá umas falhadas.
00:35:03A Mônica discordou.
00:35:04É, não.
00:35:05Só que o senhor percebe
00:35:06que às vezes é prudente.
00:35:0835 minutos
00:35:09para a gente ter
00:35:09a primeira discordância
00:35:10nessa mesa, hein?
00:35:11Eu não acho
00:35:12que ele é totalmente fora.
00:35:13Eu acho que ele é
00:35:14bem político,
00:35:15eu acho mesmo.
00:35:16Ele tem um poder
00:35:17de persuasão
00:35:18bem grande.
00:35:18Eu não vou...
00:35:19Assim, claro,
00:35:20eu estou aqui
00:35:21para discordar.
00:35:21Fique tranquilo com isso, Mônica.
00:35:23Mas eu acho que ele não é de todo
00:35:25o pior para falar
00:35:26de forma diplomática, sabe?
00:35:28Eu acho que ele tem, assim,
00:35:29um poder de agregar,
00:35:31e essa é a minha opinião,
00:35:32eu vejo assim como isso.
00:35:33E vi ali que ele foi
00:35:34bem prudente
00:35:35na hora dele falar.
00:35:36E aqui eu quero dizer, né,
00:35:37trazer algumas falas dele
00:35:38quando ele fala que
00:35:39o Brasil, né,
00:35:40ele está esperando
00:35:42que se de fato
00:35:44tiver alguma coisa
00:35:45que prejudique o Brasil,
00:35:46ele vai aplicar
00:35:47reciprocidade,
00:35:48mas com parcimônia,
00:35:49porque ele vai negociar.
00:35:50Então, ele bateu
00:35:52e assoprou, né,
00:35:53na fala dele.
00:35:53Aí ele fala que
00:35:54diante desse cavalo de pau
00:35:56na ordem global,
00:35:57ele usou essa palavra
00:35:58por aspas aqui, né,
00:35:59ele dá um cavalo global
00:36:00e eu até concordo
00:36:01porque parece, né,
00:36:03que vai e tira
00:36:04e não sabe
00:36:04para onde está indo
00:36:05diante desse cenário
00:36:07instável.
00:36:08E aí o presidente fala
00:36:09que vai ter negociação,
00:36:11mas aqui uma coisa
00:36:11que eu achei também
00:36:13interessante ele dizer,
00:36:14Koba,
00:36:14foi que ele pediu
00:36:16para os países latino-americanos
00:36:17que eles tivessem
00:36:18uma integração,
00:36:19porque, na verdade,
00:36:20nós somos fortes.
00:36:21Ele não quis dizer
00:36:23que o Brasil,
00:36:23o Brasil é forte.
00:36:25E aí, em razão
00:36:25dessa integração,
00:36:26pedindo união, né,
00:36:28para poder mostrar a força,
00:36:29ele disse, olha,
00:36:30nós vamos fazer
00:36:31a reciprocidade
00:36:32desde que não mexam
00:36:33tanto conosco,
00:36:34mas a gente também
00:36:35vai negociar.
00:36:35Então, ele deu um tapinha
00:36:37e assoprou
00:36:37e com isso, né,
00:36:39foi de alguma forma
00:36:40premiado.
00:36:40E ele falou desse,
00:36:42usou essa expressão,
00:36:43cavalo de pau,
00:36:44quando ele,
00:36:45antes ele explica
00:36:46que os Estados Unidos,
00:36:47economicamente,
00:36:48não é um carrinho pequeno,
00:36:50é um navio
00:36:51extremamente carregado,
00:36:53muito grande,
00:36:54que para ter
00:36:55qualquer mudança
00:36:55de direção
00:36:56é preciso
00:36:57um tempo, né,
00:36:59Mônica?
00:36:59Não é assim
00:36:59do dia para a noite,
00:37:00não é num cavalo de pau,
00:37:02como ele disse lá.
00:37:03Mas eu quero voltar
00:37:04para a parte
00:37:04que você discorda.
00:37:05Vamos lá.
00:37:06Vamos inaugurar
00:37:07um debate
00:37:07nesse programa.
00:37:08Primeiro,
00:37:08eu discordo
00:37:09da doutora Priscila
00:37:10de que ele é uma,
00:37:11ele tem a prudência
00:37:12e diplomacia
00:37:14em suas falas.
00:37:15vejo raríssimas ocasiões.
00:37:17Eu não falei que ele tem,
00:37:18eu falei que ele teve nessa.
00:37:19Então, nessa,
00:37:20quem escreveu o discurso dele,
00:37:22parabéns a quem escreveu o discurso,
00:37:23mostrou, sim,
00:37:24nessa situação,
00:37:25o Brasil está mostrando prudência,
00:37:27até porque seria uma burrice,
00:37:28sendo que a gente ficou
00:37:29na linha dos 10%,
00:37:30que é a linha mínima
00:37:31para todo mundo,
00:37:32sendo que vai sobrar
00:37:33produto para a gente,
00:37:34vai sobrar comprador
00:37:35para a gente,
00:37:36seria uma burrice
00:37:36a gente querer entrar
00:37:37numa briga
00:37:38onde a gente não está perdendo
00:37:39nada que os outros
00:37:40não estejam perdendo.
00:37:42Agora,
00:37:42vou discordar frontalmente
00:37:44do discurso
00:37:45de que na guerra comercial
00:37:46não há vencedor.
00:37:47Assim como em qualquer guerra,
00:37:49todo mundo perde,
00:37:50há mortos,
00:37:51feridos e perdas,
00:37:52todo mundo perde,
00:37:53mas há sempre um vencedor,
00:37:55ainda mais nesse caso
00:37:55em que está se disputando
00:37:56mercados e mercados internacionais,
00:37:58claro que alguém vai vencer.
00:38:00É uma corrida econômica
00:38:01para ver qual país
00:38:02vai ter mais desenvolvimento,
00:38:04para ver qual país
00:38:05vai sair com mais possibilidades
00:38:07de fazer mais trocas,
00:38:09mais vendas.
00:38:10Então, certamente,
00:38:11alguém vai ser vencedor
00:38:12e aí é que ele foi inteligente
00:38:15e disse,
00:38:15vamos montar aqui
00:38:15o nosso bloco,
00:38:16porque nesse bloco
00:38:17o Brasil é muito grande
00:38:19e pode se alavancar mais ainda
00:38:21para se colocar com força
00:38:22nessa nova ordem
00:38:24de comércio mundial.
00:38:25Mas,
00:38:26claro que existe,
00:38:27não é uma guerra
00:38:27onde todo mundo perde,
00:38:28alguém vai ganhar dinheiro.
00:38:29Então,
00:38:29já vamos inaugurar
00:38:30aqui nossa rodada
00:38:30de apostas aqui.
00:38:31Quem é que vai sair ganhando
00:38:32nessa guerra comercial?
00:38:34Vai lá.
00:38:34A China.
00:38:34Agora a China.
00:38:35A China sai ganhando.
00:38:36Para mim,
00:38:37a China sai ganhando agora
00:38:38e no longuíssimo prazo
00:38:39os Estados Unidos
00:38:40porque vai conseguir
00:38:41de alguma forma
00:38:42se reestruturar
00:38:44e voltar para esse jogo
00:38:45porque se ele deixasse
00:38:47do jeito que estava,
00:38:48ele estava assim,
00:38:49estava indo para um lugar
00:38:49muito ruim.
00:38:50Ele tem que voltar
00:38:50uns 20 anos para trás
00:38:51e reconstruir os Estados Unidos.
00:38:53De imediato a China,
00:38:54então.
00:38:54E você, Priscila,
00:38:55qual que é a sua aposta?
00:38:56A China é forte
00:38:57e eu acho que ela está
00:38:59postando todas as fichas.
00:39:00Ela nem sequer recuou,
00:39:02Coba,
00:39:03nesse momento importante
00:39:04onde todos recuaram
00:39:05com um pouco de medo,
00:39:06penso eu,
00:39:07enfim, né?
00:39:08Com cautela,
00:39:09com prudência,
00:39:09seja o nome que seja dado aí.
00:39:11Eu acho que ela vai
00:39:12com todas as fichas,
00:39:13não vai recuar.
00:39:14Essa é a minha opinião.
00:39:15Inclusive,
00:39:16ela vai com as fichas sul-coreanas
00:39:18e ela vai com as fichas japonesas.
00:39:19Gente,
00:39:19são fichas gigantescas.
00:39:21Olha o bloco
00:39:21que eles formaram ali.
00:39:23É,
00:39:23tanto que me esclareçam
00:39:24que os especialistas,
00:39:26nessa semana a gente teve
00:39:27o Japão vendendo
00:39:28títulos da dívida,
00:39:29não é?
00:39:30Que significa uma perda
00:39:31de confiança
00:39:31na economia americana.
00:39:33Não é isso?
00:39:34O Japão perdendo
00:39:35a sua confiança?
00:39:36Explica aí,
00:39:37Rodrigo.
00:39:38Bom,
00:39:39muito bem.
00:39:39Eu tive a oportunidade
00:39:41de trabalhar com orientais
00:39:42e orientais pensam
00:39:44muito diferente
00:39:45dos ocidentais.
00:39:47Sabe como é que os orientais
00:39:48enxergam essa atitude
00:39:50do Trump?
00:39:51Somente como um presidente
00:39:52que tem mais três anos
00:39:53e meio de mandato.
00:39:54os orientais
00:39:56enxergam tudo
00:39:56a longo prazo.
00:39:58Então,
00:39:59quando você tem
00:40:02um grande player
00:40:03no mundo,
00:40:04que é um grande jogador,
00:40:05como os Estados Unidos,
00:40:06que é importante,
00:40:07sim,
00:40:07para o mundo.
00:40:08Os Estados Unidos
00:40:09é importante,
00:40:09a economia americana
00:40:10é importante por quê?
00:40:11Porque é grande consumidor
00:40:13de todos os países.
00:40:14Os Estados Unidos
00:40:15é muito importador.
00:40:16Então,
00:40:17o que acontece?
00:40:18Quando você tem um player
00:40:19que não te passa
00:40:21segurança
00:40:22nas negociações,
00:40:24não te dá previsibilidade
00:40:25e deixa você
00:40:27sem saber
00:40:28com aquele nevoeiro
00:40:30nos seus planejamentos,
00:40:32no planejamento de economia
00:40:33nacional,
00:40:34das empresas,
00:40:36isso faz com que
00:40:37o Trump
00:40:38ele vai acelerar
00:40:39uma reorganização,
00:40:41uma reorganização
00:40:42do comércio mundial.
00:40:43infelizmente,
00:40:45eu não desejo mal
00:40:46para os Estados Unidos
00:40:46nem mal para a China,
00:40:47mas olhando
00:40:48de forma correta
00:40:51e equilibrada,
00:40:52assim como a gente ensina,
00:40:53até mesmo dentro
00:40:54da universidade,
00:40:55Kobayashi,
00:40:56a gente não é partidário,
00:40:57mas a gente mostra
00:40:58os dois lados
00:40:59da moeda,
00:41:00que quando você
00:41:00toma uma decisão
00:41:01existe um certo
00:41:03contraponto,
00:41:04existe o outro lado
00:41:05da sua decisão.
00:41:07E aí,
00:41:07como diz aquele ditado,
00:41:08cada escolha
00:41:09uma renúncia.
00:41:10Então, assim,
00:41:12o Trump
00:41:12está acelerando
00:41:14e vai acelerar
00:41:15esse novo comércio global
00:41:17e olha,
00:41:18eu acredito
00:41:19que ele está jogando
00:41:19o mundo
00:41:20no colo da China.
00:41:21A China pode sair ganhando.
00:41:22Então, você concorda
00:41:23aqui com as meninas
00:41:24de que quem ganha
00:41:25e quem perde na guerra,
00:41:26você apostaria
00:41:27que a China sai ganhando?
00:41:28Eu acredito
00:41:28que a China, sim.
00:41:29Será que a gente
00:41:30tem uma opinião divergente
00:41:31ou vai ser unânime?
00:41:32A China também.
00:41:33Eu concordo,
00:41:35a China olha
00:41:36muito mais o longo prazo.
00:41:37Se você pegar
00:41:37a história da China,
00:41:39o que era a China
00:41:40na década de 80,
00:41:41que a China hoje,
00:41:42a mudança estrutural
00:41:45que a China teve
00:41:45foi algo impressionante.
00:41:48Tanto aspectos
00:41:49socioeconômicos,
00:41:51então a pobreza
00:41:51que diminuiu
00:41:52significativamente,
00:41:53por exemplo,
00:41:54como a sua capacidade
00:41:55de primeiro exportar
00:41:56produtos
00:41:56de menor intensidade
00:41:58tecnológica
00:41:59e depois,
00:42:00hoje,
00:42:00ela é
00:42:01um player
00:42:03gigantesco
00:42:04global
00:42:04produzindo e vendendo
00:42:07produtos
00:42:08de baixa intensidade
00:42:09tecnológica
00:42:10produtos de elevadíssima
00:42:11intensidade tecnológica.
00:42:13Isso foi fruto
00:42:14de um planejamento.
00:42:15Se você pega
00:42:15os indicadores
00:42:16socioeconômicos da China
00:42:17ao longo dessas décadas,
00:42:19melhoraram significativamente.
00:42:22E o que a China tem feito?
00:42:23Não só ela tem se colocado
00:42:25para ampliar o comércio
00:42:27com outros países,
00:42:28já procurando diálogo
00:42:30com outros países
00:42:31para fortalecer
00:42:32o seu lado
00:42:33do comércio exterior,
00:42:34as suas exportações,
00:42:35mais
00:42:36ela já anunciou
00:42:37que para sustentar
00:42:39o seu objetivo
00:42:41de crescimento
00:42:41econômico
00:42:42de 5%
00:42:43em 2025,
00:42:46é que ela
00:42:47vai fazer
00:42:48um impulso
00:42:49ao mercado
00:42:50interno
00:42:51por meio
00:42:51de um impulso fiscal.
00:42:53Então,
00:42:53ela já está
00:42:54anunciando
00:42:55que pretende
00:42:55fazer um déficit
00:42:56fiscal
00:42:57de 4%
00:42:59do PIB
00:43:00para ampliar
00:43:01o seu mercado
00:43:01interno.
00:43:02isso para contrabalancear
00:43:04o peso
00:43:05das suas exportações,
00:43:07que é o seu
00:43:07principal motor
00:43:08para vários
00:43:10setores
00:43:12da sua economia,
00:43:13mas também
00:43:14fortalecendo
00:43:15o seu mercado
00:43:15interno
00:43:16e concordo
00:43:18com o Rodrigo
00:43:18numa perspectiva
00:43:19de que ela está
00:43:20olhando aí
00:43:21três anos
00:43:21e que
00:43:22nesse período
00:43:23ela vai se fortalecer
00:43:25muito
00:43:26no seu posicionamento
00:43:27internacional
00:43:28estratégico.
00:43:29Fala, Mônica.
00:43:30A gente precisa lembrar
00:43:31que a China
00:43:32já está vencendo
00:43:33a guerra.
00:43:34Nós já estamos
00:43:34numa curva,
00:43:35se você olhar
00:43:36os gráficos
00:43:36de como está
00:43:37crescendo a economia
00:43:38chinesa
00:43:39e como está
00:43:39crescendo a economia
00:43:40americana,
00:43:41você já vê
00:43:42que é uma guerra
00:43:43que hoje
00:43:44não é uma guerra,
00:43:45hoje existe uma
00:43:45estabilidade
00:43:46ou existia
00:43:47até alguns dias
00:43:48atrás,
00:43:49mas a China
00:43:49já estava
00:43:50mais acelerada,
00:43:51já estava ameaçando
00:43:52a hegemonia americana
00:43:53no mundo.
00:43:54Então,
00:43:54é muito fácil
00:43:55nós quatro
00:43:55apostarmos isso
00:43:56porque se a China
00:43:57já estava com melhores
00:43:58condições,
00:43:59agora que isso aconteceu.
00:44:00E qual é o problema
00:44:01dos Estados Unidos?
00:44:01O Rodrigo disse
00:44:02muito bem,
00:44:03como é um país
00:44:04importador,
00:44:05é um país que imprime
00:44:06moeda,
00:44:06é um país que é dono
00:44:07da moeda de troca
00:44:08internacional,
00:44:09quem não se lembra
00:44:10quando começou
00:44:11aquela conversa
00:44:11de que os BRICS
00:44:12iam ter uma moeda
00:44:13própria,
00:44:13iam sair do dólar,
00:44:14o PT que o Trump
00:44:15já deu,
00:44:16porque para ele,
00:44:17e eu falei aqui
00:44:18no Linha de Frente,
00:44:19que ali era o início
00:44:20do declínio do
00:44:21Império Americano,
00:44:22que ali marcava
00:44:23que, assim,
00:44:24os Estados Unidos
00:44:24iam ter que fazer
00:44:25alguma coisa
00:44:26porque estava
00:44:26começando um processo
00:44:28de declínio
00:44:29da hegemonia americana,
00:44:30até agora eu vejo
00:44:31que está se acelerando,
00:44:32era um país importador,
00:44:33era muito fácil
00:44:34assistir o dinheiro,
00:44:35eles compravam tudo,
00:44:36a indústria americana
00:44:37ficou preguiçosa,
00:44:38foi ficando mole,
00:44:39foi ficando ineficiente,
00:44:40tudo isso precisa
00:44:41ser revertido,
00:44:42porque senão a China
00:44:42ia dar um baile.
00:44:44Olha só, meus amigos,
00:44:45trazendo mais para o quintal
00:44:46de casa,
00:44:47o ministro do
00:44:48Desenvolvimento Agrário,
00:44:49Paulo Teixeira,
00:44:50afirmou que as medidas
00:44:51adotadas pelo presidente
00:44:53dos Estados Unidos,
00:44:54Donald Trump,
00:44:55podem ter impacto direto
00:44:56nos preços dos alimentos
00:44:58no Brasil.
00:44:59Segundo ele,
00:45:00a nova política tarifária
00:45:01tende a provocar
00:45:02uma valorização do dólar,
00:45:04o que encarece
00:45:05produtos importados
00:45:06e pressiona a inflação.
00:45:09Quem concorda
00:45:09com o ministro aqui?
00:45:10Vocês acham que vai ter
00:45:11uma valorização do dólar
00:45:12ou desvalorização?
00:45:13E aí, vamos lá, André.
00:45:14Eu só queria complementar
00:45:16antes de entrar nesse tema.
00:45:17A China também entende
00:45:19que reindustrializar
00:45:20qualquer país
00:45:21não é de uma hora
00:45:22para a outra.
00:45:22Então, diferente
00:45:23do que a gente viu
00:45:23no mercado financeiro,
00:45:25que de uma hora
00:45:25para a outra
00:45:26você tem alteração
00:45:27nas posições
00:45:28de uma forma muito rápida
00:45:30e até internacionalmente
00:45:31tirar dinheiro
00:45:31de um país
00:45:32e levar para o outro,
00:45:33na lógica produtiva
00:45:35demanda um tempo.
00:45:36Então, grande parte
00:45:37das empresas americanas
00:45:39estão na China.
00:45:40Então, tirar essas empresas
00:45:42de lá
00:45:42para produzir
00:45:43nos Estados Unidos
00:45:44ou produzir
00:45:44em qualquer outro país
00:45:45leva tempo.
00:45:46Não é de um dia
00:45:47para o outro
00:45:47e possivelmente
00:45:48não é em três anos
00:45:49que você muda
00:45:50toda essa lógica.
00:45:52Eu concordo
00:45:53com o ministro
00:45:53Paulo Teixeira
00:45:54porque grande parte
00:45:56da...
00:45:58os principais produtos
00:45:59que a gente tem visto hoje
00:46:00que estão pressionando
00:46:01a inflação doméstica
00:46:02de alimentos,
00:46:02a inflação de alimentos,
00:46:03são produtos
00:46:04que têm uma relação
00:46:05muito forte
00:46:05ou com a
00:46:07cotação internacional
00:46:09das commodities.
00:46:10Então, por exemplo,
00:46:11café,
00:46:12carne,
00:46:13por exemplo,
00:46:15soja,
00:46:16ou são produtos
00:46:18que também,
00:46:19mesmo que não tenha
00:46:20a sua cotação
00:46:21diretamente relacionada,
00:46:23também estão atreladas
00:46:24ao dólar.
00:46:24Como, por exemplo,
00:46:25a gente vê
00:46:26o azeite,
00:46:28um exemplo
00:46:29que impacta
00:46:30significativamente.
00:46:32Então, hoje,
00:46:33muitos desses produtos
00:46:35com essa mudança
00:46:37internacional,
00:46:38os preços internacionais
00:46:39dessas commodities
00:46:40tendem a ser impactados,
00:46:42então, já afeta
00:46:44na cotação internacional
00:46:45e um dólar
00:46:46que tende a manter
00:46:47uma volatilidade,
00:46:49se tende a se manter
00:46:50mais desvalorizado,
00:46:51o real tende a se manter
00:46:53mais desvalorizado,
00:46:55o preço doméstico
00:46:56desses produtos
00:46:57acabam sendo mais elevados
00:46:59para o consumidor final.
00:47:02Então, a pressão
00:47:03de alimentos
00:47:05tende a permanecer.
00:47:07Isso traz
00:47:08alguns pontos
00:47:10muito importantes
00:47:10da gente pensar.
00:47:12Um,
00:47:12a importância
00:47:13da gente pensar
00:47:14políticas
00:47:14para incentivar
00:47:16a produção doméstica.
00:47:18Então, o Brasil
00:47:19é um país
00:47:19muito forte
00:47:21no seu complexo
00:47:21agroexportador,
00:47:22então, grandes
00:47:23fazendas,
00:47:25grandes estruturas
00:47:26focadas para exportação
00:47:28de monocultura,
00:47:29por exemplo,
00:47:30mas o nosso consumo
00:47:31doméstico depende
00:47:33de forma determinante
00:47:35da produção
00:47:36da agricultura familiar,
00:47:38que sofre
00:47:39com várias questões,
00:47:41como, por exemplo,
00:47:41crédito muito caro
00:47:43e restrito,
00:47:44e também tem sofrido
00:47:45muito com as questões
00:47:47da emergência climática,
00:47:48que são medidas aí,
00:47:51são questões que têm
00:47:52que ser tratadas
00:47:52com urgência
00:47:53para melhorar
00:47:54o lado da oferta
00:47:55e, assim,
00:47:56conseguir trazer
00:47:58produtos de qualidade
00:47:59a um preço mais acessível
00:48:01para a mesa
00:48:01dos brasileiros.
00:48:03Rodrigo, quero saber,
00:48:05papo reto aqui,
00:48:06diante dessa guerra comercial,
00:48:08os alimentos do Brasil
00:48:09vão ficar ainda mais caros?
00:48:11É isso?
00:48:12O que está prevendo
00:48:12o ministro
00:48:13e você concorda?
00:48:15O que precisa ser feito
00:48:15para isso não acontecer?
00:48:16Bom, muito bem,
00:48:17realmente ficará mais caro,
00:48:20principalmente por quê?
00:48:21Porque a nossa moeda
00:48:22é uma moeda muito fraca,
00:48:23sabe?
00:48:24O real, ele é muito
00:48:25desvalorizado
00:48:26e se essa guerra comercial,
00:48:29tarifária,
00:48:30continuar como está
00:48:31e a moeda americana
00:48:33continuar a subir,
00:48:35isso significa
00:48:36que impacta muito mais
00:48:38e principalmente
00:48:39os alimentos.
00:48:40E não só os alimentos,
00:48:41o que impacta indiretamente
00:48:42que reflete nos alimentos?
00:48:44Transporte,
00:48:45frete,
00:48:46combustível,
00:48:47fertilizantes,
00:48:49tudo que nós usamos
00:48:51na alimentação
00:48:52vai cair no colo
00:48:53da população.
00:48:55Beleza,
00:48:56mas me explica aqui agora
00:48:57para mim,
00:48:59para todos que nos acompanham,
00:49:01para os leigos
00:49:01da economia aqui,
00:49:03por que que essa guerra comercial
00:49:05torna o dólar mais caro?
00:49:08Por que que isso acontece?
00:49:09Por que que a moeda americana
00:49:10se valoriza
00:49:11diante da guerra comercial?
00:49:13Qual é o caminho
00:49:14que leva
00:49:15a esse encarecimento
00:49:16do dólar?
00:49:17Bom, muito boa pergunta.
00:49:18O que acontece
00:49:19é o seguinte,
00:49:20que apesar dessa guerra comercial
00:49:22acontecer no mundo,
00:49:24o dólar ainda é uma moeda
00:49:25de referência,
00:49:27o dólar ainda é uma moeda
00:49:28usada em mais de 60%,
00:49:3070% das transações
00:49:31internacionais,
00:49:33e ainda que,
00:49:35mesmo com os Estados Unidos,
00:49:36com esse problema,
00:49:37com esse desequilíbrio,
00:49:39os investidores,
00:49:40os fundos de pensão,
00:49:42de aposentadoria,
00:49:43ainda buscam guardar
00:49:45suas reservas
00:49:46na moeda dólar.
00:49:47Por quê?
00:49:47Porque é uma moeda
00:49:48de referência,
00:49:49é uma moeda padrão.
00:49:50Quem que vai guardar
00:49:52no roubo,
00:49:54numa moeda do Peru,
00:49:55do México?
00:49:56Não, não vai.
00:49:56Ainda continua o dólar,
00:49:58o dólar ainda tem
00:49:59essa hegemonia
00:50:00e passa segurança
00:50:02para os países.
00:50:03Significa,
00:50:04deixa eu ver
00:50:04se eu estou entendendo,
00:50:05significa o cara,
00:50:06vai lá,
00:50:06ele está com receio,
00:50:07ele não está vendo segurança,
00:50:09ele não está vendo ali
00:50:09nenhuma previsibilidade,
00:50:12e aí em vez dele investir,
00:50:13por isso a bolsa cai,
00:50:14ele não está investindo,
00:50:15quem estava com investimentos
00:50:17dá uma segurada,
00:50:18ele fica um tempo parado,
00:50:20ele fica um tempo de boa ali,
00:50:22e guardando o dólar,
00:50:23é isso?
00:50:23E aí menos dólar
00:50:24em circulação,
00:50:26há menos oferta,
00:50:27e portanto,
00:50:28há mais procura,
00:50:29eleva o valor do dólar.
00:50:30É isso?
00:50:30É isso mesmo,
00:50:31falou muito bem.
00:50:32Dá para tirar um 6 aí?
00:50:34Muito bem,
00:50:35sobe o preço
00:50:37e todo mundo vai buscando
00:50:38essa moeda,
00:50:39se resguardar,
00:50:40se proteger
00:50:41dos seus investimentos.
00:50:42Então, falou muito bem.
00:50:43Fala aí, Mônica.
00:50:43Você viu que eu tirei,
00:50:45eu passei de ano aí,
00:50:46eu acho o professor me deu.
00:50:47Eu, advogado,
00:50:48entendi o que você explicou.
00:50:50Só queria lembrar uma coisa,
00:50:51gente,
00:50:52é um pouco surpreendente
00:50:54o que eu vou falar,
00:50:55mas alta de preços
00:50:56não significa
00:50:57automaticamente inflação.
00:50:59O preço pode subir,
00:51:01aí as pessoas param,
00:51:02o consumidor para de comprar,
00:51:04ou a moeda volta a cair,
00:51:06e aí o preço estabiliza.
00:51:07Inflação significa
00:51:08a aceleração
00:51:10do aumento de preços.
00:51:12Um país, por exemplo,
00:51:13pode estar com a inflação caindo
00:51:14e os preços
00:51:15continuarem subindo.
00:51:17Por quê?
00:51:18Um exemplo,
00:51:19um país tem a inflação
00:51:20de 20%,
00:51:20de um mês para o outro,
00:51:2220% ao mês,
00:51:22que é uma inflação altíssima,
00:51:23de um mês para o outro,
00:51:25uma coisa que custa 10 reais
00:51:26vai passar a custar 12.
00:51:27Aí, no mês seguinte,
00:51:28a inflação caiu pela metade.
00:51:30De 20%,
00:51:30ela passou a ser 10.
00:51:31Inflação caiu.
00:51:32Mas aquele produto
00:51:34que passou a ser 12
00:51:35ainda vai subir 10%.
00:51:37Ele vai passar a custar 13.
00:51:39Então, é...
00:51:39Mas aí não é que a inflação caiu.
00:51:41A inflação caiu.
00:51:42Ela passou de 20% para 10%.
00:51:43Ela desacelerou, não é?
00:51:45Isso é uma inflação
00:51:46que está caindo.
00:51:47Ela caiu de 20% para 10%.
00:51:49Mas ainda é a inflação, né?
00:51:50Ela não passou a ser deflação.
00:51:53Não, não passou a ser deflação.
00:51:54Mas, por isso,
00:51:55não quer dizer que a inflação,
00:51:56aumento de preço
00:51:57não significa inflação aumentando.
00:52:00Só significa que tem inflação.
00:52:01E isso é importante
00:52:03porque tem gente que começa a falar
00:52:04Ah, olha aí,
00:52:05a inflação está descontrolada.
00:52:06Às vezes, não.
00:52:07Ela está controlada,
00:52:08mas o preço ainda está caindo
00:52:09porque enquanto você
00:52:10não conseguir zerar a inflação,
00:52:12ele não para de subir.
00:52:13Eu falei caindo,
00:52:13mas é subindo.
00:52:14Então, é conto intuitivo
00:52:15para o brasileiro,
00:52:16mas a gente precisa começar
00:52:17a separar esses dois conceitos.
00:52:19O conceito do preço alto,
00:52:20o conceito do aumento,
00:52:22o café está uma fortuna,
00:52:23o Lula não precisa ir para a televisão
00:52:24dizer para o brasileiro
00:52:24não comprar café.
00:52:25A gente não vai comprar
00:52:26porque não está dando para comprar.
00:52:28E aí, a lei de oferta e procura,
00:52:30quando a gente deixa ela funcionar,
00:52:31que nem sempre acontece,
00:52:33faz com que o preço estabiliza.
00:52:35Então, tem dois economistas aqui
00:52:36que podem explicar isso melhor do que eu.
00:52:38Fala aí, André.
00:52:40O que eu acho que é muito importante
00:52:41a gente trazer aqui é o seguinte,
00:52:42o nível de preços,
00:52:44estou falando de alimentos,
00:52:45o nível de preços já está muito elevado.
00:52:48Então, o consumidor lá na ponta,
00:52:50ele olha e fala,
00:52:51bom, eu vou comprar um determinado produto
00:52:54e já está muito elevado.
00:52:56E fica olhando a inflação de alimentos.
00:52:59Então, se você for pegar
00:53:00como que é mensurado,
00:53:03então, existem várias metodologias,
00:53:05existem vários índices
00:53:06que seguem metodologias diferentes,
00:53:08que acompanham cestas de consumo diferentes.
00:53:11Então, a gente pegando aqui,
00:53:12por exemplo, o IPCA,
00:53:14que é a nossa inflação de referência,
00:53:16que é o índice de preço ao consumidor.
00:53:17Ele mede a parte de grupos
00:53:19e itens que compõem determinados grupos,
00:53:23como que está variando esses itens,
00:53:25o preço desses itens ao consumidor final.
00:53:28Então, o que a gente tem ali?
00:53:30Tem itens que diminuem de preço
00:53:32em um determinado mensuração,
00:53:35em um determinado mês,
00:53:36e tem itens que aumentam de preço.
00:53:39A partir daí,
00:53:40tem um peso para cada item,
00:53:43para cada grupo na mensuração do IPCA
00:53:46e se identifica qual que é a inflação
00:53:48ao consumidor naquele período.
00:53:51Então, dentro da mensuração,
00:53:53existem itens que sofreram quedas de variação
00:53:57nos preços de redução
00:54:00e tem itens que sofreram variações de aumento.
00:54:04Mas, no cômputo geral,
00:54:06o que a gente tem visto
00:54:07é uma pressão muito grande.
00:54:09Então, atualmente,
00:54:10você pegando pelo IPCA,
00:54:11os alimentos têm sofrido uma pressão
00:54:16de aumento de em torno de 7%
00:54:18no acumulado em 12 meses.
00:54:21Existem produtos que aumentam muito mais
00:54:24e tem produtos que estão reduzindo.
00:54:26Então, isso eu acho que é importante esclarecer
00:54:29e acabam impactando o poder de compra
00:54:36que os brasileiros têm de itens
00:54:38que são básicos para o seu consumo.
00:54:40Quer dizer, não tem jeito, Pri.
00:54:42Eu escrevi aqui,
00:54:42eu sinto no bolso.
00:54:44Eles estão explicando,
00:54:45não sei que ela sobe,
00:54:46não sei que ela desce para esse A, Selic.
00:54:49Resumindo, eu sinto no bolso, Koba,
00:54:50essa é a verdade.
00:54:51Eu acho que o brasileiro também tem sentido isso.
00:54:53A gente vê a alta do café.
00:54:56Eu sou consumidora, eu vou lá, compro.
00:54:58Eu tenho visto isso.
00:55:00A gente tem percebido.
00:55:01Mas, quando você perguntou,
00:55:02e lá no comecinho,
00:55:04vocês concordam com o ministro?
00:55:05Eu concordo em partes.
00:55:06Só para aqui fechar.
00:55:07Por quê?
00:55:09Porque, claro, a gente tem fatores externos,
00:55:11a alta do dólar influencia,
00:55:12porque a gente tem elevação do custo do milho,
00:55:14do café, que são coisas que a gente consome.
00:55:18Mas também a gente não pode deixar de levar
00:55:21outros dois fatores que são importantes,
00:55:22fatores internos, por exemplo,
00:55:24enchente, queimada.
00:55:26Isso também leva em consideração.
00:55:28E sabe o que acontece?
00:55:29O Brasil, entre ele receber mais para exportar um café
00:55:33e querer vender para dentro,
00:55:35qual é...
00:55:36E não precisa só ser o Brasil.
00:55:37Quem é que vai querer vender menos disso?
00:55:41Então, eu acho que esse fator na exportação
00:55:43diminui a oferta interna
00:55:45e acaba também influenciando.
00:55:47Então, não é só o dólar,
00:55:48mas é o dólar também.
00:55:50Eu acho que é assim, é o que eu vejo.
00:55:51Eu não sei se estou errada nesse sentido.
00:55:54Falei, Rodrigo.
00:55:55Eu acho que concordo com a Priscila.
00:55:57E a Priscila, ela falou um ponto que é importante.
00:55:59Que assim, quando o dólar está alto,
00:56:01os exportadores, eles preferem exportar
00:56:03do que vender internamente.
00:56:05Só que assim, a gente está diante de um mundo
00:56:08onde a inflação é mundial e é tudo muito alto, sabe?
00:56:12Os preços estão subindo, seja de serviço, seja de produtos.
00:56:15Existem políticas de abastecimento
00:56:18que o Brasil pode usar
00:56:19e não que seja protecionista,
00:56:22mas que isso é feito na Europa,
00:56:24é feito na Alemanha, é feito na Índia,
00:56:26que significa o quê?
00:56:27Olha, você chegar nos seus produtores,
00:56:29nos seus exportadores e fala assim,
00:56:30ó, o seguinte, vocês vão produzir,
00:56:32vocês podem exportar,
00:56:34mas também tem que pensar nos preços a nível nacional.
00:56:38Por exemplo, eu trabalhei no mercado de varejo
00:56:42e onde eu vi os principais peixes de salmão do Chile,
00:56:48a qualidade, o AAA do salmão,
00:56:51indo para a Europa,
00:56:52porque era vendido por um valor muito maior.
00:56:55E a parte dos peixes do salmão,
00:56:58os filés mais ruins,
00:57:01vinha para o Brasil.
00:57:02Você entendeu por quê?
00:57:03Porque o objetivo era vender
00:57:04cada vez por um valor maior.
00:57:07Então existe, sim,
00:57:08o Brasil ter a oportunidade
00:57:09de fazer essas políticas de abastecimento,
00:57:12não prejudicando o livre mercado,
00:57:16querendo controlar os exportadores,
00:57:18mas é possível, sim,
00:57:19para poder dar uma freada.
00:57:20Então seria fortalecer a Conab, por exemplo,
00:57:23armazém, compra para manter a previsibilidade
00:57:28do preço das coisas, é isso?
00:57:30Numa hora de escassez
00:57:31ou de uma questão climática
00:57:33que atrapalhe uma safra ou outra,
00:57:35você ter ali mercadoria suficiente
00:57:38de controle estatal,
00:57:40regulando de alguma maneira,
00:57:42e não artificialmente,
00:57:44mas regulando.
00:57:44É uma cota.
00:57:45Por conta de mercado mesmo
00:57:46o acesso, seria isso?
00:57:48Exatamente isso,
00:57:49porque esse pode parecer
00:57:51que é um protecionismo,
00:57:53mas é uma questão
00:57:54de manter o equilíbrio
00:57:55e manter a sua população
00:57:57também adquirindo produtos.
00:57:59Não que eu seja contra
00:58:00o mercado, não,
00:58:02eu sou uma pessoa que eu também
00:58:03tenho empresas, tudo e tal,
00:58:05só que o que acontece?
00:58:07Você tem que pensar
00:58:08na economia como um todo.
00:58:09Hoje, se você pegar
00:58:10a renda mínima,
00:58:12a renda básica do brasileiro
00:58:14e dividir pelo valor
00:58:16da cesta básica
00:58:18do que era 10 anos atrás
00:58:19e pelo que é hoje,
00:58:21hoje o valor da cesta básica
00:58:22ela consome mais de 50%
00:58:24do salário mínimo.
00:58:26Aí tá.
00:58:26Então, quem ganha
00:58:27um salário mínimo
00:58:28gasta mais do que metade
00:58:31só com alimento.
00:58:32E como é que fica
00:58:32a questão de moradia,
00:58:33de educação, de tudo?
00:58:35Então, eu acho que é
00:58:36uma questão de equilíbrio.
00:58:38E agora a gente fala
00:58:39de segurança,
00:58:40porque o ministro da Justiça
00:58:41e Segurança Pública,
00:58:42Ricardo Lewandowski,
00:58:43apresentou, nesta semana,
00:58:45a PEC da Segurança Pública
00:58:46aos líderes da Câmara
00:58:48dos Deputados.
00:58:49O presidente Hugo Mota
00:58:50afirmou, após a apresentação,
00:58:52que a PEC será prioridade
00:58:54na Câmara.
00:58:55A oposição,
00:58:56que participou do encontro
00:58:58na residência oficial
00:58:59da Câmara,
00:59:00criticou a proposta
00:59:01e disse que a PEC
00:59:02centraliza as políticas
00:59:05na União.
00:59:06Vamos começar essa rodada
00:59:07com a Priscila Silveira,
00:59:08nossa advogada criminalista.
00:59:10Priscila, como é que você vê
00:59:11essa proposta
00:59:13entregue pelo ministro
00:59:14Lewandowski
00:59:15ao presidente da Casa,
00:59:18ao Hugo Mota,
00:59:19que prometeu prioridade,
00:59:21mas que não tenha, assim,
00:59:22aquela paz
00:59:23entre os seus pares,
00:59:24principalmente com os
00:59:25parlamentares da oposição,
00:59:26para levar adiante
00:59:27essa proposta
00:59:28de emenda à Constituição.
00:59:29Lembrando que,
00:59:30justamente por ser
00:59:31uma emenda à Constituição,
00:59:32precisa de uma votação
00:59:33qualificada, né?
00:59:34Três quintos,
00:59:35não basta metade mais uma,
00:59:37três quintos,
00:59:38tanto da Câmara dos Deputados,
00:59:40quanto do Senado Federal,
00:59:41isso em dois turnos,
00:59:42inclusive.
00:59:43Ou seja,
00:59:43duas vezes tem que votar
00:59:45por três quintos.
00:59:46Ou seja,
00:59:46um caminho longo pela frente
00:59:47que precisa de uma certa
00:59:49unanimidade ali,
00:59:50ou pelo menos
00:59:50uma grande maioria
00:59:51concordando.
00:59:53Como é que você vê?
00:59:54Ô, Colbo,
00:59:55eu não sou contrária
00:59:56na totalidade pela PEC,
00:59:58mas a gente sabe que
00:59:58quando se trata
00:59:59de emenda à Constituição,
01:00:00eu acho que tem que ser mesmo
01:00:01por maioria expressiva,
01:00:03até porque a gente vai mudar
01:00:04um preceito constitucional
01:00:06na nossa Carta Magna.
01:00:08O que eu acho que seria
01:00:10e é prudente
01:00:10o que tem sido feito, né?
01:00:12A gente tem visto
01:00:12que o ministro Lewandowski
01:00:14já teria se reunido,
01:00:16acho que em outubro de 2024,
01:00:17com os governadores,
01:00:19que eu acho que são,
01:00:19eles eram, na verdade,
01:00:20os mais resistentes
01:00:21a essa PEC,
01:00:22haja vista que há
01:00:23uma discussão
01:00:24com a retirada
01:00:25da segurança pública
01:00:27dos estados,
01:00:28que hoje, né,
01:00:28encontra guarida
01:00:29na nossa Constituição.
01:00:31Mas eu acho que tem que ter
01:00:32realmente uma discussão
01:00:33mais ampliada,
01:00:34chamar os governadores,
01:00:36como a gente tem visto
01:00:37o que eles têm feito.
01:00:38Agora,
01:00:39um grande problema
01:00:40que a gente observa,
01:00:41que está sendo aí contestado,
01:00:43é que tem se falado
01:00:44que há a retirada
01:00:45dessa competência
01:00:48que é do Estado,
01:00:49hoje,
01:00:49no que tange
01:00:50a segurança pública,
01:00:51colocando na União.
01:00:52Eu li, né,
01:00:53essa PEC
01:00:55e eu ouço discordar,
01:00:56essa é a minha interpretação.
01:00:58Não coloca na União?
01:00:59Não,
01:01:00o que acontece?
01:01:01Há uma ampliação.
01:01:02Então,
01:01:03trocando em miúdos,
01:01:04o que seria?
01:01:05Olha,
01:01:05a gente precisa se unir
01:01:06para poder,
01:01:07de alguma forma,
01:01:08quebrar as organizações criminosas,
01:01:10né,
01:01:11a gente vê que a segurança pública
01:01:12que outrora ficou jogada
01:01:14às traças,
01:01:14hoje ela vem
01:01:15porque ninguém mais aguenta
01:01:16o cenário de violência
01:01:17em todo o país, né.
01:01:19Então,
01:01:19eu acho que
01:01:20a PEC,
01:01:21ela vem para unir
01:01:22e dar um plus
01:01:24aos estados
01:01:25para que nós possamos,
01:01:26então,
01:01:26combater.
01:01:26Outro dia,
01:01:27eu ouvi uma pessoa dizer,
01:01:29não,
01:01:29mas o Estado
01:01:30já não faz bem
01:01:32o trabalho da segurança pública
01:01:33com relação à Polícia Federal.
01:01:35Gente,
01:01:36eu discordo totalmente,
01:01:37a Polícia Federal
01:01:37é uma polícia super,
01:01:38não estou dizendo
01:01:39que existe perfeição,
01:01:40tá,
01:01:40a gente tem problemáticas.
01:01:42Agora,
01:01:42não adianta imputar
01:01:43os problemas de violência,
01:01:45é como se nós
01:01:46imputássemos a polícia
01:01:47como sendo ela um goleiro.
01:01:49Olha,
01:01:49ela não vai conseguir resolver.
01:01:51O problema da violência,
01:01:52eu sou partidária
01:01:53de que a gente tem que fazer
01:01:54mesmo a união dos estados
01:01:55com a União,
01:01:56quem quiser se adequar
01:01:58para ganhar mais dinheiro,
01:01:59mais equipamento,
01:01:59que assim o faça.
01:02:01Agora,
01:02:01não adianta a gente
01:02:02colocar a violência
01:02:03na mão da polícia,
01:02:05porque a polícia
01:02:05não é a responsável
01:02:06pela violência,
01:02:07a gente precisa ter
01:02:07políticas públicas.
01:02:09Então,
01:02:09eu sou favorável à PEC,
01:02:10mas eu também entendo
01:02:11que a gente tem que ter
01:02:12outras questões
01:02:13envolvendo criminologia,
01:02:15envolvendo discussão
01:02:17de oportunidades também,
01:02:19tá?
01:02:19Então,
01:02:20eu acho que precisa
01:02:21mais discussão
01:02:22e o que eu tenho visto,
01:02:23Coba,
01:02:24né,
01:02:24para finalizar,
01:02:25também que há
01:02:26uma grande discussão
01:02:27com relação
01:02:28às nomenclaturas
01:02:29dadas para as guardas
01:02:30municipais,
01:02:31em momento algum
01:02:32se tirou,
01:02:33se colocou,
01:02:34até porque o Senado
01:02:35tem colocado
01:02:36em votação
01:02:37para acrescentar
01:02:39as guardas municipais
01:02:40e também os agentes
01:02:41de trânsito
01:02:42nas figuras
01:02:43da segurança pública
01:02:45colocadas lá
01:02:45na nossa Constituição,
01:02:46no artigo 144.
01:02:47Então,
01:02:48espero que se discuta sim,
01:02:49que se faça
01:02:50todo mundo,
01:02:51porque a gente precisa
01:02:52da união sim.
01:02:53Vamos fatiar esse debate aqui,
01:02:54como é que vocês veem
01:02:55a Polícia Rodoviária Federal
01:02:57ganhando mais protagonismo?
01:02:59Ô, Mônica Rosenberg,
01:02:59porque esse é um dos pontos,
01:03:01não é?
01:03:01Que a Polícia Rodoviária Federal
01:03:03teria ali
01:03:04uma espécie de atuação
01:03:06em complemento
01:03:08às polícias militares,
01:03:10uma espécie de poder
01:03:11de policiamento ostensivo
01:03:12e não só
01:03:13a Polícia Rodoviária Federal,
01:03:15que inclusive mudaria de nome
01:03:16para a Polícia Viária Federal.
01:03:18Também
01:03:19as guardas municipais
01:03:20que passariam
01:03:21a estar no hall principal
01:03:23ali do 144.
01:03:24Hoje ela consta
01:03:25sendo citada
01:03:26em um dos parágrafos
01:03:28como uma força
01:03:29que pode prestar
01:03:30à guarda dos bens,
01:03:32dos serviços
01:03:33e dos equipamentos
01:03:34do município,
01:03:34mas ela ganharia
01:03:35um status
01:03:36maior
01:03:38nessa nova proposta.
01:03:39Ou seja,
01:03:40aquilo que hoje
01:03:40é do Estado
01:03:41passaria a ser também
01:03:42em alguma medida
01:03:44da União
01:03:45e das prefeituras.
01:03:47Está tendo aí
01:03:47uma usurpação,
01:03:49uma retirada
01:03:50de poder
01:03:51dos Estados
01:03:51em relação
01:03:52à segurança?
01:03:53Coba,
01:03:54o povo brasileiro
01:03:55está com medo.
01:03:56A Jovem Pan
01:03:57está com uma linda
01:03:57campanha do Chega
01:03:58porque a sensação
01:03:59é essa,
01:04:00chega,
01:04:00não dá mais,
01:04:01ninguém aguenta mais
01:04:02e nós estamos discutindo
01:04:04quem vai ser o dono
01:04:05da polícia
01:04:05e quem vai ter
01:04:06o poder
01:04:06de mandar na polícia.
01:04:08Pelo amor de Deus,
01:04:09eu, olha,
01:04:10primeira coisa...
01:04:11Tem que ser todo mundo
01:04:11mesmo, então?
01:04:12Tem que ser todo mundo
01:04:13e muito mais
01:04:14e tem que chamar o Trump
01:04:15e tem que chamar os chineses
01:04:16porque não dá mais,
01:04:18não dá.
01:04:18O jeito que eu estou hoje
01:04:19não está funcionando.
01:04:20O Comando Vermelho
01:04:21e o PCC
01:04:22estão unidos,
01:04:23soltaram um manifesto
01:04:24lindíssimo falando
01:04:24de justiça,
01:04:25paz e se uniram
01:04:27e a gente ainda
01:04:28fica discutindo
01:04:29quem é que vai
01:04:30mandar nas coisas.
01:04:31É absolutamente
01:04:31imprescindível que haja
01:04:33uma inteligência
01:04:33centralizada,
01:04:35é absolutamente
01:04:35imprescindível que a gente
01:04:36comece a falar
01:04:37de prevenção.
01:04:38A Priscila falou aqui
01:04:39que não é polícia
01:04:40que vai resolver
01:04:40porque não é mais
01:04:42policiamento.
01:04:42Se a gente não tiver
01:04:43um olhar de prevenção,
01:04:45se a gente não começar
01:04:46a entender como é
01:04:46que a gente faz
01:04:47para evitar,
01:04:48não adianta
01:04:48pôr milhões de polícias
01:04:50na rua
01:04:50porque a gente vai
01:04:51estar prendendo
01:04:51um monte de gente
01:04:52e não vai estar resolvendo,
01:04:54evitando que os bandidos
01:04:55e que as organizações
01:04:56criminosas
01:04:57que já estão exportando
01:04:59continuem se fortalecendo.
01:05:01Então, precisa sim
01:05:02de inteligência
01:05:02e o único jeito
01:05:03de fazer isso
01:05:03é sim unindo,
01:05:05precisa de centralização,
01:05:07de olhar,
01:05:08de coordenação
01:05:09e precisa parar
01:05:10de discutir
01:05:11quem é o dono.
01:05:12Mas, principalmente,
01:05:13o que a gente precisa entender,
01:05:14gente,
01:05:14não é na canetada
01:05:16que a gente resolve
01:05:17o problema da segurança
01:05:18no Brasil.
01:05:19Então, concordo
01:05:19que ela seja prioridade,
01:05:21não há dúvida
01:05:21que é um dos maiores problemas,
01:05:24é a grande prioridade
01:05:25que tira o sono
01:05:26do brasileiro à noite,
01:05:27porém,
01:05:28não adianta achar
01:05:29que uma PEC
01:05:30vai resolver.
01:05:31Ela pode ser primordial,
01:05:32prioritária,
01:05:33absolutamente necessária.
01:05:34mas tem muitas outras coisas,
01:05:36até em questões
01:05:36de urbanismo,
01:05:37em questões
01:05:38de transporte.
01:05:39Essas coisas
01:05:40precisam ser olhadas
01:05:41com uma visão global
01:05:42e não ficar discutindo
01:05:43quem é o dono
01:05:43de cada polícia.
01:05:44Você sabe que
01:05:45uma das críticas
01:05:46a esse projeto,
01:05:47André,
01:05:48é de que quem tem
01:05:49muito dono
01:05:49não tem nenhum.
01:05:50Por exemplo,
01:05:51a saúde hoje como é.
01:05:52Todo mundo é dono
01:05:53e temos saúde.
01:05:54Essa é a questão.
01:05:55Tem filas gigantescas
01:05:56aí para muitas coisas.
01:05:58E quando a responsabilidade
01:06:00é do Estado,
01:06:01que a investigação
01:06:02de um crime
01:06:02deve se dar pelo Estado,
01:06:03você sabe de quem cobrar
01:06:04e se tiver pouco
01:06:06o índice muito baixo
01:06:07de resolução do crime,
01:06:08a culpa é do governador.
01:06:09Assim como se
01:06:10o policiamento ostensivo
01:06:12estiver ruim,
01:06:13a culpa é do governador.
01:06:14Você tem um direcionamento.
01:06:16Como é que você vê
01:06:17essa proposta?
01:06:17Você concorda com a Mônica
01:06:18que não tem essa,
01:06:20quanto mais melhor?
01:06:21Ou você acha
01:06:22que há aí
01:06:23a necessidade
01:06:23de se estabelecer,
01:06:24como já é até hoje,
01:06:26nesses tantos anos,
01:06:27três décadas
01:06:28de Constituição,
01:06:29a responsabilidade
01:06:30dos Estados
01:06:31em relação
01:06:31à segurança pública?
01:06:32A minha análise
01:06:33está mais próxima
01:06:34da Mônica.
01:06:35Eu entendo
01:06:35que quanto melhor
01:06:36a gente coordenar,
01:06:38buscar por uma maior
01:06:40eficiência
01:06:41no combate
01:06:43ao crime organizado,
01:06:44no combate
01:06:45aos crimes ambientais,
01:06:46que também é uma questão
01:06:47muito importante
01:06:48e que ultrapassam
01:06:50aí as fronteiras
01:06:51dos Estados,
01:06:52muitas vezes,
01:06:53a gente está falando
01:06:54em questões
01:06:55interestaduais
01:06:56e nacionais,
01:06:58é muito importante
01:06:59que tenha uma união
01:07:00para poder fazer
01:07:02esse combate
01:07:04de uma forma
01:07:04mais eficiente.
01:07:06Então,
01:07:06eu vejo
01:07:07como cidadão,
01:07:10como brasileiro,
01:07:11eu vejo os objetivos
01:07:12dessa medida
01:07:13como objetivos
01:07:14importantes
01:07:15para melhorar
01:07:17todas as ações
01:07:18aí
01:07:19no foco
01:07:21da segurança.
01:07:23Mas eu só queria
01:07:24também,
01:07:25aproveitando
01:07:25essa provocação
01:07:26do SUS,
01:07:27também trazer
01:07:28que o SUS
01:07:29é uma referência,
01:07:30por mais que temos
01:07:31deficiências
01:07:32muito importantes,
01:07:33o SUS
01:07:34é um sistema único
01:07:35que é uma referência
01:07:36internacional.
01:07:37E a gente não pode
01:07:38também
01:07:39separar
01:07:40das questões
01:07:41estruturais
01:07:42socioeconômicas,
01:07:44que se não fosse o SUS,
01:07:46a maior parte
01:07:48da nossa população
01:07:49não teria acesso
01:07:50à saúde,
01:07:51não teria acesso
01:07:52a tratamentos
01:07:53que são muito importantes,
01:07:54dado
01:07:54a baixa
01:07:56remuneração
01:07:57e a elevada
01:07:58desigualdade
01:07:58que tem
01:07:59no nosso país.
01:08:00Isso também,
01:08:01esse aspecto
01:08:02econômico,
01:08:03também tem
01:08:04um impacto
01:08:04muito grande
01:08:05nas questões
01:08:06de segurança.
01:08:08Então,
01:08:08criar condições
01:08:10para melhorar
01:08:11investimentos
01:08:11em saúde,
01:08:12desculpe,
01:08:13em saúde também,
01:08:14mas em educação,
01:08:16em políticas públicas,
01:08:18é muito importante
01:08:19para que
01:08:20as próximas gerações,
01:08:21as gerações
01:08:22atuais
01:08:23se envolvam
01:08:26cada vez menos
01:08:27com o crime.
01:08:28Lembrando que a gente
01:08:28já tem a lei
01:08:29do SUSP,
01:08:30que é o SUS da segurança,
01:08:32que é o Sistema Único
01:08:33de Segurança Pública,
01:08:34e que agora,
01:08:35com essa PEC,
01:08:36há a pretensão
01:08:37de constitucionalizar
01:08:39esse sistema único.
01:08:41Como é que você vê,
01:08:42Rodrigo,
01:08:43essa proposta
01:08:44mexendo na estrutura
01:08:46da segurança pública?
01:08:48Porque alguns
01:08:49outros defensores,
01:08:50também do status atual
01:08:52de modelo
01:08:53de gestão
01:08:54de segurança,
01:08:54também criticam
01:08:55essa centralização
01:08:56porque há uma
01:08:57peculiaridade regional
01:09:00no combate
01:09:01ao crime.
01:09:02Então, por exemplo,
01:09:03a Polícia do Rio de Janeiro
01:09:04e a Segurança Pública
01:09:05do Rio de Janeiro
01:09:05têm lá
01:09:06suas peculiaridades
01:09:07para lidar com milícia,
01:09:08com incursão
01:09:10até tática
01:09:11em morros,
01:09:12tem até uma questão
01:09:13geográfica
01:09:14que exige
01:09:15um protocolo
01:09:16específico
01:09:17para isso,
01:09:17um tipo de armamento
01:09:19que eles encontram
01:09:20em contrapartida
01:09:21à Força de Segurança,
01:09:22que é também
01:09:23um protocolo
01:09:24e um jeito
01:09:25de lidar com segurança
01:09:26muito diferente
01:09:26aqui do interior
01:09:27de São Paulo
01:09:28ou de os policiais
01:09:31do norte
01:09:32que lidam
01:09:33contra grileiros
01:09:34e invasores de terra.
01:09:35Enfim,
01:09:36você vê também
01:09:38essas peculiaridades
01:09:39que deveriam ser respeitadas
01:09:40principalmente em relação
01:09:40ao protocolo?
01:09:41Lembrando que
01:09:42no último ano,
01:09:43por exemplo,
01:09:43a gente viu uma série
01:09:44de portarias
01:09:45do Ministério da Justiça
01:09:47e Segurança Pública
01:09:48falando como é
01:09:48que o policial
01:09:49de São Paulo
01:09:49deve usar a Câmara
01:09:50corporal.
01:09:52Ou seja,
01:09:53você não acha
01:09:53que também
01:09:54há uma necessidade
01:09:56de respeitar
01:09:57as peculiaridades locais?
01:09:59Principalmente
01:09:59para a formação
01:10:00dos protocolos?
01:10:01Bom,
01:10:01muito bem.
01:10:02Sobre essa questão,
01:10:03eu vejo o seguinte
01:10:05e analisando
01:10:06e até conversando
01:10:07com gestores públicos,
01:10:10o que acontece?
01:10:11Por que busca,
01:10:12se busca
01:10:13ou busca
01:10:14essa centralização?
01:10:15é porque
01:10:16as políticas
01:10:17de segurança pública
01:10:18variam muito
01:10:20de Estado
01:10:20para Estado
01:10:21e você não consegue
01:10:22obter resultados
01:10:24pelo menos
01:10:25similares
01:10:25ou iguais.
01:10:26Então,
01:10:27um lado,
01:10:28um partido ali,
01:10:30um lado
01:10:30dos políticos
01:10:32defende
01:10:32essa centralização
01:10:33e outros
01:10:34defendem
01:10:35a descentralização
01:10:36que é cada Estado
01:10:37cuidar do seu.
01:10:39E aí,
01:10:39aproveitando
01:10:39para poder
01:10:41complementar aqui
01:10:42o que o André
01:10:42e a Priscila
01:10:44comentaram,
01:10:45os impactos
01:10:47da criminalidade
01:10:48na economia,
01:10:49eles são muitos.
01:10:51Recentemente,
01:10:52saiu o relatório
01:10:52de segurança pública
01:10:54e um mapa
01:10:54de segurança pública
01:10:55do Brasil.
01:10:57Até mesmo
01:10:57aqui na Jovem Pan,
01:10:58recentemente,
01:10:59tive aqui no Jovem Pan
01:11:00um documento
01:11:00falando só sobre isso,
01:11:02só sobre o impacto
01:11:03da criminalidade
01:11:04na economia
01:11:05e,
01:11:05vejam só,
01:11:07o Brasil gasta
01:11:08de 1% a 3%
01:11:09do PIB
01:11:10com gastos
01:11:11diretos e indiretos
01:11:13oriundos
01:11:14da criminalidade.
01:11:16Que gastos
01:11:17são esses?
01:11:18É o gasto
01:11:18do sistema
01:11:19de saúde,
01:11:20é o gasto
01:11:21com a questão
01:11:21das penitenciárias,
01:11:25que são os gastos
01:11:27da segurança
01:11:28do policiamento,
01:11:30rodoviário,
01:11:31municipal.
01:11:32Então,
01:11:32só que tudo isso,
01:11:34mesmo com todo
01:11:35esse investimento,
01:11:36a gente ainda
01:11:37não vê,
01:11:38a gente não consegue
01:11:38observar esse resultado
01:11:40de fato na rua.
01:11:42Então,
01:11:42eu vejo que
01:11:44essa PEC,
01:11:45ela vai ser bem
01:11:46encaminhada aí
01:11:47pelo presidente
01:11:48Hugo Mota,
01:11:48vai ser bem
01:11:49conduzida,
01:11:50até recentemente
01:11:51eu estive aí
01:11:52numa palestra
01:11:53com ele
01:11:53na Associação Comercial,
01:11:55então eu...
01:11:55Essa semana, né?
01:11:56Essa semana, né?
01:11:57Eu confio
01:11:57e eu vejo
01:11:58que ele vai
01:11:59levar para uma
01:12:00boa discussão
01:12:01e vamos ver
01:12:01o que o nosso
01:12:02parlamento
01:12:03vai decidir.
01:12:04Mas,
01:12:04só para poder
01:12:05contextualizar
01:12:06e finalizar,
01:12:07a segurança
01:12:09pública
01:12:10no Brasil,
01:12:10ela vai melhorar
01:12:12quando a gente
01:12:12conseguir gerenciar
01:12:13melhor esses recursos
01:12:15e quando a gente
01:12:16conseguir,
01:12:17na parte social,
01:12:19levar as pessoas
01:12:20para a escola.
01:12:21É abrir as escolas
01:12:22aos finais de semana
01:12:23para você poder
01:12:25trazer as famílias
01:12:26junto com as crianças.
01:12:28Então,
01:12:28você precisa
01:12:29de muita política social,
01:12:31tá?
01:12:31Para quê?
01:12:32Para você poder
01:12:33contribuir
01:12:34com a redução
01:12:34da criminalidade.
01:12:35Então,
01:12:36não é só uma questão
01:12:36de investimento,
01:12:37é uma questão
01:12:38também de política
01:12:39pública,
01:12:40conforme o André
01:12:41mencionou,
01:12:42a Priscila,
01:12:42também a Mônica.
01:12:44Por quê,
01:12:44gente?
01:12:45Porque um país
01:12:46com baixa taxa
01:12:48de educação,
01:12:49a taxa de criminalidade,
01:12:51ela aumenta.
01:12:52Então,
01:12:53quando você conversa
01:12:54com o gestor público,
01:12:55não é só uma questão
01:12:56de dinheiro,
01:12:56porque as empresas
01:12:57também,
01:12:58hoje em dia,
01:12:58elas estão gastando
01:12:59cada vez mais
01:12:59com segurança
01:13:01particular
01:13:01e segurança patrimonial,
01:13:03porque a segurança
01:13:04pública não dá conta.
01:13:05Então,
01:13:06eu vejo que
01:13:07no meu olhar
01:13:10ali econômico,
01:13:11teria que ser
01:13:13regional,
01:13:14estadual,
01:13:15ali,
01:13:16o Estado
01:13:16tem o direito,
01:13:17mas só que também
01:13:18precisa ter uma padronização.
01:13:19Fala,
01:13:20tem uma coisa...
01:13:20Vai.
01:13:21Não,
01:13:21não,
01:13:21só quero falar uma coisa,
01:13:22né?
01:13:22Nós estamos,
01:13:23até anotei aqui,
01:13:24nós estamos separados
01:13:25e o crime está unido.
01:13:26É isso que eu vejo.
01:13:27Como assim a gente está separado?
01:13:30O Cobo colocou aqui,
01:13:31né,
01:13:31de ser regional,
01:13:33a PEC,
01:13:33Cobo,
01:13:34não vai separar
01:13:34essa questão da região.
01:13:37O que a gente fala
01:13:38da padronização dos dados,
01:13:40do protocolo,
01:13:40é mais ou menos assim.
01:13:41Cada Estado
01:13:42lavra o boletim
01:13:43de ocorrência
01:13:43de um jeito.
01:13:44Eu não vou muito longe.
01:13:45Aqui em São Paulo,
01:13:47cada um,
01:13:48não estou falando,
01:13:49não estou criticando,
01:13:49não é crítica por isso,
01:13:50estou dizendo a questão
01:13:50da padronização mesmo.
01:13:52Cada um lavra de um jeito,
01:13:53cada um faz de um jeito.
01:13:53Então,
01:13:54isso aqui é para unir.
01:13:55E veja,
01:13:56se a gente for voltar,
01:13:57até pouco tempo,
01:13:58a pessoa cometia um crime
01:14:00em determinada região
01:14:01do país
01:14:02e não tinha ciência
01:14:04em outra região.
01:14:05Então,
01:14:05a gente precisa evoluir
01:14:05tal como o crime
01:14:07está evoluindo.
01:14:07Eles estão organizados
01:14:08e nós estamos nos separando.
01:14:10Então,
01:14:10só esse ponto aqui
01:14:12que você disse,
01:14:13não vai ser retirada
01:14:14a questão de cada um
01:14:15abordar em cada região.
01:14:17Isso eu acho
01:14:18que tem que ser preservado
01:14:18até porque
01:14:19a segurança
01:14:20não vai ser retirada
01:14:21dos Estados.
01:14:22Agora,
01:14:22tem coisas que a gente
01:14:23tem que colocar um padrão.
01:14:25Por exemplo,
01:14:26como que eu faço
01:14:27um reconhecimento de pessoas?
01:14:29Cada Estado faz de um jeito.
01:14:30Põe duas pessoas,
01:14:31não põe duas pessoas.
01:14:33Reconhece,
01:14:34descreve.
01:14:34Então,
01:14:35esse padrão
01:14:35que se coloca aqui
01:14:36nesse sistema único
01:14:38de segurança pública,
01:14:38como a que colocou
01:14:40o André,
01:14:41que o SUS,
01:14:42ele fez uma referência
01:14:43excelente
01:14:43que eu ia bem dizer.
01:14:44O SUS,
01:14:45ele é admirado
01:14:46por várias pessoas
01:14:47no mundo.
01:14:48Vamos colocar os Estados Unidos.
01:14:49Os Estados Unidos
01:14:49não têm
01:14:49questão da saúde.
01:14:51A mesma coisa
01:14:52é o sistema único
01:14:52de segurança pública.
01:14:54Ele não vai tirar,
01:14:55assim como o SUS
01:14:55não tira,
01:14:56a possibilidade
01:14:57dos Estados
01:14:57fazerem a questão
01:14:59da saúde.
01:14:59Então,
01:15:00só para deixar claro
01:15:01aqui para a nossa audiência
01:15:02que você bem colocou
01:15:03e isso é um questionamento
01:15:04feito nas discussões aqui.
01:15:07O que eu acho
01:15:07que precisa ser feito
01:15:08e aqui eu estou
01:15:09com quem está criticando
01:15:11é realmente uma falta
01:15:12de diálogo.
01:15:12Não pode ser tão imposto.
01:15:14Mas como toda PEC,
01:15:15como toda legislação,
01:15:16acho que tem que ter crítica.
01:15:17Por exemplo,
01:15:18o presidente da Comissão
01:15:20de Segurança Pública
01:15:21da Câmara dos Deputados,
01:15:22o deputado Paulo Bilinski,
01:15:23escutei uma entrevista dele
01:15:25onde ele dizia
01:15:25a gente precisa conversar,
01:15:27a nomenclatura ali
01:15:27está errada.
01:15:28Então,
01:15:28é isso.
01:15:29Não vai passar
01:15:30aspas goela abaixo.
01:15:32Vai ser discutido,
01:15:33vê a questão da região,
01:15:34vê a questão do Estado
01:15:35para ser bom
01:15:36para todo mundo
01:15:37para que a gente se una.
01:15:37Você sabe que eu acho
01:15:39isso muito bonito.
01:15:40A coisa de agora
01:15:41todo mundo de mãos dadas
01:15:43vem aqui,
01:15:43vamos se irandar
01:15:44em prol da Segurança Pública
01:15:45porque todo mundo
01:15:46agora vai trocar informações,
01:15:48nós vamos trocar aqui
01:15:49experiências
01:15:51e nós vamos
01:15:52nos unir
01:15:53contra o crime organizado.
01:15:54A questão,
01:15:55Mônica Rosenberg,
01:15:56é que hoje,
01:15:57hoje,
01:15:57como é que funciona?
01:15:58A Polícia Federal,
01:15:59Polícia Federal,
01:16:01ela investiga
01:16:02os crimes de competência
01:16:03da Justiça Federal.
01:16:04Quais são esses crimes?
01:16:05Os crimes mais relevantes
01:16:07do ponto de vista
01:16:07até do impacto, né?
01:16:09Sim.
01:16:10Estou falando de corrupção,
01:16:12principalmente,
01:16:12corrupção com dinheiro
01:16:13da União,
01:16:14que é o maior dinheiro
01:16:15que tem entre todos
01:16:16os entes da Federação,
01:16:17é o maior orçamento.
01:16:20Há as questões envolvendo,
01:16:21às vezes,
01:16:22indígenas,
01:16:23há as questões envolvendo
01:16:24segurança nacional,
01:16:25há o tráfico internacional
01:16:27de drogas,
01:16:28interestadual também.
01:16:30Enfim,
01:16:30tem essas poucas competências
01:16:32da Polícia Federal.
01:16:34Aí,
01:16:34desse governo para cá,
01:16:35a gente vê,
01:16:37opa,
01:16:37quem é que faz o controle
01:16:38de CAC,
01:16:39aí,
01:16:40de armamento,
01:16:41as forças armadas?
01:16:42Não,
01:16:42não é mais.
01:16:43Agora,
01:16:43vem para cá
01:16:44e dá para esse policial federal
01:16:45aqui que ele tem que se ocupar
01:16:46com isso.
01:16:47Então,
01:16:47agora,
01:16:47Polícia Federal fazendo isso.
01:16:49No projeto,
01:16:50Polícia Federal,
01:16:51além de você cuidar do CAC
01:16:52e dessas coisas
01:16:53que você investiga aí,
01:16:54você vai cuidar também,
01:16:55agora,
01:16:55do território,
01:16:56do espaço
01:16:56dos portos
01:16:58e dos aeroportos.
01:17:00Porque,
01:17:00por exemplo,
01:17:01só é crime federal
01:17:02no aeroporto
01:17:04se for de competência
01:17:04da Justiça Federal.
01:17:05Pelo fato,
01:17:06sem o aeroporto,
01:17:06não se torna.
01:17:08A justiça,
01:17:09a jurisprudência,
01:17:09entende que continua sendo
01:17:10de competência
01:17:11da Justiça Comum,
01:17:12Estadual,
01:17:12se o crime for
01:17:13da Justiça Comum.
01:17:14Ou seja,
01:17:14agora,
01:17:14não.
01:17:15Eles vão cuidar
01:17:15de mais coisas,
01:17:16mais crimes.
01:17:18Agora,
01:17:19Polícia Federal,
01:17:20vocês também vão cuidar
01:17:21de outras coisas
01:17:22que a gente está colocando
01:17:23nesse projeto aqui,
01:17:23porque vocês têm
01:17:24que integrar
01:17:25as informações
01:17:26da Segurança Pública
01:17:27dos 27 estados.
01:17:28Vocês têm que participar
01:17:29disso aqui também.
01:17:30Ou seja,
01:17:32se até este momento
01:17:33a gente não tem
01:17:34uma Polícia Federal
01:17:34que consegue pegar
01:17:36na guela
01:17:37do cara que pratica
01:17:38corrupção com dinheiro público,
01:17:40qual é a tendência,
01:17:41Mônica Rosenberg,
01:17:42se a gente vai encher
01:17:43esses policiais
01:17:43de tantas atribuições
01:17:45que já são do Estado,
01:17:48que já tem policial
01:17:50ganhando para resolver?
01:17:51E aí, Mônica,
01:17:52explica essa.
01:17:53Eu me lembro
01:17:53do japonês da Federal,
01:17:55ele pegava muito bem
01:17:56o pessoal da corrupção.
01:17:58É uma questão,
01:17:59primeiro que eu queria trazer
01:17:59justamente,
01:18:00a hora que a Priscila falou,
01:18:01eu queria justamente somar
01:18:03quando o Rodrigo falou
01:18:04de políticas públicas,
01:18:05a gente tem que falar
01:18:06de combate à corrupção,
01:18:07corrupção nas polícias,
01:18:09a promiscuidade,
01:18:10a proximidade dos traficantes,
01:18:12das organizações criminosas
01:18:13com o poder,
01:18:14tudo isso é muito sério.
01:18:15Tá bom, parênteses.
01:18:16Por que então
01:18:16que a PEC da Segurança
01:18:17não vai lá e fala
01:18:17Polícia Federal,
01:18:18você não vai mais cuidar de cá,
01:18:19que isso aí fica
01:18:20com as forças armadas mesmo,
01:18:21até porque a gente não está
01:18:21em guerra nenhuma,
01:18:22você não vai mais ficar cuidando
01:18:24de espaço de aeroporto,
01:18:25você vai cuidar de corrupção.
01:18:26Isso aí não ia ser
01:18:27uma boa PEC da Segurança Pública?
01:18:29Talvez,
01:18:29mas quem está discutindo
01:18:30essa PEC
01:18:31e ela teve várias idas e vindas?
01:18:33O que está por trás?
01:18:34Quem está discutindo
01:18:35isso é o nosso Congresso Nacional,
01:18:36gente,
01:18:36que foi quem a gente elegeu.
01:18:37Aí vamos debater
01:18:38se o Congresso está fazendo.
01:18:40E qual é o interesse
01:18:40dos parlamentares
01:18:41em resolver o problema
01:18:42de corrupção
01:18:42com verbas federais?
01:18:43Nenhum, obviamente
01:18:44nenhum interesse,
01:18:45porque eles precisam
01:18:46da corrupção
01:18:47para se reeleger.
01:18:48Os nossos parlamentares
01:18:49são, sim, movidos à corrupção.
01:18:52A emenda parlamentar
01:18:53é corrupção na veia,
01:18:54eu sou totalmente contra
01:18:55e a emenda parlamentar
01:18:57inclusive é legítima
01:18:58e válida
01:18:58e é corrupção
01:18:59do mesmo jeito.
01:19:00Então, não é só
01:19:01uma questão de polícia
01:19:02como eu falei no começo.
01:19:03Vamos lá,
01:19:03para fechar esse assunto,
01:19:05o Rodrigo.
01:19:06Bom, vamos lá.
01:19:07Aproveitando o gancho
01:19:08e falando aqui
01:19:08que a Mônica bem mencionou
01:19:10sobre as emendas parlamentares,
01:19:12existe uma dificuldade
01:19:13muito grande
01:19:14de se rastrear
01:19:15o destino
01:19:16desses recursos.
01:19:17E aí a gente tem que fazer
01:19:18aqui um elogio
01:19:19ao ministro Flávio Dino,
01:19:20que esse ano,
01:19:21aqui em 2025,
01:19:22eu também trabalho
01:19:23com emendas parlamentares
01:19:24e hoje existe
01:19:25um programa
01:19:26chamado
01:19:27Transfer e Gov.
01:19:29Para você poder
01:19:30usar e gastar
01:19:31o dinheiro
01:19:31dessas emendas parlamentares,
01:19:33você tem que atrelar
01:19:34um CPF
01:19:35de uma pessoa física,
01:19:37do fornecedor,
01:19:38do comprador
01:19:39e de quem destina.
01:19:41Só que isso burocratizou.
01:19:42Então, vai servir muito,
01:19:44eu acho que foi
01:19:45uma vitória,
01:19:46uma boa decisão.
01:19:47para que?
01:19:48Para a gente consiga
01:19:49rastrear cada vez mais
01:19:50o destino
01:19:52desse dinheiro
01:19:53público dos brasileiros.
01:19:55Olha só,
01:19:55um último assunto.
01:19:56Na última quarta-feira,
01:19:58o ex-presidente
01:19:58Jair Bolsonaro
01:19:59e o presidente
01:20:00da Câmara dos Deputados,
01:20:01Hugo Mota,
01:20:02se reuniram
01:20:03para tratar
01:20:04do projeto de lei
01:20:04que busca
01:20:05anistiar os envolvidos
01:20:06nos atos golpistas
01:20:08do dia 8 de janeiro.
01:20:10Ao longo das últimas semanas,
01:20:12também,
01:20:12a oposição
01:20:13concentrou esforços
01:20:14para recolher assinaturas
01:20:15em um requerimento
01:20:17de urgência
01:20:17para o PL da anistia.
01:20:19Como é que você vê
01:20:20esse encontro, Mônica?
01:20:21Porque é um ex-presidente
01:20:22encontrando o presidente
01:20:23da Câmara
01:20:24para tratar do PL
01:20:26da anistia,
01:20:26porque é a bandeira
01:20:28da oposição.
01:20:29É a bandeira da oposição
01:20:31e é o interesse
01:20:31dele mesmo, né?
01:20:32Então,
01:20:33acho isso bastante perigoso.
01:20:35Eu, pessoalmente,
01:20:36acho que a anistia
01:20:37é um problema,
01:20:38porque é você
01:20:39tratar igualmente
01:20:41todo mundo,
01:20:42assim como algumas penas
01:20:43estranhas e exageradas,
01:20:44está faltando individualização
01:20:46na dosimetria das penas,
01:20:48ir para o Congresso Nacional
01:20:50e fazer um projeto
01:20:51anistiando todo mundo
01:20:52passa uma mensagem
01:20:53de impunidade
01:20:54que eu acho muito perigosa.
01:20:56Na época da redemocratização,
01:20:57nós tivemos uma anistia
01:20:59negociada,
01:21:00porque aquilo foi feito
01:21:01para que se pudesse
01:21:02retomar um processo democrático.
01:21:05Hoje,
01:21:05essa anistia
01:21:06não viria com nenhum benefício
01:21:08para a sociedade,
01:21:09a não ser de passar
01:21:10uma mensagem de impunidade.
01:21:12O que aconteceu
01:21:12no 8 de janeiro
01:21:14foi errado
01:21:15e não deve se repetir.
01:21:16É importante
01:21:17que haja uma punição
01:21:18correta para cada pessoa.
01:21:20Mas aí, Mônica,
01:21:20a conversa
01:21:21teria sido
01:21:22no seguinte sentido.
01:21:24Tendo
01:21:24as 257 assinaturas
01:21:26por Hugo Mota
01:21:27pautar.
01:21:29E aí,
01:21:29como é que você vê?
01:21:31Para discutir,
01:21:31para pautar,
01:21:32você acha que faz sentido
01:21:34ele colocar em pauta
01:21:34tendo esse apoio
01:21:36massivo
01:21:36dos parlamentares?
01:21:38Na minha opinião,
01:21:39não faz sentido.
01:21:40é uma atitude
01:21:42que tem mais a ver
01:21:44com o interesse
01:21:44dos próprios parlamentares
01:21:46e de alguns políticos
01:21:47e de alguns caciques
01:21:48de partidos
01:21:49do que com o interesse
01:21:51de longo termo
01:21:52de proteção da democracia
01:21:53que é o dever
01:21:54de todos nós.
01:21:55Ah, mas não foi golpe.
01:21:56Ah, mas eles não estavam
01:21:57ameaçando a democracia.
01:21:58O que aconteceu ali
01:22:00foi um ataque
01:22:01à democracia.
01:22:02Podemos discutir
01:22:03em que nível,
01:22:03podemos discutir
01:22:04quem estava coordenando,
01:22:05quem tem que ser punido
01:22:06de que forma,
01:22:07mas fazer uma anistia
01:22:08no Congresso
01:22:08do nada
01:22:09para dizer
01:22:09não, faz de conta
01:22:10que não aconteceu,
01:22:11eu acho muito perigoso.
01:22:12Mas aí, Priscila,
01:22:13eu quero também
01:22:13a sua opinião
01:22:14porque daí
01:22:14com esses argumentos
01:22:17fundamentos da Mônica
01:22:18em presidente
01:22:19e contra
01:22:20a opinião
01:22:22e o desejo
01:22:23de 257
01:22:24também não é
01:22:24desrespeitar
01:22:25o poder legislativo?
01:22:25A gente só tem
01:22:26um problema aqui,
01:22:27Koba,
01:22:27a anistia é dada
01:22:28pelo poder legislativo.
01:22:30Então,
01:22:30a questão de ser moral
01:22:32ou imoral,
01:22:33ilegal,
01:22:34legal,
01:22:34a gente tem que questionar.
01:22:35Claro que a gente
01:22:36está falando
01:22:36de crimes graves,
01:22:38a gente tem discussões
01:22:39sobre as penas
01:22:40não terem sido
01:22:41de fato individualizadas,
01:22:42excessivas,
01:22:43a gente esbarra
01:22:45nessa problemática
01:22:46a quem se dá o poder
01:22:47para anistiar,
01:22:48sim,
01:22:48como acontece com o indulto
01:22:49e a graça
01:22:50que é para o presidente,
01:22:51a gente não pode
01:22:52mexer nisso,
01:22:53ou nós demos o poder
01:22:54aos deputados.
01:22:57Eu estou rindo,
01:22:58mas assim,
01:22:59a gente deu esse poder
01:23:00dentro do Estado
01:23:00Democrático de Direito
01:23:02para que eles
01:23:03façam isso.
01:23:04E eu acho que
01:23:04neste momento
01:23:05eles não estão ali
01:23:06pensando,
01:23:07ah, mas é imoral,
01:23:08ah, o crime é grave.
01:23:10Perdão, anistia,
01:23:11perdão, inclusive,
01:23:12essa anistia
01:23:13é para perdoar os crimes,
01:23:14bem como também
01:23:14as multas que foram dadas.
01:23:16Eu penso que ali
01:23:17houve crime,
01:23:18agora,
01:23:19se foi abolição,
01:23:20se foi golpe,
01:23:21aí está sendo discutido
01:23:22dentro dos autos,
01:23:23dos quais, assim,
01:23:23a gente não tem acesso.
01:23:25Mas eu acho que
01:23:25perdoar,
01:23:26eu enquanto sociedade,
01:23:28dá cabo a dizer
01:23:30que pode ser feito,
01:23:31traz um abalo,
01:23:32de alguma forma,
01:23:33à democracia,
01:23:34mas a gente deu
01:23:35esse poder
01:23:36para o legislador
01:23:36e só que aqui,
01:23:38para fechar,
01:23:38o Hugo Mota,
01:23:39eu acho que ele vai
01:23:40empurrar um pouquinho
01:23:41porque ele está
01:23:41com um problema
01:23:42nas mãos.
01:23:43Porque para ele estar
01:23:44onde ele está,
01:23:45ele fez tratativas
01:23:46com várias pessoas,
01:23:48inclusive pessoas
01:23:48que não estão
01:23:49a favor
01:23:50dessa anistia.
01:23:51Inclusive,
01:23:51uma dessas tratativas
01:23:52teria sido
01:23:53com o próprio PL,
01:23:54Rodrigo,
01:23:55de que,
01:23:56para o Teu,
01:23:56que ele não ia
01:23:57correr atrás de voto
01:23:58de ninguém,
01:23:58mas se tivesse
01:23:59as assinaturas suficientes,
01:24:00ele iria colocar
01:24:01em votação.
01:24:02E aí?
01:24:03Bom,
01:24:03eu vejo que,
01:24:05eu concordo com a Priscila,
01:24:06ele vai empurrar isso,
01:24:07ele vai segurar,
01:24:09porque isso é um tema
01:24:10difícil,
01:24:12polêmico,
01:24:13que divide muito
01:24:14o interesse
01:24:14ali entre os parlamentares.
01:24:17E assim,
01:24:18e a gente do lado
01:24:18de cá,
01:24:19do setor privado,
01:24:21o que a gente espera?
01:24:22A gente espera
01:24:22que o Brasil
01:24:23cada vez mais
01:24:23tenha segurança,
01:24:24segurança jurídica,
01:24:26e que também,
01:24:28ao tomar essa decisão,
01:24:30seja qual for
01:24:31o resultado disso,
01:24:32passe essa mensagem
01:24:34para o povo,
01:24:34para todos,
01:24:36que a gente pode
01:24:37sim criticar um sistema,
01:24:39mas também que,
01:24:40não com violência,
01:24:42mas com debate.
01:24:44Fala,
01:24:44para fechar,
01:24:45André.
01:24:45Eu entendo
01:24:46que a gente precisa
01:24:47fortalecer e proteger
01:24:48cada vez mais
01:24:49a nossa democracia.
01:24:51Então,
01:24:52um projeto
01:24:53que visa
01:24:54anistiar
01:24:55quem afrontou
01:24:56com uma tentativa
01:24:57de golpe,
01:24:58dar uma impunidade
01:25:00a algo que é tão grave
01:25:01feito,
01:25:03eu entendo
01:25:03enquanto sou
01:25:04um cidadão
01:25:06algo que afronta
01:25:07a sociedade brasileira.
01:25:10E o que a gente vê
01:25:11nessa tentativa
01:25:11de dar urgência
01:25:12é beneficiar
01:25:13um determinado
01:25:14grupo político
01:25:15e um determinado
01:25:16uma parcela
01:25:20que esteve envolvida
01:25:21e que quer
01:25:22se proteger
01:25:23e se salvar
01:25:24das penas
01:25:25e dos julgamentos
01:25:26que estão sendo colocados.
01:25:28Enquanto isso,
01:25:29nós temos urgência
01:25:30em vários outros temas.
01:25:31A gente tratou aqui
01:25:32vários outros temas.
01:25:33Nós temos,
01:25:34por exemplo,
01:25:35em própria tramitação,
01:25:36já foi citada
01:25:36a PEC da Segurança,
01:25:38que foi colocada.
01:25:39Temos a questão
01:25:39do imposto de renda.
01:25:40Orçamento
01:25:42que ainda não foi votado.
01:25:43Temos
01:25:44várias medidas
01:25:46importantes
01:25:47para que a gente
01:25:48busque
01:25:49uma melhoria
01:25:50da nossa economia,
01:25:52uma melhoria
01:25:53do nosso país
01:25:53e que o que a gente
01:25:54está discutindo
01:25:55aqui
01:25:56é beneficiar
01:25:57uma iniciativa
01:25:58para um grupo
01:25:59que afrontou
01:26:00a democracia.
01:26:01É como uma tentativa
01:26:02de golpe.
01:26:03Eu acho que a gente
01:26:03tem que buscar
01:26:04enquanto sociedade
01:26:05o contrário.
01:26:06A gente tem que buscar
01:26:07fortalecer
01:26:08e proteger
01:26:08a nossa democracia
01:26:10como um valor
01:26:13da nossa sociedade
01:26:14que a gente tem
01:26:15que prezar
01:26:16como o mais importante.
01:26:1730 segundos.
01:26:18Mônica,
01:26:18você não acha
01:26:19que as penas
01:26:20na quantidade
01:26:22em que estão
01:26:23sendo aplicadas
01:26:24não fortalece
01:26:26o PL da Anistia?
01:26:27Porque a narrativa,
01:26:29o discurso político
01:26:30é faz sentido
01:26:3114 a 17 anos
01:26:33de prisão
01:26:33para essas pessoas
01:26:34em razão
01:26:35deste aparente excesso
01:26:38é que queremos
01:26:38anistiar.
01:26:39O exagero
01:26:40enfraquece a causa,
01:26:41você acha?
01:26:41Sem dúvida,
01:26:43não só o exagero
01:26:44como o desrespeito
01:26:45a pessoas que deveriam
01:26:46estar em prisão
01:26:46domiciliar
01:26:47e não estavam,
01:26:48eu estou falando
01:26:48da Débora,
01:26:49mas lembrando,
01:26:51nós como população
01:26:52podemos questionar,
01:26:53pressionar
01:26:53e fazer exercer
01:26:55o nosso papel
01:26:56junto ao Congresso Nacional
01:26:57porque eles nos representam
01:26:58e tem que nos ouvir,
01:26:59mas o STF
01:27:00não nos representa
01:27:01e não tem que nos ouvir.
01:27:02O STF
01:27:03pode até errar,
01:27:04mas nós
01:27:05não podemos
01:27:05pressioná-los.
01:27:06Quero agradecer
01:27:06demais a Priscila,
01:27:08a Mônica,
01:27:08o André
01:27:09e o Rodrigo
01:27:10que estiveram conosco
01:27:11no Linha de Frente
01:27:11deste fim de semana,
01:27:12uma honra,
01:27:13um prazer recebê-los,
01:27:14aprendi bastante
01:27:14sobre a economia
01:27:15hoje aqui,
01:27:15com a nossa turma toda,
01:27:18essas relações internacionais,
01:27:19guerra,
01:27:20tarifária,
01:27:20enfim,
01:27:21muito obrigado a você
01:27:22também que esteve conosco
01:27:23na nossa companhia,
01:27:24na nossa audiência,
01:27:25a gente se vê
01:27:25na programação
01:27:26da Jovem Pan,
01:27:27fiquem todos
01:27:27com uma boa semana.
01:27:29Até mais.
01:27:30A opinião dos nossos comentaristas
01:27:34não reflete necessariamente
01:27:36a opinião do Grupo Jovem Pan
01:27:38de Comunicação.
01:27:39Realização Jovem Pan News